sábado, 16 de outubro de 2010

Crítica do Amer: Castlevania II - Simon's Quest


O primeiro game da série não vendeu bilhões de cópias... na verdade, não chegou nem a quebrar a marca de um milhão de cartuchos vendidos, mas se tornou um título cultuado por milhares de pessoas, que se apaixonaram por aquele ambiente de horror em 8 Bits e mal podiam esperar por mais uma dose de caça aos vampiros em seus consoles.

Em 1987, a Konami atendeu a tais súplicas e lançou a segunda parte das aventuras de Simon Belmont! Houve alegria e festa nas ruas, todos mais uma vez poderiam brincar de dominatrix Sueca e chicotear todos até sairem de seu caminho.

No entanto, os produtores da série decidiram inovar. Castlevania seria mais que um título de ação, ele agora seria... UMA JORNADA!!!

Será que eles acertaram? É o que vamos ver.


A história se passa sete anos após o confronto de Simon Belmont com Dracula. A Europa está em paz, sem monstros nem demônios e os camponeses podem viver tranquilamente, trabalhando 23 horas por dia em troca de uma fatia de pão.


Mas nem tudo são rosas. Assim que desferiu o golpe final contra Dracula, Simon foi amaldiçoado pelo conde: se não o trouxesse de volta a vida, o caçador de vampiros sofreria uma morte prematura e dolorosa. Desta forma, nosso herói partiu na ingrata missão de reunir todos os componentes necessários para reviver seu odioso inimigo.

E isso lança todo tipo de perguntas! Simon Belmont não é o herói nobre da série, que sem pensar duas vezes se atirou de cabeça em perigos mortais apenas para livrar a Transilvania do mal? Por que ele simplesmente não aceita a morte, se isso significará que o Conde Dracula não voltará mais a incomodar? Ele é um herói só até onde lhe convém, se for preciso fazer mais do que chicotear monstros para trazer a paz, ele não está disposto a fazê-lo?

Aliás, o plano de Simon é ressuscitar o conde para mandá-lo de volta aos quintos dos infernos logo em seguida! Isso não é mancada com Dracula? O sujeito volta a vida, todo feliz e serelepe, só pra levar chicotadas na cara e morrer novamente cinco minutos depois?

Sério Simon Belmont, seus valores como herói deixam um bocado a desejar!


Os gráficos receberam uma bela melhorada. Há bem mais cores na tela, os personagens são um pouco maiores que no game anterior e mais detalhados. Os cenários também são mais bem construidos, embora não haja muita variação entre eles; se não estiver em uma cidade, Simon sem dúvida se encontrará em uma floresta, caverna ou castelo.


Não houve uma melhora notável na animação dos personagens, embora sejam um pouco maiores e fáceis de se identificar que no game anterior. Os chefes por outro lado decepcionam um pouco, pois não passam de sprites de animação grandes sem animação alguma, exceto pelos projéteis que disparam.

O som continua impecável, os efeitos sonoros são bons e eficientes (na maior parte do tempo), mas a música aqui presente é um dos motivos mais sólidos para se jogar este game. Castlevania II manteve a tradição da série de ter uma excelente trilha sonora, novamente, escutar a estas canções apenas uma vez fará com que você as cantarole pelo resto da vida sempre que estiver ocioso.

De fato, este foi o primeiro game da série a trazer a canção Bloody Tears.

Você conhece essa música, eu garanto.


Falemos então da jogabilidade, o maior divisor de opiniões deste game.


Ao invés de fazer um novo game de ação com movimentação lateral, os produtores da série optaram por adicionar elementos de Adventure á partida. Não basta simplesmente seguir em frente chicoteando monstros, é preciso recolher pistas, coletar itens, comprar coisas e utilizar os artefatos certos no local indicado para obter os resultados necessários.

Durante a aventura, Simon atravessará cidades, onde pode comprar itens e armas necessárias para sua aventura. Como dinheiro, é necessário usar corações, que podem ser coletados ao se derrotar monstros. Sempre é possível voltar as cidades para se adquirir itens que tenham passado batidos, ou trocar artefatos com os ciganos presentes.

Seria uma mudança bem vinda, exceto pelo fato de que o game é incrivelmente vago em relação as pistas disponíveis. Na maior parte do tempo, é necessário conversar com todas as pessoas disponíveis na cidade, ler dezenas de diálogos que não servem para nada e dentre eles, filtrar AQUELA frase dita por um aldeão randômico, que pode ser útil para o progresso da aventura.

O combate não é difícil na maioria das vezes. Simon não perde seu arsenal caso morra, então basta comprar boas armas para ele, que estará preparado para despachar a maior parte dos inimigos. O problema é que será preciso passar um bom tempo matando monstros aleatórios pelo cenário para se reunir os fundos necessários para a aventura.

Aliás, sempre que usar um Continue, todo seu dinheiro será zerado. Você não perde suas armas, mas como sempre é preciso ter uma graninha para comprar novos itens... prepare-se para passar um loooongo e tedioso tempo recuperando os fundos perdidos.

O game tem também o péssimo hábito de transitar o horário entre o dia e a noite. Durante a noite, todos os inimigos são mais fortes e todas as lojas da cidade estão fechadas. Se estiver com pouca energia quando anoitecer, não poderá se revitalizar na igreja... e você estará bem ferrado.

Para se reunir as partes de Dracula, é necessário atravessar fortalezas guardadas por inumeros monstros. Estes castelos são construídos como labirintos e são desnecessáriamente complicados de se prosseguir, é muito fácil se chegar a um beco sem saída e não ter uma idéia clara de como sair dele.

Para colocar sal na ferida, quando encontrar a parte de Drácula presente ao final dele, é necessário voltar TODO o caminho, o que torna tais etapas suplícios muito maiores do que deveriam ser.

As inúmeras idas e voltas, necessidade de se passar horas juntando dinheiro, desvendar pistas crípticas e atravessar mapas enormes sem a menor idéia de para onde prosseguir tornam Castlevania II um game extremamente maçante. Há um enorme potencial aqui escondido, mas infelizmente o game não foi polido o suficiente para que o mesmo brilhasse.


Castlevania II foi um experimento que não deu muito certo. Tecnicamente o jogo é bem feito, mas seus programadores claramente não tinham a experiência necessária para fazer com que a experiência desse certo.


Apesar dos Continues infinitos e das (gigantescas) Passwords, este é um título que cansará a maioria dos jogadores antes mesmo que cheguem na metade da aventura.

Estaria Castlevania destinado ao marasmo, ou as coisas se acertariam no título seguinte? É o que veremos a seguir.

Cheers!!!

9 comentários:

Arthur Malaspina disse...

Sem falar que levam milênios cada vez que entra o texto entre as trocas de dia por noite... que acontecem SEMPRE... eu sinceramente não tenho muita paciência pra esse tipo de coisa.

The Sandman disse...

Eu nunca fui o maior fã de Castlevania, mas o desfecho da série é óbvio. :P

A Konami faz outro jogo, faz milhões com ele e a série é continuada até o fim dos tempos, fim! BD

Lucas Sena disse...

Esse eu não joguei...

Mas anyaway, ótimo como sempre Amer!

Ah propósito, você já jogou alguma das versões atuais de DS do Castlevania? Vale a pena, pode confiar!

Rael XX disse...

Excelente post Amer!! Eu joguei os dois jogos, mas acho o 1 bem melhor, assim como você.

== ADR == disse...

Essa de mudar o estilo de Catlevania não foi uma boa, a intenção até foi, mas o jogo não (em parte). O 3 é bem melhor, na minha opinião.

Avalanche(Lance) disse...

ô bem curtim esse texto><

Helio Mendes Jr ou Kamen Homer disse...

e Amer ja pensou em fazer review do Dr Jekyll and mr Hyde que nem o AVGN ?

Uris disse...

Ótima postagem, como sempre amer!

Ah! e eu conheço a Bloddy Tears! Tenho ela na minha seleção de de Game Music no PSP!


Se você continar a fazer reviews sobre castlevania, que tal uma sobre Castlevania Dracula X?

Leandro" Leon Belmont" Alves the devil summoner disse...

estou jogando ele aqui Amer, realmente sem um detonado o jogador fica perdido no jogo. já venci a Morte. acho que estou na metade do game agora. eu não o acho ruim, mas poderia ser melhor.

e o Simon Belmont é bem questionável em heroísmo. qualquer um que tenha os culhões de um Belmont, se a própria morte significasse o fim do Drácula, porque ele não aceitou o fim?

é por isso que sou mais o Richter e o Leon Belmont