sábado, 19 de setembro de 2009

Crítica do Amer: The Secret of Monkey Island - Special Edition


Arrrr! Sabe que dia é hoje, grumete? 19 de Setembro, o Dia Internacional de falar igual Pirata!

Isso mesmo, seus marujos de água doce, vocês com certeza não faziam idéia, cães sarnentos e vis, eu devia dá-los de comida ao Kraken! Arrrr!

Mas por mais que todos adoremos piratas, existem muito poucos games com os mesmos. Digo, se procurarmos, a maioria dos games tem como protagonistas ninjas, fuzileiros (sejam espaciais ou não), espiões, lutadores marciais e heroínas de anime que não parecem capazes de derrotar sequer o Didi.

Porém, o que falta em quantidade nos sobra em qualidade! Caso em questão: The Secret of Monkey Island!

The Secret of Monkey Island é um dos maiores clássicos já lançados para PC, tanto que gerou três continuações oficiais e uma série dividida em capítulos que está sendo lançada atualmente.

O game foi originalmente lançado em 1990 e vinha em sete disquetes... daqueles grandes e quadradões.

Meu Deus, eu me lembro desses disquetes! Eu sou um homem das cavernas!!!

O game era um adventure, gênero que se tornou bastante popular nos PC’s, gerou rios de grana a LucasArts e deixou toda uma legião de fãs saudosos.

Em um ímpeto de sabedoria, a LucasArts decidiu relançar The Secret of Monkey Island para Xbox 360 (pela Live) e PC's, mas assim como foi feito com R-Type Dimensions, a aventura de Guybrush também recebeu um belíssimo banho de loja.

Pois muito bem, vamos ver se valeu a pena!


A história do game gira em torno de Guybrush Threepwood, um jovem abobado que deseja ardentemente se tornar um poderoso pirata!

Tá vendo só? Ele tem mais determinação que você, seu preguiçoso!

Enfim, Guybrush chega a perigosa Melee Island, um local habitado unicamente por piratas, trapaceiros e idiotas e se defrontas com três grandes mestres piratas que o instigam a realizar três provas para provar sua determinação em se tornar um deles.

Nosso herói de nome que ninguém sabe pronunciar se aventura pela ilha, descobre seus mistérios, resolve seus enigmas e prova que possui habilidades de combate boas o suficiente para massacrar Jack Sparrow e quando volta para encontrar os piratas... todo mundo se mandou...

Sim, porque a governadora Elaine Marley (por quem todos na ilha são apaixonados) foi seqüestrada pelo pirata fantasma LeChuck!

Oh! A infâmia!

Resta a Guybrush reunir uma tripulação, arranjar um navio e ir atrás de LeChuck para salvar Elaine e viver feliz para sempre com ela!

Arrrr! O amor é lindo!

O enredo do game é simples de acompanhar e muito cativante. Não há narrações infinitas e intermináveis sobre a natureza humana ou um personagem que amadurece a medida que viaja... não, nada disso, estamos falando de um game onde o herói usa um frango de borracha com uma roldana para atravessar um abismo e onde logo no começo um dos coadjuvantes faz uma enorme propaganda de outro game da Lucasarts (Loom! É sensacional!) quando o abordamos.

Pois é!

The Secret of Monkey Island é uma comédia, o game não se leva a sério em momento algum e mais de uma vez consegue arrancar boas risadas daquele que está guiando Guybrush pela aventura.

Não aquelas risadas forçadas que você solta quando está assistindo Todo Mundo em Pânico, para que seus amigos não te achem estranho por ser o único que não acha graça naquela idiotice. Risadas genuínas, do tipo que normalmente não saem se você jogar Gears of War.

Droga, Marcus Fenix! Ia te matar sorrir de vez em quando?


Acima eu mencionei o banho de loja que o game ganhou e UAU, que diferença fez!


Os gráficos foram totalmente redesenhados e ganharam um visual bastante cartunesco. Guybrush passa por aventuras típicas de um personagem de desenhos animados, é simplesmente lógico que um dia ganhasse o visual de um.

Mas a melhor coisa do game é que é possível trocar entre o visual novo e o clássico ao toque de um botão. Posso afirmar que metade da graça do título está em alterar os visuais e ver como o jogo antigo do qual nos lembramos (isto é, se você for velho como eu) foi adaptado ao novo visual. Cada detalhe no cenário, desde uma torre no relógio, até um vazamento no convés do navio foram transcritos com perfeição.

O som também recebeu uma bela recauchutada. As músicas são exatamente as mesmas do game original, com a melhoria de que agora são MÚSICAS DE VERDADE e não um arquivo de MIDI tentando simular o som de flautas ou tambores.

Vou confessar que senti um arrepio quando escutei a clássica música da introdução do game em um áudio novo e limpo, é uma coisa linda demais.

Sem dúvida, o maior acréscimo ao novo áudio é a dublagem. Uma vez que o game original veio em disquetes, não havia como enfiarem gravações de vozes nele.

Tudo bem que uma história em quadrinhos dos Transformers de 1988 nos mostrou que um disquete da época era mais que o suficiente para armazenar toda a memória e personalidade de Optimus Prime, o que demonstra que o líder dos Autobots roda em uma configuração menor que um computador dos anos 90.

De qualquer forma, a dublagem acrescenta um gosto especial ao game, especialmente porque temos Dominic Armato no papel principal. Foi ele quem dublou Guybrush nos dois últimos games da franquia e deu uma personalidade idiota inconfundível ao herói.

Claro, se optar por jogar o game com o visual antigo, também vai ouvir o som original em toda sua glória de MIDI e sem vozes!

A gente se divertia com muito pouco na época, diferente dessa molecada mal agradecida de hoje!


A interface do game é bastante simples.


Existe um cursor na tela que pode ser movido pelo cenário e colocado sobre pessoas ou itens. A ação normal é que Guybrush se move para o local onde o cursor estiver apontado, mas é possível abrir uma janela de comandos e fazer com que ele converse com alguém ou pegue um item pelo cenário.

Lógico, se o cursor estiver sobre a pessoa ou item com o qual se deseja interagir.

Do mesmo jeito, é possível abrir outra janela que mostra o seu inventário e você pode escolher itens para usar em momentos determinados do game. Parece complicado, mas é bastante simples depois que se pega o jeito.

A maior parte do jogo o desafia a usar a cabeça. Você precisa pensar para poder resolver as diversas situações esdrúxulas em que Guybrush acaba se enfiando.

Por exemplo, um dos três testes iniciais da história envolve lutar contra Sword Master, uma espadachim que mora isolada no meio da floresta para não ser uma atração turística de Melee Island. Há um velhinho que é o único que sabe como chegar a casa dela e sempre que você pedir, ele irá até a moça perguntar se ela aceita seu desafio.

Como encontrar a Sword Master então? Basta seguir o velho quando ele for de encontro a ela!

Bacana heim?

O game inteiro é baseado nesse tipo de mistério, nenhum deles é realmente difícil, mas você precisa botar seus miolos pra trabalhar se quiser avançar. A maioria dos mistérios requer que você explore bem o cenário e encontre itens pertinentes para serem usados de acordo com a situação.

Definitivamente não é um jogo que possa ser terminado por pessoas acostumadas a correr, ficar atrás de uma cobertura e meter bala em monstros do espaço quando eles recarregam suas armas.

Isso mesmo, Marcus Fenix não sobreviveria em Melee Island! Maldito carrancudo!

Falando nisso, o sistema de lutas do game é um dos mais brilhantes já criados. É preciso trocar insultos para vencer os adversários!

Assim que iniciar um duelo de espadas, uma lista de ofensas irá aparecer, é preciso xingar seu oponente de forma que ele não consiga responder e você precisa retrucar as ofensas que lhe são ditas com coisas que façam sentido.

Por exemplo, um pirata o ataca com: “Não vou agüentar seus insultos sentado!” Sua resposta deve ser: “Ah, suas hemorróidas estão atacando de novo, heim?”

E por aí vai.

Logicamente, o arsenal de insultos e respostas de Guybrush é bem pequeno no início, então é preciso lutar um bocado para escutar todo tipo de barbaridade proferida pelos piratas e poder lutar decentemente.

Mesmo que as lutas façam parte de um trecho pequeno do jogo, elas são uma das coisas mais lembradas pelos fãs que brincaram com o game original. Quando jogar, entenderá porque e sairá dizendo a todos que eles lutam como um fazendeiro.

O que é apropriado, porque você luta como uma vaca!


The Secret of Monkey Island é um game bastante diferente do que a geração atual de gamers se acostumou. Não possui testosterona exagerada, nem explosões, nem pedaços de criaturas monstruosas voando, nem ofensas que fariam Chris Rock corar, nem nada disso.


Este game prova como os jogos de consoles e os de PC estavam a mundos de distância no início da década de 90 e o quanto demoraria para que os vídeo games domésticos se tornassem sofisticados como os dos computadores.

Logicamente, The Secret of Monkey Island não é indicado para todos. Pessoas sem um mínimo de paciência, com preguiça mental ou que não entendam uma sílaba de Inglês não devem nem passar perto deste título.

Sério, vai jogar Winning Eleven que você não se irrita nem ME irrita, que é o mais importante aqui.
Mas quem gosta de usar a cabeça e aprecia jogos com senso de humor (quer tenham jogado a versão original ou não), tem um prato cheio com este título! Uma pérola rara que demonstra que muito antes de Johhny Depp, já existia um pirata capaz de fazer coisas mirabolantes com itens domésticos!

Quantas pessoas você conhece que usam uma panela como capacete ao serem disparadas de um canhão?

Arrrrr!

Cheers!!!

15 comentários:

Otávio disse...

Esses adventures da LA eram fodas.

Monkey Island (1 a 3, o 4 era mais fraquinho), Maniac Mansion, Day of The Tentacle, os dois do Indy, poxa, são tantos que nem vou lembrar...

Grim Fandango deus do céu... Full Throttle (esse é dos mais fracos SE COMPARADO AOS DEMAIS, mas levou a fama toda).

Jogou Gabriel Knight Amer?

A única franquia de Adventure da Sierra que na minha opinião superou a LA...

Scariel disse...

Me primeiro jogo desse tipo foi Torin's Passage acho q esse mesmo o nome do jogo,esse tipo de jogo é super divertido xD
Vou procura esse Monkey Island novo...
Enfim,ótima review Amer!

Tes-Hahn disse...

Esses adventures ainda são, na minha opinião, os melhores jogos que eistem! O estilo é muito bom, você aprecia muito o jogo, além de a maioria dos jogos assim da EA possuírem um humor perfeito e saudável.
Monkey Island, Sam & Max, Day of the Tentacle, Indiana Jones and the Fate os Atlantis, Full Throttle, The Dig!!! E esse Loom que você citou, morro de vontade de jogar ele. Gabriel Knight também... acho que terei que pegar o SCUMM...

Sergio disse...

adoro jogos bem humorados.

e esse sistema de ofensas me estimulou ainda mais a jogar.

assim que terminar o que estou jogando vou dar uma chance a esse classico.

UnderHell86 disse...

Arrrr, meu aniversário é no mesmo dia de se falar como pirata! Seu bando de cães sarnentos!

O jogo original já era ótimo, agora que sei que existe um remake, vou conferir.

Mas, de volta ao meu rum. Arrrr!

fabricio disse...

Tenho uma dúvida... Tem alguma opção pra legendas no jogo? meu inglês não é dos piores, mas eu ainda me dou melhor com legendas, pq meu listening é uma bosta... confundo palavras simples que é uma beleza...

evil monkey disse...

eu li a sua matéria da old e eu sabia que era uma questão de tempo até você finalmente fazer a matéria no seu game blog.agora eu entendi porque você demorou para fazer,estava esperando para aparecer essa data especial.

Amer H disse...

Na verdade Macaco, foi uma decisão de última hora. Eu queria falar de algum game de piratas e cogitei também Skies of Arcadia e Pirates!, mas o fator que me fez escolher Secret of Monkey Island foi a facilidade em se encontrar imagens para ele.

E também o fato de que foi o que eu joguei mais recentemente.

Thyago disse...

rapaz, bons tempos q a lucas arts faziam esses adventures fodas...
quem sabe o relançamento deste game nao tenha sido para "sondar" o mercado pra saber se este estilo ainda faria sucesso?

e olha q eu comecei pelo curse of the monkey island, q eh considerado o mais fraquinho da franquia (apesar de eu amar esse jogo, ainda hj tenho os 2 cd's XD)

enfim, ótima review, faça mais reviews de jogos adventures!

Ton-Kun disse...

Véio, lembro que cresci tentando fechar Escape from Monkey Island em inglês... Arr... Que dificuldade de ganhar um duelo de insultos, marujo! Demoníaco...
E eu lembro de um jogo, mui antigo, de nome Twinsen's Odissey... Alguém lembra disso?

Volpi disse...

Que jogo bom! Tenho que conseguir essa nova versão!

Que bom que a Lucas Arts parou de só fazer jogos de Star Wars e lembrou que seus melhores jogos eram de outras linhas. Quem sabe agora aquele boato de que iam fazer Full Throttle 2 e Sam & Max 2 não se torna realidade?

Avalanche(Lance) disse...

Full Throttle não sai mais pq os dois criadores dele sairam da Lucas Games e a Lucas Games não se arrisca sem eles.

Zé Abrão disse...

yeah, tava demorando pra falar desse jogo! Estou muito curioso para ver como ficou.

Avalanche(Lance) disse...

Twinsen era bom..queria jogar o primeiro jogo dele

Julia disse...

Essa edição tem a legenda em portugues como tinha em A MALDIÇÃO DA ILHA DOS MACACOS?