domingo, 15 de maio de 2011

Crítica do Amer: Steam Heart's


O Saturn era um console bastante legal. Pouco valorizado, mas legal.

Ele processava gráficos 2D como ninguém, podia expandir sua memória RAM para acomodar jogos mais pesados e embora não lidasse com poligonos tão bem quanto o PsOne, nas mãos de programadores competentes ele podia fazer miséria. Virtua Fighter 2 é uma eterna prova disso.

Infelizmente, era uma desgraça produzir jogos para o Saturn, que possuia uma linguagem de programação desnecessariamente complicada. Graças a isso, inúmeras Third Parties como Capcom e Konami logo deixaram o console da Sega e seguiram para os pastos mais verdes da Sony e Nintendo.

O Saturn se tornou um console de nicho e algo muito curioso acontece com sistemas nesta posição no Japão: eles se tornam a morada de inúmeros games adultos. E não me refiro ao tipo de “games adultos” que temos no Ocidente, com violência e esôfagos espalhados pelo cenário.

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Caiu a ficha?

Pra ser muito honesto, games adultos são lançados para praticamente todos os consoles vendidos no Japão, diabos, até o Super Nintendo teve alguns. Mas quanto mais tempo o video game passar na prateleira dos encalhados, maior a quantidade de jogos do gênero que ele receberá.

Afinal, sexo vende... e desespero não recusa oportunidades.

Nem todos os títulos adultos têm conteúdo explícito, alguns escondem muito bem as cenas mais picantes. Mas a temática de se levar uma garota (ou uma dúzia) para a cama sempre se encontra presente.

Este é o caso de Steam Heart's, que possui um dos melhores pretextos que já vi se passarem por enredo em um game.


A história se passa no mundo de Westina, um paraíso habitado unicamente por elfos e meninas antropomórficas sensuais.

Claro.

Westina é uma terra extremamente avançada, ao ponto de que todos os seus habitantes se locomovem apenas com naves espaciais e robôs gigantes.

Claro!

O planeta ainda é dividido em cinco setores, cada um controlado por uma linda e sábia guardiã, que com suas tropas de mechs e veículos espaciais, mantém a paz e a harmonia da região. Cada guardiã possui uma personalidade distinta, desta forma temos a durona garota tigre, Homay, a tímida e sensível Chelno, e a obrigatória loli espevitada, Layfang, entre outras.

Claro!!

Mas um dia, as cinco guardiãs despirocam por completo e começam a destruir o planeta. Blow e Falla, irmãos, pilotos e cientistas (uau) conseguem escapar do caos e pesquisam o que pode ter causado tamanha mudança de comportamento nas garotas. Eventualmente eles descobrem que as guardiãs foram infectadas por um virus espacial e que a única cura reside no sêmen de Blow.

MAS CLARO!!!

Assim, Blow e Falla partem em suas naves e destroem hordas de inimigos, para assim alcançarem cada uma das guardiãs e “injetarem” nelas a vacina. Aliás, Falla tem um orgão genital masculino e ajuda o irmão na dura (pfffft, he he) missão de sodom... subjugar as meninas e dar a elas a cura que tanto precisam.

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E essa é a história de Steam Heart's.

Sem mais perguntas, meritíssimo.


Antes de avaliar a parte técnica, é preciso lembrar que Steam Heart's não foi criado por um estúdio cheio da grana, seu orçamento com certeza foi modestíssimo e bancado com venda de biscoitos ou trabalhos de meio período em lavanderias.

Dito isso, o visual de Steam Heart's é muito bom. As naves dos personagens, inimigos e chefes são todos em 2D, mas com cenários de fundo em 3D. Ambos se mesclam de forma competente e funcionam muito bem juntos.

O game também possui um bom Framerate, que não cai mesmo nos momentos de maior caos, onde há toneladas de tiros, inimigos e itens presentes na tela. Uma qualidade indispensável para qualquer Shooter.

Infelizmente, o design dos inimigos não é o mais criativo, todos os obstáculos tem uma cara bastante genérica. O mesmo mal cai sobre as naves de Blow e Falla, que não chegam nem perto de possuírem um visual icônico como a Vic Viper ou qualquer outra nave famosa dos games. Os chefes por outro lado são bem legais, eles possuem um visual bastante trabalhado e são imensos, muitas vezes ocupam mais da metade da tela.

O maior mérito visual no entanto, são as cenas que surgem entre as fases e que mostram Blow e Falla... curando as guardiãs.

Vou deixar bem claro, não há conteúdo explícito em Steam Heart's. Embora não faça nenhuma questão de ser discreto, o game não mostra nada que seja gratuitamente ofensivo e a maior parte da “ação” fica por conta da imaginação dos jogadores.

Apesar de serem estáticas, as cenas parecem acetatos retirados de um Anime de excelente qualidade, com bons traços e sem aquela saturação nas cores que muitos consoles usavam e que davam um ar bastante artificial a certas imagens.

Mega Drive e PC Engine, é de vocês mesmo que estou falando!

A trilha sonora é inexpressiva para dizer o mínimo, não atrapalha mas também não chega a empolgar. Como acontece em muitos Shooters, a música de Steam Heart's se perde debaixo do excesso de tiros e explosões que recheiam a tela constantemente.

Claro, sendo Steam Heart's o que é, não espere encontrar aqui dubladores de alto quilate vindos do elenco de Dragon Ball Z. Mas a dublagem é muito bem feita, com vozes que se adéquam bem aos personagens e as situações apresentadas. Os diálogos também são bem escritos... para um enredo como o aqui apresentado, mas eles só poderão ser aproveitados por pessoas com boa compreensão de Japonês.

Bons tempos em que legendas eram um privilégio e não um direito.


Shooters normalmente possuem uma jogabilidade simples, que pode ser aprendida por qualquer um ao mesmo tempo que trazem uma dificuldade brutal, que só pode ser conquistada pelos mais masoquistas. Steam Heart's é uma mudança bem vinda do gênero, pois exceto por alguns pontos específicos, é um dos games de tiro mais tranqüilos já criados.

Existem dois tipos de armas primárias apenas: Vulcan, um tiro multi direcional de baixo dano e o Laser, que possui um campo de ação mínimo, mas machuca bastante. Ambas as armas podem ser fortalecidas coletando-se os devidos Power Ups seguidas vezes.

Por outro lado, existem diversas armas secundárias, que vão desde raios de energia teleguiados até mesmo a um sabre de luz que gira em um eixo de 360° ao redor da nave. É possível recolher até três destas armas (embora somente a última a ser apanhada fique ativa) e então detoná-las como bombas quando a necessidade aparecer.

Não existem Power Ups para a velocidade, que permanece constante ao longo da aventura. Há um botão de Boost, que pode ser usado para acelerar momentaneamente sua nave para que possa escapar de situações de perigo. Ele pode ser usado indefinidamente durante o game.

Cada nave possui apenas uma vida, mas tem uma barra de energia que lhe permite ser alvejada até seis vezes. Existem diversos itens que repõe suas forças ao longo das fases e campos de força também podem ser encontrados. Se nada disso bastar, Steam Heart's possui Continues infinitos, você só não vai terminar este game se seu Saturn pegar fogo no meio da partida.

Steam Heart's é um game bastante curto, que pode ser terminado em menos de meia hora, se isso é uma vantagem ou não, vai do gosto de cada pessoa. Felizmente, há um modo para dois jogadores, que aumenta a vida útil do jogo e cria um caos bastante intenso e divertido durante a partida.

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NÃO FOI ISSO QUE EU QUIS DIZER!!!


Eu gosto bastante de Steam Heart's.

O jogo nasceu como um Shooter ultra simplístico, que capitalizava em um nicho detentor de um inexplicável gosto por comédias eróticas estreladas por graciosas meninas de Anime. O que recebemos no final foi um título bastante sólido, capaz de se sustentar mesmo sem cenas explícitas de sexo.

Claro, Steam Heart's não é adversário para os pesos pesados de seu gênero, como Gradius, Radiant Silvergun ou Giga Wing, mas também não faz feio quando comparado a muitos dos Shooters de sua geração.

E qualé, meninas gatinho nunca são demais!

Cheers!!!

7 comentários:

Diego Alberto disse...

Um bom texto de um bom jogo de um bom console que desconheço. Mas parece ser bacana e decente pelas condições pelos quais foi criado.

Parece não fazer feio.

Só uma observação: argh!, meus olhos! Sei que deve tá tentando variar, mas cansa um pouco as vistas. Fora isso, não tenho reclamações. Muito bom!

Amer H disse...

Tive problemas com a cor do texto e do plano de fundo dessa vez. Mas acho que consegui resolver.

Blog do Sybão! disse...

Quando tu falou sobre as armas, me lembrou exatamente que Einhander era assim. Saudades desses jogos!! São bem mais divertidos que essas gerações atuais.

Sim, são! E...E...E... deixa para próxima.

Bom artigo, man!

Evil Monkey disse...

Então essencialmente é um shooter aonde um cara e uma futanari vão estuprar cinco garotas para poder salvar o mundo?

Pedro Braga disse...

Raios Ammer, quando eu digo que gosto do Japão e essa indústria de animes e jogos raros e bizarros todos me olham torto.
Mais enfim, bom artigo, me fez rir como sempre

nath disse...

Oi Ammer, é a primeira vez q visito este blog e gostaria de saber onde vc conseguiu a imagem de fundo, da Cammy.
Ela é linda (tanto a imagem quanto a propria Cammy)

Leandro" Leon Belmont" Alves the devil summoner disse...

vocês já jogaram Divine Sealing do MEGA? o enredo é quase parecido(se não foi copiada a ideia...) e acho que vou baixar só de curiosidade, pombas, e esse tipo de "apelação" nos games que faz todo mundo adorar jogar ultimamente. e isso é normal no japão(por mais estranho que pareça para mim) basta ver o que houve com a série fodastica VALIS...