sábado, 13 de dezembro de 2008

Crítica do Amer: Battle Fantasia


Nem sempre é fácil fazer review de games.

Alguns jogos fornecem uma tonelada de material para análise e permitem que eu escreva um verdadeiro manifesto na hora que resolvo falar sobre ele.

Outros são mais magros e eu preciso ficar andando em círculos na frente do computador até decidir o que escrever a respeito sem que o texto acabe ficando com um mísero parágrafo apenas.

Battle Fantasia é do segundo tipo.

Mas já que eu me prestei a fazer um review deste game, não adianta chorar. Vou comer um chocolatinho e seguir em frente.

Battle Fantasia é um game de luta 2,5D que foi desenvolvido pela Arc System Works, mesma produtora de Guilty Gear. Ele foi originalmente lançado nos fliperamas do Japão e logo em seguida foi convertido e lançado para consoles domésticos, com versões para Playstation 3 e Xbox 360.

Somente a do 360 acabou sendo lançada aqui no Ocidente.

É muito provável que você não tenha ouvido falar sobre este game, pois ele foi solenemente ignorado pelos grandes sites, revistas e demais veículos midiáticos que costumam tratar de games.

Felizmente você tem a mim e minha eterna vontade de divulgar games que ninguém conhece.

Pois muito bem, vamos por partes.


Eu mencionei que Battle Fantasia é um game de luta 2,5D. Como funciona isso?


Bem, os gráficos são poligonais, mas a jogabilidade é toda como nos bons e velhos games de luta 2D do passado. E como o jogo tenta passar um clima de fábula, pode-se notar uma certa semelhança de seu visual com Odin Sphere, apesar de serem games sem relação alguma.

Embora a produtora do título seja a Arc Systems, ele não roda de forma nem um pouco parecida com Guilty Gear. Sua jogabilidade se assemelha muito mais à Fatal Fury, Art of Fighting ou ao já mencionado Street Fighter II, sem ter aqueles combos mirabolantes ou jogabilidade hiperativa que nos acostumamos a ver na série de Sol-Badguy e seus colegas.

Diga-se de passagem, os controles são muito bons. Os comandos dos ataques especiais são os típicos desse tipo de game como "meia-lua pra frente e soco" ou "carregar para trás por dois segundos e apertar para frente com soco."

Qualquer pessoa com um mínimo de familiaridade com os games de luta 2D da velha escola pode dominar Battle Fantasia em algumas horas.

A maior inovação na jogabilidade é sem dúvida o modo "Heat." Você estoura uma barra de especial de seu lutador e ele fica envolto em uma aura de enrgia, causando um dano absurdo no oponente com seus golpes, até que o tempo de tal poder acabe ou que seja derrubado no chão.

Apesar de bacana, tal poder acaba só tendo utilidade real contra o chefe final, que só recebe dano se for atingido por um jogador em modo "Heat."

O game possui um bom número de modos de jogo. Além dos típicos Arcade, Versus, Survival e Time Attack, há também o modo Story, que é ao mesmo tempo o ponto forte e o ponto fraco de Battle Fantasia.


Neste modo, cada personagem vive sua própria aventura, encontra os outros lutadores, duela com eles e segue em frente.


O negócio é que entre uma luta e outra, é preciso assistir a uma enorme cena de diálogo entre seu personagem e o oponente, com uma quantidade obscena de diálogo falado e texto.

Battle Fantasia tenta contar uma história do mesmo jeito que um RPG, o que explica a escolha de retratar seus personagens como se tivessem saído de um game do gênero.

Na teoria, diálogos tão longos deveriam nos fazer ficar interessados pela história e pelos rolos em que os heróis se metem, mas elas acabam é enchendo o saco. Não é possível apertar Start e pular a cena totalmente, restando apenas avançar os diálogos até que a luta enfim comece.

Claro, basta segurar um botão para que as falas dos lutadores avancem em velocidade burlesca, mas um game de luta não deveria ter seqüências tão longas entre as lutas. Quebra um bocado do ritmo de ação do jogo.

E verdade seja dita, a história não foge muito do já idoso enredo e "vilão super-poderoso e lazarento surge no mundo e resolve limpar a privada com a humanidade, cabendo a um grupo de heróis impedí-lo ou morrer tentando."

O modo Story pode ser interessante caso você curta saber a história e motivações de todos os personagens, mas acho que a maioria das pessoas só irá jogá-lo para liberar os Achievements relacionados a ele.


Quanto aos personagens, boa parte deles é interessante de alguma forma.


Dentre os legais, posso destacar Urs, o herói do jogo que usa uma serra elétrica mágica, Marco, o garotinho carrega uma espada com o dobro de seu tamanho e usa "Shoryukens" que deixariam Ken Masters orgulhoso e Donvalve, um velho barbudo imenso que parece uma versão viking de Papai Noel.

Há personagens não tão interessantes, como Freed, que é o típico pretty boy com cara de sofredor, Coyori que é uma menina-gatinha (talvez o personagem mais pronto que possa vir do Japão) e Deathbringer, que é o típico cara enorme em uma armadura preta que nunca mostra o rosto.

Claro, nem de longe esse pessoal tem o carisma de um Ryu ou de um Scorpion, mas na minha opinião, metade do elenco de Guilty Gear é dispensável também.


Battle Fantasia não é nenhuma obra de arte. É um game de luta simples, com um número de personagens relativamente pequeno para os dias de hoje e com boas idéias que infelizmente não foram totalmente aproveitadas.

Mas para ser sincero, o título se esforça para fazer o melhor com os poucos recursos que tem ao seu dispor e acaba sendo um game modesto, porém muito bom.

E enquanto não sai Street Fighter IV ou King of Fighters 12, Battle Fantasia é uma boa opção para quem cansou do excesso de magumbos poligonais de SoulCalibur IV e quer se divertir com uma jogabilidade mais clássica.

Sério... tem uma hora que aquele excesso de mazongas e Jedis dá no saco...

Cheers!!!

4 comentários:

Bruno disse...

O game parece ser muito divertido para quem já jogou Soul Calibur o suficiente.

E eu aprendi hoje o quanto é dificil fazer o review de um game.

Aliás Amer se vc tiver um tempo livre passa no meu Blog, fiz um review de um game q tenho certeza q vc nunca viu:

http://mundovosso.blogspot.com/

Thyago disse...

eu sou um fã do estilo 2,5D pra ser sincero, tanto é que estou numa enorme expectativa de SF4 por conta disto.

Ah sim, Amer, eu fiz faz algum tempo o review do jogo Universal Soldier do SNES, jogo baseado no filme Soldado Universal do Van Damme.
Se estiver curioso: http://www.devaneios-nerds.blogspot.com/

(é o terceiro post)

lance disse...

sei la...tenho curtido jogos mais puxados pra briga de rua, como o Beat down e o Deaf Jam(que eu desligos as musicas...)

ou os Bat ups épicos como o Dynasti Warriors...

Mas Amer..os gravicos desse jogo ai não são poluídos demais?o unico personagem que da pra enchergar mais ou menos nas fotos é um pirata ali com gancho.

E moral de jogos de luta é a customização de personagens mesmos \o/

A Capcom todo dia rateia por não implementar o RPG de mesa deles num jogo.

Amer H. disse...

Não, os gráficos são bem limpos. É que não há muitas boas imagens deste game à disposição, então eu tive de me virar com o que achei.

Quanto à customização, é legal mas não acho que deve ser elemento obrigatório em games de luta.

Street Fighter IV não vai ter e parece que vai ser o melhor game de todos os tempos.