Existem pessoas completamente obcecadas por filmes ruins. Aquelas que se tiverem de escolher entre gastar seus suados dinheiros na filmografia completa de Steven Spielberg ou na de Roger Corman, optarão pelo segundo.
Encontro almas irmãs nestas pessoas, pois compartilho deste gosto por produções de baixa qualidade.
Só que no meu caso, eu gosto de Animes ruins.
Um Anime ruim requer muito mais passos para nascer. Começa com um mentecapto rabiscando sua ideia em um guardanapo durante o intervalo do seu turno no Bob’s, em seguida, ele leva seus garranchos até o chefão de um estúdio de animação, e o convence de que seu delírio pode render muita grana se for lançado no mercado de betamax. Após isso, animadores, atores de voz e editores gastam incontáveis horas de trabalho dedicando-se a transformar a visão do caboclo em uma realidade. Quando tudo está terminado, o desenho é devidamente enviado para todas as lojas de animação do Japão, e toda a equipe de produção se une em uma gigantesca demonstração pública de negação, pois eles querem acreditar que criaram o sucessor de Akira ao invés do próximo M.D Geist.
O Japão produz milhares de horas de animação por ano e a maioria absoluta é bosta. Assim, durante aqueles muitos anos em que colecionei Animes, minha casa tornou-se uma latrina, unicamente porque fico fascinado com esta indústria onde tantos executivos se recusam a dizer “não” quando um maltrapilho do Bob’s se atreve a tentar lhes vender uma ideia.
E o gênero de terror é campeão em produções de qualidade fecal. Provavelmente porque no Japão, assim como no ocidente, diretores acreditam que na falta de um bom roteiro, intestinos e rins podem ser espalhados pela tela para erar um efeito cativante sobre a plateia.
Assim, selecionei alguns dos melhores animes ruins que assisti ao longo de minha existência. Não recomendo nenhum deles.
De fato, não recomendo nem mesmo este artigo, que está sendo escrito com o que me restou no tanque após uma manhã inteira tentando gravar o Let’s Play de Majyuuou. Este com certeza será um dos textos mais maçantes que vocês lerão por aqui.
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E vocês não foram embora, apesar dos meus avisos...
Obrigado.
Adiante então, para um mundo de sofrimento e tédio.
Demon City – Shinjuku
Vou começar pelo menos pior da lista... O que não quer dizer muito, tendo em vista a cavalgada de mediocridade que despejarei em vocês.
Demon City – Shinjuku é baseado em um romance de Hideyuki Kikuchi, criador de Vampire Hunter D, Wicked City e único autor japonês que a geração otaku conhecia. Não, mesmo. Era hilário ir a um encontro de fãs de anime no meio dos anos 1990, mencionar qualquer obra de Kikuchi e ver o otakinho mestre estufar o peito pra falar do autor, como se fosse um grande conhecedor de literatura japonesa.
Na maioria dos casos, o sujeito só havia assistido a um dos filmes de Vampire Hunter D. Isso não o impedia de andar por aí com a pedância de um alno da USP em passeata pela legalização da maconha.
Seja como for, Demon City – Shinjuku é um dos trabalhos mais fracos de Kikuchi. A história começa com um duelo entre o vilão Levi Ra e o heroico Genichirou... Que toma uma surra e morre nos primeiros cinco minutos do filme. Triunfante, e tão cheio de si quanto o universitário mencionado no parágrafo anterior, Levi Ra usa o poderes DO MAL para causar um terremoto absurdo e separar a cidade de Shinjuku do resto do país. O lugar passa a ser habitado apenas por demônios, cruz credos, corinthianos e por humanos que decidiram ficar na cidade por motivos de “meh”.
Acontece que Genichirou tinha um filho, porque é claro que tinha. O rapaz se chama Kyoya Izaioi e herdou os mesmos poderes do pai, que basicamente envolvem bater nos outros com um pedaço de pau. Graças a isso e ao fato de ser o protagonista, Kyoya é o único que pode deter Levi Ra.
Eis que um dia o presidente do mundo...
... Espera, isso tá certo? Presidente do mundo? Mas quem? Mas como isso foi acontecer? É assim que o Trump vai se intitular se vencer a eleição? Jesus Cristo de Anti Matéria!
Enfim, o presidente do mundo é atacado pelas plantas demoníacas de Levi Ra, que o imobilizam e fazem muito pouco além disso. Eis que sua filha, Sayaka, implora a Kyoya que viaje até Shinjuku com ela para Matar Levi Ra e salvar o mundo, porque invadir uma cidade infestada de demônios a fim de cometer homicídio é o fim de semana perfeito pra qualquer jovem.
E ele vai. Novamente, porque é o herói da história.
A história então segue o padrão de anda, anda, anda, encontra demônio, foge do demônio, anda, anda, anda, encontra humano bisonho, faz amizade com humano bisonho, reencontra demônio anterior, mata ele, então repete todos os passos mais algumas vezes até chegar ao chefe final.
Para ser justo, Demon City – Shinjuku não é ruim, é meramente mediano. A história parece algo que foi bolado por um moleque de doze anos (que com certeza acha que escreveu um best-seller), os personagens são clichês tão exagerados que podiam nomear verbetes no TV Tropes, e suas motivações são ainda mais fracas que as de Hitler.
Ainda assim, Demon City – Shinjuku consegue ser o melhor Anime mediano da história. A direção é de Yoshiaki Kawajiri, responsável por Vampire Hunter D: Bloodlust, Wicked City, Ninja Scroll, aquele episódio do Animatrix com a mina Kabuki e aquele Anime chato do Highlander... Que pensando bem, seria muito mais adequado a este artigo do que Demon City.
E tem mais! Este longa foi produzido pela Mad House, um dos melhores estúdios de animação do Japão, que conseguiu deixar até aquela minissérie horrenda de Darkstalkers suportável.
Então, Demon City – Shinjuku é bobo e sem substância... Mas é tão boniiiiiiiiiiiiiito! O espectador o tolera apenas porque ele é muito agradável aos olhos, exatamente igual aquela ruivinha que trabalha na loja nerd da sua cidade, que fala que a Emma Watson é mais talentosa que a Meryl Streep, e que só não foi esfaqueada com um tijolo por isso porque é gata.
O mesmo vale pras meninas! Quantos chatos vocês não suportaram ao longo da vida, só porque o sujeito tinha o peitoral do Chris Hemsworth, o cabelo do Tom Hiddleston e as possibilidades de ship do Chris Evans?
Pois é!
Então, se tiverem de assistir a apenas um Anime mencionado neste artigo, assistam Demon City – Shinjuku.
Ou melhor, não assistam nada. Enfiem arames debaixo das unhas, que será uma forma melhor de aproveitar o fim de semana.
Lily C.A.T
Lily C.A.T é o que acontece quando o idealizador de uma obra fica entediado rápido demais com seu trabalho.
Imagino que este anime nasceu quando Hisayuki Toriumi, escritor e diretor desta desgraça, conheceu Alien: O Oitavo Passageiro. Ele assistiu a obra de Ridley Scott, ficou com uma tenda armada em sua calça durante a cena final onde Ripley enfrenta o Xenomorfo só de camiseta e calcinha (lembremos que nada excita mais um japonês do que uma mulher em perigo), e assim que os créditos começaram a subir, ele copiou cada centímetro da história e foi correndo até o estúdio Pierrot, provavelmente torcendo para que o chefão do lugar não pisasse em um cinema desde 1978.
Ele deu sorte. O estúdio bancou deu filme, e Toriumi criou a cópia mais descarada de Alien já criada.
Depois de Planeta do Medo.
E de Galáxia do Terror.
E de A Criatura.
...
Em Lily C.A.T, os personagens trabalham para uma empresa que organiza viagens espaciais até planetas recém descobertos, para poder clamar propriedade sobre qualquer área própria para mineração que encontrem. Aparentemente todos os metais e pedras preciosas da Terra se exauriram, o que faz com que o pessoal do século 23 fique extremamente confuso ao assistir Steven Universe.
Como este é um universo onde Gene Roddenberry não foi inventado, a velocidade de dobra nunca foi descoberta. Viagens espaciais levam DÉCADAS, o que força os astronautas a ficarem em sono criogênico por toda viagem. Quando despertam, uma misteriosa bactéria alienígena começa a matar todo mundo, e o pânico se instaura.
Isso, uma bactéria. Até a metade do filme, os personagens são mortos por um coisa microscópica, provavelmente porque Toriumi não fazia ideia de como deveria ser o monstro da história.
Assim, após levar uma comida de rabo do chefe, Toriumi foi pra casa, ligou na REDE GUROBU e assistiu o SUPAH SHINEH, em busca de inspiração. Estava passando O Enigma do Outro Mundo, e o diretor viu aí a solução para todos os seus problemas, contanto que seu patrão não estivesse assistindo ao mesmo canal naquela noite.
O monstro do filme então virou uma coisa mutante que absorve os passageiros e adiciona seus corpos a sua bio massa. Mas ainda faltava algo a Lily C.A.T... Um toque especial, que tornasse esta animação diferente de tudo que já foi feito... Com exceção dos filmes que foram mais chupinhados por Toriumi do que ovelha na mão do Chupa-cabra.
Foi aí que o diretor decidiu que os verdadeiros vilões do filme seriam o computador da nave e o gato.
Eu sei o que você está pensando, que isso não faz sentido. Mas claro que faz, porque o gato é um robô.
...
É.
Agora imaginem que Ridley Scott não tinha a menor ideia de como criar um clima de suspense quando dirigiu Alien: O Oitavo Passageiro. Exato, imaginem que um dos elementos mais importantes do longa simplesmente não existiu, e vocês começam a ter uma ideia da catástrofe que é Lily C.A.T. Com cinco minutos de filme, o espectador já sabe quais personagens vão sobreviver ao fim da história (o protagonista japonês e a mocinha americana, que são mais bem desenhados que os demais), isso sem mencionar que todas as surpresas e sustos da história são como Bonecos do Carnaval de Olinda. Dá pra vê-los chegando a um quilômetro de distância.
A primeira vítima fala em alto e bom tom: “Vou explorar a nave”, enquanto segue para um corredor escuro, para espanto do engenheiro, que responde no volume mais audível que pode: “Espere, este setor da nave não é vistoriado há décadas!”
Mas a Ameaça Fantasma tem diálogos e atmosfera melhores!!!
... Tá, também não é pra tanto.
E os personagens são a coisa mais miserável que eu já vi. A prova cabal de que Hisayuki Toriumi perdeu o interesse no projeto dias após tê-lo iniciado, e só continuou nele porque aquelas massagens tailandesas não iam se pagar sozinhas.
Eu gostaria de dizer que os personagens de Lily C.A.T são clichês, mas eles sequer chegam a isso. Pelo menos um clichê é um ponto de partida, um artista competente pode usá-lo para chegar a algum lugar. O elenco deste anime tem tão pouca profundidade que se torna côncavo.
Por exemplo, um dos personagens é um machão dos anos 1980, do tipo que acha que brandir uma espingarda durante o almoço é um hábito socialmente aceitável. É claro que um sujeito desses vai ser um valentão, que intimida os desenhos menores e tenta forçar as meninas da nave a escovarem os dentes com seu prepúcio. O cara cuja morte traz um sentimento de satisfação ao espectador.
Mas NÃO! Ele faz porra nenhuma. Sua personalidade se resume a “home grande”. Os demais personagens não são muito melhores e se limitam a “home bonito”, “home velho”, “home mais velho”, “menina loira”, “menina que não é loira” e “home com muita melanina”. Assistir LilY C.A.T é como participar de uma página de anime do Facebook (o equivalente para minha geração seriam as salas de bate-papo do UOL), onde todo mundo se acha mangaká e vivem trocando desenhos malfeitos do mesmo personagem de sobretudo com cabelo de Vegeta, que seus autores acham que é a criação mais original desde Macbeth.
Pra encerrar, Yasuomi Umetsu (Kite e Mezzo Forte) e Yoshitaka Amano (exato, AQUELE Yoshitaka Amano) foram responsáveis pelo character design dessa desgraça.
Como eu disse, massagens tailandesas não se pagam sozinhas.
Bio Hunter
A história começa com um casal transando, porque não há tempo a perder. A moça é uma daquelas japas de anime que gemem tão alto que até seu vizinho escuta e te manda um joinha, achando que você finalmente arrumou uma namorada.
Enquanto a pilha entra na lanterna, a garota comenta que está com fome. Seu parceiro, que parece o filho do Gugu com o Zacarias, ignora a garota e agarra seus peitos. Porque peitos tem prioridade sobre Big Mac.
Eis que subitamente, o peito da moça se transforma em uma mandíbula, arranca a mão do Zacagu e a mastiga vigorosamente. Bio Hunter começa com uma teta comendo uma mão, o que deve ser a abertura de anime mais espetacular da história do universo.
Infelizmente, é só morro abaixo a partir daí.
Acontece que a moça de mamilos famintos estava infectada com o “Demon Virus”, que transforma as pessoas em monstros com uma fome incontrolável por carne humana. Ou pelo menos, esta é a dedução de Koshigaya, professor universitário e dono de um bigodinho de arame que era a última moda em 1915.
Koshigaya acredita que o vírus é o responsável por todos os mitos da história humana. De sereias a onis, todos estes seres sobrenaturais não passam de pessoas que foram infectadas com o passar dos tempos.
E ele não está sozinho. Para onde vai, o professor é acompanhado de Komada, seu melhor amigo que foi infectado e também se transforma em um monstro horrendo ocasionalmente. Só que diferente das outras vítimas, o rapaz possui um corpo tão forte que lhe é possível controlar o vírus e suas mutações.
Porque é exatamente assim que funciona o sistema imunológico.
Juntos, eles tentam ajudar pessoas infectadas, e contracenam em momentos tão entupidos de diálogo expositivo, que fariam Hideo Kojima chorar de orgulho.
Ah sim, eles também estão no encalço de um assassino serial que come figado de mulheres. Lembrem disso, pois será importante.
Uma bela noite, Komada conheceu uma garota que havia se tornado alvo de um figurão do governo. Obviamente, ele a levou pra casa, porque é isso que você faz com uma pessoa estranha que acabou de conhecer. Lógico, não há nada de estranho nesta atitude.
A moça, chamada Sayaka, revela que seu avô é um poderoso vidente. Ela entrou para a lista negra do figurão depois que ele fez uma consulta com o avô e descobriu coisas que não queria a seu próprio respeito. Sem outra opção, o trio vai em busca do velho.
Então, até aqui temos um vírus que transforma pessoas em monstros canibais e um político que resolveu matar um vidente e sua neta porque não gostou da consulta que fez.
Calma, que fica ainda mais retardado.
Quando finalmente encontram o velho, ele revela que ao atender o figurão, descobriu que ele estava infectado. Ou, como ele próprio coloca, o sujeito estava possuído pelo mal, que seu corpo já estava morto e que ele agora era controlado por um demônio que precisava se alimentar de fígados de mulheres para sobreviver.
PAM-PAM-PAAAAAAAAAAAAAM!!!
E o figurão quer matar o velho porque ele lhe contou a verdade.
...
Tem mais, somente outro demônio poderia derrotá-lo. Alguém que também havia sido tocado pelo mal. Alguém em cujas veias corressem as trevas. Algu... KOMADA!!!
...
Então... Todos os seres sobrenaturais da história eram humanos que foram afetados por um vírus... Exceto que o vírus não é vírus porra nenhuma, é um possessão demoníaca e BLEH.
O que você quer da vida, Bio Hunter?
O roteiro da animação ficou a cargo de Yoshiaki Kawajiri, que pra um profissional tão celebrado, tem uma quantidade enorme de bosta em seu currículo. Mas serei justo, a história é baseada num manga de autoria de Fujihiko Hosono. Como não li o trabalho original, não posso dizer se ele é uma bosta, ou se Kawajiri que não soube adaptá-lo.
Considerando que a história rendeu apenas UM volume encadernado, acho que sei a resposta.
O diretor da animação (Yuzo Sato, que também dirigiu Naruto: The Crossroads) não sabia que tom devia dar a obra. Ela começa com uma cena de sexo razoavelmente explícita para um anime mainstream, e que progride até uma mutilação bastante brutal e detalhada. Na cena seguinte, MonstroTeta e Komada duelam em uma cena de ação que seria mais adequada a um Shonen lambão qualquer. Além disso, Komada e Sayaka se apaixonam, e tem um romance casto e ingênuo, com direito a bochechas coradas que cairiam como uma luva em um episódio de Sailor Moon. Em contraste, as cenas em que o assassino ataca suas vítimas são tão lotadas de violência sexual, que se sentiriam em casa se fossem parte de La Blue Girl.
E durante o confronto final, o vilão decide que vale a pena gastar um minuto de seu tempo usando seus tentáculos para penetrar Sayaka oralmente. Porque faz todo sentido que isso aconteça em meio a um duelo de vida ou morte.
E o mais triste nessa história é que Bio Hunter, assim como Demon City, é visualmente maravilhoso. A animação é espetacular, assim como o design de personagens, que embora não seja totalmente original (Komada e Koshigaya se parecem com qualquer coadjuvante de anime escolar), ainda é extremamente agradável aos olhos.
Então, mais uma vez, é como conhecer aquela pessoa deslumbrante e chatíssima. Na pior das hipóteses, estes Animes permitem que introvertidos absolutos possam compreender melhor como funcionam as interações sociais com gente linda.
Dance in the Vampire Bund
Para encerrar, uma série tão intragável que eu não consegui sequer terminar o primeiro episódio. E não vamos esquecer que eu não tive problemas em assistir os dois capítulos de Apocalypse Zero.
Acompanhamos a história de Mina Tepes, rainha dos vampiros e maior chave de cadeia da ficção desde a Lilith. A menina se muda para o Japão, paga a dívida do país (contraída com a compra de mousepads de peitos), e em troca recebe o controle de um distrito de Tóquio, onde possa viver em paz com seu povo. Infelizmente, os humanos não aceitam a coexistência com vampiros e as tensão cresce entre ambos os lados, indicando um inevitável confli... Puta que pariu numa vitrola, é X-Men com vampiros!
Qual é o problema desses autores de anime, que copiam cinema e comics, e acham que ninguém vai notar? Quem eles pensam que são? George Lucas?
E eu só sei qual o tema da série porque li o verbete do Wikipédia a seu respeito. O primeiro episódio nos é apresentado como um programa de auditório japonês, onde os convidados debatem se vampiros existem ou não.
Não, sério. O PRIMEIRO EPISÓDIO DO DESENHO TENTA EMULAR UM PROGRAMA DE AUDITÓRIO JAPONÊS, ONDE UM BANDO DE BOÇAIS DISCUTEM SOBRE A EXISTÊNCIA DE VAMPIROS!!!
...
POIS É!!!
Eu só aguentei assistir até a marca de sete minutos. Mais do que isso faria com que a grade da janela, um lençol enrolado e meu pescoço se tornassem uma combinação irresistível.
E para ser totalmente honesto, nutro um ódio especial para com este Anime. Dance in the Vampire Bund quase destruiu minha vida!
Não, não estou sendo dramático. Se quisesse fazer drama, eu contaria sobre aquela vez em que o bully da minha escola abaixou as minhas calças na frente de toda a classe. Pior ainda, eu tinha acabado de passar pelo estirão da puberdade e minhas cuecas tinham ficado curtas, assim, nem tudo que tinha de ficar pra dentro ficava. E como a cereja do bolo, a menina que eu gostava estava sentada bem na minha frente, teve uma visão privilegiada do acontecimento e nunca mais falou comigo. E o trauma deste evento provavelmente explica minha disfunção erétil.
Mas enfim, Dance in the Vampire Bund veio a mim em 2011, pelas mãos de uma garota que eu havia conhecido no Orkut. Sim, eram tempos estranhos estes, onde ainda usávamos Orkut e MSN para nos comunicar através da rede.
Enfim, eu era parte da comunidade Quero um(a) Namorado(a) Otaku, e...
... EU TAVA DESESPERADO, OK???
Bom, eu conheci uma moça na comunidade e nos demos bem. Depois de bater papo na comunidade, trocamos MSN e passamos a nos comunicar diariamente. Oh sim, era glorioso! A amizade floresceu, e logo os flertes começaram. A garota sempre me provocava, dizendo que um dia me enviaria algo que era uma ideia revolucionária na época: “Nudes”.
EU NUNCA RECEBI NUDES DESTA GAROTA. QUERO QUE FIQUE MUITO CLARO.
Pois bem. Um belo dia estávamos conversando sobre como nos tornamos fãs de Anime. Comentei que comecei com Comando Dolbuck, Zillion e outras pérolas dos anos 1980. Foi quando ela, brincando, disse: “Nossa, como você é velho!”
Perguntei então quantos anos ela tinha.
Ela respondeu.
Quatorze.
...
Meus olhos se arregalaram tanto que caíram das órbitas e minha pressão despencou ao ponto de eu não conseguir pensar em uma analogia engraçada para usar neste parágrafo.
Quando consegui parar de gritar, disse que já era tarde (18:47 da noite) e que eu precisava dormir. Então desfiz a amizade no Orkut, a deletei do meu MSN, taquei fogo no meu computador, nas minhas roupas e nas minhas mãos. E fiquei pendurado na janela por oito anos, esperando o Marcelo Resende vir me prender por crimes contra a pureza juvenil.
Hoje, peço RG, CPF e título de eleitor de toda garota que conheço pela internet. E sempre que uma criança ou adolescente vem me pedir informações na rua, bato nela com um bloco de concreto que sempre levo comigo. Melhor ser criancicida do que pedófilo.
E FOI TUDO CULPA DE DANCE IN THE VAMPIRE BUND!!! CLARO QUE SIM!!! De outra forma eu teria de aceitar que a culpa foi minha por querer me afofar com uma garota que eu sequer perguntei a idade ao conhecer.
Pois é.
E por hoje chega. Agora vou ficar a espera dos “progressistas” que vão tirar este último trecho do artigo de seu contexto e vão republicá-lo como se fosse uma confissão de pedofilia, ao invés de uma bobagem feita em nome da comédia.
Os riscos que eu assumo pra divertir vocês...
Cheers!!!
29 comentários:
Another é um anime de terror que sempre terá um lugar especial no meu coração. Não porque seja medonhamente ruim, mas porque do nada o anime de terror... TEM UM EPISÓDIO GENÉRICO DE PRAIA! Tipo "O Iluminado" parar o que está fazendo para mostrar meninas de biquini esquichando água nos peitos umas das outras. Claro que sim, porque essa coleção de DVDs não vai se vender sozinha para os otakus que não veem a luz do sol desde que o eclipse de 1978.
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk PUTA QUE PARIU AMER MAS QUE MERDA CARALHO NAO RIO TANTO DEUS DOS ARTIGOS DO CREPUSCULO
Com o cometário do C, acho que finalmente entendi o motivo de Another ter uma fanbase tão grande... Agora tudo faz sentido.
Ah, Amer, como rio do que você escreve kkkk
Ah, Amer, como rio do que você escreve kkkk
Sabe,se tratando de Desenhos ocidentais,os famosos Cartoons,eu sei diferenciar um bom de outro ruim,de fato tem muito desenho que eu odeio,mesmo amando a arte da animação.Mas se tratando de Animes,é diferente,é MUITO raro eu não gostar de um anime (quase não sei dizer o que um anime ruim,kk),então é bem Provável que goste de todos os que estão na sua lista,Amer.Ainda mais que são de terror,e se tiver bastante Gore,melhor ainda :) .
"Enfim, eu era parte da comunidade Quero um(a) Namorado(a) Otaku, e...
... EU TAVA DESESPERADO, OK???"
Legal saber que alguém tem mais azar no amor ( ou na Putaria na internet tanto faz) do que eu,obrigado AMER,Alegrou o meu dia,kkkkkkkkk.
Amer sabia que dos 4,3 eu ajudei a legendar?
voce tem que conhecer Kazuo Umezo no Noroi e Creepy e So bad its good
C
Another tenta imitar Higurashi,ter umas cenas fofas com cenas violentas
So que Higurashi e incrivel e tem personagens carismaticos
Imaginado como um anime pode destruir a vida de uma Pessoa:
"PERGUNTEI ENTÃO QUANTOS ANOS ELA TINHA.
ELA RESPONDEU.
QUARTOZE".
Agora entendi,eita porra Amer,que merda ein.
Último comentário,prometo.Essa menina agora ta com uns 19 anos,então sei lá se por obra do destino voçês se encontrarem na internet,não ia ser tão ruim,mas seria bem constrangedor com certeza.
Lembro que lá pra 2005 ou 06 eu jogava um rgp online e conheci uma maga fofinha que me convenceu a ajudá-la a subir de lvl, e lá fui eu dar meus itens e dinheiro virtual pra ela. Tudo isso pra descobrir que era um gordinho tetudo no fim das contas. Quem nunca? HAHAHAHA excelente artigo, Abílio.
Boa lista.
Vi um pôster desse Demon City- Shinjuku numa revista.
Já Dance in the Vampire Bund, só vi pelas capas de DVDs num evento.
magnânimo como sempre!
Domingos, valeu pela dica. Vou dar uma olhada nesse Higurachi.
Falando em dica, Amar, talvez tu queira assistir o primeiro episódio de Keijo!!!!! (Sim, só de ter exclamações no nome já da pra ver que o negócio é classudo)
Fazia tempo que não me divertia tanto lendo algo. Parabéns pelo artigo Amer
Já assisti o Bio Hunter e o Demon city. O Bio Hunter pelo que eu me lembro é muito ruim. O Demon city pelo que eu lembro é bem mediano, mas a animação é boa. Vou começar a assistir agora um anime com o nome de Darker than black, as expectativas tão altas, espero que não me decepcione rsrs. O texto ficou ótimo Amer, só que depois dessa história da garota o mascote do blog vai ter que deixar de ser o ursinho Fritz, vai ter que ser o PedoBear hahaha. Abraços.
Tudo que foi dito sobre Bio Hunter só me fez querer assistilo kkkkkk
Meu deus como eu ri da parte em que você quase foi preso. Desculpa Amer, foi engraçado pra caralho.
E reli umas 4 vezes o texto pra ver se você tava falando mesmo do Amano ou se minha visão me enganou. Como um cara desses trabalha com uma bomba dessas? Deus me livre.
Sou solidário a esse sentimento todo com relação à garota de 14 anos... essa história roubou a cena, digo, o post.
Mas, se tratando de anime ruim, nossa! A expressão "anime ruim" é quase um pleonasmo.
Obs.: eu também fiz parte dessa comunidade. Porque vergonha é algo que não pode ser medido.
Ainda bem que tem o post do Deadpool após esse post desnecessário. Ter feito um post se os telletubbies são mesmo filhos do capeta seria de melhor aproveitamento
Virou troll de repente?
quem nunca, Amer, quem nunca....
quem nunca, Amer, quem nunca....
De anime de terror bom só conheço higurashi, shiki (o melhor) e talvez umineko. Citaram ANOTHER mais acima, mas esse só é bom da mesma forma que um filme B de terror mesmo: As mortes são tão ridículas que chegam a ser hilárias, o plot é uma bagunça e em vários momentos parece que você tá assistindo um filme do Shamalayadingdong
Enfim, estou divagando, ótimo artigo, cara :)
"Começa com um mentecapto rabiscando sua ideia em um guardanapo durante o intervalo do seu turno no Bob’s, em seguida, ele leva seus garranchos até o chefão de um estúdio de animação, e o convence de que seu delírio pode render muita grana se for lançado no mercado de betamax." - desafiador, tendo em conta que é um mercado já falecido nos meados dos anos 80. :P
Ao menos a maioria dessas tralhas foi feita nos 80-90 - com exceção de Bund - e não volta mais com a mesma freqüência. Ou sou eu que não vejo mais anime direito hoje em dia, o que é bem mais provável... XD
Num aparte, porque tantos serviços da Internet querem saber se somos ou não robôs? Chega de opressão à intelectualidade das máquinas!!!
Ainda bem que nunca descobriram que você estava roubando berços, Amer. Muita inveja aqui.
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