domingo, 17 de janeiro de 2010

Crítica do Amer: Darksiders


Uma das verdades absolutas do universo é: produtos de sucesso influenciarão muita gente.


Vamos pegar como exemplo Star Wars (a trilogia original), sucesso estapafúrdio da série fez com que o gênero de filmes “Blockbuster” nascesse. É por isso que os filmes mais aguardados do ano atualmente são sempre aqueles com mais efeitos especiais, mais explosões, mais potencial para virarem brinquedos e por aí vai.

Nos games não é diferente e pode ter certeza que um título de sucesso vai inspirar uma cacetada de designers que tentarão se dar bem na indústria utilizando uma fórmula que já deu certo antes, mas com acréscimos e mudanças o bastante para que seu produto possua uma identidade própria.

No caso de Darksiders, é óbvio que seus criadores passaram muito tempo jogando God of War antes de começarem a trabalhar com games. Mas verdade seja dita, se é pra copiar a fórmula de um game de ação, que seja de um dos melhores títulos do gênero de todos os tempos.

E como título de estréia de uma produtora (a novata Vigil Games), Darksiders consegue ser um game bastante promissor.

Não, sério!


Muito antes da formação da Terra, o Paraíso e o Inferno estavam em constante batalha. Para manter o equilíbrio da existência, um grupo de mediadores conhecido como “The Charred Council” enviou seus guerreiros, os Quatro Cavaleiros do Apocalipse para que forçassem uma trégua entre os dois lados.


Neste ínterim, surgiu a humanidade. O Charred Council previu que os seres humanos teriam papel pvotal na batalha final entre os lados e ordenaram que a trégua fosse mantida até que o homem estivesse pronto para a batalha.

Claro, não foi o que aconteceu.

O Apocalipse chegou, anjos e demônios começaram a se porradear pelas ruas e os seres humanos nada podiam fazer exceto olharem estupefatos enquanto eram pulverizados pelo combate.

De repente, um dos Cavaleiros do Apocalipse, War (Guerra) surge no campo de bgatalha e enfrenta Abaddon, General do Paraíso. É então que War percebe que os outros três Cavaleiros não estão presentes, o Sétimo Selo (sempre me lembro de Mighty B! quando falo isso) não foi quebrado e que basicamente, alguém o sacaneou grandão para fazer o Apocalipse chegar muito antes do planejado.

O Charred Council culpa War pelo acontecimento e ele pede permissão para caçar os responsáveis e castigá-los por destruírem o equilíbrio e a raça humana. Então ele pega sua espada imensa e sai massacrando tudo que encontra porque basicamente... é isso que ele faz pra ganhar a vida.

A história é bastante interessante, mas não é exatamente original. Um cara super poderoso que foi ferrado por uma força maior e quer vingança? Pois é como eu disse, os produtores jogaram God of War demais antes de começarem a trabalhar em seu título.

Não por acaso, um dos fundadores da Vigil Games e principais criadores do game é o artista de quadrinhos Joe Madureira. Desde a ambientação ao visual dos personagens, o mundo de Darksiders parece muito mais adequado a uma HQ da década de 1990.

Mesmo assim, o enredo de Darksiders tem seu charme. A velha história de “Anjos contra demônios” funciona muito bem para um game de ação. É uma boa variação para fuzileiros espaciais com a barba por fazer que massacram alienígenas com armas burlescas.

Vamos ser francos, o excesso de fuzileiros espaciais dos games atuais já deu no saco.


Os gráficos são muito bons, os cenários são grandiosos e bem construídos. É interessante que todas as principais locações do game são ligadas, então sempre é possível voltar a um trecho anterior e recolher um item que foi deixado pra trás.


Os personagens possuem modelos bonitos e bem construídos. Eles não são ultra realistas como alguns games atuais e como mencionado antes, parecem mais adequados a uma história em quadrinhos do que um game.

War por exemplo, é bastante desproporcional. Ele tem braços imensos e um tronco extremamente largo para sua altura. Ele é claramente o protótipo do personagem bombado dos quadrinhos da Image.

Os anjos por sua vez, são retratados como humanos bonitos vestindo armaduras cibernetizadas. Como um clichê só é muito pouco, alguns carregam canhões laser tão grandes e potentes que causariam incontinência em Master Chief se os visse.

Mas estes exageros funcionam bem com o universo do game. Claro, um adolescente vai ter um AVC ao ver este mundo que parece reunir todos os clichês que alguém que ainda não saiu da puberdade adora, mas não há porque um sujeito de 30 anos não possa gostar da ambientação do título também.

A menos que ele seja um babaca que se considera membro da “vanguarda” dos games e só aprecie títulos que sejam mais “literários”.

Mas não vou entrar neste assunto agora, todos que pensam assim podem ir pro Diabo que os carregue.

A trilha sonora do game não é digna de muita atenção. Ela não se mostra inadequada para a ação que ocorre na tela, mas poderia ter sido muito mais épica, considerando que é um game sobre o Apocalipse, Mitologia Cristã e tudo mais.

A dublagem por outro lado é muito boa. Liam O’Brien faz uma voz quase sussurrada para o protagonista, o que contrasta muito com o fato que ele representa a Guerra, também temos Mark Hammil como o demônio que acompanha War durante o jogo.

Aqui, Hammil meio que ligou o piloto automático e acabou fazendo uma voz parecida demais com a do seu Coringa... mas caramba, eu nunca vou reclamar de excesso de “Coringa” nos meus games.

Os demais personagens também possuem vozes bem escolhidas e bem interpretadas, o que lhes dá identidades bem próprias, ainda que não totalmente originais.

Tem até um demônio Irlandês, isso pra mim já vale o jogo.


A jogabilidade é bem aquilo que se espera desse tipo de título: prossiga por cenários longos, resolva puzzles e massacre tudo que encontrar até chegar aos chefes.


A missão específica de War é matar grandes demônios que vivem na Terra devastada e trazer seus corações para Azrael, que então lhe garantirá habilidades necessárias para vencer o chefão final. Seu objetivo é viajar até o território específico de cada demônio e encontrá-lo.

Para se defender, War conta com sua imensa espada de batalha (batizada de “Chaoseater”, a criatividade bateu aí e parou) e armas secundárias como a foice da Morte (um dos outros Cavaleiros do apocalipse), uma manopla enorme, um Shuriken imenso que funciona como bumerangue e muitas outras tralhas.

É possível aumentar o potencial destrutivo de cada arma ou comprar novos combos para elas. Para isso, é preciso recolher as almas dos mortos, disponíveis sempre que se mata inimigos, destrói objetos pelos cenários ou se abre baús.

Sim, exatamente como em God of War.

As almas vem em três variações: dinheiro, as que restauram sua energia e as que restauram magia.
Sim, exatamente como... é... pois é.

Apesar dos combos a venda, um jogador que use apenas a sequência de ataques básica de War pode se dar muito bem no jogo. O combate é simples e funciona bem para aqueles que gostam de utilizar todos os tipos de ataques possíveis ou os que preferem simplesmente esmagar botões.

Há diversos itens que podem ser encontrados pelo cenário e que uma vez equipados em uma arma, aumentam bastante seu potencial destrutivo, duplicam o número de almas deixadas pelos inimigos mortos, ou fazem com que as armas evoluam mais rapidamente. Conforme as armas sobem de nível, habilidades novas podem ser compradas para elas.

War também possui a habilidade de assumir a “Chaos Form” onde se transforma em um demônio gigantesco de labaredas e possui um poder destrutivo incomensurável. A transformação dura pouco tempo, mas na maior parte das vezes, é mais que o suficiente para limpar a tela de todos os oponentes e chutar a bunda dos chefes.

Falando em chefes, os combates contra os mesmos são bastante interessantes. Todos os chefes são imensos e poderosos e podem acabar com você com facilidade. No entanto, todos possuem um padrão de ataque simples de ser aprendido e uma vez que o jogador sabe quais os momentos de maior vulnerabilidade dos chefes, a batalha está praticamente vencida.

Os cenários são bastante grandes, mas não são difíceis de navegar. Um mapa pode ser consultado a qualquer momento e ele indica exatamente o ponto para onde é preciso seguir, além de deixar claro qual o melhor caminho para se chegar até ele.

O grande problema é resolver os puzzles do caminho.

Darksiders possui um enorme índice de “pra onde diabos eu vou agora”? De fato, este é um dos games para o qual Walkthroughs foram inventados.

Em diversos trechos, é preciso explodir uma parede, ou virar uma alavanca ou fazer qualquer coisa deste tipo para se abrir caminho. Na maioria das vezes é claro o que deve ser feito, mas não COMO se chegar à solução.

Por exemplo, há um local onde War tem de derrubar uma parede de pedra, para isso é preciso arremessar uma bomba nela e usar o Shuriken Bumerangue em uma fonte de fogo para causar a ignição da bomba. O problema é que não há nenhuma fonte de fogo visível e é preciso se dar uma volta enorme no cenário (as vezes, através de caminhos ocultos) para se chegar a um ponto onde é possível criar o tão necessário fogo..

É bastante simples abrir caminho na maioria das vezes, mas estes trechos específicos podem ser um pouco frustrantes. Não é raro perder bons dez minutos em um único lugar, e ser preciso consultar a internet para saber o que fazer em seguida.

Apesar disso, Darksiders não é um game irritante, do tipo que desligamos fumegando de ódio após frustradas horas de tentativa e erro. A maior parte do tempo, o game acerta em fazer aquilo a que se propõe, e suas falhas não causam grandes ou permanentes prejuízos.


Darksiders não é um game perfeito, mas é bem feito e divertido. O que o diferencia da norma é o sentimento nostálgico que ele é capaz de causar.


Muitas pessoas estão comparando sua jogabilidade com Legend of Zelda: Ocarina of Time. Não posso falar disso especificamente, pois nunca joguei este game (é um pecado, eu sei)mas concordo que Darksiders parece um título que se sentiria mais a vontade se tivesse sido lançado na época do auge do PsOne e Nintendo 64.

O estilo do game é muito reminiscente dos títulos desta época, com seus cenários que deviam ser explorado de forma minuciosa, toneladas de itens, equipamentos e Power ups. Mesmo suas falhas se assemelham a um game daquela geração.

Isso não é nem de longe um defeito. Darksiders traz boas lembranças a qualquer um que tenha passado suas tardes com estes dois consoles, uma época em que os games 3D estavam em sua infância e nem em nossos maiores sonhos se tornariam o mercado grandioso que temos na atualidade.

Como game de aventura e ferramenta nostálgica, Darksiders tem minha total aprovação.

Cheers!!!

22 comentários:

Godiles disse...

proxima review de psp please?

\o

ai man...responde minhas perguntas na comu no topico Pergunte ao Amer x_x

;*

Avalanche(Lance) disse...

Ohh Amer, eu vi o povo reclamando muito da jogabilidade do game e tal.

Satoshi disse...

Gostei do review.


Amer, já jogou Disgaea? Um amigo meu me emprestou o PS2 nas férias (não, não tenho videogame, e daí? Só por eu não ter tido infância não me torna estuprável pelo belo ursinho Fritz) e nossa, que jogo foda!

Seria legal um review seu dele.

Amer H disse...

A jogabilidade é boa, confie no Amer.

Review de Disgaea... talvez um dia.

PSP... tudo bem, mas não no próximo.

Cosmão disse...

Comprei ele semana passada e to gostando, mas achei os gráficos bem PS2. Muito tearing na tela, muito pop-up e essas coisas de fresco, eu sei.
Mas o jogo é legal e tem realmentem muita tralha pra se juntar (adoro juntar tralhas em games).
Achei que fosse baseado numa história em quadrinhos, mas me enganei.

Amer H. disse...

Reavaliei rapidamente o jogo e achei que merecia um acréscimo na nota.

Suiço disse...

Mas um jogão que está na minha lista de espera, e Amer porque nunca fizeste uma Review De Halo?

Lhama Films disse...

amer, faça um review do Steam Bot chronicles, e me diz pq a sony é filha da puta de lançar a sua continuação no ps3 =(?

evil monkey disse...

bem, já que todos estão pedindo por reviews eu acho que eu vou pedir também.

Chrono Cross!

sem pressa, sem pressa...

bom review, volto quando eu tiver algo relevante a dizer.

Zé Abrão disse...

obrigado pelo review Amer! Gostei muito do jogo e fiquei com uma opinião de que o jogo é bem uma mistura de God of War e Legend of Zelda mesmo, mas pra mim, foi uma ótima mistura.

▬ Riki-Oh disse...

Falaram que você tem armas, o que lembra Devil May Cry...

...God Of War, Zelda, Devil May Cry.

...É, a mistura "Zelda May War" parecer ter dado certo.
Aliás, obrigado por ter atendido meu pedido de review cara. o/

E... Já jogou The Club?

Victor Ratier Rodrigues disse...

Darksiders parece ser bem legal mesmo, o que me deixa mais e mais frustrado por ainda não ter um console da atual geração.

Aliás, ótimo review.

E... aproveitando que todo mundo pede reviews aqui, que tal um de algum RPG, como Xenogears ou Suikoden II por exemplo? Notei que apesar de você ter mencionado ótimos games do gênero, reviews de RPGs ainda são meio... escassos, no blog.

E Disgaea é bem legal, apesar de ser um game ENORME se for fazer tudo o que há de opcional.

PS: Tem como jogar Shenmue sem arranjar um DC? Desde aquele review eu fiquei com água na boca, mas não sei nem se tem como emular.

Thyago disse...

Rapaz, pior época pro meu 360 dar 3RL, certeza.

Paulo_HT disse...

eu lembro que vi um video desse jogo e achei foda, mas eu nao lembrava do nome e achava que esse e dante's inferno eram o mesmo jogo :p

Amer, já jogou Rogue Galaxy? foi o último RPG bom que saiu pra ps2 (acho que foi lançado depois de Odin Sphere). eu tava jogando ultimamente e fiquei 3 dias sem sair de casa por causa dele o.o

Zé Abrão disse...

ei Amer, você fará mais reviews de Resident Evil?

Amer H. disse...

Já joguei Rogue Galaxy, mas não gostei muito. Talvez porque eu tenha esperado demais do título, sei lá, acho que preciso jogar de novo.

Pretendo fazer review dos outros três games da série Resident Evil que joguei, o que não inclui nenhuma das versões exclusivas de consoles Nintendo.

Só pra deixar claro.

Doofie disse...

Aparentemente, Amer tem alguma coisa contra consoles atuais da Nintendo.

Sinto isso.

Márcia e André disse...

você indica algum tutoria sobre darksiders, pois estou numa parte q n consigo sair. valeu

darcio disse...

vc falou tudo que se pode falar desse jogo!eu até lembrei da parte da parede de pedra e da bomba inerte e tambem das varias vezes q eu procurei ajuda na net pra passar de algumas partes,como na hora de matar as aranhas,eu me perdi e nun sabia encontrar a 4ª aranha.
muito bom

MENINO disse...

Puta merda, esse é possivelmente o melhor blog de games que eu tenho lido atualmente. Desculpe por nunca comentar, farei com mais frequência.

E pô, nunca jogou Ocarina of Time?!?! Jogue pra hoje, e poste aqui o que achou.....

E como sei que você é amigão do Fabão, fala praquele preguiçoso atualizar o Gamerlifestyle.

Parabens pelos seus trampos cara, conheci um pouco do seu trabalho pela Old Gamer, e virei seu fã.

Gabriel // zGABRIELz disse...

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Unknown disse...

Eu sinto um tesão pelo master chief da franquia halo