Antigamente, a Konami produzia games apenas para os consoles da Nintendo. Era natural, considerando que a casa de Miyamoto era a líder inquestionável do mercado.
Então, veio a grande guerra dos consoles da década de 1990 e a Sega abocanhou uma fatia considerável do mercado com seu Mega Drive. Mesmo com o poder do Super Nintendo e seu Mode 7, muitos jogadores preferiram o 16 Bits da empresa rival, com seu BLAST PROCESSING!!!
Então, veio a grande guerra dos consoles da década de 1990 e a Sega abocanhou uma fatia considerável do mercado com seu Mega Drive. Mesmo com o poder do Super Nintendo e seu Mode 7, muitos jogadores preferiram o 16 Bits da empresa rival, com seu BLAST PROCESSING!!!
Seja lá o que isso for.
Eventualmente, a Konami decidiu que seria uma boa lançar jogos também para o Mega Drive e começaram a preparar títulos de suas principais franquias para o console.
Os Nintendistas ficaram furiosos, derrubaram prédios, deram voadoras em velhinhas, destruíram viaturas policiais a dentadas, roubaram plutônio dos Líbios e... ahhhhh, a quem eu tou querendo enganar? Eles simplesmente ficaram em casa se entupindo de bolo e reclamando disso para quem quisesse ouvir.
Como na época não existiam fóruns de internet, a estas pessoas só restava escrever para revistas especializadas e torcer para suas reclamações serem publicadas... o que quase nunca acontecia.
As vezes sinto saudades da era pré-internet.
De qualquer forma, a Konami lançou seus games e quem diria? Eram muito bons! O suficiente para fazer os reclamões calarem a boca.
Mas estaria Castlevania Bloodlines a altura dos demais games da série? Senão vejamos, então!
A história começa em 1897, quando Drácula foi derrotado definitivamente e banido para os quintos dos Infernos, de onde nunca deveria ter saído! O responsável por isso foi ninguém menos que Quincy Morris, descendente do Clã Belmont.
Heim? O quê? Não temam, responderei a todas as perguntas daqui a pouco.
Como todos sabemos, Drácula nunca está completamente morto, pois existem dezenas de lazarentos mais do que dispostos a trazê-lo de volta... por um motivo ou por outro. Desta vez, a responsável é a Condessa Elizabeth Bartley, sobrinha do vilão.
Como ela pretende ressuscitá-lo? Bem, ela arquitetou o assassinato do Duque Franz Ferdinand (I SAY... TAKE ME OUT!), o que desencadeou a Primeira Guerra Mundial. A Condessa usará as almas de todos aqueles que morrerem no conflito para trazer de volta seu querido tio e assim dominar o mundo.
Pois é.
Logicamente, ela se depara com oposição, não de um mas DOIS caçadores de vampiros que pretendem colocar um basta em seus planos: John Morris, filho de Quincy Morris e herdeiro do chicote Vampire Killer, e Eric Lecarde, portador da Lança de Alucard e que busca vingança, por sua amada ter sido transformada em uma vampira. Ao invés de estarem confinados na fortaleza de Drácula, John e Eric viajam através da Europa, seguindo a trilha da Condessa.
Lembram como Castlevania III começou a aumentar a trama da série? Castlevania Bloodlines pegou a bola de seu antecessor e correu o campo com ela.
A partir daqui, a série passou a ter vários pontos em comum com o romance de Bram Stoker, como a presença de Quincy Morris, um dos personagens chave do livro. Os descendentes de John Morris e Eric Lecarde também fariam parte dos futuros games da franquia e se encontrariam com os filhos e netos de Richter Belmont e Sypha Belnades inúmeras vezes nas aventuras que viriam.
Quando eu falar delas no futuro, vocês verão.
Castlevania Bloodlines permanece até hoje como um dos games mais impressionantes do Mega Drive, provando minha teoria de que bons programadores conseguem criar games estupendos em qualquer plataforma.
Os gráficos são espetaculares. Os personagens não são grandes como os vistos em Super Castlevania IV, mas são muito bem feitos e possuem ótima animação. Como cada etapa se passa em um país, cada fase é gritantemente diferente da outra e os jogadores visitam locais como a torre inclinada de Pisa, uma fábrica de munições na Alemanha e ruínas antigas na Grécia. Nenhuma fase é igual a anterior.
Castlevania Bloodlines também faz uso extensivo dos efeitos especiais nos gráficos. O reflexo nas águas do templo de Atlântida e os chefes grandes, com membros independentes, são dois grandes exemplos do refinamento técnico presente no título.
Diga-se de passagem, Castlevania Bloodlines é um dos jogos mais sangrentos da série. Zumbis são partidos em pedaços, o cadáver semi destruído de um lobisomem se contorce na tela após ser derrotado e por aí vai. Livres das amarras da Nintendo, os produtores do game com certeza se divertiram um bocado ao poder acrescentar todo o sangue e violência que não puderam usar nos títulos anteriores.
O áudio também impressiona. Castlevania Bloodlines traz uma trilha sonora totalmente inédita, composta por Michiru Yamane, responsável também pela música do posterior clássico Castlevania: Simphony of the Night. Temas lendários da série como Vampire Killer e Bloody Tears ainda estão presentes no jogo, mas apenas via códigos ou no Sound Test.
Mas não temam, as novas canções são tão boas quanto às clássicas e também ecoarão em sua mente pelo tempo que você existir no mundo.
A ação permanece a mesma: Side Scroller tradicional, avance pela fase, recolha Power Ups e armas, mate tudo que atravessar seu caminho, então livre-se do chefe quando chegar até ele. Prossiga neste ritmo até dar de cara com Drácula e MAIS UMA VEZ o mandar desta para melhor.
O Design das fases mantém se consistente com a tradição da série. Algumas etapas são puramente lineares, enquanto outras são mais labirínticas, em alguns momentos é preciso fazer longas escaladas e em outros é preciso descer o cenário fazendo uso de plataformas. O jogo não se reinventa a cada estágio, mas consegue mantê-los diferentes o bastante para que não cansem o jogador.
A principal diferença deste para os games anteriores é a possibilidade de se escolher entre dois personagens logo no começo da partida. Diferente de Castlevania III, onde os personagens secundários complementavam as habilidades de Trevor, aqui, cada caçador é completo por si só.
John Morris se aproxima mais da jogabilidade clássica da série. Ele não ataca em oito direções como Simon Belmont o fazia em Super Castlevania IV, mas pode golpear para baixo e nas diagonais superiores sempre que pular. Ele também pode se prender ao teto para balançar por cima de abismos ou evitar ataques inimigos.
Eric Lecard é um pouco mais versátil, sua lança pode atacar em diversas direções mesmo quando ele estiver no chão e ele possui um pulo especial, que pode ser utilizado para alcançar facilmente plataformas mais altas e que o deixa invencível pelo breve período da subida.
As diferenças óbvias entre os personagens criam duas formas bastante diferentes de se experimentar o game. John Morris é mais recomendado para jogadores experientes, enquanto Eric Lecarde se adéqua mais a jogadores pouco experientes, ou que simplesmente queiram um pouco de alívio da tradicional dificuldade da série.
Aqui há menos armas secundárias que nos demais títulos, é possível escolher entre a Água Benta, o Machado ou o Bumerangue, o Relógio e a Adaga, considerados por muitos os equipamentos menos úteis do arsenal, foram sumariamente limados do game. Embora pareça uma má idéia a princípio, é mais fácil manter um controle sobre qual equipamento secundário o personagem deve usar durante a partida e é bem mais difícil trocar acidentalmente uma boa arma por uma ruim. As velas que dispensam tais equipamentos são diferentes das demais, então o jogador pode simplesmente não golpeá-las mais, assim que tiver o item que mais lhe apetecer.
Também é possível aumentar o poder da arma principal quatro vezes ao invés de três. No nível final, o chicote de John fica eletrificado e a lança de Eric solta labaredas, seus ataques ficam muito mais poderosos e a arma secundária é substituída por um poder especial capaz de matar todos os inimigos da tela. Infelizmente, essa mamata só dura até a próxima vez que o herói sofrer dano.
Um incentivo a mais para os jogadores se abilolarem no game e aprenderem a jogar porções enormes dele sem receber dano. De fato, tenho certeza que existem videos na internet de pessoas que terminaram Castlevania Bloodlines sem perderem uma grama sequer de sua energia.
Ok, agora já tenho o que fazer neste Sábado à noite.
Castlevania Bloodlines não é tão conhecido quanto seus irmãos para outros consoles. De fato, muitas pessoas sequer sabem de sua existência até hoje, o que é um crime... UM CRIME!!!
Mas hey, com emuladores para todos os lados hoje em dia, é muito mais fácil aproveitar pérolas do passado como esta. Então vai fundo, meu jovem! Compense pelo seu erro e quem sabe um dia poderá entrar no Reino dos Céus?
Se São Pedro perguntar se você jogou toda a série Castlevania, você não quer hesitar na hora de responder, não é verdade?
Cheers!!!
14 comentários:
eu gostaqva muito desse jogo, foi o primeiro da série que joguei
Eu me assustei quando achei esse jogo em meio as roms de megadrive que tinha,mas mesmo assim não dei a devida atenção que esse jogo merece.
Irei jogá-lo com calma agora.
E como sempre ótimo review!
Eu ainda não tive a oportunidade de jogar esse jogo mas eu tenho muita curiosidade.
Bem que a Konami poderia fazer um remake para PSP do Bloodlines, exatamente como fez no X Chronicles.
Alias, caro Amer, eu também resolvi falar um pouco de Castlevania no meu blog esse mês:
http://geekln.blogspot.com/2010/10/resenha-castlevania-dracula-x.html
Se puder dar um olhada, eu ficaria grato. =)
Eu conheço e tinha no meu mega!
Mas nunca tinha pensado em terminar sem sofrer dano... acho que vou tentar!!
Ótimo artigo como sempre amer...
Excelente como sempre Amer! Esse eu ainda não havia jogado, mas pretendo corrigir isso essa noite.
Ah e Amer, não sabia que você curtia Franz Ferdinand XD
esse foi o primeiro castlevania q joguei, lembro q na locadora perto da minha casa esse game era desprezado entao eu alugava ele (muita sorte a minha). amer, vc vai um dia falar dos castlevanias do DS?
Amer, queria perguntar uma coisa pra você que é entendido de games. Voce viu que o Keiji Inafune saiu da Capcom né? Você acha que ele esta certo e que a industria Japonesa de games esta realmente morta e que nunca mais veremos grandes titulos desta industria, com o mercado de games indo gradativamente para uma "ocidentalização completa?
Ah, é uma pena que tenha pouca gente (relativamente, claro) acessando seu blog de games... na minha opinião é o melhor. Gosto do jeito que você avalia os jogos, se comparado ao tanto de merda que é dita da boca de gente que acredita estar fazendo uma conotação inteligente em relação a esses protutos. Ouvi gente (muita gente) falando q FF XIII é um pedaço de merda com gonorréia, mas qdo se pergunta o motivo, dizem q não gostaram das summons serem carros.
Oh mundo, por que você é assim???
Este comentário foi removido pelo autor.
Opa, mandei duas vezes o msm comentário ^^
Aliás, falei falei mas esqueci de perguntar o que queria mesmo...
EEi, vai rolar um review de Castlevania: Lament of Innocence??? xD
Gente, gostei desse jogo, sério! Apesar de terem metido tanto o pau nele... Foi o primeiro jogo de play 2 que eu joguei, e primeiro q me viciei... (sim, eu sou novinha! xD em relação há games pelo menos!)
abraços o/
Pra fechar com chave de ouro, você poderia fazer um post, quando tiver a oportunidade, sobre Castlevania Portrait of Ruin, do DS, que é a continuação direta do Bloodlines.
Foram os R$40 mais bem gastos com uma fita de Mega Drive da minha vida.
Comprada em CAMELOT, mas enfim.
Quanto às músicas do jogo, destaco a da última fase: http://www.youtube.com/watch?v=JkXfLX35gNM&feature=related
Como sempre, um artigo muito bom, Amer!
Tava esperando a hora de quando você ia falar dele!
Um abraço!
Castlevania Bloodlines: Excelente!!
e o Amer esqueceu de mencionar que o Eric Lecarde é filho de um personagem bem famoso da Série....melhor não soltar spoiler né?
digamos que o jogo do pai do Eric é o melhor Castlevania já feito até hoje...
façam as contas...
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