Crítica do Amer: Dead Rising

Você já assistiu os filmes de George Romero?

Caso a resposta seja negativa, Romero é um dos papas do terror moderno. Ele foi um dos primeiros diretores a fazer filmes com cenas de violência explícita, coisa que era impensável nos idos anos 60.

Seu filme, A Noite Dos Mortos Vivos se não me engano, foi o primeiro a exibir cenas de canibalismo sem censura, o que fez muita gente passar mal na época.

Se não fosse por ele, não teríamos filmes com violência brutalmente exagerada nos dias de hoje, como Rejeitados pelo Diabo ou Jogos Mortais.

E o que isso tem a ver com o game de hoje?

George Romero foi praticamente o inventor do gênero de filmes de zumbis! Seu filme, Despertar dos Mortos mostra pessoas que ficam barricadas em um shopping infestado de zumbis!

Exatamente a mesma história deste game!

Dead Rising foi um dos primeiros games do Xbox 360 e foi de facto o primeiro título a mostrar o poder que os consoles da nova geração possuem.

Acredito inclusive que este game foi o fator decisivo pra muitas pessoas entrarem de cabeça na nova geração ao invés de ficarem se apegando a seus Playstation 2 por mais alguns meses.

Afinal de contas, quem não gostaria de ficar preso em um shopping e ter a disposição recursos infinitos?

Mas uma coisa de cada vez, vamos a história!

Dead Rising conta a aventura de Frank West, fotojornalista e provavelmente o personagem mais feio e peludo da história dos games.

Frank descobre que algo estranho está acontecendo em uma cidade e resolve ir até lá pra investigar. Eventualmente, nosso herói descobre que a cidade está infestada de zumbis e que há pessoas barricadas no shopping da cidade.

Seu instinto jornalístico o faz ir até lá para conseguir informações com os sobreviventes e uma velha imbecil derruba as proteções da porta do shopping para salvar sua poodle, permitindo que os zumbis entrem e comam todo mundo.

Seu trabalho agora é sobreviver a este oceano de mortos vivos que infestam o shopping.

E quando eu digo oceano... é oceano mesmo...

Tecnicamente falando, o jogo é um espanto até hoje. O número massivo de zumbis na tela simultaneamente é assombroso, com centenas de criaturas ao seu redor para onde quer que você olhe.

Diga-se de passagem, este é o combustível de todo o terror do jogo. Resident Evil tinha zumbis, mas eram alguns e estavam sempre bem espalhados pelo cenário, com espaço o suficiente para se passar correndo por entre eles e claro, eventualmente apareciam criaturas muito mais perigosas que tornavam os zumbis inofensivos por comparação.

Aqui, só há zumbis, mas verdadeiras multidões deles, como você pode ver pela foto. E sinceramente, se você acabar na mesma situação que Frank na imagem acima, é mais fácil desligar e reiniciar a partida pois com certeza não vai sair vivo dela.Então você me pergunta: "Os zumbis são os únicos oponentes do jogo?"

E eu respondo que não, pois há mais psicopatas aqui do que em um filme do Rob Zombie.

Mostrando que os programadores do jogo são realmente grandes fãs dos filmes de zumbi de George Romero, os piores vilões da história são os vivos.

Há um bom número de humanos que enlouqueceram com a situação, o que faz muito sentido, pois a maioria das pessoas não aceitaria muito bem uma infestação de zumbis em sua cidade.

Estes malucos podem ser encarados como os chefes do jogo e derrotá-los normalmente o recompensa com uma tonelada de pontos de experiência, além de liberar certas vantagens para Frank em alguns casos.

Matando o palhaço acima por exemplo, você pode recolher uma de suas serras elétricas (em minha opinião, a melhor arma do jogo) toda vez que passar pelo cenário onde o enfrentou.

Mas nem todos os sobreviventes enlouqueceram e você deve ajudar os poucos que mantiveram o juízo. Há um sem número de pessoas espalhadas pelo shopping que precisam de sua ajuda para serem levadas até a sala de segurança do lugar.

Cada sobrevivente tem seu próprio comportamento: Alguns podem ser armados e se defenderão razoavelmente bem dos zumbis, outros o seguem mas não podem usar armas e há aqueles que precisam ser carregados.

Salvar os sobreviventes e levá-los até a sala de segurança também dá um bocado de experiência para Frank!

Aliás, já que mencionei isso duas vezes, melhor explicar que Frank sobe de level.

Conforme matar zumbis, salvar pessoas e enfrentar psicopatas, Frank vai ganhando pontos de experiência (aqui chamados de "PP") que blá blá blá, você sabe como funcionam, tenho certeza.   Enfim, PP lhe permite subir de Level, atributos específicos de Frank são melhorados, como poder de ataque, número de itens que pode carregar, velocidade e por aí vai.

Mas o melhor de tudo são os golpes!

Frank pode aprender a dar golpes de luta-livre ou até mesmo arrancar os intestinos de um zumbi com as próprias mãos!!!

Que classe!!!

Mas há um lado ruim pra isso também. No início do jogo, Frank é monstruosamente frágil e você vai morrer muitas vezes quando enfrentar chefes ou estiver fugindo dos presidiários. Sim, em um trecho do jogo, presidiários com um jipe e uma metralhadora o perseguem toda vez que você passa pelo parque no meio do shopping.

Você pode ganhar muita experiência guiando os sobreviventes até a sala de segurança, verdade, mas a inteligência artificial dos mesmos é tão ruim que você precisa ficar de olhos nos sacripantas o tempo inteiro e salvá-los na maior parte das vezes.

Se tiver um grupo de quatro sobreviventes lhe seguindo, equipar dois deles com katanas e mais dois com metralhadoras, pode ter certeza que um deles vai acabar cercado e comido pelos zumbis, sem que você possa fazer nada para evitar.

Claro, os sobreviventes adoram ficar em seu caminho quando você ataca os zumbis, então não se espante se vez ou outra arrebentar a cabeça de um deles com uma marreta.

O fato de Frank inicialmente ser mais fraco que uma das irmãs Olsen écompensado pelo simples volume de coisas que podem ser usadas no shopping!

Existem armas, armas e mais armas!

Praticamente tudo que encontrar pelo caminho pode ser usado como arma, desde placas de lojas até manequins e serras elétricas.

Diabos, há cortadores de grama em alguns lugares!!!

E diferentemente de Resident Evil, há comida e itens restauradores de energia em todo lugar! Caso tenha apanhado de algum chefe ou levado algumas mordidas de zumbis ao longo do caminho, basta parar em um supermercado, comer alguns salgadinhos, biscoitos, carne e sorvete e estará pronto pra outra!

Também é possível trocar a roupa de Frank quantas vezes quiser! Pode colocar um terno de cafetão nele ou se preferir, vesti-lo com uma fantasia de Mega Man! No meu save, Frank estava vestindo um terno feminino e um chapéu de sambista quando terminei o jogo.

Aliás, Dead Rising tem um único bloco de save. Muita gente reclamou disso na época do lançamento do jogo, mas eu pessoalmente não achei nenhum problema nisso.

Muito pior é o fato de que as legendas são ilegíveis se você não estiver jogando em uma HDTV imensa. Tudo bem que os programadores no QG da Capcom tem televisores imensos de 90 polegadas para testar seus jogos, mas nem todos os jogadores do mundo compartilham de tal vantagem.

Enfim, Dead Rising é um excelente jogo de ação. Meio enfurecedor no começo, mas que recompensa os perseverantes.

Além de ser uma grande homenagem a um dos maiores mestres do terror da atualidade. Se você curte filmes de zumbis, não tem como errar com esse jogo!

E fique longe da versão para Wii que será lançada em breve. Tudo que o jogo tinha de bom foi removido dela.

O Wii não faz nada direito, é incrível!

Cheers!!!