sábado, 1 de março de 2008

Teenage Mutant Ninja Turtles para o NES! O irmão rebelde da franquia.


No final dos anos 80 e início dos 90, as Tartarugas Ninja eram a coisa mais cool que uma criança podia querer.

Tartarugas Mutantes que lutavam contra o mal usando arte ninja e que nas horas vagas se entupiam de pizza! Sensacional, não dá pra ser mais legal que isso!!!

As Tartarugas foram também um fenômeno de merchandising, com uma tonelada de produtos lançados em praticamente todos os setores: brinquedos, camisetas, revistas em quadrinhos, produtos alimentícios (isso mais lá fora do que aqui no Brasil) e claro, video games.

Era bastante óbvio que um game para NES (o Nintendinho 8 bits, não confundam com o Super Nes) seria um tremendo sucesso, devido a molecada da época ter trocado todas e quaisquer outras atividades por ficar jogando games e assim foi feito.

A Konami lançou o primeiro game das Tartarugas em 1989 e o cartucho foi um sucesso, vendendo por volta de 4 milhões de cópias. Nada mau para a época.

Mas hoje este game é odiado por muitas pessoas... por que diabos um game que vendeu tanto é tão detestado pelos fãs dos quelônios?

É o que vamos descobrir!!!!!



A abertura do game é interessante, mostra as tartarugas com um visual bem mais agressivos do que o que estavamos acostumados enquanto uma música totalmente diferente do tema da série animada toca ao fundo.

É claro que esta versão do game é inspirada nos quadrinhos originais das tartarugas e não no desenho animado. Oras, pela capa do game lá em cima já dá pra perceber, os quatro estão com faixas vermelhas e não tem as iniciais de seus nomes na fivela do cinto, características que vieram do quadrinho e não do desenho.

De fato, prefiro o desenho, onde podemos diferenciar uma tartaruga da outra sem precisar checar suas armas para isso. Mas tudo bem, gosto do quadrinho também, apesar de parecer que foi desenhado pelo filho de Sal Buscema com Jon Bogdanove.

E se você entendeu esta referência, parabéns! És um nerd de quadrinhos tão grande quanto eu!

Ok, então apertamos Start e o que vemos?



Isso.

Eu não sei você, mas quando joguei este game, fiquei bastante decepcionado ao ver esta tela. Eu esperava um game de ação ininterrupta e porradaria inigualável quando coloquei este cartucho no meu aparelho e o que recebi foi uma cópia urbana de Zelda, coberta de mutagênio!

Konami, vá se foder!


Mas espera, tem um bueiro aberto do lado de meu personagem, será que se entrar nele eu vou encontrar ação de verdade? Só há um jeito de saber!


Beleza! Agora sim!!!!

Mas a julgar pela quantidade de Mousers nesta cena, acho que o Leonardo vai ser feito em pedaços antes que possa dizer "Cowabunga, cara!"

Hehehe... era engraçado dizer isso há dezoito anos atrás... até o Bart Simpson dizia!

Claro, não aqui. As dublagens nacionais de Simpsons e Tartarugas Ninja deram novas figuras de linguagem para nossos personagens favoritos usarem, o que de certa forma foi uma benção.

O Michelangelo em inglês é praticamente ininteligível, dada a quantidade burlesca de gírias que fala. Tá certo que quiseram fazer com que ele parecesse um surfista iletrado, mas caramba, tudo tem limite!

Mas ainda acho Cowabunga (da dublagem original) mais legal que "Força de Tartaruga" (da primeira dublagem nacional) que por sua vez é mais legal que "Santa Pizza" (da dublagem do novo desenho animado).

Mas é só minha opinião, fique a vontade pra discordar e me mandar tomar no cu.



Uma coisa que o game tinha de bom era a possibilidade de podermos usar qualquer tartaruga a qualquer momento. Cada uma tinha suas próprias habilidades e pontos fortes, portanto era sábio escolher o personagem de acordo com a situação.

Leonardo era equilibrado, seu ataque tinha boa velocidade, força e alcance, o que o tornava ideal para quase todas as situações.

Donatello tinha uma pancada bem forte e com enorme alcance, mas seus ataques eram lentos.

Raphael tinha movimentos muito rápidos, mas seu ataque tinha alcance muito curto e era fraco.

E Michelangelo... bom... ele era praticamente igual a Leonardo, mas com bandana laranja. Mas como ele era o favorito de praticamente todas as crianças que assistiam o desenho, não era preciso muito pra que a molecada quisesse jogar com ele.

...

Quer saber? Foda-se o comentário sobre sabedoria que eu fiz acima. Raphael é uma bosta e você pode terminar o game jogando só com Donatello.

Havia momentos no jogo que só dava pra passar usando ele, como o da imagem abaixo.



Só dá pra subir para o andar de cima usando Donatello e seu ataque de enorme alcance para fazer a limpa nos inimigos antes de usar a escada. Tentar subir sem fazer isso é um suicídio maior do que chamar o Destruidor de viadinho na frente dos soldados dele.

O Destruidor do filme, não o do desenho.

De fato, o Destruidor era um vilão competente em todas as continuidades da franquia, menos no desenho animado.

Que coisa, não?



Ok, falemos da fase da represa, que é a responsável pela frustração e ataques histéricos de centenas de milhares de crianças que jogaram este game.



Aqui, há bombas espalhadas pela água e as Tartarugas precisam nadar por todo o setor para encontrar as miseráveis e desarmá-las antes que o pior aconteça.

Algumas bombas estão bem a vista e são de fácil acesso, como a mostrada acima.

Já outras requeriam poderes cósmicos ou um pacto com o diabo para serem alcançadas, como a mostrada abaixo.



Tá vendo todos esses... bagulhinhos roxos? Bom, são algas eletrificadas (não pergunte) que causam um dano massivo a sua Tartaruga caso ela as toque.

Pelo espaço que há entre elas, dá pra ver que não era difícil morrer frito aqui, especialmente porque havia limite de tempo, o que desesperava qualquer um que estivesse tentando terminar a fase.

Aliás, cada Tartaruga funcionava como uma vida. Se você perdesse o Leonardo por exemplo, ainda poderia jogar com os outros três. Eventualmente era possível resgatar as tartarugas "capturadas", mas era uma merda caso você perdesse três personagens e tudo que lhe restasse fosse o Raphael.

Antes que eu me esqueça, se na fase da represa o tempo acabasse, era game over direto sem direito a continuar com outra tartaruga.

Suponho que isso faz sentido, pois se as quatro Tartarugas estavam na represa e ela explodiu, é de se deduzir que todas morreram, não?

Que coisa fúnebre...



Aliás, alí está Mestre Splinter, que se espantou com algo na imagem acima (o que é deixado claro pelo seu balãozinho de fala com um "oh" dentro) e que tem papel fundamental no fim do game.


Eu não faço idéia de quem seja o chefe final, pois nunca consegui terminar essa joça, mas podemos debater que havia uma chance de 80% de ser o Destruidor.

Normalmente era ele, mas houveram vezes que foi o Krang. Em "Fall of the Foot Clan" do Game Boy era o chicletão.

Aliás, alguem entende a hierarquia do Tecnódromo? Quem era o chefão? O Destruidor ou o Krang? Tento descobrir isso fazem quase vinte anos.

Bom, voltando ao final do game: as tartarugas vencem o chefão final e Splinter as parabeniza por sua bravura e blá blá blá, quando DE REPENTE...



... ele volta a forma humana!!!!!!!!!!

MAH GAWD!!!!!!!!

Considerando o quanto Splinter tá acabado na forma humana, digo que seria melhor se ele ficasse transformado em rato.

E aparentemente, neste game ele é o pai perdido da April. Ok, agora isso já é ir longe demais! Daqui a pouco vão dizer que o Bebop e o Rocksteady são irmãos!!!

...

... tarde demais para isso...

Enfim, o jogo não parece ruim, então por que é tão abominado por tantas pessoas? Eu acredito que o problema foi sua dificuldade.

Turtles não é o tipo de game que perdoa erros e facilita as coisas para os jogadores. Muito pelo contrário, é um game que vai meter na sua bunda sem piedade, não importando o quanto você peça para ele ir devagar pra não machucar.

Deus, que analogia terrível.

Um fator que fez com que os fãs brasileiros odiassem este game ainda mais é porque a maioria dos gamers daqui jogou Turtles II antes deste e esperava algo similar. Lembrando que Turtles II era infinitamente melhor e uma comparação entre os dois é uma covardia maior que colocar uma bombinha na privada na hora que seu amigão com diarréia for usá-la.

Verdade seja dita, todo mundo só alugava Turtles I quando o II não estava disponível na locadora e vou te contar... não era um bom substituto...

Em suma, Turtles não é um jogo ruim, mas sofreu de concorrência desleal dentro da própria franquia. Algo que não é incomum em se tratando de games, é só comparar o número de pessoas que ama Final Fantasy do VII em diante e despreza os games anteriores da série.

Bando de sacripantas bestiais, o VI é tão bom quanto o VII! Quiçá melhor!!!

O que mais posso falar de Turtles I? Bom, o Angry Videogame Nerd fez um video a respeito. Você pode assistí-lo clicando aqui. O video está em inglês e se seu domínio da língua não for bom, não perca seu tempo vendo.

As tartarugas se tornariam ídolos supremos dos games a partir do game de arcade, um beat'em up clássico que seria portado para o NES como uma continuação deste aqui.

Quer saber mais a respeito?

Semana que vem.

Cheers!!!

22 comentários:

Edmilson disse...

Não tive o (des)prazer de conhecer esse jogo quando mais novo. Jogo feito por gente sádica dá nisso.

Bem, o Angry teve uma reação bem controlada, não? Tem gente que joga o cartucho longe (não se for alugado claro, só os desavisados que compraram a bagaça).

Amer H. disse...

É, não perdeu muito por não ter jogado na juventude.

Esse é o tipo de game que a gente só gosta hoje em dia, porque não fica com ódio dele ser diferente do Turtles II.

Talvez até fiquemos, mas é mais controlado.

E sim, a reação do Angry Nerd foi até tranquila, considerando que ele cagou no cartucho de Nightmare on Elm Street.

RF Victor disse...

É, esse Turtles era bem difícil mesmo! Mas lembro que dava para aprender a passar da fase da represa... tinha um certo número de vezes que se precisava apertar o direcionoal e o botão de nado para passar pelos lugares apertados. Mas aprender era BEM difícil...

É... minha paciência era BEM maior naquela época...

Unknown disse...

Eu vi o Angry e concordei, o jogo da porra pra dificultar a nossa vida, me lembro que um dos controles do Phantom pereceu tentando passar da fase da represa, se não me engano nunca vimos(eu e meu irmão) o final desse também

Edmilson disse...

Cara, rachei de rir no video do Freddy (nem sabia que o nome era esse em inglês, só tinha visto na tv). E cagar no cartucho foi brutal, pior que isso acho difícil.

Amer H. disse...

O Angry Nerd apareceu na tv? Onde? Macomo???

Edmilson disse...

Não, não. Tava falando do "A hora do Pesadelo", não sabia que era "Nightmare on Elm Street" o nome original. O Angry Nerd eu nunca tinha visto antes, conheci aqui, neste texto.

Fabiano disse...

Caramba... Realmente, o jogo não é nada promissor!
Ei, sugestão: Battletoads!
;)

Anônimo disse...

Hehehe muito bom o tôpico

Pra todo mundo foi decepção pq achava q seria algo semelhante ao arcade , mas como era Turtles a gente engulia mesmo assim

Amer H. disse...

Turtles sempre é válido, hehehehehe!

Hmmm, Battletoads é uma boa... sua hora chegará... sim...

Walmir disse...

Amer, belo review, como sempre.
E ainda tinha aquele pulo absurdo, que era gigantesco, sem poder dosar a altura.
Isso fazia cair na água o tempo todo, coisa que MATAVA AS TARTARUGAS!! Mais incoerente, impossível.

Eu alugava esse cartucho quando tinha um Bit System. Hey, Amer.. sugestão: consoles "piratas" que surgiam na cola dos originais.
O Bit era uma cópia safada do NES americano.

Amer H. disse...

Damn! Consoles piratas!!! Awesome!!!! Grande idéia!!!!

Edmilson disse...

Opa, ótima idéia um texto sobre os consoles alternativos.

Bem que podiam criar alternativos pros consoles mais atuais (ps3, xbox360, w!!). Não tenho grana pra comprar nenhum deles.

Amer H. disse...

É... sem comentários...

Walmir disse...

Bom.. pra fazer um Wii pirata não é difícil.

Basta destacar o drive de CD do seu computador, pegar o controle remoto do DVD Player e ficar pulando na frente da TV, como um bobo.

Quanto aos jogos.. bom.. precisamos mesmo exercitar nossa imaginação.

Walmir disse...

Hey, Amer...

Eis um texto que encontrei sobre esses consoles:

"No Brasil, os clones do NES chegaram no padrão americano pelas empresas Dismac (Bit System), Milmar (Hi-Top Game), Gradiente (Phantom System) e CCE (Top Game VG 8000 e VG9000, que por sua vez suportava ambos os padrões). Já o padrão japonês foi representado pela Dynacom, com o Dynavision II, que inclusive foi o primeiro video-game de terceira geração a chegar em território nacional, em maio de 1989. Outros consoles compatíveis com o NES foram o Super Charger, Dynavision III e o HandyVision, também da Dynacom, que era portátil. Alguns dos fabricantes chegavam a lançar também cartuchos para os consoles."

Amer H. disse...

Encontrei o mesmo texto vasculhando a respeito.

O difícil de se escrever esse artigo é achar imagens decentes dos aparelhos.

Mas está em produção, não se preocupe!

Unknown disse...

Tem uma budega (loja) no centro de osasco que só trabalha com console velho, parece museu. a coisa mais moderna de lá é o N64 e o PS1.
Talvez eu arrume umas fotos decentes desses aparelhos...

Anônimo disse...

Ó, Amer.. achei um link com algumas imagens desses consoles "piratas":

http://www.retrobits.com.br/forum/viewtopic.php?p=8269

Anônimo disse...

E tem também um espaço muito bom no Outerspace sobre a história dos Videogames:

http://outerspace.ig.com.br/retrospace/

MRLF disse...

Cara, esqueça essa porcaria de jogo, eu jamais engoli esse tipo de merda, jogue Tartarugas Ninjas 3 do NES, isso sim é jogo!!!

Você poderá jogar com um amigo, percorrendo fases de ação ininterrupta, com total liberdade no cenário, podendo mover-se para todos os lados, tanto se aproximar da tela quanto ir para o fundo...

Os personagens possui armas e habilidades difrentes e EFICIENTES, super ataques próprios funcionais (Ex.:Pressionando A e B juntos, Raphael voará pra frente feito um parafuso, detonandos os inimigos que lhe cercam).

Os chefões são deveras apelões, chorantes, amargantes e duros de matar, Destruidor é quase indestrutivel... Krang possui um arsenal absurdo de poderes e ataques, e o poder final de Destruidor não pode nem ser comparado ao de Robotnik.

Tartarugas Ninjas 3 do NES, um dos melhores jogos de briga-de-rua que tive o prazer de conhece, ATÉ HOJE!!!

PS.:Jogue com um amigo, será BEM mais emocionante, e ao iniciar, coloque no modo B 2 player, para que seus ataques não machuquem seu amigo, e pra que possam arrebentar o cassete no s chefes simultâneamente.

Anônimo disse...

É... Eu continuo sendo a única pessoa que conheço a gostar desse jogo.

Quase precisei vender minha alma, mas completei ele. Por isso posso confirmar que o vilão é o Destruidor.