Então, você gosta de Resident Evil?
Claro que você gosta de Resident Evil! Todo mundo adora Resident Evil, eu, você, sua mãe e até o Papa! Todos amamos explodir zumbis, mutantes e Tyrants com armas mirabolantes empunhadas por uma policial de minissaia.
Agora, imagine como seria se Robert Rodriguez, diretor de A Balada do Pistoleiro, Era Uma Vez no México e muitos outros filmes onde mexicanos enchem estranhos de chumbo como se não houvesse amanhã, produzisse um game da série Resident Evil.
Pois foi o que aconteceu aqui... mais ou menos.
Suda 51 (diretor de Killer 7), Shinji Mikami (criador de Resident Evil) e Akira Yamaoka (compositor de Silent Hill) uniram forças para criar este game, provavelmente após passarem um Sábado inteiro assistindo a uma maratona de filmes de Rodriguez e enchendo a cara de tequila.
Então... a união faz a força, não? Esses três juntos devem ter criado o melhor game de ação de todos os tempos, correto?
É o que vamos descobrir.
A história segue as desventuras de Garcia Hotspur, estereótipo mexicano e caçador de demônios e cruz credos. Uma noite, ao chegar em casa do trabalho, ele encontra sua amante, Paula, enforcada no ventilador de teto.
Antes que possa dizer “dios mio, que mierda”, a moça é partida ao meio e um demônio sai das entranhas dela. Então aparece outro, depois outro e assim sucessivamente.
Após matar tudo de vivo que invadiu seu apartamento, Garcia dá de cara com Fleming, senhor do Inferno, que tem um interesse muito particular em Paula. Ele sequestra a garota e volta para seu domínio, seguido de perto por Garcia, que fará tudo que puder para reaver o amor de sua vida.
Claro, Garcia não está sozinho. Ele conta com a ajuda de Johnson, um crânio flamejante que fugiu do inferno e pode se transformar em diversos tipos de armas, além de possuir um conhecimento vasto de como o Inferno funciona e um sotaque inglês fenomenal.
A história não traz muito além do “salve a namorada em perigo”, não que precisemos de muito mais, resgatar nossa garota é tudo que bastava na década de 1980. No entanto, o que Shadows of the Damned não tem em complexidade, ele mais do que compensa em humor.
Shadows of the Damned não se leva a sério em momento algum, ao longo do jogo encontramos diabinhos alados cagões (que servem de Checkpoint), cabeças de bode que funcionam como fonte de luz, portas choronas que só abrem depois que lhes é dado algo pra comer e por aí vai.
O game também mostra uma visão bastante peculiar do Inferno, que é composto por bairros Mexicanos, parques de diversão, vilas, uma biblioteca e claro, uma masmorra. Há cadáveres, sangue e entranhas por toda parte, mas fora isso, esta definitivamente não é sua visão normal de Inferno.
A história também segue bem de perto a narrativa dos filmes “exploitation”, onde o mau gosto é uma eterna constante. A violência é exagerada, Garcia xinga como se não houvesse amanhã, Fleming faz várias analogias ao tamanho de sua genitália, Johnson tem uma ereção que pode ser usada como arma quando liga pro tele-sexo e Paula veste apenas uma lingerie na maior parte do jogo.
Exceto nas cenas em que é preciso usar uma Paula gigante como ponte, nestes momentos ela veste só meia lingerie.
Então... é... classe e moderação passam bem longe deste game. Se você não liga pra isso, um motivo a mais para jogar.
O visual de Shadows of the Damned é muito bem trabalhado, embora não perfeito.
Os modelos dos personagens são bem construídos e possuem texturas ótimas e detalhadas. Claro, os personagens principais são muito mais bem feitos que os inimigos comuns, mas no geral, tudo foi feito com dedicação.
O maior problema dos gráficos se encontra na velocidade de carregamento das texturas. Em alguns trechos, o jogo vai demorar a carregá-las e por alguns segundos, você se verá forçado a atravessar um cenário sem nenhum detalhe, bem como enfrentar inimigos cujo visual foi parcialmente carregado.
Este problema será presente mesmo quando o jogo for instalado no HD e embora não quebre a jogabilidade, é uma daquelas falhas técnicas meio imperdoáveis hoje em dia.
O som é bem executado, apesar de ter sua dose de problemas também.
Comecemos pela dublagem. Ela é... cafona.
Digo, a cafonice combina muito bem com a ambientação ridícula do jogo. Steve Blum (que dubla o Wolverine em praticamente todo desenho e game com o personagem) faz um ótimo serviço como Garcia, com seu sotaque latino de segunda categoria e Gregg Ellis é um excelente alívio cômico como Johnson. O resto do elenco também trabalha muito bem, não há o que reclamar das vozes presentes aqui.
A trilha sonora é boa também, embora muitas vezes soe como algo que já conhecemos. A presença de Akira Yamaoka torna as músicas deste game muito similares as de Silent Hill em certos momentos e é difícil não achar que o compositor ficou meio preguiçoso enquanto trabalhava em Shadows of the Damned.
Ah bem, não se pode ser perfeito em tudo.
Shadows of the Damned é um shooter em 3ª pessoa, bem ao estilo de Resident Evil 4 (ou do 5, claro), um estilo bem familiar para a maioria das pessoas hoje.
A jogabilidade é linear e sem muita profundidade, o jogador avança pelo cenário, metendo chumbo grosso em todo inimigo que cruzar seu caminho. Vez ou outra aparece uma bifurcação onde é possível encontrar diamantes (com o qual se pode comprar itens), cristais vermelhos (para evoluir suas armas, energia e equipamentos) ou munição para as armas. Mas na maior parte do tempo, é bastante fácil saber por qual caminho seguir.
Garcia tem apenas três armas em seu inventário, uma pistola, uma espingarda e uma metralhadora (única arma com o qual não se começa o jogo). Toda funcionam da exata maneira que se espera em um game do gênero e ganham novas habilidades sempre que se derrota um chefe. A espingarda passa a disparar granadas também e a metralhadora ganha tiros teleguiados por exemplo.
O herói ainda possui um tiro de luz, que paralisa inimigos temporariamente (e os deixa abertos para uma execução) ou que pode ser utilizado em cabeças de bode ou lamparinas para eliminar a escuridão de um cenário.
Quanto ao combate, ele é extremamente simples. A maioria dos inimigos é totalmente vulnerável a seus ataques, tiros na cabeça os matam na hora e tiros nas pernas os derrubam no chão e os deixa prontos para serem pisoteados. Em boa parte dos casos, um tiro com a espingarda é mais que o necessário para se livrar dos adversários normais.
Alguns oponentes possuem um ponto fraco específico mais difícil de ser atingido, mas eles abrem a guarda facilmente. A inteligência artificial não é das melhores aqui, basta decorar os padrões de ataque de seus inimigos que não haverão grandes problemas.
Os chefes também não são um grande problema. Na maioria das vezes, a maior dificuldade é aprender como causar dano a eles e uma vez que isso é descoberto, os embates se tornam bastante simples. O pior dos chefes chega a ser irritante, mas nunca difícil.
Em algumas etapas, Garcia precisa atravessar locais envoltos em uma escuridão mais densa que o normal. Quando isso acontecer, ele tem de encontrar uma cabeça de bode para iluminar a área ou sair dela o mais rápido possível, ou terá suas energias drenadas. Essa escuridão se torna necessária em algumas etapas, para ativar dispositivos que removerão obstáculos, ou para destruir alguns inimigos maiores. Ela não acrescenta muita estratégia ao jogo, mas pelo menos traz alguma variedade.
Existem alguns trechos em 2D também, onde é possível controlar uma figura de papel de Garcia, em uma fase com jogabilidade ao estilo Shooter (como em Gradius). Apesar da idéia bacana, estas fases são lentas e não funcionam tão bem quanto deveriam, é muito fácil entalar em algum trecho do cenário e morrer de forma besta.
Finalmente, Shadows of the Damned não possui um mecanismo de New Game +. Sabe quando você termina Resident Evil 4 (ou o 5, lógico) e pode recomeçar o jogo com todas as armas, itens e upgrades que conquistou ao longo de sua primeira partida? Então, isso não existe aqui.
A primeira vista não parece um grande problema, exceto pelo fato de que é preciso um bom investimento de tempo para se evoluir todas as armas e itens a sua capacidade máxima. Ver todo este esforço jogado fora desestimula um bocado qualquer jogador que queira completar o game mais de uma vez.
Aliás, não tem modo Online. Shadows of the Damned é para pessoas sozinhas e solitárias.
Diabo de Multiplayer! Destrói tantas famílias...
Considerando os nomes envolvidos, Shadows of the Damned deveria ter sido um game fantástico, mas ele nasceu com falhas que já deveriam ter sido eliminadas deste tipo de game há anos e isso o impede de atingir todo o seu potencial.
Garcia Hotspur e Johnson lhe trarão uma boa diversão, com certeza, mas não têm chance nenhuma de tomar a posição de Resident Evil ou Silent Hill como um representante do gênero Survival Horror.
Se bem que como um amigo meu disse uma vez: “a partir do momento que você pode usar um lança foguetes, o jogo deixa de ser Survival Horror”.
Palavras mais sábias nunca foram ditas.
Cheers!!!
7 comentários:
Bem, vale o aluguel, mas eu fiquei um pouco decepcionado.
O Yahtzee Croshaw disse que o jogo parece incompleto, isso é verdade?
Bom, acho que vale a pena o teste. É uma pena que eu não tenha como jogá-lo tão cedo.
Acabei de terminar o game. De fato, não tem como não compará-lo com Resident Evil 5.
Shadows of Damned não é tão polido quanto RE5, mas eu gostei bastante do jogo.
O fato do jogo não se levar a sério, mata o clima de tensão, mas ajuda a divertir. Na verdade, eu gostei mais do SoD do que o RE5. mas é questão de gosto mesmo.
E Evil Monkey, o jogo me pareceu bem completo, com inicio, meio e fim, mas o final deixa o jogo aberto para várias continuações.
Este comentário foi removido pelo autor.
Ha ha ha ha! Amer, quando tu narraste o começo do jogo e as motivações do Garcia para sair porradeando todo o inferno, lembrei imediatamente da icônica cena do soco na barriga da moça de Double Dragon! Ou a cena, mais velharia ainda, na qual um ninja leva embora a namorada do samurai-voador de Legend of Kage (do NES, lembra?).
POis é...
Ô meu velho, fiz uma crítica à revista OLD!Gamer, que ficou ruim feito um livro da Editora Escala depois de te desaparecerem. Se quiser ler, tá lá:
http://www.fabiosalvador.com.br/index.php?materia=668
E não é uma crítica POR TUA CAUSA, é uma crítica porque a revista decaiu demais em qualidade.
Grande blog. Continue assim. Mas atualize mais frequente!
gostei bastante do jogo, infelizmente falhas como o jogo não iniciar com as armas que vc fez final, o torna pra mim bem desinteressante continuar jogando. O jogo foca bastante no humor negro, mas admito que a cena em que Paula aparece sem cabeça é sinistra, e também a fase The Evil is Dead, que faz uma menção ao clássico filme dos horrores Evil Dead, eu achei bem assombrosa!
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