sábado, 27 de dezembro de 2008

Crítica do Amer: Virtua Fighter 5


Vou confessar que nunca fui fã da franquia Virtua Fighter.

O primeiro não chamou muito minha atenção. Joguei uma única vez em um fliperama (a Playland do Center Norte, nem sei se ela ainda existe) mas não fiquei muito impressionado com aquels bonecos quadrados que pareciam feitos de madeira mal-entalhada.

Virtua Fighter 2 eu joguei bastante, mas como dono de um Sega Saturn, isso era praticamente uma obrigação moral para mim.

Virtua Fighter 3 entrou no meu Dreamcast no dia em que o comprei e nunca mais.

E Virtua Fighter 4 para o Playstation 2 deixou de ter graça após pouco mais de duas horas de jogo, quando cansei de ver o computador massacrar meu personagem com tanta força que parecia que ele havia despertado o Sétimo Sentido ou algo do gênero.

Reconheço a grande qualidade da franquia, sei que VF é o pioneiro dos games de luta 3D e que sem ele, não teríamos Tekken e suas brigas de famílias ou Soul Calibur e seu excesso de peitões, decotes e calcinhas enfiadas, mas nunca consegui me tornar fã da série.

Infelizmente, a dificuldade burlescamente alta da série contribuiu para isso.

O problema de Virtua Fighter é que o game sempre exigiu um diploma universitário com doutorado daqueles que se atreviam a experimentá-lo, pois sua curva de aprendizado era altíssima e o computador não tinha piedade com os novatos.

Felizmente isso mudou com Virtua Fighter 5, que quebrou esse estigma e se tornou um game que qualquer um pode jogar com certa tranquilidade.

Assim sendo, vamos por partes.


O game traz dois lutadores novos nesta edição: Eileen, praticante de um estilo de kung-fu chamado "Kou-Ken" e El Blaze, aparente fã do Rey Mysterio e que como ele é Luchador.


A jogabilidade continua a mesma. Você tem socos, chutes, agarrões, desvios e bloqueios à sua disposição, mais um arsenal obscenamente alto de combinações de golpes à sua disposição e precisa aprender a dominá-los para se dar bem no game.

Nenhum personagem é melhor que o outro, é apenas uma questão de aprendizado. Se você joga melhor com Wolf do que com Kage-Maru, é sinal de que o primeiro se adequa mais ao seu estilo de jogo que o segundo e não que o ninja é pior que o lutador.

Claro, alguns personagens são mais difíceis de dominar que outros. É muito mais fácil aprender a soltar combos mirabolantes com a Sarah do que com o Akira, mas este é o espírito de Virtua Fighter: domina-se os lutadores mais simples primeiro e então você prossegue até se tornar um mestre com os personagens mais complexos também.

Como se estivesse fazendo teste de faixa em uma arte marcial real: dominar a Pai vai lhe dar a faixa amarela, Wolf será como a faixa verde e quando chegar em Akira ou Kage-Maru, pode se considerar um faixa preta.

A única diferença para um faixa preta de verdade é que ele pode sair pela rua se vangloriando e aloprando os outros, pois saberá se defender, enquanto você vai apanhar mais que um Judas se fizer a mesma coisa.

Acho que todo mundo sabe que ficar em casa jogando videogame não deixa ninguém mais atlético ou mais forte, mas não custa lembrar.


Como sempre, não há nenhuma história.


Os lutadores se encontraram e resolveram sair na porrada, como sempre acontece no Japão quando dois mestres de artes marciais se encontram nas ruas.

Tal ausência de roteiro chega a ser um alívio uando comparamos com o enredo macarrônico de Soul Calibur, que já deixou de fazer sentido há muito tempo, mas que a Namco insiste em complicar mais a cada edição nova da série.

O mais próximo de um roteiro que terá em mãos é o modo Quest, onde terá de viajar pelos fliperamas do Japão (único lugar do mundo onde tais lugares ainda existem) e enfrentar outros lutadores, aumentando seu rank e participando de torneios, onde descolará uma bela grana, novas peças de vestuário para seu personagem e se estiver jogando a versão de X360, irá liberar Achievements também.

A graça principal do modo Quest é sem dúvida a capacidade de customizar seu personagem. Você pode mudar as roupas, colocar acessórios, mudar a cor dos cabelos, acrescentar barba, bigode, maria-chiquinha, mochila, espada, camisa havaiana, meia-calça sexy, sobretudo de mafioso e por aí vai.

Diabos, dá pra deixar os lutadores totalmente irreconhecíveis!

Claro, tal processo exige um bocado de dedicação da sua parte. Será preciso jogar um bom bocado de horas para conseguir dinheiro suficiente para aumentar seu guarda roupa.

Felizmente, a dificuldade do modo Quest foi consertada em relação à VF 4. Em Virtua Fighter 4, os oponentes mais avançados só podiam ser derrotados com doses anormais de habilidade e sorte e mesmo assim, tinham uma grande chance de virar a luta no último segundo, o que tornava tal modo muito cansativo.

Em VF 5, os adversários são equilibrados. Os mais avançados oferecerão um belo desafio, mas com uma certa prática, eles podem ser superados sem que você se torne estéril no processo.


Tecnicamente falando, Virtua Fighter vai te deixar boquiaberto e estupefato.


Os gráficos são impressionantes, ao ponto de vermos o quanto a roupa de Sarah é colada e o quanto Jeffry é desagradavelmente peludo.

As versões de Ps3 e X360 se equivalem neste setor, eu honestamente não ví nenhuma diferença entre as duas. Se você achar que uma versão é melhor que a outra, provavelmente tem uma televisão melhor que a minha ou está defendendo seu console favorito.

De qualquer forma, eu não quero saber. Não venha reclamar.

O som não é nada de especial. Não ajuda mas também não atrapalha.

No modo Quest é possível ligar narração, o que fara com que dois dos sujeitos mais irritantes da história dos games comecem a narrar a luta e o que está se passando no ringue.

Honestamente, não ligue esta opção. Você só estará se magoando se o fizer.


Virtua Fighter 5 é um excelente game de luta. É bonito, viciante e não é difícil ao ponto de fazê-lo estrangular seu joystick de raiva.


O elenco é carismático ao seu modo. Não há espadachins inglesas semi-nuas ou pandas que lutam kung-fu aqui.

... tem uma mulher pelada de metal... mas essa não é a questão!

Virtua Fighter sempre primou por ser um game que recria artes marciais com fidelidade e neste aspecto a quinta versão da série novamente atingiu seu objetivo. Talvez não chame tanta atenção quanto outros games do gênero, mas VF é como um bom vinho: algo apreciado por poucos que reconhecem seu valor.

Diferente daqueles vinhos de dois reais que todo universitário maloqueiro conhece profundamente.

Enfim, se pancadaria virtual com estilo é sua praia, não tem como errar com Virtua Fighter 5. E o game tem modo Online. Mais um motivo para você largar o maldito World of Warcraft e jogar outra coisa em rede.

O quê? Você não joga WoW?

Bom pra você, filho. Bom pra você.

Cheers!!!

7 comentários:

Paulo_HT disse...

bom review
mas nunca fui muito fã dessa série,eu sou uma das pessoas que prefere Soul Calibur ou Tekken.
e eu já joguei WoW por um mês mas por um erro na atualização, eu não conseguia mais entrar no jogo e graças a isso eu não perdi a minha alma para aquele jogo.

Thyago disse...

Soul Calibur e Tekken são MUITO MAIS divertidos.
Basta ignorar a história imbecil de Tekken e encarar cada Soul Calibur de maneira independente.

lance disse...

Apesar de não curtir as histórias á deus dará do Tekken e do Soul Calibur.

Ainda gosto das histórias individuais...os personagens são bem utilizavéis em rpg.

Nanda disse...

Eu parei no Virtua Fighter 2.. ahahahahah!!
Depois conheci Soul Calibur e tudo mudou! Adoro!

Mas gostei do review! Deu vontade de jogar!
Beijão!!

Noface disse...

**** Gostei muito deste review sobre VF5, algo que somente quem tenha acompanhado a evolução desse game possa analisar.
Assim como você, também tive minha experiência com outras vesões da série, tendo jogado mais VF REMIX e VF 2 no saturn. Esta quinta versão do game está "redonda", ótima para agradar aqueles que torciam o nariz logo de cara.
Também sou fã de Tekken e Soul calibur. Porém se tratando de VF e Tekken, tenho notado que este último está ficando com um gameplay esquisito, pois mesmo assistindo no youtube os melhores jogando, parece que o objetivo é sempre o mesmo, ou seja: arremeçar o adversário para o alto e combinar sequências para que o msm não caia no chão e ao cair, não deixá-lo levantar. O que em VF tem sido uma luta mais "frente-a-frente", talvez isso seja mais um dos pontos que tenham feito desse game um sucesso de crítica em todos os sites de games.

*** Puxa, me extendi.

*** Parabéns pelo review!!!

Noface disse...

:S

Jonathan Ribeiro disse...

Como a Nanda acima,eu também parei no Virtua Fighter 2,mas eu até que gosto dessa franquia.