Então, o filme do Capitão America chegou aos cinemas e é excelente. Uma das melhores histórias de super herói dos últimos anos.
Como não poderia deixar de ser, um game feito pra aproveitar o embalo do filme também foi produzido e acabou de aterrissar nas lojas. Agora, eu sei o que você está pensando: “Mas deve ser uma bosta oportunista, feita pra arrancar a grana de vovós desavisadas e crianças tontas com elefantíase.”
Admito que fiquei com um pé atrás quando ouvi falar deste game pela primeira vez. Ok, as fotos não pareciam ruins, os vídeos muito menos e haviam rumores de que a jogabilidade era inspirada em Batman: Arkham Asylum. Se você quer copiar o estilo de um jogo com super herói, não há escolha melhor do que essa.
Mesmo assim, Captain America: Super Soldier é baseado em um filme e a regra diz que isso nunca acaba bem.
Bom, toda regra possui algumas exceções e esta é uma delas.
Diferente de muitos games que tentam recriar a história de um filme passo por passo, Captain America: Super Soldier usa uma abordagem bastante criativa para mover seu enredo.
No filme, há uma montagem de cenas que mostra o Capitão e seus soldados destruindo inúmeras bases de HYDRA. Nada é mostrado em grandes detalhes, vemos apenas o suficiente para saber que o Caveira Vermelha está tendo a bunda chutada de forma fenomenal.
Pois bem, o game nada mais é que um destes ataques a uma base da HYDRA. Sua história faz parte do filme, sem nos obrigar a rever tudo aquilo que já assistimos quando fomos ao cinema.
Desta forma, os produtores puderam tomar algumas liberdades e apresentar personagens dos quadrinhos que não foram transcritos para o cinema. Existem inúmeras menções ao Barão Zemo e temos a oportunidade de lutar contra a (incrivelmente sexy) Madame Hydra. O Caveira Vermelha aparece, embora o foco principal da narrativa não esteja nele, mas sim em seus subalternos.
E é basicamente isso, não há uma história profunda e cheia de significado no game, apenas um ataque dos Aliados a uma base Alemã na Segunda Guerra. Pode parecer pouco, mas isso sempre nos bastou quando jogávamos Call of Duty ou Medal of Honor.
Aliás, esses games nem tem Capitão America, o que já conta pontos a menos pra mim.
A apresentação do game tem pontos altos e baixos, ambos muito claros. Falemos um pouco deles.
Os modelos dos personagens são bem construidos, mas as texturas deixam a desejar no caso de alguns personagens. Capitão América, Madame Hydra e vários capangas possuem texturas muito boas, o que não acontece com Bucky Barnes, Dum Dum Duggan e diversos outros que tem pouco tempo de tela.
Considerando que este game foi produzido para ser lançado junto de um filme, podemos deduzir que seus programadores preferiram dedicar mais tempo a construir os personagens que apareceriam mais na história e deram atenção reduzida aos que fariam apenas pontas. É compreensível, mas meio inaceitável hoje em dia.
A animação dos personagens também tem qualidade inconstante. O Capitão corre de um jeito meio estranho, algo difícil de ignorar quando passamos 10 horas seguidas com o personagem, e muitos de seus ataques não passam o impacto que seria natural para alguem com super força. Os movimentos acrobáticos do Capitão America, no entanto, são bastante fluidos e demonstram de forma muito natural suas habilidades atléticas.
Os inimigos também possuem falhas claras em sua movimentação, especialmente quando são levados a nocaute e tombam de uma forma totalmente artificial, como se fossem bonecões feitos de sacos de farinha.
O som é outro ponto que merecia um pouco mais de atenção. Efeitos sonoros são adequados e bem usados, mas a música do jogo (quando ela está presente) é totalmente imperceptível e dispensável. Não há um tema sequer que vá ficar na sua cabeça quando terminar uma partida.
A dublagem é em sua maior parte bem feita, com atores que já possuem experiência em emprestarem suas vozes para games. O problema maior está em Chris Evans, que está totalmente sem inspiração ao reprisar seu papel como Steve Rogers.
Talvez ele já estivesse de saco cheio de fazer o personagem ou simplesmente não tenha curtido muito o processo de dublagem. Mas se Hugh Jackman conseguiu fazer um bom trabalho em X-Men Origins: Wolverine, Evans podia ter se dedicado um pouco mais também.
Já é dificil defender o Capitão America dos fanboys do Wolverine, não é como se precisássemos de mais esse obstáculo.
Quanto à jogabilidade, os boatos eram verdadeiros, este game copia descaradamente Batman Arkham Asylum. Acreditem ou não, foi a melhor coisa que seus programadores poderiam ter feito.
Captain America: Super Soldier tem um mundo enorme a ser explorado, a base da HYDRA é dividida em inúmeras áreas diferentes, há uma mansão, um laboratório, uma prisão entre outras. Todos os locais são interligados e podem ser visitados livremente, embora seja preciso destravar cada uma delas através de progresso no jogo primeiro.
Todos os objetivos estão claramente marcados no mapa, desde a próxima missão a cada um dos colecionáveis. Há um bocado de coisas para se coletar neste jogo, mas todas podem ser facilmente encontradas, o que é um alívio para quem gosta de completar um game 100%, mas simplesmente não tem o tempo necessário para tal.
Existem diversos momentos de ação em plataformas, mas são bastante simples. O game mostra exatamente para onde é preciso saltar e mesmo quando isso não acontece, é fácil deduzir qual seu próximo passo. Os movimentos acrobáticos do Capitão America não requerem pouco mais que pressionar um botão, o que pode decepcionar aqueles que buscam algo mais complexo e desafiador.
O combate é disparado a parte mais satisfatória deste game. O Capitão possui um bom número de ataques, movimentos de esquiva e contra golpes, que podem ser misturados ao gosto do jogador. Como resultado, é possível emendar longas e belíssimas sequências de combos em seus inimigos.
Existe uma barra de especial também, segmentada em quatro níveis e que é preenchida conforme se espanca os inimigos ou se apanha deles, cada nível desta barra permite utilizá-lo um movimento especial diferente, como um golpe especial forte o suficiente para derrubar a maioria dos oponentes, a habilidade de nocautear um adversário e utilizar sua arma contra os outros, ou simplesmente deixar o Capitão invencível e com o dobro da força por um breve período de tempo.
Seu escudo é também parte pivotal dos combates. É possível rebater qualquer tipo de projétil disparado em sua direção, “programá-lo” para atingir inimigos específicos em sucessão, ou simplesmente arremessá-lo feito um doido contra um pelotão de adversários e ver o que acontece. De uma forma ou de outra, é divertido pra diabo brincar com ele.
É possível comprar alguns upgrades também, através de pontos acumulados sempre que se derrota inimigos ou quando se encontra um colecionável. As novas habilidades aumentam ainda mais o poder de destruição do Capitão America, que torna-se uma máquina de guerra infalível uma vez que se aprende a controlá-lo.
Há um Challenge Mode também, com diversas missões curtas que devem ser completadas em tempo limitado. Tais desafios o colocam em situações de combate ou acrobacias bastante similares as do jogo normal e podem ser resolvidas sem grandes dificuldades.
Dito isso, tenha em mente que Captain America: Super Soldier é um jogo bastante fácil, possivelmente desenvolvido tendo em mente a garotada que se empolgaria com o filme e correria para comprar o game. Jogadores ultra hardcore atrás de um desafio maior deveriam passar longe deste título.
Por outro lado, sujeitos obcecados por Achievements/Trophies tem uma excelente pedida aqui, uma vez que este é um dos games mais fáceis da atualidade de se completar todos os desafios. Em dois dias é possível conquistar tudo que há neste título, sem que seja necessária uma dose inumana de esforço.
Captain America: Super Soldier é uma boa surpresa. Não vai se tornar um dos games mais memoráveis de todos os tempos e grande parte das pessoas talvez prefira deixá-lo passar, mas aqueles que gostam de super heróis e buscam um jogo de ação divertido e simples, encontrarão uma boa diversão aqui.
AVANTE VINGADORES!!!
...
Tá bom, ainda falta um ano, mas eu posso me empolgar desde já, não?
...
Ahhh, vá pular no lago!
Cheers!!!
10 comentários:
...Se fosse o capitão mensalão eu jogava,vc vai fazer o review de catherine?
AMERICA FUCK YEAH!
Eu me decepcionei pra caramba com os jogos do Homem de Ferro e do Thor, bom saber que o Capitão escapou da clássica maldição dos games baseados em filmes.
Estava totalmente indiferente quanto a esse jogo, mas depois de ler que o esquema de combate é parecido com o de Batman AA, me interessei.
Damn you, Amer! Estou desempregado!
"Os inimigos também possuem falhas claras em sua movimentação, especialmente quando são levados a nocaute e tombam de uma forma totalmente artificial, como se fossem bonecões feitos de sacos de farinha."
Esse pr amim é o ponto baixo do Batman, e um problema maior já qu esmepre se encerra com camera lenta.
*ainda rindo do capitão mensalão*
Poxa, esse review ficou bacana, e sim é um grande feito escapar da maldição dos jogos ruins de filmes.
De fato muito boa a postagem Amer.
Mas ainda quero ver reviews seu sobre Guilty Gear ou jogos de luta menos conhecidos ^^
Caio, se vc se decepcionou com esses jogos baseados em filme.
Não jogue o do Lanterna, cara é uma merda.
Parece com os Batman Forever do Snes e MD
quero ver mais gameplays no youtube antes de adiquiri-lo.
e valeu pela dica de "salvar" o game shadow of the damned no HDD, melhorou as texturas. (pelo menos eu achei)
pedido: acho que catherine seria legal xD
O artigo ficou ótimo!
Eu ia fazer a mesma pergunta do 'Warnius!' e do Matheus. Teixeira: você pretende fazer um review de Catherine? *-*
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Atenciosamente,
lHaDeSl
Após ler o review, o que posso dizer é :
FINAL JUSTICE!!!
Saudade de Marvel Super Heroes.
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