sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Mês das Bruxas: 25 Clássicos do Terror - A Volta dos Mortos-Vivos


Zumbis hoje já estão tão desgastados quanto vampiros. Eles estão nas séries que assistimos, nos games que jogamos, no cereal que comemos... Zumbis estão por toda a parte.

Mas por mais que estejamos de saco cheio, todos já fomos fascinados por estas criaturas em algum momento de nossas existências.

Para grande parte das pessoas, esta paixão surgiu no momento em que viram A Noite dos Mortos-Vivos pela primeira vez.

Mas não comigo. Minha primeira experiência com zumbis foi em A Volta dos Mortos-Vivos.

E também foi graças a este filme que vi a primeira mulher TOTALMENTE PELADA da minha vida!!!

Ou pelo menos, foi o que eu pensei na época...


Eu também pensava que pessoas legais deviam se vestir assim.
Eu não sabia muito da vida.

Nossa história começa em um armazém de suprimentos médicos. Esqueletos, cadáveres frescos para faculdades, essas coisas boas. Conhecemos Freddy (Thom Mathews) que acabou de ser contratado pela empresa e Frank (James Karen) que está mostrando ao garoto o tipo de trabalho que fazem ali.

Enquanto batem papo, Frank conta ao novato que o filme A Noite dos Mortos-Vivos foi inspirado em fatos reais. Mais precisamente, em experimentos militares secretos que sairam do controle. E o motivo como ele sabe disso, é porque barris contendo os ditos experimentos foram entregues por engano em seu armazém e encontram-se alojados no porão.

O veterano resolve mostrar os containers a Freddy, e como é um idiota, causa um vazamento de gás num deles. Tudo que estava morto no armazém cria vida, inclusive um corpo que estava no freezer e que deveria ser despachado para uma faculdade de medicina. Os dois chamam seu chefe Burt (Clu Gulager), picam o cadáver e o incineram no crematório vizinho ao armazém.

Então, o composto que reanimou o cadáver evapora, se transforma em uma nuvem de chuva ácida que pode reanimar os mortos.

E convenientemente há um cemitério ali perto. Então você pode imaginar o tamanho da bosta que atingiu o ventilador.

Agora, cabe a Freddy, Frank, Burt, Ernie (o dono do crematório, interpretado por Don Calfa), Tina (a namorada de Freddy, interpretada por Beverly Randolph) e um bando de punks, sobreviverem ao massacre zumbi que se inicia.

Estupendo!

- Estupeeeeeeeeeeeeeeeendo!
- CORTA! É pra falar "cérebros", seu filho da puta!

A Volta dos Mortos-Vivos começou como um romance de autoria de John Russo, que também escreveu o roteiro de A Noite dos Mortos-Vivos, junto de George Romero. Após terminarem o projeto, os dois seguiram caminhos separados em Hollywood, e Russo começou a trabalhar para fazer seu livro migrar para as telonas.

Inicialmente, a direção seria de Tobe Hopper (de O Massacre da Serra Elétrica), mas ele estava indisponível. O trabalho acabou sendo repassado para Dan O’ Bannon, que o aceitou com a condição de poder re-escrever o roteiro, para melhor distingui-lo das obras de George Romero.

Graças as edições do diretor, A Volta dos Mortos-Vivos tem doses cavalares de humor negro e nudez, coisas que a série de Romero sempre evitou. Além disso, os zumbis aqui são inteligentes, capazes de organizar ataques e até mesmo usar ferramentas. Em uma cena, um dos mortos faz uso de uma polia para abrir uma porta de aço.

Ah sim, aqui eles só comem cérebros, que de acordo com a história, “alivia a dor que os mortos sentem o tempo inteiro.”

E enquanto os filmes de Romero se focam no drama humano e no tema de que se as pessoas conseguissem cooperar, elas sobreviveriam ao apocalipse, bem, aqui todos conseguem trabalhar juntos e ainda assim, se lascam na maior parte do tempo.

Uma curiosidade é que o papel de Burt foi oferecido a Leslie Nielsen, que só não foi contratado porque pediu um cachê muito alto. Acho que O’Bannon assistiu a Creepshow e Apertem os Cintos, O Piloto Sumiu, e decidiu que o ator poderia ser hilário mesmo cercado de violência, morte e coisas querendo comer seu cérebro.

Quem é rei não perde a majestade, mesmo coberto de sangue e intestinos.

... Ou se tiver de serrar a cabeça de um morto pelado...

Houve um tempo em que eu odiava este filme. Não por achá-lo ruim, mas por acreditar que ele... “Fugia demais as regras”...

É.

Foi durante a década de 1990, quando assisti A Noite dos Mortos-Vivos. Eu já conhecia Dia dos Mortos, e quando descobri que ambos eram parte de uma trilogia, meu cérebro explodiu

Eu não assistiria O Despertar dos Mortos até muitos anos depois, quando foi disponibilizado em DVD. Encontrar estes longas de terror antigos em VHS era mais difícil do que achar um Otaku que não fosse um pervertido sexual.

Seja como for, eu fiquei obcecado pela saga de George Romero e a aceitei como a versão “oficial” deste tipo de história. Eu ignorava zumbis do vudu e passei a nutrir ódio mortal por A Volta dos Mortos-Vivos. Como se atreviam? A pegar a fórmula do MESTRE e prostituí-la desta forma? Monstros que comem cérebro e são capazes de raciocínio... Bah! Será que eles não sabem como um zumbi de verdade funciona?

Sim, eu era retardado mental ao ponto de usar o termo “zumbi de verdade” quando defendia a versão do senhor Romero deste tipo de monstro. E quando conheci Resident Evil em 1997, passei a ter ainda mais munição para meus argumentos babacas. Afinal, se a Capcom seguia a versão “verdadeira”, por que os produtores deste filme também não podiam fazê-lo?

Mas mais importante: Era um ódio forçado. Eu havia assistido a A Volta dos Mortos-Vivos apenas uma vez, mas vi sua continuação dezenas de vezes.

E eu A ADORAVA!!! Eu não me lembrava o suficiente do original para ter uma opinião sobre, mas eu sem dúvida gostava muito de A Volta dos Mortos-Vivos Parte II.

Então, de onde surgiu tanta fúria contra um simples filme? Minha resposta é: Fanboyzismo. Eu era um fanboy dos de George Romero e não aceitava nada que fosse diferente, mesmo que fosse uma homenagem criada por pessoas que o admiravam tanto quanto eu. Assim, eu me forçava a desprezar o longa de Dan O’ Bannon, para fazer os de Romero parecerem melhores.

Porque é isso que o fanboy faz. Ele desmerece tudo que pode, só pra colocar aquilo que ama em um pedestal. Ele vê seu filme\game\livro\quadrinho favorito como uma extensão de si mesmo, e ele passa a medir o próprio valor através daquele produto. Se ele for bosta, é o mesmo que dizer que o fanboy é um bosta.

Basicamente.

Mas graças ao Santo dos Assassinos, a maioria das pessoas consegue superar esta fase, e tornam-se adultos produtivos e saudáveis.

Outros não. E na velhice, essas pessoas costumam criar campanhas de gosto duvidoso para divulgar prêmios de quadrinhos. Depois vão pro Facebook xingar quem não aplaudir essa ideia.

Visto acima: Um típico fã velho de comics debatendo com alguém
que tem opinião contrária

Agora falemos da nudez gratuita, que é o que todos vocês vieram aqui ver.

A Volta dos Mortos-Vivos tornou-se famoso por causa da cena em que a personagem de Linna Quigley arranca toda a roupa e começa a dançar pelada sobre um túmulo. De fato, é a primeira imagem que aparece na cabeça de muitos fãs quando pensam neste filme.

Eu devia ter uns sete anos quando assisti este longa pela primeira vez. Eu estava com a minha mãe, que provavelmente pensou que era só uma fita de monstro divertida para ver com o filhote. Então, aquela moça punk bonita resolve fazer um monólogo sobre a morte, e antes que pudéssemos nos dar conta, lá estava ela, como veio ao mundo, rebolando em um cemitério.

Não falamos nada, mas ambos ficamos muito constrangidos. Ela, porque não fazia ideia da existência desta cena e praticamente a jogou em meu colo. Eu, porque... Bem, você não quer ter sua mãe por perto no momento que vê sua primeira vagina.

Agora, eu já tinha visto peitos antes (Exterminador do Futuro, no momento em que a Linda Hamilton come o Michael Biehn), mas eu ainda estava a alguns anos de distância da minha primeira Playboy (a com Françoise Forton na capa), então a nudez gratuita de Linna Quigley foi uma surpresa muito bem vinda.

Mas o caso é que esta foi uma das cenas mais problemáticas do filme, e precisou ser rodada três vezes. Tudo por culpa do produtor, Graham Henderson.

Na primeira vez que filmaram a dança, Linna estava completamente nua, algo que ela já havia feito diante das câmeras várias vezes, e com a qual se sentia bastante confortável. A atriz também não depilava a virilha, o que era bastante comum na época (vaginas carecas só se tornaram moda a partir dos anos 1990).

Quando Henderson chegou ao set e viu a garota, ele deu um chilique e começou a brigar com o diretor, pois “não se pode mostrar pelos pubianos na televisão!” Lembrem-se que em 1985, tevê por assinatura não era algo comum nos lares norte americanos, e canais abertos sempre tiveram uma censura muito rígida por lá.

Assim, Dan O’ Bannon levou a crítica do produtor ao pé da letra e pediu a Linna que raspasse tudo lá embaixo. A moça atendeu e eles refilmaram a cena... O que fez Henderson ter OUTRO chilique, desta vez gritando “Meu Deus, ficou pior ainda! Dá pra ver tudo!”

E é chocante que um homem adulto não saiba que a ideia de se depilar uma vagina é justamente essa.

Finalmente, O’ Bannon mandou os responsáveis pelos efeitos visuais confeccionarem um tapa sexo sintético no mesmo tom da pele de Linna. E finalmente, Henderson ficou satisfeito.

Linna contou depois que ter sido obrigada a se depilar foi a parte mais vergonhosa de todo o processo. E que o tapa sexo também causava suas dores de cabeça, pois precisava ser removido toda vez que ela precisasse usar o banheiro, para ser colado de volta em seguida.

Sim, COLAVAM o negócio na menina.

E tudo isso porque o moralista americano médio sofre uma trombose se tiver de olhar pra uma xoxota.

Triste.

E no fim das contas, Françoise Forton acabou sendo a primeira mulher completamente nua que eu vi na vida. O que foi um ótimo começo, devo dizer.

Gostaria de encontrá-la um dia e lhe agradecer por tudo.

E como prometi no artigo anterior: NUDEZ FRONTAL COMPLETA!!!

Uma última trivia antes de partir.

Um dos punks é interpretado por Miguel A. Núñez Jr. Ator que também esteve presente em um filme muito querido por mim, e acredito, por todos vocês.

Street Fighter: A Batalha Final! Ele era o Dee Jay.

ZIIIIIIIIIIIIIIIIIIM!!!

Agora vocês sabem, e saber é metade da batalha.

MIGUEL A. NÚUUUUUUUUUUUUUUUÑEZ JR!!!!

PARAM-PAM-PARAM!!!

Cheers!!!

9 comentários:

Luan disse...

Essa da nudez frontal foi épica! Kkkkkkkk
Eu sou um grande fã seu, mas é a primeira vez que comento.
Sucesso ai pra vc!

Luan disse...

Aliás...First!

Andrzej Wanoski disse...

Olá Amer.Esse filme gerou um fenômeno interessante. Apesar de Romero ser o ícone, o ato dos zumbis comerem apenas "MIOOOOOOLOS!!!" é muito mais difundido na cultura popular que eles serem canibais carnívoros simplesmente. Tanto que tenho dificuldade de assimilar zumbis de Resident Evil ou da Madrugada dos Mortos.

Danilo Silva disse...

Meu primeiro filme de zumbi.
Lembro que assiti quando tinha uns 11 anos e estavam juntas comigo, uma tia, minha irmã e uma prima. A cena da nudez foi tensa. kkkkkk

Leandro"ODST Belmont Kingsglaive" Alves the devil summoner disse...

Foi o primeiro filme de zumbi que vi, no cinema em casa no SBT (bons tempos ). Me lembro que esse filme era mais "cômico " do que o primeiro.

É não me lembro dessa cena de nudez...

Leandro"ODST Belmont Kingsglaive" Alves the devil summoner disse...

Aliás, a primeira cena que me vem a mente desse filme é quando os protagonistas atropelam um zumbi e esse sem a mão longe do corpo "mostra o dedo do meio". Quando criança sempre me perguntei como a mão de um zumbi tem nervos para mover sozinho daquela maneira...

É ainda com 29 anos nas costas me faço essa pergunta.

Azrael_I disse...

Até hoje, o único filme que vi inteiro dessa franquia foi A Volta dos Mortos-Vivos 3; foi o primeiro filme de zumbis que vi completo e também o primeiro filme com cena de sexo que assisti (até hoje pago pau pra Melinda Clarke... ela é sem dúvida a zumbi mais gostosa que já existiu!). E concordo com o que Nova Andrew falou, embora os filmes do Romero sejam "OS" filmes de zumbi, a série Return of Living Dead é quase tão influente, tanto que todos até hoje adoram repetir a infame "mioooooolos".

Franci disse...

Olha a qualidade dos tempos modernos, a primeira nudes que você viu não será a mesma primeira nudes do moleque virgem que abrir este post hahahaha
Otimo post por sinal.

Franci disse...

Olha a qualidade dos tempos modernos, a primeira nudes que você viu não será a mesma primeira nudes do moleque virgem que abrir este post hahahaha
Otimo post por sinal.