E chegamos em dezembro! Mês das Festas!
Natal!
Hanucá!
Chocotone!
Dia do “Querida, vamos fazer sem camisinha hoje?” e “Não,
foi isso que causou meus dois últimos abortos.”
E que melhor maneira de passar este mês do que falando de
coi... Eu já faço isso há dez anos, porque estou introduzindo o conceito deste
mês pra vocês?
OK, VAMOS FALAR DE COISAS FESTIVAS!!!
A COMEÇAR POR BRINQUEDOS!!!
PORQUE DEZEMBRO É UMA EXCELENTE DESCULPA PARA UM HOMEM DE 40
ANOS PASSAR HORAS ESCREVENDO SOBRE OS BRINQUEDOS QUE NÃO TEVE!!!
Agora, se vocês se leram de meu artigo anterior sobre Péssimos brinquedos dos Tartarugas, devem lembrar do trágico rumo que a vida de
April O’Neil tomou. Ela sofreu violência sexual no trabalho, perdeu o emprego
no Canal 6, foi forçada a entrar na prostituição, e acabou numa penitenciária feminina
após matar duas damas da noite com a qual disputava território.
Como a cereja do bolo, sua melhor amiga Irma e seu
namorado Casey Jones, iniciaram um caso enquanto ela estava atrás das grades.
Romance que terminou de forma trágica, quando em uma crise de ciúmes, a
ex-melhor amiga de April matou o Chadão mascarado e ateou fogo ao próprio
apartamento, perdendo a própria vida no processo.
E como a Nutella na cereja do bolo, April descobriu que as Meninas-Super Poderosas espancaram Raphael até a morte, após um mal entendido de exibicionismo.
Vingança era tudo que restava na mente de April neste momento.
Sério, eu só crio roteiros dignos de Emmy com meus
brinquedos.
Agora, dois anos depois, os tartarugas tem de lidar com o
trauma das perdas, cada um a sua maneira...
Michelangelo DJ das estrelas
Mike sempre foi o mais artístico
dentre seus irmãos... E por “artístico”, entenda-se: Vagabundo que quer ter
fama, fortuna e adulação fazendo mínimo possível de esforço.
Sendo ele nova iorquino e
branco... Verde... Mike decidiu que o melhor caminho para o sucesso era se
tornar DJ, girar discos em festas de celebridades e berrar “MACAROOOOOON” em um
microfone, enquanto finge que tem alguma aptidão musical, e os convidados fingem
que aquilo que ele fazia era música e não estupro auditivo.
Deu certo pro Jaguar Skills.
Assim, ele comprou todo o
equipamento necessário (rapelando o fundo de garantia do Splinter, claro) e iniciou
sua carreira musical. Após um começo difícil, onde tocou apenas em festas
povoadas por brinquedos cristãos e/ou piratas, e a humilhante rave dos S.O.S
Comandos, que foi frequentada apenas por outras linhas de brinquedos esquecidas
dos anos 1980, Mike acertou na loteria, ao ser convidado para trabalhar na
despedida de solteiro do Luke Skywalker.
E lá foi ele, tocar no playset da
balsa do Jabba, e todos os bonecos mais pimpões do mundo estavam no local:
He-Man, Duke dos G. Joe, Bumblebee, que hoje é astro de cinema... E a stripper
convidada era a Draculaura, que precisava de alguma forma pagar o débito
estudantil que contraiu na Monster High.
Foi a noite que a lenda de Mike
se iniciou. A nata dos brinquedos viu seu trabalho e fez questão de guardar seu
nome. Logo ele estava tocando nas baladas mais quentes, do Castelo de
Grayskull até a Sala da Justiça. Sua conta bancária saltou, da noite para o
dia, para um número de sete dígitos e ele vivia como um rei.
Nosso herói comprou os escombros
do Tecnódromo e transformou na maior jacuzzi do mundo, que ele constantemente
dividia com a Draculaura, de quem tornou-se cliente preferencial. Não apenas
isso, ele contratou a Jem e as Hologramas como maids, que por motivos
religiosos, vestem apenas aventais enquanto limpam a casa.
Quanto ao fundo de garantia do
Splinter, Mike jogou o rato em um asilo assim que lhe foi cobrado o
empréstimo, e ele pagou um extra pros Terminators que trabalham como
enfermeiros do local enfiarem a porrada no velho sempre que ele perguntar
de seu dinheiro.
Sim, sim. A vida ia muito bem
para Mike. De tartarugo que foi deixado cair de cabeça enquanto era um ovo,
para o maior sucesso das pistas de dança da década.
Infelizmente, como a ereção do
Sílvio Santos, tudo que sobe tem de descer.
Foi em uma festa na Toca dos Gatos,
para celebrar os dezoito anos do rei Lion. Todos os brinquedos estavam
presentes, do Godzilla ao Líder Optimus, e até mesmo algumas linhas pouco
populares foram convidadas, como Galaxy Rangers e M.A.S.K. Tudo correu bem até
a meia noite, quando Mike disse que precisava usar o banheiro e deixou seu
equipamento aos cuidados do Ben 10. Passados 40 minutos, Mike ainda não retornara
a sua função, o que deixou os demais bonecos preocupados com sua
ausência.
Imediatamente, Aquaman reuniu um
grupo de busca, que saiu a procura do DJ. Para o horror de todos, ele foi
encontrado no Thundertank, inconsciente, ao lado de uma imóvel Wilykit.
Os Droids médicos de Star Wars
nada puderam fazer, pois a jovem já se encontrava sem vida. Uma overdose de
álcool e anfetaminas, dada a ela por Mike minutos antes, foi a causa da morte.
Mahoney e Tackleberry foram chamados ao local e rapidamente levaram o DJ
embora.
Nos meses que seguiram, o
julgamento de Mike tornou-se o assunto mais debatido do país. Seus irmãos o
deserdaram, jogaram todas as suas coisas fora e passaram a agir como se ele
nunca tivesse existido, o tartarugo foi julgado por um boneco do Brock Lesnar,
o que diminuiu muito suas chances de inocência, e sua única defesa ao ouvir as
acusações de sedução e homicídio de menor foi: “ELA TINHA CATORZE ANOS DESDE OS ANOS 80, CARA!”
Mike foi declarado culpado,
sentenciado a trinta anos de prisão e enviado para a penitenciária de
bonecos do quarto do Syd, onde passou a ser molestado pelo Esquadrão Marte
todas as noites.
Michelangelo foi encontrado
enforcado em sua cela, no dia 7 de dezembro de 2018.
Ele tinha 38 anos.
Leonardo apropriador cultural
Após a morte de Raph, Mike e o
confinamento de Splinter em um asilo, Leo decidiu que todo esse papo de “ninjitsu”
nada mais era do que uma fantasia adolescente que há muito havia passado de seu
prazo de validade. Como ser jornalista de games.
Assim, ele deixou tudo para trás
e decidiu que era hora de arrumar um emprego. Ter carteira assinada, uma
carreira, se organizar o suficiente para ter uma família e filhos... Agora que
o Raph estava morto, a Mona Lisa era solteira... Quem sabe?
Infelizmente, Leo tinha ainda
menos educação formal que uma aluna de Monster High... e Já vimos o fim que a
Draculaura levou. Tudo que o ex-líder dos tartarugos sabe fazer é arremessar
shurikens, fatiar robôs, ter lutas não letais com seus arqui inimigos,
permitindo que retornem na semana seguinte para ameaçar o mundo mais uma vez e
bater boca com o Raphael sobre assuntos inconsequentes, como quem tem a melhor
bunda: Shia LaBeouf ou Tom Holland. Nenhuma destas habilidades tem um uso
prático no mercado formal de trabalho, e logo nosso herói se viu no mato sem
cachorro.
Desesperado, com contas
acumulando e tomando para si a responsabilidade de sustentar a todos (incluindo
a Mona Lisa, pra quem ele agora estava pagando as parcelas de um apartamento
novo), Leo abandonou a dignidade e foi trabalhar como animador de festa
infantil.
Ao lado de Ronald McDonald, uma
Ravena sem articulações, uma Pucca sem baterias que não acendia mais os olhos e
outra dezena de brinquedos genéricos doados com o McLanche Feliz, Leonardo
conheceu a dura vida do proletariado. Acordando as cinco da manhã todos os
dias, trabalhando dez horas e recebendo uma pipoca como pagamento ao fim do
mês, Leo tornou-se amargo e depressivo. Nem mesmo o sorriso das crianças de
LEGO o animava mais, pois ele sabia que a expressão de alegria era acompanhada
de chutes no saco e deboches vindos dos pequenos malfeitores.
Em seus momentos mais sombrios, o
antigo líder dos tartarugas amaldiçoou Splinter e sua insistência em treiná-lo
e a seus irmãos para serem ninjas. Por que não os estimulou a serem advogados,
médicos, críticos de comida no YouTube ou algo de valor na sociedade? Mas não,
o ego do velho os fez serem proficientes em uma arte milenar japonesa que já
havia saído de moda há pelo menos 400 anos em seu país de origem.
E para piorar ainda mais as
coisas, Leo tornou-se o centro de uma polêmica, quando um dia, ao decidir ir já
travestido como índio para o trabalho, foi acusado de “apropriação cultural”
pela Fluttershy, que o fotografou no ônibus e estampou sua cara no Facebook. O
posto viralizou, foi compartilhado mais de 100 mil vezes, Leo foi acusado de “racismo”,
“privilégio branco”, teve sua identidade atacada pela “Associação das Barbies
Brancas que Defendem os Direitos das Minorias Étnicas Mas Que Nunca se
Envolveriam Romanticamente com um Membro das Ditas Minorias”, perdeu seu
emprego junto aos outros brinquedos e viu a vida que a tanto custo tentou
construir, se esvair por entre seus quatro dedos.
Implodido e defenestrado, Leo
voltou pra casa, onde encontrou apenas um bilhete de Donatello onde estava
escrito “foda-se essa merda, cara”. Agora, implodido, defenestrado e magoado,
nada restava a Leo, exceto encher a cara e arrumar brigas por aí. Se Splinter o
treinara para lutar... Então é o que ele faria até o fim de seus dias.
Com um desejo suicida capaz de
rivalizar com o de Mike durante as penetrações anais que lhe foram impostas na
prisão, Leo vagou por entre os bares da cidade, bebendo
álcool em gel (tudo que seus trocados lhe permitiam consumir) e descendo a
porrada em qualquer boneco que o olhasse engraçado. Kamen Rider da Glasslite,
os Super Sumôs e o Arqueiro da She-Ra foram apenas algumas de suas vítimas, enquanto o
desonrado guerreiro afundava cada vez mais no abismo.
Uma noite, enquanto procurava o
Kissyfur para lhe ensinar uma lição, nosso herói passou por uma igreja batista,
de onde ecoava uma voz angelical. Era a Mãe biônica, que cantava em glória a
Jesus. Leo adentrou a igreja e caiu em prantos, assustando os outros brinquedos
com seu cheiro de vômito, sangue e cera de ouvido. Mãe Biônica não se assustou
diante de tal visão, ela ofereceu a mão ao guerreiro e deu-lhe a chance de
recomeçar sua vida e pela primeira vez em muito tempo, o ex-líder dos
Tartarugos sentiu esperança.
Leo foi batizado na igreja e
tornou-se um cristão. Ele passou a pregar o evangelho e a palavra de Cristo. Em
um espaço de cinco anos, Leo tornou-se um dos palestrantes mais requisitados da
comunidade cristã, falando abertamente contra o terrível vício da pizza, que o
acompanhou por tantos anos. Ele se casou com a Roqueira, e com ela adotou Tokka
e Rahzar, que comeram metade da congregação na primeira chance que tiveram.
Leonardo hoje é deputado federal e apoia o porte de armas pelos cidadãos de bem.
Donatello fazendeiro de frangos
Don sempre foi o mais inteligente
e sensível de seus irmãos, e sempre aquele que consertava as cagadas dos
mesmos.
Quando Mike explodia a cozinha
porque resolvia assar uma pizza com a mochila protônica roubada da coleção dos
Caça-Fantasmas, era ele quem limpava tudo e removia os traços de radiação do
aposento.
Quando Leo iniciava um debate
sobre “honra” com o Tygra, e passava o dia ocupando o Facebook por se negar a
ceder em um debate ideológico de rede social, era ele quem desligava a internet
e bloqueava o acesso do Leo a rede do Zuckerberg para que os demais pudessem
usufruir do computador também.
Quando Raph acidentalmente
espancava um boneco da linha do Ben 10 até a morte (e sejamos francos, quem
nunca fez isso?) era ele quem encontrava o corpo, jogava na fenda do Rei Rato e
deixava que o tempo se incumbisse de eliminar todas as provas.
Não mais.
O suicídio de Mike e a morte
trágica de Raph foram as gotas de sêmen que transbordaram o copo de coleta da
clínica de fertilização artificial.
Assim, Don esperou o Leo sair
para o trabalho um dia, arrumou todos os seus pertences (que incluíam um ferro
de solda e uma Revista Sexy com uma ex-BBB que ele nem lembrava mais quem era)
e foi-se embora dos esgotos, para nunca mais voltar.
Com os dois dinheiros do Banco Imobiliário
que tinha no bolso, Don comprou uma passagem de avião (daqueles aviões de
brinquedo genéricos que criança ganha em aeroporto) e afastou-se de Nova Iorque
para sempre. Seu destino: Alabama.
Ao chegar à faixa rural dos EUA,
o mais intelectual dos Tortugas buscou emprego. Logo, ele descobriu que a
fazenda do Bob precisava de ajuda.
Sim, o Bob.
O assistente do Coringa no Batman do Tim Burton.
E este boneco agora precisava de
ajuda para com sua fazenda de frangos de LEGO. Bob aprendeu a duras penas
(trocadilho involuntário) que não podia deixar frangos sob os cuidados dos
Playmobils... Aqueles malditos Playmobils e suas mãos sem dedos, que vinham pro
seu país roubar suas mulheres...
Apesar de não concordar muito com
as políticas de seu novo patrão, Don aceitou o emprego. Com seu intelecto
superior, ele reprogramou todos os robôs Brainiac da coleção Super Powers que
encontrou, além do Roboto, o amigo cibernético do He-Man e os colocou para
trabalhar. Como os robôs não precisavam dormir ou comer, a produtividade da
fazenda aumentou em 200%. Bob não cabia em si de tanta felicidade e promoveu
Don a seu braço direito.
Tudo correu muito bem por alguns
meses, até que um dia, Bob percebeu um grupo de manifestantes na entrada de sua
fazenda. Era um grupo liderado pelo Data, da coleção de Star trek, acompanhado
por C3P-0, R2-D2, os Cylons, um Dalek, o Eva-01 e um Gundam, todos carregando
cartazes em oposição a escravidão robótica.
Bob, sulista que só ele, sacou
uma espingarda, gritou “SAIA DA MINHA POPREDADE, SEU CRIOULO DAS MECÂNICAS” e
meteu um tiro no bucho de Data... Que nada sofreu, pois era um androide
construído para aguentar até explosões nucleares. Uma espingarda de lixo branco
nada poderia contra ele.
Data apenas declarou que voltaria
no dia seguinte, com repórteres, e que a maldade de Bob logo teria fim. Naquela
noite, Bob e Don discutiram o que deveriam fazer e o tartarugo convenceu o velho
gangster que o melhor seria que eles falassem com os repórteres e dessem sua
versão da história. Se fossem honestos, os brinquedos da América logo os
entenderiam e lhes dariam razão. Relutantemente, Bob concordou.
Data cumpriu sua promessa e no
dia seguinte, havia um batalhão de bonecas de pano genéricas com caixas de
sapato fazendo as vezes de câmeras no local: Era a imprensa, que como um bando
de abutres sobrevoando uma carcaça recém abandonada, não abandonaria a oportunidade
de reportar um furo.
Bob, nervoso, fez menção de falar
aos microfones, mas foi impedido por Don, que tomou a dianteira e decidiu falar
em seu lugar. As câmeras apontadas para seu rosto, Data e demais robôs o
julgando, Don logo começou a falar... E declarou que a ideia de escravizar os
robôs foi toda de Bob, que ele tentou impedi-lo sabendo que era imoral, mas Bob
ameaçou matá-lo e estuprá-lo se o fizesse e que como não tinha outro lugar para
ir, teve de aceitar as condições impostas por seu algoz. Ele caiu de joelhos e
implorou o perdão de todos... Foi quando Bob gritou: “SEU MARCIANO TRAIDEIRO DE
UMA FIGA”, sacou sua espingarda, apontou-a para a cabeça de Don... Mas foi
prontamente alvejado por Buzz e Woody, que estavam fazendo a segurança do local
e o cravaram de balas e lasers, em plena rede nacional.
Com o mundo o assistindo, Don
revela que havia um documento que o colocaria como dono da fazenda caso algo
acontecesse a Bob (ele só não contou que havia forjado tal documento na noite
anterior, minutos após a conversa que teve com seu antigo patrão), e que agora
que tudo alí lhe pertencia, ele libertaria os robôs e em serviço de reparação
histórica, lhes pagaria tudo que devia em dinheiro atrasado.
Donatello foi enaltecido como um
abolicionista, brinquedo do ano, o bilionário que se fez sozinho e lutava pelas
minorias robóticas.
Ele também manteve sua promessa.
Reprogramou todos os seus empregados para que tivessem livre arbítrio, lhes
pagou reparações e lhes deu um salário, até contratou mega Man e Roll como
capatazes, para mostrar o quanto se importava com a causa robótica.
De fato, ele transformou Mega Man
em seu braço direito e Assessor de Imprensa, trabalho que o mantinha
constantemente ocupado, representando a Fazenda do Donnie, como um lugar onde
robôs eram tratados com tanta dignidade quanto qualquer outro brinquedo.
Rico, bem sucedido e amado por
todos, Donatello se aposentou e passou a usar sua vasta fortuna para o avanço
das pesquisas científicas. Ele passava muito tempo em sua fazenda, curtindo os
prazeres simples do campo.
Uma existência pacífica, mas que
as vezes se tornava solitária.
Felizmente, Roll nunca saia em
viagem... E sabia ficar de bico calado...
Harvey Weinstein Mutagênico
Ok, você tem uma linha de
brinquedos que envolve criaturas mutantes. E não “mutantes” no sentido dos
X-Men, onde são pessoas lindas com poderes sensuais, falo de híbridos entre
humanos e animais, grotescos, nojentos, imundos e repulsivos. Você é o
responsável por criar novas figuras para essa linha e pode fazer O PERSONAGEM
QUE QUISER PARA ELA, O CÉU É O LIMITE!
E você faz um lutador de Sumô.
Daí vemos quão limitada é sua
imaginação.
E os poderes desse boneco eram
suas tatuagens... Adesivos autocolantes, que podiam ser coladas em qualquer
parte de seu corpo e que de acordo com sua ficha de personagem, lhe daria
poderes.
Sim, é estúpido.
Idiota também.
Assim, na nossa brincadeira ele
não será um mero lutador de sumô. Ele será um empresário... Corrupto... Que
veio para Nova York agora que os Tartarugas não mais estão, para dominar a
cidade e espalhar a imundície nela!
Este boneco é... Harvey
Weinstein!!!
Você sabe, AQUELE CARA LÁ de
Hollywood.
Isso, o que fez todos os
predadores sexuais de Hollywood fingirem que eram contra o abuso sexual.
Então, com os tartarugos fora de
seu caminho, Weinstein pôde finalmente estabelecer seu reinado de terror na cidade!
Logo, todos na cidade o temeriam e o obedeceriam, e a Pinky Pie e a Princesa
Cintilante estariam lambendo suas micoses de unha para lhe trazer prazer
erótico!
E como ele conseguiria isso?
Através da indústria musical, claro! Mais precisamente, empresariando...
Claro que uma baleia repelente
como Harvey Weinstein, em um ímpeto de nepotismo, daria uma carreira a dois
porcos obesos iguais a ele. E assim ele o fez.
Mas não dois gordos genéricos,
pois isso seria absurdo. Ele procurou as duas tartarugas mais porcas,
grotescas, com mais dobras de gordura, que faziam barulho de peido a cada
passo, e foram elas que ele transformou em ídalas da música.
Ora, deu certo com o Psy.
E para completar a caracterização
dos dois gordos, Weinstein ordenou que usassem bandanas coloridas, para
capitalizar na fama dos tartarugas ninja e preencherem o vácuo que a partida
dos mesmos deixou em Nova York.
Assim eles o fizeram. Logo, Milly
e Chantilly estavam fazendo cinco shows por noite na cidade, cantando todos os
sucessos do especial We Wish You a Turtle Christmas.
O ano inteiro, até no meio do
verão.
A canção fora de época não
importava para a audiência, que dançava freneticamente em todos os shows,
comprava os álbuns, esperava por horas nas filas na esperança de conseguir um
autógrafo de seus músicos favoritos e via neles uma história de superação. Se
dois porcos oleosos como esses podiam ter sucesso na vida, qualquer pessoa com
um índice de gordura corporal normal também poderia.
Logo, Milly e Chantilly viajavam
pela América, contando sua história para as crianças, se posicionando contra o
bullying e ensinando que o crime não compensava. Eles estavam nas paradas de
sucesso e eram exemplos, diariamente entrevistados no programa da Barbie, ao
lado dos bonecos do Supla e do Bruce Wayne.
Um dia, ao chegarem a sede de sua
gravadora, eles se depararam com Harvey Weinsein, apenas de sunga... Hmmmm...
Bom, ele só andava de sunga... Digo, com essa sunga que lutadores de sumô
vestem.
Como chama?
...
MAWASHI! ISSO! Obrigado, Cody.
Cody é meu gato caçula.
Enfim, lá estava Weinsten, de
Mawashi... O que não era surpresa. A surpresa é que ele estava montado em uma
pelúcia do Odie inconsciente.
ESDRÚXULO!!! GROTESCO!!! INACEITÁVEL!!!
Tomados pela fúria cachorral, Milly e Chantilly agarraram seu ex-benfeitor e o
arremessaram contra a janela.
Que não se quebrou.
Os dois olharam um para o outro
com cara de “não era isso que eu achei que ia acontecer”, e agarraram Harvey
Weinstein novamente, o arremessando contra o vidro, que desta vez cedeu, uma
segunda vez.
A queda de doze centímetros parecia
ter 40 quilômetros, e por todo trajeto o vilão gritou: “NÃO ME ARREPENDO DE
NAAAAADAAAAAAAAA...” Até que caiu em um transporte dos G.I Joe.
São e salvo, Harvey se
levantou... Foi quando percebeu que havia caido sobre a espada de Snake Eyes,
que agora trespassava seu coração. Ele olhou para a câmera e disse: “Uau, que
noite cheia de reviravoltas... Parece filme do Rian Johnson...”
E tombou, finalmente morto.
Milly e Chantilly resgataram o
pobre Odie, que parecia nem ter percebido que estava sofrendo abuso de um
gordo. Nada incomum aí, o Odie é tão inteligente quando um saco de estopa cheio
de lepra.
Horrorizados com a atitude de seu
ex-chefe, Milly e Chantilly juraram a si mesmos que iniciariam uma cruzada pela
inocência e contra o abuso sexual de pelúcias, o movimento se chamaria MeThree,
com direito a hashtag e tudo.
Infelizmente, antes de iniciarem
o movimento, a imprensa descobriu que todas as músicas que eles cantavam vinham
do especial de natal live action dos tartarugas... MILLY E CHANTILLY FORAM
DESMASCARADOS COMO FRAUDES.
Quando indagados sobre isso, eles
simplesmente responderam: “Sim, são as músicas do especial de natal...
anunciávamos isso no começo de cada show. Vocês são retardados que só
perceberam agora?”
Mas a defesa dos dois músicos não
foi suficiente para aplacar a fúria do público, que agora questionava se eles
sequer eram tartarugas de verdade.
E não eram.
Eram apenas Battletoads com
problema na glândula pituitária.
April Shogun da Prisão
É... April teve uma dezena de
bonecas dentro da coleção clássica dos tartarugas.
Meninos brincavam com bonecas de
personagens femininas sem nenhum problema entre os anos 1980 e 1990.
Foi então que AS FABRICANTES
DESTES BRINQUEDOS decidiram cortar as personagens femininas das coleções de
meninos, como a Mattel fez com a Toph e a Katara na série de avatar.
Depois, as mesmas corporações
começaram com discursos sobre “masculinidade tóxica” e “gênero é construção
social” e “menino brinca de boneca SIM”, quando eles próprios passaram anos privando os meninos de terem a chance de brincar com suas heroínas.
Os garotos da minha geração não
tinham problemas em brincar com as personagens femininas das nossas coleções
favoritas. Brincávamos com She-Ra, com a
April, com a Scarlet e a Lady J, e eu era obcecado em conseguir uma figura da
Arcee pra minha coleção de Transformers (P.S: Missão Cumprida).
Garotos que como eu, não tiveram a chance de ter uma Pumaera, WilyKit, Baronesa, Zarana e tantas outras, porque as mesmas não foram lançadas ou chegaram às lojas em quantidades extremamente limitadas, são hoje rotulados como "Monstros sexistas de masculinidade frágil", por não terem brincado com bonecas na infância. Bonecas que queríamos, mas por esforço das próprias empresas, não podíamos ter.
Percebe como se cria uma narrativa?
MAS FALEMOS DA APRIL!!! Da última
vez que a vimos, sua vida havia dado uma guinada absurda, e ela se tornara a
rainha do presídio das bonecas, lugar que ela governava com punho de ferro. De
fato, todas as presas pediam sua benção para resolverem disputas pessoais, como
na semana passada, quando a boneca da Princesa Celéstia pediu sua autorização
para matar a Blackarachnia no chuveiro, pois já estava cansada de suas piadas envolvendo os pôneis e a Monica Mattos.
April consentiu, sabendo que uma
égua mágica não teria muita chance contra uma Transformer de Transmetal-2, o que a livraria de sua rival equina, e de quebra deixaria as fêmeas Decepticons em
seu débito.
Sim, tudo corria muito bem para
April. Ela tinha Toadettes cozinhando suas refeições, bonecas repolhinho
lavando sua roupa, e Ursinhas Carinhosas limpando sua cela diariamente. E a
rotina dura da prisão a obrigou a se disciplinar, não mais uma selvagem que
apenas furava os olhos das inimigas em ímpetos de fúria, April treinou duro e tornou-se uma
combatente capaz de derrubar o Destruidor em dois movimentos... O que não era
difícil, porque o Oroku Saki dessa linha de brinquedos era baseado no
imprestável com voz de tio Phil do desenho clássico... Mesmo assim, era
algo para se gabar.
Mas April ainda trazia um peso em
seu coração: A morte de Raphael. Ela nunca contara aos demais, mas o tartarugo
irritadinho sempre foi seu favorito. Ela adorava como ele manifestava um ódio
digno de Facebook numa era onde as redes sociais sequer existiam, e mais de uma
vez, esse ódio se diluíra em champanhe... E na banheira de seu apartamento.
Só que as Meninas Super Poderosas
lhe tiraram Raphael... E Irma lhe tirou Casey. Tendo perdido os dois únicos
homens... Hãããã, o único homem e o único mutante que já amara, April não tinha
mais interesse no mundo lá fora... Apenas na vingança...
Usando dos inúmeros contatos que
acumulou em seu tempo de prisão, April contratou os piores criminosos que o
dinheiro lhe permitia comprar.
“Piores” no sentido de “maus”, “perversos”,
“vis”, “biltres”, “gatos polares”... Não no sentido de “serem uma bosta”. Isso
seria muito pouco produtivo.
Eram eles: Doutor Escaravelho,
João Bafo de Onça, Scar, Blitzwing, um daqueles vilões excessivamente
detalhados da MacFarlane Toys, um robô mexicano de camelô, o Esqueleto com
armadura removível mas que perdeu a espada... E o mais temível dos vilões... O
BONECO DO FOFÃO!!!
April foi clara: Ela desejava a
cabeça das Meninas Super Poderosas enfiadas no trato intestinal uma da outra,
para que assim formassem uma Centopéia Humana Kawaii. A imperatriz presidiária
deu suas ordens, então recolheu-se em sua cela, onde aguardaria até a missão ser
cumprida.
Enquanto esperava, April colocou vinho em uma taça e então requisitou a
presença da Princesa Peach. Quando esta chegou, April removeu as calcinhas e
disse: “Ouvi falar que você faz uma excelente imitação de esquilo lambendo
creme de leite de uma colher... Por que não me mostra?”
Sem escolha, a ex-regente do
Reino dos Cogumelos pôs-se de joelhos e satisfez o desejo de April, sabendo muito
bem que não fazê-lo representaria uma surra... Ou pior.
Provando de seu vinho e sendo
servida por uma monarca deposta, April ligou sua TV na GloboNews, para ver se o
embate de suas forças com as Meninas Super Poderosas apareceriam no jornal das
onze.
De fato... Apareceu, mas não da
forma que ela aguardava.
Seus homens estavam mortos, todos
enfiados no estômago do Fofão, em uma versão macabra da boneca Ganha Nenê, e os
repórteres que estavam no local, liam ao vivo a mensagem escrita na calçada em sangue pelas semideusas mirins, e que dizia: “Vai ter de fazer melhor que isso,
vagabunda!”
O sangue de April ferveu, em um
grito primal, ela agarrou Peach pelo cabelo, estilhaçou sua taça com a
mão e enfiou os cacos goela abaixo da loirinha, que chorou em agonia,
mas nada pôde fazer, até que um jato de bile e sangue subiu pela sua garganta e
atingiu April no abdômen, marcando assim o triste fim da antiga namorada do
Mario.
Com lágrimas nos olhos e rangendo
os dentes com tanta força que suas gengivas sangraram, o ódio de April não
conhecia limites... As Meninas Super Poderosas tinham de morrer... Nem que
fosse a última coisa que ela fizesse na vida...
Mas ano que vem.
Acho que vocês já tiveram
histórias grotescas com brinquedos velhos suficientes para este ano.
Nos vemos em breve.
Smurfbot-Dog!
Cheers!!!
11 comentários:
Excelente matéria Amer, você devia levar esse texto como roteiro para o Quentin Tarantino ou Spike Lee, seria Blockbuster do verão na certa.
Quem precissa ir ao SpiritFanfic pra ler história alternativa sem graça quando temos o Américo para nós entreter com seus roteiros que fariam cineastas do Leste europeu se contorcendo em acessos de inveja, fúria e ódio de tamanho força que faria com a entropia os fezesem regredia a forma de um feto de terceiro trimestre, em?
Muito bom Amerindo!
Vendo as imagens, fizeram um Village People das Tartarugas?
Só por curiosidade, teve alguma figure do Casey Jones que se encaixa nessa lista, Hammer?
Isso sim é uma história decente !!!
Sempre sensacional!!! 👏🏽👏🏽👏🏽👏🏽👏🏽
Eeeeeitasaa
https://archive.org/details/LinhaTorta04CulturaPopEPoltica
Você ainda esta procurando por algum lugar para hospedar podcasts? Cabe bastante, parece gratuito... Só não parece muito popular ou com espaço para comentários... Mas salvo engano seu objetivo era disponibilizar seu material para download correto?
Até mais ver
mr. Poneis
O sonho do Amer não é trabalhar no cinema, é escrever roteiros do Frango Robô, hehehe!
Cara, como que tú cria essas histórias? Uma mais louca que a outra, e pior que são bem escritas até, daria um episódio bem amalucado de uma série que envolvesse vários brinquedos tranquilamente!
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