Eu sou um grande fã da Sega, sempre fui. Acho que isso é claro devido a quantidade generosa de reviews que faço para jogos do Mega Drive.
De fato, tive quase todos os consoles da empresa, Mega Drive, Sega CD, Saturn e Dreamcast. Não tive um Master System, preferi um NES porque com ele eu poderia jogar os games das Tartarugas Ninjas e deixei passar o 32X... mas que atire a primeira pedra quem também não fez isso.
De fato, tive quase todos os consoles da empresa, Mega Drive, Sega CD, Saturn e Dreamcast. Não tive um Master System, preferi um NES porque com ele eu poderia jogar os games das Tartarugas Ninjas e deixei passar o 32X... mas que atire a primeira pedra quem também não fez isso.
Ah sim, tive um Game Gear, mas o troquei por um Game Boy. Diabos, o Game Gear tinha só três jogos que prestavam... tudo bem que o Game Boy tem só seis jogos bons, mas seis é mais que três, ora.
De fato, dentre todos os meus consoles passados, aquele pelo qual me sinto mais nostálgico é o Dreamcast. O Comprei uma semana após a Sega declarar que não mais lhe daria suporte e o joguei menos do que outros consoles, mas ele me proporcionou experiências que nenhum outro vídeo game conseguiu.
Ainda estou esperando alguém ter colhões de superar Shenmue.
Mas hoje, a Sega só nos desaponta. Fora um ou outro acerto (Bayonetta, por exemplo), os chefões da empresa só sabem causar traumas em seus mais leais seguidores e só nos resta viver da nostalgia.
Felizmente, alguém ouviu nossas preces e a Sega fez algo que não sei explicar por que demorou tanto: um game de corrida com alguns de seus personagens mais famosos. Se tivessem pensado nisso antes, não teriam que colocar aquela horrenda cena de bestialismo no game do Sonic para Xbox 360 e Ps3.
Sacripantas bestiais.
Pois então, este é um game de corrida e como tal, não tem história. Muito bem, vamos inventar uma, só para que este trecho do review não fique curto demais.
Um belo dia, após encerrar seu turno de trabalho em Sonic and the Black Knight, o ouriço ficou de saco cheio das produções abomináveis ao qual estava se sujeitando. Mais tarde, quando se encontrou com seus amigos Alex Kidd (balconista) e Ryo Hazuki (desempregado), os três decidiram que seriam capazes de fazer um game muito melhor que os programadores da Sega se tivessem a chance.
Naquela noite, eles seqüestraram o dono e programadores da empresa, os trancaram em um porão e chamaram muitos de seus outros amigos e colegas, como Ulala (que hoje só arranja trabalho em Hentai), para então produzirem o game que deveria ter sido lançado há muito mais tempo: a versão da Sega de Super Mario Kart.
Todo mundo copiou a idéia de Super Mario Kart, por que a Sega demorou tanto pra fazer isso?
De qualquer forma, o ponto forte deste game é sua nostalgia. Embora seja bem próprio para a garotada, com seu visual alegre e falta de violência, com certeza ele causará sorrisos bobos e olhos marejados a muitos sujeitos na casa dos trinta anos.
Dentre os personagens selecionáveis, estão Amigo (Samba de Amigo), Bonanza Bros (do jogo homônimo), Billy Hatchet (game bonitinho do Gamecube que todo mundo ignorou pra jogar Mario Sunshine), Opa Opa (Fantasy Zone), B.D Joe (Crazi Taxi) e mais uma galera respeitável.
Mesmo com um elenco estelar, algumas ausências são notáveis. Não há nenhum representante de Streets of Rage, Golden Axe, Burning Rangers, Toejam & Earl ou Hang-On, por exemplo.
E não há desculpa para o carrinho de Daytona U.S.A não estar aqui. Simplesmente não há. Acredito que eventualmente, os produtores do game colocarão a disposição mais personagens da rica história da empresa para download, o que obrigará os fãs mais fiéis a desembolsarem os tubos para terem a chance de jogar com o povo de Alien Storm ou Space Harrier.
Eu pagaria qualquer coisa pra jogar com Segata Sanshiro, eu juro.
Os gráficos são muito coloridos e agradáveis, com um estilo de desenho animado que é uma lufada de ar fresco na indústria de games atual, tão preocupada com realismo e que abusa de tons de marrom para tentar consegui-lo.
Os personagens são representados de forma fiel aos seus games de origem, o que dá a este game uma identidade própria que o destaca no gênero. Ao mesmo tempo que temos seres cartunescos como Sonic, Amigo e AiAi, há também personagens mais razoavelmente realistas, como Ryu Hazuki, Ulala e Beat, e nenhum deles parece destoar no elenco.
Devemos ficar felizes que a Sega optou por usar esse estilo, ao invés de tentar "igualar" todos os personagens com uma arte nova. Isso destruiria a identidade do elenco e arrisco dizer, estragaria o jogo.
Os cenários se passam em ambientes construídos com elementos retirados dos games de origem do elenco. É possível reconhecer os cenários de Sonic, os efeitos especiais das pistas de Amigo e a loucura urbana japonesa dos cenários de Jet Set Radio, coisas que com certeza farão os entusiastas da Sega terem faniquitos dignos de uma colegial.
O frame rate do jogo é bom e passa uma boa sensação de velocidade. Não chega aos níveis absurdos de games como Forza Motorsport ou Gran Turismo, mas esta não é a intenção aqui. A velocidade do jogo está na medida certa para seu estilo.
O áudio é muito bom também, com bons efeitos especiais para as armas, roncos dos motores e efeitos ambientes. Aparentemente, todos os dubladores oficiais dos personagens emprestaram suas vozes mais uma vez para eles, o que torna o negócio mais autêntico para os fãs.
Em outras palavras, Ryo Hazuki tem a mesma voz monótona ao qual tantos de nós nos acostumamos na época do Dreamcast! Rejubilai-vos!!!
Há também um narrador engraçadinho que fica fazendo comentários imbecis a cada minuto da corrida e que queremos esfaquear na cabeça com menos de uma hora de jogo. Mas acho que ser irritante é a função de um narrador, digo, olha só o Galvão Bueno.
Uma falha do audio é a presença de poucos temas clássicos de games da Sega, trilhas como as músicas do primeiro game do Sonic, After Burner, Out Run e muitas outras que ouvimos na infância e cantarolamos até hoje estão ausentes no game.
Claro, todas podem ser eventualmente adicionadas como DLC. Se for o caso, a Sega está tendo aulas sobre como ser mercenária com a Capcom, só pode.
Apesar do visual colorido e tranqüilo, Sonic & Sega All-Star Racing é um dos games de corrida mais acirrados da atualidade.
É muito fácil passar da primeira para a oitava posição, basta um erro, por menor que seja, para que todo mundo te ultrapasse. As pistas são razoavelmente curtas e em uma corrida de três voltas, é meio difícil recuperar posições perdidas antes da reta final.
Não que o game seja desleal, um jogador minimamente habilidoso e com boa memória para se lembrar do trajeto vai se dar muito bem. Mas sempre tem alguém na sua cola, o que o obriga a ficar mais atento do que em outros jogos do gênero, que uma vez em primeiro lugar, dificilmente se perde a corrida.
Como é de praxe em games do estilo, é possível recolher itens ao longo das pistas para obter vantagens, desde Turbos, mísseis teleguiados, cones de sinalização explosivos e campos de força. Se tiver sorte, pode pegar um item triplo e disparar três mísseis teleguiados ou deixar três cones explosivos na pista, se tiver mais sorte ainda, pode recolher um All-Star Movement, que deixará seu personagem invencível por um determinado tempo e permitirá a ele sair atropelando quem estiver no caminho, o que lhe dá uma belíssima vantagem.
Um mecanismo bem bacana deste game é o “Drift”, retirado diretamente de Out Run. Para quem não sabe, Drift são aquelas derrapadas longas e totalmente irreais que se tornaram a marca registrada de Out Run, aqui elas são parte importante da jogabilidade.
As pistas, na maioria dos casos, possuem muitas curvas e desacelerar em todas é simplesmente fora de questão. Como solução, usa-se o Drift, que mantém a velocidade de seu carro constante e se feita por um longo tempo e sem colisões, ativa um Turbo especial no veículo, que pode ser vital para sua vitória em alguns momentos.
O game tem uma tonelada de itens destraváveis, que podem ser comprados com “Sega Miles”. Sempre que terminar uma corrida, acumulará uma distância percorrida, que pode ser usada na lojinha do game para liberar novas pistas, músicas, ou o resto do elenco.
Lógico que a maioria das pessoas vai querer destravar o Alex Kidd primeiro. Vemos o Sonic o tempo todo (se prostituindo pro Mario grande parte das vezes), mas ídolos da década de 1990 estão fazendo aparições públicas cada vez mais raras.
Infelizmente, não há uma grande variedade entre as capacidades dos corredores. Alguns personagens possuem atributos idênticos, o que diminui um bocado as opções disponíveis ao jogador, a estética e o carisma dos personagens se torna tão importante na hora da escolha quanto suas habilidades individuais.
As pistas não possuem um mapa no canto da tela, como em muitos jogos, então na primeira vez que se percorre um trajeto, é fácil cometer erros bobos e seguir por caminhos errados. Com o tempo, é mais fácil evitar isso, mas jogadores com boa memória terão uma vantagem inicial sobre outros jogadores.
O game possui modos de jogo destinados a agradar jogadores solitários ou carentes de atenção. O modo Single Player engloba os já tradicionais Grand Prix, Time Attack e corridas individuais, além de missões com objetivos específicos, como manter o Drift por um tempo determinado ou recolher todos os anéis presentes em um trajeto.
Quem curte jogar com os amigos, pode reunir três deles para uma partida com tela dividida (que sejamos francos, só funciona em televisores de novecentas polegadas ou maiores), ou jogar Online, como as pessoas do século 21 devem fazer.
É bom saber que há pelo menos um game Online onde os vencedores não farão “Teabagging” nos perdedores.
Eu já disse que não vou explicar o que é isso, vá procurar no Google se está curioso.
A Sega tem cometido tantos erros nos últimos anos (remover conteúdo de Yakuza 3 ao lança-lo no Ocidente? Mas que idéia de jerico!) que é uma agradável surpresa ver um game seu tão bem executado.
Vamos torcer para que transformem Sonic & Sega All-Star Racing em uma franquia e para que PELO AMOR DE DEUS, não façam um crossover com Super Mario. Ao menos esta série deve permanecer sem misturar-se com personagens de outra empresa.
Pra finalizar, jogadores que possuam os três consoles e possam escolher entre as versões de Xbox 360, Ps3 e Wii, deveriam ficar com a do console da Microsoft, pois esta possui dois personagens exclusivos: seu Avatar da NXE e Banjo, do game Banjo-Kazooie.
Se bem que esses dois não querem dizer muita coisa.
Na versão de Wii é possível jogar com os Miis... mas sejamos francos, os avatares da Xbox Live, embora revoltantes e odiosos, são um pouco mais decentes que os avatares do Wii.
Já Banjo está presente no game porque a Microsoft é a atual dona da Rare e provavelmente exigiu a presença do urso aqui pra mostrar quem é que manda. É a única explicação que faz sentido, pois não estamos mais em 1998, ninguém mais dá a mínima para Banjo ou Kazooie.
Agora, se fosse a Joanna Dark, a história seria outra. Hmmmm... Joanna Dark...
Cheers!!!
12 comentários:
Cara, estes jogos me fazem até ter vontade de ter um console da nova geração...
Me parece muito legal de se jogar!
Parece que iam colocar o Toe Jam e o Earl no jogo, mas o criador de ambos não autorizou.
Uma pena, teria sido muito foda!
E considerando que a Sega esqueceu que Streets Of Rage existe, eu já esperava que nenhum do elenco estivesse no jogo...
Me botam Banjo & Kazooie e não me botam o Axel ou a Blaze? PORRA, SEGA!
No mais, ótimo review, Amer!
Bah! To loco pra comprar esse jogo... poxa, se eu comprei o Sega Genesis collection no PS2 e o Sonic ultimate Genesis collection (ou algo assim) no 360, quem dirá esse... só sinto falta do Kid Chameleon como personagem... =/
Eu acho que os chefões da Sega tem o mesmo trauma pela dificuldade blenorrágica do jogo que tu, Amer... nunca mais se ouve falar em nada do jogo...
Se bem que é melhor deixar quieto do que fazerem o que fizeram com o Sonic...
Excelente review Amer, até me deu vontade de jogar o jogo por motivos além do fanservice :D
Eu ligaria pra Banjo e Kazooie no jogo se tivessem usado o visual clássico deles, ao invés disso, resolveram usar aquela vergonha do Nuts and Bolts :P
Lendo essa matéria,me veio uma pergunta que ficou martelando na minha mente...
POR QUE DIABOS O SONIC PRECISA DE UM CARRO?....
só eu que gosto dos Sonics da nova geração?
Alex Kidd XD
e poxa, pq é contra um Cross com o Mario Kart?
Mas Amer, Bayonetta é da P+, a Sega só distribuiu. E eu sei que você sabe disso. Só queria dizer isso pros outros. Já Sonic é da Sega, por isso os atuais são tão ruins.
hmmm, vou pegar a versao do ds dele
A Platinum Games é de fato um estúdio independente, mas até que me provem o contrário, acreditarei que a Sega detém parte dos direitos sobre a personagem.
vou baixar pra ver
O Pepa deu uma idéia boa, Amer. Review dos consoles dessa geração.
Acho que vou procurar a versão do DS desse daí, se tiver. Po, não tem Toe nem o Earl... >: eles cairiam como uma luva aí.
parece ser um grande jogo Amer, vou procura-lo nas lojas...e sobre Banjo e Kazooie, é verdade. desde que saíram da Nintendo ninguém mais paga pau pelos dois....coitados
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