Então, como todos sabemos, Michael Bay iniciou uma cruzada
para destruir tudo que a criançada dos anos 1980 mais ama. Ele começou com os
Transformers.
Fez o Bumblebee mijar no John Turturro.
Colocou bolas no Devastador.
E talvez a maior ofensa de todas... DEU EMPREGO PARA SHIA LABEOUF!
Ack...
Agora, ele voltou suas atenções para os Tartarugas Ninja. E
embora tenha apenas produzido o filme, podemos sentir seu dedo bem fundo na história.
...
Ou melhor, podemos ver sua mão enfiada tão fundo na bunda do
diretor Jonathan Liebesman, que qualquer identidade que ele pudesse ter dado ao
filme, se perde em meio a todas as bobagens que nos acostumamos a ver nos
delírios cinematográficos de Michael Bay.
Eu não esperava nada deste filme e ainda assim me decepcionei.
"Falem o que quiser, mas fazer a April foi mais digno do que ser par romântico do Mickey Rourke" |
Ok, a história... Se é que podemos chamá-la assim, gira em
torno de April O’Neil (Megan Fox), repórter do canal 6, que sempre acaba
fazendo reportagens do tipo: “Aprenda a pular no trampolim para
melhorar sua saúde.”
Vocês sabem, o tipo de imbecilidade que é para os
telejornais aquilo que a saga do Garlick Jr. foi para Dragon Ball Z.
Mas acontece que April quer mais da vida! Ela quer ser uma
jornalista de verdade, que cobre grandes furos e faz a diferença neste mundo
louco e cheio de desinformação em que vivemos.
Boa sorte, amiga. Nem te conto sobre o quanto jornalista
vale pouco hoje em dia.
Enfim, para subir na vida, a moça decide investigar os
ataques do Clã do Pé. Uma organização criminosa que está aterrorizando a cidade
e que nunca foi pega pela polícia... Embora todo mundo saiba de sua existência
e seus ataques não sejam exatamente discretos... Eles roubam containers! Pelo amor de Deus!
Uma bela noite, ao investigar um dos ataques do grupo, April
percebe que os vilões são detidos por quatro vigilantes secretos... Que
desenham um símbolo japonês como cartão de visita por todo lugar que passam. Eventualmente,
ela descobre que os heróis são TARTARUGAS MAROMBADAS DA PERIFERIA!!!
...
Digo, Tartarugas Ninja.
Mas considerando a quantidade de esteróides presentes nesta foto, acredito que minha confusão é compreensível |
E antes que perceba, April se envolve em uma grande
aventura, onde ela e seus novos amigos mutunas tem de salvar a cidade do empresário Eric Sacks (William Fichtner) e do seu aliado, O Destruidor (Tohoru Masamune),
que tem planos nefastos para destruir a cidade e obterem muito lucro com isso.
... Espera, o quê?
Calma, fica pior! Em uma cena, descobrimos que o mestre
Splinter treinou seus discípulos graças a um livro sobre arte ninja que
encontrou no esgotos.
Quando você pensava que as coisas não podiam ficar mais
imbecis, vem o Michael Bay e... PAU! BEM NA BOCA!!!
Ok, embora não seja ruim como em Transformers: A Vingança
dos Derrotados, o roteiro de Tartarugas Ninja também é um desastre. Digo, o
plano de Eric Sacks (e do Destruidor) é lançar mutagênico no ar de Nova York e
contaminar todas as pessoas, para então lhes vender a cura. Com isso, Sacks
planeja ficar milionário.
O caso é: ELE JÁ É PODRE DE RICO! O sujeito mora em um
castelo no topo de uma montanha. De quanto dinheiro mais um homem precisa, se
ele mora em um castelo no topo de uma montanha???
Mas bem, o roteiro é um mero acaso. Como todo filme de
Michael Bay, Tartarugas Ninja não passa de um amontoado de momentos minimamente
conectados, que servem apenas para levar o espectador de uma cena de ação para
a outra.
Pelo menos, as ditas cenas de ação são boas.
April: Como eu cheguei aqui? Splinter: Não importa. Agora vamos para uma cena de luta de 12 minutos e um close em sua bunda. |
Agora, falemos do elenco.
Eu nunca pensei que viveria para escrever isso, mas Megan Fox
está muito bem em seu papel. Digo, ela foi terrível em Transformers e sua
continuação, sofrível em Garota Infernal e esquecível em Jonah Hex. Por algum
milagre de Deus ela atua bem aqui.
Ou... Tão bem quanto o roteiro permite. Mas olha, só, ela
não é mais a garota que fica de quatro em cima de uma moto quando faz um
decalque (o que diga-se de passagem, é a posição menos prática pra se fazer um
decalque numa moto). Aqui ela tem a chance de ser carismática e conquistar o
espectador. Claro, ela ainda tem muito que melhorar, mas já provou sinais
claros de progresso desde que iniciou sua carreira, e pode ter um futuro
brilhante se continuar assim.
William Fichtner faz o máximo que pode com o material que
lhe foi entregue. Seu vilão é unidimensional, como se fosse um personagem de
peça infantil, onde o papel do mal tem de ser muito bem definido para não
confundir a cabeça da criançada. Seu plano não tem sentido e sua aliança com o
Destruidor menos ainda, mas ele está lá porque alguém precisa cumprir este
papel.
E verdade seja dita, não é como se Fichtner esperasse algo
diferente. Ele com certeza topou trabalhar neste filme porque sabia que ele
seria um sucesso (e foi) e queria participar de um filão tão grande quanto
Transformers.
Missão cumprida. As filmagens da continuação já começaram, e
ele terá trabalho por pelo menos mais dois filmes.
Quanto ao Destruidor... Bom, ele aparece sempre na penumbra,
vociferando ordens em japonês, em cenas que claramente foram filmadas após o
filme estar completo. Fichtner originalmente seria o vilão laminado, mas os fãs
reagiram furiosamente ao “embranquecimento” do líder do Pé, o que levou os
produtores do longa a tomarem esta decisão.
Como resultado, as cenas onde o Destruidor interage com
qualquer personagem parecem ainda mais desconexas do que todo o resto do filme.
Aliás, sabe como os Transformers do Michael Bay se parecem
amontoados de bacon embrulhados em papel alumínio e organizados de nenhuma
forma coerente? O Destruidor parece com isso... Só que pior. Ele é um amontoado
de lâminas, de onde brotam mais lâminas, que tem ainda mais lâminas grudadas.
É imbecil, é over. Parece algo que um moleque de 12 anos
desenhou na aula de matemática pra provar pros coleguinhas que conseguia fazer
uma versão muito mais DAZÓRA do vilão.
“Mas e quanto aos tartarugas?” Você me pergunta?
São a melhor coisa do filme.
"O senhor teria um minuto para escutar a palavra de nosso senhor Ginzu?" |
Os tartarugas vocês todos já conhecem das toneladas de material
promocional que foi usado na divulgação do filme. Eles são amontoados de
computação gráfica que mais se parecem com quatro Brock Lesnars verdes.
Eles são imensos, a prova de balas e pesados o suficiente
pra estourar veículo blindados meramente se arremessando neles. Se vocês
esperam ver ninjas ágeis e graciosos aqui, vão se decepcionar. Este é um filme
de Michael Bay, e seu heróis são PARRUDOS, VIOLENTOS E DESTROEM TUDO QUE
ENCONTRAM, BLAGAH-BLAGAH-BLAGAH!!!
... Droga de Michael Bay...
Por outro lado, as personalidades dos quatro irmãos foram
muito bem transcritas para o filme. Leonardo (Pete Ploszek como ator de
captura, Johnny Knoxville como a voz) é o líder estóico, Donatello (Jeremy
Howard) ainda é o inventor e cérebro do grupo, Raphael (Alan Ritchson) é o
brutamontes mal humorado e Michelangelo (Noel Fisher) é o porraloca da turma,
que por motivos de MICHAEL BAY fica tentando dar umas tartarugadas na April o
filme inteiro.
EU JURO! Michelangelo passa o filme inteiro xavecando a
April! E não é uma paixonite inocente, ele xaveca ela PESADO, e deixa claro que
quer descobrir o caminho mais rápido para chegar em suas calcinhas.
Digo, ok, é a Megan Fox. Todo homem já se apaixonou por ela
ao menos uma vez na vida (eu incluso, por mais que tenha negado), Mas c’mon!
Precisávamos mesmo de algo assim em um filme dos tartarugas?
SIIIIIIIIIIM! PORQUE MICHAEL BAAAAAAAAAAAAAAAYYYYYYYY!!!
Infelizmente, apenas Raphael foi bem desenvolvido. O filme
explora bem suas inseguranças e como sua postura de durão é só uma fachada. É
triste que os outros tartarugas não tenham recebido tal atenção.
Mas todas as mudanças que foram evitadas com os rapazes,
acabaram recaindo sobre o mestre Splinter (Danny Woodburn como ator de captura,
Tony Shalhoub como a voz), que não é mais um sensei sábio e ponderado, que
dificilmente perde a calma. Ele é irritado, impaciente e severo em um nível que
deixa de ser engraçado e se torna incômodo para quem se acostumou às outras
interpretações do personagem.
Sinto falta do Splinter interpretado pelo Kevin Clash...
Mas um detalhe do qual não gostei inicialmente, mas a que me
afeiçoei eventualmente, é que os tartarugas tem uma aura de “cultura hip-hop”
inegável. Com sua postura, Michelangelo estaria em casa gravando um disco pela
Def Jam. Este detalhe ajuda a inserir os personagens em um cenário urbano e
torna eles mais contemporâneos.
No desenho dos anos 1980, os tartarugas falavam como
surfistas extremamente chapados (ao menos, na versão em inglês), que acredito
eu, era a forma como a molecada da época se comunicava. Hoje, cercados pela
cultura do hip-hop, não é surpresa que os adolescentes americanos tentem imitar
ao máximo a postura de artistas como Ludacris e Method Man. Esta aura foi
transposta com sucesso para os heróis e os torna críveis como produtos da cultura
urbana.
Claro, isso vai deixar o filme extremamente datado em dez
anos, quando a juventude da terra de Obama tiver esquecido o hip-hop e estiver
obcecada com... Seja lá o que for que o futuro nos trouxer. Mas por hora,
funciona muito bem.
Você vai passar semanas cantarolando a musiquinha da cena do elevador. Papo sério. |
Tartarugas Ninja não é um bom filme, mas isso vocês já
sabiam. Os personagens são rasos, os efeitos visuais não são o melhor que a
indústria tem a oferecer, o roteiro é cheio de buracos e no fim das contas,
tudo se torna um espetáculo de destruição, como é típico dos filmes de Michael
Bay.
Verdade seja dita, as cenas de ação são boas. Sabemos onde elas
começam e onde terminam, quem está fazendo o que, e há uma tensão que era
inexistente em Transformers, onde tudo que víamos eram amontoados de polígonos
se atracando de um jeito em que era impossível distingui-los.
Se puder ignorar tudo que este filme faz de errado e se focar
apenas na pancadaria, então talvez você se divirta com ele. Eu já prefiro
esperar o próximo longa da série.
Vai ter Bebop e Rocksteady. E isso vale o preço do ingresso.
Cheers!!!
14 comentários:
Fiquei surpreso com a merda que fizeram com o Destruidor. Ele acabou parecendo o Gurren Lagann com lâminas no lugar das brocas (não sei se você já viu, ambar, mas o anime é um estupro visual de tantas brocas). Não vi o filme ainda e talvez nem verei, mas fiquei curioso quanto a Megan Fox, que eu desacreditava fortemente.
Fiquei surpreso com a merda que fizeram com o Destruidor. Ele acabou parecendo o Gurren Lagann com lâminas no lugar das brocas (não sei se você já viu, ambar, mas o anime é um estupro visual de tantas brocas). Não vi o filme ainda e talvez nem verei, mas fiquei curioso quanto a Megan Fox, que eu desacreditava fortemente.
O filme não é grande coisa, mesmo. Os "tarugões" parecem um quarteto de Hulks. O Michelangelo realmente parece um moleque que pensa com o saco. O Destruidor parece um transformer samurai. Não gostei do Splinter aprender artes marciais com um livro e de ligarem a origem deles com a April.
Precisava ter o Vernon fazendo piada e secando a bunda dela? E concordo, que as partes com ação ficaram bacanas.
Vi uma só vez, no cinema... com meu pai e meu irmão.
Realmente Tartarugas Ninjas não é um ótimo filme, muito menos bom, mas dá pra perder algumas horas assistindo quando não tiver mais nada pra jogar. E olha que assisti o filme sem expectativa alguma, e nem assim eu consegui curtir, MALDITO SEJA MICHAEL BAY!
Apesar de tudo, ainda quero ver como será o próximo filme. é, puro masoquismo da minha parte, hahaha!
Sua analise ficou sensacional, Amer, ri demais! ^^
bom pelo menos não virou grown up alien ninja turtles, e acho que essa musica de uma certa forma funciona!
Algo me impediu de ver o filme no cinema... E agora algo vai me impedir, ou ao menos aumentar, minha resistência a ver o filme na telinha.
E olha que eu sempre gostei daqueles filmes antigos... Até dos lances de volta no tempo. Me julgue.
Amer, me tire uma duvida: O Destruidor me pareceu o "Samurai de Prata" daquele filme do Wolverine... É tipo isso mesmo?
Jesus... só de ver a foto da cena do elevador sei que continuarei evitando esse filme como se fosse uma praga bíblica. Mas confesso que fiquei curiosa com a parte da Megan Fox atuar bem nesse filme.
Depois de ver o review do Nostalgia Critic (com participação do Angry Video Game Nerd) e o seu artigo cheguei a conclusão de que o filme não é o lixo atômico que eu pensei que fosse, mas não me arrependo de não tê-lo visto no cinema e só pretendo vê-lo se eu estiver zapeando na Tv e por acaso ele estiver lá. Meu trauma com os filmes de Transformers é grande.
Dito isto, prefiro rever os 2 filmes de Teggen Toppa Gurren Lagann que conta com vários momentos em que o Gurren Laggan tem um estupro visual de brocas e isso significa ser totalmente o máximo.
ROW ROW FIGHT THE POWER!
http://fc09.deviantart.net/fs50/f/2009/277/8/d/Giga_Drill_Breaker_by_Selaven.png
Eu gostei do filme, não fui ver no cinema, pois estava desempregado na época, é como vc disse, se vc se desapegar de algumas coisas, vai gostar, e a Megan Realmente ta bem no filme, é um filme que vc pode ver pra passar um tempo quando tiver cansado e num tiver nada de bom na tv.
Amer queria saber oq vc achou da do novo filme Godzila e sobre essa onde de remakes que esta rolando. To feliz que o blog voltou com tudo e valeu a pena a espera... Uso suas criticas como referencia quando vou comprar games... Até mais espero uma resposta! Fui!
Meu irmão mais velho viu o filme e reclamou que a história é mais sobre a April do que as Tartarugas, a ponto dessas só aparecerem pela primeira vez depois de meia hora de filme e que seus subplots sejam mal desenvolvidos - deu exemplo de em uma cena Raphael implicar com o Leonardo por achar que ele próprio deveria ser o líder, e na proxima cena que esse assunto é tocado, mostra-se que ele já superou, mas, tipo, não houve nenhum desenvolvimento entre essas duas cenas (._.'). Alguém confirma isso, e que acontece com esses personagens mesmo? Meu irmão também odiou a coisa da repórter de bobeirinhas que quer ser uma jornalista séria, por achar um tremendo clichê e achou desnecessário a April ter relação com a origem das Tartarugas.
Eu pretendia ver o filme, então aluguei na locadora (onde é tudo pirata, R$ 1,50) mas devolvi sem assistir. Resolvi que ia ver na internet mas agora me vejo sem mais tanto interesse assim...
"Amer, me tire uma duvida: O Destruidor me pareceu o "Samurai de Prata" daquele filme do Wolverine... É tipo isso mesmo?"
O pior que também achei parecido.
sobre o filme, eu não achei ruim. talvez ele não tenha a nostalgia do filme dos anos 90, mas diverte se desligar o cérebro. e também tenho o que com os filmes do Michael Bay, tanto que não vi Transformers 4 até então e nem pretendo ver.
e Megan Fox nunca é demais em algum filme.
Olá Amer. Eu não entendi nada desse roteiro também. Assim como Tim Burton ficou marcado com Estranho Mundo de Jack, esse filme sempre será marcado como as Tartarugas Ninja do Michael Bay. Mesmo que nem dirija o filme de fato. Como é ridículo o Splinter aprender por um livro. Mas até que ele aprender por imitar um mestre. Prefiro sempre a versões em que ele é de fato Hamato Yoshi e virou um mutante. Como no desenho atual das Tartarugas da Nickelodeon, onde ele cada vez que ele luta sério até o Destruidor o teme, mesmo que o Destruidor seja um tremendo chutador de bundas também. Essa nova versão tem coisas maneiras como o Donatello e Michelangelo usarem armas ninjas de verdade como Kusari-gamas e Lanças Naginatas. Diria que é quase tão legal quanto Transformers Animated, apesar de usar computação gráfica. Vale a olhada, já que tem diversas referências aos quadrinhos, desenhos anteriores e filmes de forma bastante respeitosa. Uma pena mesmo que não tem Rocksteady e o Bebop. Falha grave.
Olha, sobre Bebop e Rocksteady...
...
[SPOILER]
Eles aparecem na mid-season da terceira temporada. :P
eu jurava que tu gostava dos filmes do transformers amer HUAHUEAHUE
vou ser contra vc nessa, eu gosto dos transformers e gosto mto desse novo filme das tartarugas ninja tbm. pq? ora porra, pq oq importa num filme como esses é justamente as tartarugas e elas ficaram LEGAIS PRA CARALHO! isso é motivo mais doq suficiente p mim pra aprovar o filme
Postar um comentário