quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Crítica do Amer: Mercenaries 2 - World in Flames


O primeiro Mercenaries foi um dos melhores jogos ao estilo sandbox (games de jogabilidade aberta, tipo GTA) da geração passada.

Você escolhia um entre três mercenários e caia de para-quedas (literalmente) em uma zona de conflito armado onde as duas Coréias, a Máfia Russa e as tropas das Nações Unidas estavam arrancando o couro umas das outras.

O jogo era bastante simples: faça missões diferentes para as facções, faça amizade com elas, capture criminosos de guerra procurados (recebendo o dobro o dinheiro se os entregar vivos) e tenha à sua disposição um arsenal tão imenso que faria Tommy Vercetti parecer um molequinho de estilete.

De fato, Em minha humilde opinião, Mercenaries deixava qualquer outro clone de GTA da geração passada no chinelo, incluindo Godfather e Scarface.

Assim sendo, eu logicamente tinha muitas expectativas com a continuação.



Mercenaries 2 lança nossos três heróis em uma nova zona de conflito armado, a Venezuela, onde uma empresa petrolífera, Chineses, Piratas e guerrilheiros Venezuelanos se degladiam pelo direito de furarem a terra e ficarem mais ricos que o Bill Gates.

Mas diferente do anterior, aqui há uma história de fundo. Acontece que no prólogo do jogo, o mercenário de sua escolha foi sacaneado por um político Venezuelano e levou um tiro na bunda (pelo menos Jennifer Mui é alvejada em tal lugar, não joguei com os outros ainda) e resolve ir até a Venezuela para encontrar o safado e se vingar pela nádega baleada.

Esse pano de fundo foi um acréscimo desnecessário na minha opinião. No primeiro jogo não havia roteiro de fundo e era claro que os personagens só se envolviam no conflito pra engordarem suas contas bancárias, o que eu pessoalmente achei uma ótima variação para o estilo sandbox.

Colocar uma história em Mercenaries 2 tirou uma parte do diferencial que o game tinha em relação a outros do estilo.

Tecnicamente falando, Mercenaries 2 funciona como um "GTA militar". A jogabilidade é muito similar, você tem de se guiar pelo mapa até chegar aos pontos determinados e pode pegar o veículo que quiser das pessoas em seu caminho para isso. É possível roubar carros, caminhões, motos e até mesmo tanques.

Sim, tanques!



Quando vir um tanque de bobeira (e você vai ver MUITOS), você pode se aproximar e roubá-lo. Nestes momentos será preciso apertar uma seqüência correta de botões que surgem na tela para ter sucesso, o bom e velho Quick Time Event.

E se um helicóptero voar baixo o suficiente, é possível roubá-lo da mesma forma.

Sim, isso é muito legal!

Outra coisa legal de Mercenaries 2 é a possibilidade de se destruir praticamente tudo no cenário.



No primeiro game era possível planificar uma cidade com o armamento correto ou fazendo uso de ataques aéreos.

Eu ainda não tentei reduzir uma metrópole a um monte de entulho, mas já consegui derrubar um prédio com três disparos de um Rocket Launcher, então acredito que os outros devem seguir a mesma física.

A esta altura você deve estar pensando que Mercenaries 2 é um dos melhores games da história e que tê-lo é uma questão de honra.

Pra ser honesto, até agora eu fui bonzinho e só enumerei suas virtudes. Hora de fazer o mesmo com seus defeitos.

Tudo neste game custa dinheiro, ABSOLUTAMENTE TUDO.

Claro, você ganha fortunas pelas missões e pode encontrar pilhas de dinheiro literalmente jogadas pelo cenário, então pobre você não vai ficar.

Eu mencionei os ataques aéreos e eles custam uma bela grana. Claro, a capacidade de bombardear uma cidade não deve vir de graça, mas a mecânica de compra dos mesmos é muito ruim.

No game original, caso precisasse de veículos ou itens de emergência, bastava abrir um menu onde os mesmos estavam a venda e onde mais coisas eram disponibilizadas com o tempo. Aqui, é preciso ir até os mercadores em suas respectivas bases para poder fazer compras.

Talvez seja uma tentativa de deixar o game mais realista, mas o sistema anterior era muito mais prático, o que demonstra que realismo nem sempre é o melhor caminho a se tomar.

Pelo menos é possível encontrar munição pra bombardeio pelo cenário, então procurando bem, é possível ficar com um estoque razoável de bombas para quando o momento de usá-las chegar.

Outro problema é o quanto Mercenaries 2 pode ser frustrante em algumas ocasiões.

Há momentos em que é necessário invadir bases inimigas, o que corre bem até que soam o alarme. Neste momento, dois ou três soldados em casamatas começam a disparar tiros de Rocket Launcher em sua direção, enquanto soldados nas torres de vigília disparam ferozmente em sua direção... isso sem mencionar os soldados em terra que avançam em sua direção atirando como se não houvesse amanhã e uma enorme possibilidade de um tambor de petróleo explodir bem às suas costas.

Não estou falando de bases onde estejam os piores vilões do game, mas lugares onde se passam as missões iniciais da história. A única forma de se entrar em tais lugares com uma chance mínima de sobrevivência é guiando um tanque.

E mesmo assim, repare que eu chamei as chances de "mínimas".

Aliás, esse game é bugado! Como é bugado!!!



A versão de Xbox 360 regula Achievements (as conquistas que viciaram tantos de nós). Muitas vezes, ao atingir o requerimento necessário para destravar um deles, o jogo simplesmente não irá liberá-lo.

Entretanto, é muito possível que em momentos onde você simplesmente está passeando pelo mapa sem fazer nada de mais, o jogo libere uma tonelada de Achievements que você não caçou, ou talvez até finalmente libere aqueles que você fez por merecer mas lhe foram negados.

Se isso é um problema grande ou pequeno, depende do quanto você gosta de tais Conquistas.

Por fim, um problema que eu acho imperdoável de Mercenaries 2 é a ausência de Cheats.

Acredito que games estilo sandbox precisam ter uma boa quantidade de Cheats. Há momentos em que colocamos tais jogos simplesmente pra espalhar caos e destruição e relaxar um pouco e um título onde podemos nivelar cidades é perfeito para isso em minha opinião.

Ter de gastar uma fortuna para conseguir as coisas necessárias pra espalhar devastação sem sentido pelo cenário é uma idéia de gerico e tira um bocado do valorde replay do jogo.

E sinceramente, dada a dificuldade absurda das fases iniciais (que me fazem crer que só vou passar das fases finais se vender minha alma pro Milhouse) Cheats são quase uma necessidade em Mercenaries 2.

Não é como se eu fosse receber uma declaração de amor da Charlize Theron caso termine o game sem trapacear, então qual a razão para não haverem cheats?

A versão de Ps2 tem, mas o jogo é tão incrivelmente bugado em tal plataforma (com pedaços inteiros do cenário se materializando e desmaterializando a todo momento) que nem sequer vale a pena jogá-lo.

Mercenaries 2 tinha o potencial para ser um dos melhores games estilo sandbox da nova geração, mas do jeito que está, vale ser jogado em um fim de semana de ócio e é só.

Mas vou confessar que ver uma pessoa levar um tiro na bunda nunca perde a graça.

Cheers!!!

Um comentário:

Granada disse...

Dahora, mas tipo eu to começando a jogar e eu compro carros de guerra e ate um aviao eu comprei mais eu compro e nao sei onde pega-los, se vc souber me responda ae, to ávarios dias atras disso :/