quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Crítica do Amer: Final Fight


Eu adoro beat'em ups, você adora beat'em ups, o Papa adora beat'em ups, todos adoram beat'em ups!

E 19 anos atrás não era diferente!

Haviam toneladas de beat'em ups nos arcades. Desde games originais como Crime Fighters e Double Dragon até produtos licensiados como Tartarugas Ninjas e X-Men. Haviam filas e mais filas de guris desocupados nos fliperamas aguardando sua chance de colocar uma ficha na máquina e ver até onde chegaria com ela.

Sinceramente, poucos tipos de game conseguem ser tão satisfatórios quanto um beat'em up. Você escolhe um personagem, começa o jogo e abre uma lata de chutamento de bundas em todo mundo que cruzar seu caminho.

Final Fight não foi o primeiro game no estilo, mas foi aquele que refinou todo o gênero.

Antes dele, haviam poucas diferenças entre os personagens selecionáveis pelo jogador e os controles as vezes eram mais complicados do que o necessário.

Lembra Double Dragon II? Onde o mesmo botão de ataque podia ser soco ou chute, dependendo de para qual lado da tela seu personagem estava virado? Lembra de quantas vidas você perdeu até se acostumar com isso?

Pois é...

Final Fight simplificou tudo e acrescentou muitas novidades que se tornaram padrão para os beat'em ups.

Vamos por partes então.


A história acontece em Metro City, uma cidade tão inacreditavelmente corrupta que parece ter apenas quatro cidadãos honestos.


Um novo prefeito acabou de ser eleito para limpar a cidade: Mike Haggar, ex-lutador de luta livre peso pesado.

Digam o que quiserem, mas uma cidade que elege um ex-lutador de luta livre sem dúvida é um ótimo lugar para se viver! Quando elegerem Michel Serdan prefeito, eu vou falar a mesma coisa de São Paulo!

Enfim, Haggar foi eleito é tão honesto quanto um pato e promete por fim ao crime da cidade.
A Mad Gear, gangue local que recruta os sujeitos mais burlescos que consegue, seqüestra Jessica, a filha de Haggar, para chantageá-lo e continuarem controlando a cidade.

GRANDE erro.

Não se seqüestra a filha de um ex-lutador de luta livre! De fato, não se faz nada que possa irritar um lutador de luta-livre, pois as conseqüências são desastrosas para todos os envolvidos!

Pra provar que honra seu bigodão, Haggar chama dois camaradas: Cody, lutador de rua e namorado de Jessica e Guy, ninja urbano sonolento. Juntos, os três saem por Metro City espancando meliantes como se não houvesse amanhã!

Nossos heróis atravessam bairros decrépitos, o metrô, bares, indústrias, uma parte de Metro City com vista pra Estátua da Liberdade (o que mostra que a cidade ficava pertinho de Nova York) e um condomínio fechado habitado unicamente de pilantras mequetrefes.

No caminho, eles enfiavam porrada em caras normais, patifes semelhantes aos heróis de Forgotten Worlds, travestis, latinhos arremessadores de facas, gordões com sapatinho de Robin, fãs de Guns n' Roses e sósias de André o Gigante.

E claro, davam uma paradinha de vez em quando para comer um belo churrascão encontrado no lixo. Isso que é vida!


A jogabilidade de Final Fight é extremamente simples: um botão para atacar, um para pular e apertando os dois juntos, seu personagem usa um golpe especial que acrta todos à sua volta, mas que consome energia.


Em outras palavras, quando os inimigos te cercam aqui, na maioria das vezes não é o fim do mundo, diferente de Double Dragon.

E como eu disse antes, Final Fight iniciou o padrão de criar personagens com características diferentes.

Cody é o equilibrado, com boa força e velocidade e o único capaz de usar as facas sem arremessá-las. Tal equilíbrio e versatilidade o tornou o personagem favorito da maioria dos jogadores.

Haggar é o pesadão lento, seus golpes podem reduzir os oponentes a purê em segundos, mas ele é o mais lento e assim sendo, o alvo mais fácil. Ele também é o único que pode saltar com os inimigos e usar um pilão, esmagando a cabeça de seus inimigos com sua bunda de cento e cinquenta quilos e fazendo com que a cara deles fique com o cheiro do seu saco no processo! E isso compensa qualquer problema de lentidão.

Por fim, temos Guy, que é o mais fraco, mas é também o mais veloz e o único capaz de tomar impulso na parede e voltar com uma voadora contra os inimigos.

Nenhum personagem é melhor que o outro e se você for como eu, deve ficar variando entre eles pra evitar que o game se torne cansativo. Mas mesmo que resolva jogar com um único lutador, terá diversão praticamente infinita pelas mãos.


Um dos poucos problemas existentes em Final Fight é sua dificuldade que em alguns momentos pode ser extremamente brutal.


Em dados momentos, você se verá cercado por toneladas de inimigos e nem mesmo o ataque especial poderá livrar sua barra. Quando dois Andorés, uma Poison e dois El Gados estiverem concentrados em transformar seu herói em sarapatel, não haverá muito que se possa fazer para evitar.

Os chefes também podem encher muito o saco. Rolento e Abigail por exemplo, podem minar sua energia em poucos segundos se você abrir a guarda, o que com certeza VAI acontecer, pois na maioria das vezes, o chefe vem acompanhado de um bando e capangas que vão atrapalhar um bocado seu desempenho.

Claro, tais problemas são esperados. Final Fight foi desenvolvido como um game para fliperamas e como tal, tinha a obrigação de ser difícil feito a peste para arrancar o máximo possível de moedas dos jogadores.

E funcionava.

Isso não é um problema nos dias de hoje, com os emuladores e coletâneas da Capcom que nos dão quantos créditos precisarmos para terminar o game, mas na época que jogávamos nos fliperamas, o dinheiro que gastavamos para chegar até a última fase devia ser o equivalente ao PIB da Jamaica.


Sinceramente, eu não tenho muito mais o que falar. Final Fight é um clássico atemporal e todo mundo que curte video games deveria jogá-lo pelo menos uma vez na vida.


Poucas coisas na vida são mais divertidas que socar um samurai em um ringue de luta-livre ou amassar a cara das pessoas com a bunda de um prefeito peso-pesado e bigodudo.

Se você não tem uma máquina deste game no seu quarto, pode encontrá-lo em Capcom Classics Collection Volume 1 para Ps2 e o Xbox original, ou em Capcom Classics Collection Remixed para o PSP.

Claro, você pode se divertir com as versões de Super Nintendo, Game Boy Advance e Sega CD também, que apesar de não serem idênticas a do arcade (a de Super Nintendo especialmente) também são extremamente divertidas.

E é muito bom jogar com Cody sem que ele esteja vestindo um pijama de presidiário.

Jesus, quando foi que isso pareceu uma boa idéia?

Cheers!!!

11 comentários:

Amer H. disse...

Você merece uma surra de pau.

Bruno disse...

É que eu nasci em 95, comecei a jogar games em 2000, ou por aí.

Compreenda.

David disse...

Putz, esse game é muito muito muito bom!!!
Com certeza redefiniu o estilo e eu jogo até hoje sem me cansar.
E Amer, que bosta foi aquela que fizeram com o Cody?Quem teve esse idéia brilhante??
abraço

Sergio disse...

eu me lembro qeu eu tinha a versão SNES

jogava horas e horas.

Thyago disse...

Classuuuuuuuuuuuuuudo, mas só joguei nos emuladores ele.
Dificilmente eu via este game nos fliperamas daqui de fortaleza, e quando via, como era moleque, sempre estava sem dinheiro.
Daí, peguei pro emulador mesmo, é legal demais bater em gente enquanto anda pela cidade :D

O que era mais da minha infância mesmo, graças ao Mega Drive do meu amigo, era Streets of Rage, se lembra deste Amer?

Amer H. disse...

Claro que lembro!

Streets of Rage II entrou na minha lista de melhores games do Mega Drive.

BAH disse...

Possivelmente um dos jogos que mais joguei, mas agora, depois de Arcades, Super Nes, Callus e PSP, não aguento mais Final Fight.

Dúvida: Qual arcade veio primeiro? FF ou TMNT?

lance disse...

A quest~~ao é:

COmo o Cody foi pres o se ele é o namorado da filha do prefeito?

lance disse...

pq nunca fizeram um editor de beat ups no estilo do mugen?

Nanda disse...

"É que eu nasci em 95, comecei a jogar games em 2000, ou por aí."

Céus.. Me sinto idosa! ahhahahahahahahaa!!!

Pra mim, o clássico desses jogos é o Streets of Rage! Muuuuito nostalgia!!

Beijo pra vc!

Alexandre Arthur disse...

kraca, me senti velho agora tb, mas ouvi dizer q a versão do gba permite ao jogador usar as versões street fighter alpha do guy e do cody(este no caso, com roupa de presidiário), mas joguei muito final fight na minha infância, vlw pelo excelente review.

ah, e respondendo ao lance, existe sim uma engine de criação de beat'em ups e se chama beats of rage