Crítica do Amer: World of Illusion

Finalmente, após escrever sobre Castle of Illusion e Quackshot, chego ao fim da trilogia dos games Disney lançados para o Mega Drive.

Hããã, estou ciente que os dois games mencionados e World of Illuson não forma exatamente uma trilogia, mas sempre pensei neles como tal e estou velho demais para mudar isso, então... é.

E também estou ciente que existe uma dúzia de games legais da marca Disney para o Mega Drive (e para o Super Nintendo), mas este será o último sobre o qual escreverei por um tempo, então aproveitem, mmmmkay?

Mmmmkay!

Após estrelarem seus respectivos games e salvarem/bajularem suas namoradas, Mickey e Donald fizeram um “Melhores do Mundo” (se não sabe o que é isso, você precisa ler mais DC Comics) e uniram-se para trazer alegria aos jogadores.

World of Illusion não é apenas um game grandioso, como também é um dos poucos títulos existentes que são muito melhor aproveitados quando se joga com um amigo.

Como isso é possível? Vem comigo que eu te mostro.

Nossa história começa com Mickey e Donald organizando um show de mágica para seus amigos. Aparentemente, serem os dois personagens mais rentáveis dos Estúdios Disney não tá sendo o suficiente para pagar as contas e eles precisam arranjar uns bicos de vez em quando.

Enquanto preparavam a apresentação, Donald encontrou uma porta com aparência sombria. Cauteloso como sempre, Mickey adverte o amigo penoso a não se aproximar dela, mas Donald, eterno sociopata, tem um ataque neurastênico e não dá ouvidos ao companheiro. Como é de se esperar, os dois são tragados pela porta e acabam em um mundo mágico e misterioso, cheio de criaturas dispostas a matá-los e transformá-los em estofado.

Como não podia deixar de ser, um feiticeiro DO MAL tem suas garras sobre este mundo mágico e cabe a nossos heróis o derrotarem, para não apenas libertarem a população desta estranha e violenta terra, como também voltarem para casa.

O enredo é bastante simples e remete muito aos clássicos desenhos animados da dupla, onde tinham uma carreira diferente a cada episódio e independente dela, sempre se metiam em alguma embrulhada nova.

Aliás, este é um dos poucos games da marca Disney que reúne os dois personagens. Normalmente, Mickey e Donald estrelam games próprios e nunca se encontram.

E você aí achando que a Capcom que iniciou a era dos crossovers em games, heim!

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Por favor, não enviem dezenas de comentários explicando o significado técnico exato da palavra “Crossover”. Eu não estou interessado, de verdade.

Muito bem, falemos da apresentação do game.

Nos meus últimos dois reviews, falei de uma limitação do Mega Drive que acabava funcionado a favor destes games da marca Disney. Vocês lembram o que era?

Isso mesmo, a saturação! Bom menino, merece um biscoito Scooby!

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É estranho mencionar Biscoitos Scooby em um artigo sobre um game Disney. Felizmente não trabalho em nenhuma das empresas, ou teria iniciado um conflito de interesses.

Enfim, a palheta de cores limitada do Mega Drive novamente obrigou os programadores a saturarem todos os tons presentes na tela. O que poderia ter sido a desgraça de muitos títulos foi a salvação deste, pois mais uma vez, foi esta peculiaridade que deu ao game seu ar de desenho animado.

Todos os cenários são muito coloridos, vivos e variados. Cada estágio possui sua própria identidade e é bastante distinta do próximo, o que sem dúvida evita que o game se torne cansativo.

Os personagens são lindamente animados e expressivos e possuem uma animação bastante fluida. Não apenas Mickey e Donald, como também os inimigos, sejam comuns ou chefes de fase.

Eu juro, Mickey passa o jogo inteiro com carinha de aterrorizado. Talvez este estranho mundo novo o lembre de tudo que passou em Castle of Illusion e velhos traumas de guerra tenham vindo a tona.

Claro, estou apenas especulando.

O som é muito bom, mas embora as canções sejam bem executadas, não são tem bem compostas quanto as presentes nos games anteriores. Ainda estou cantarolando o tema da fase do México desde a última vez que joguei Quackshot, mas nenhuma música presente em World of Illusion teve o mesmo efeito.

Aliás, este também é um dos poucos games da geração 16 Bits onde podemos ouvir as vozes de Mickey e Donald, embora com resultados pouco impressionantes. Com a pouca potência sonora do Mega Drive, os personagens soam roucos toda vez que abrem a boca, seja quando sofrem dano e fazem “ouch” ou quando pronunciam “Alakazam” para executar feitiços.

Na época de seu lançamento, tal problema poderia ser relevado facilmente, mas hoje em dia se torna cômico.

O tipo errado de cômico, que fique claro.

A jogabilidade é a clássica do gênero: plataformas, saltos, abismos e avanço linear pelas fases... ahhhh, que tempo bom!

Linear, eu disse? Não exatamente... mas falo mais a respeito daqui a pouco.

Mickey e Donald funcionam de forma idêntica, possuem o mesmo tipo de ataque, mesma velocidade e movimentos. Escolher qual deles usar é uma mera questão de qual personagem o jogador prefere.

Tanto Mickey quanto Donald estão pouco ágeis neste game. Jogadores que estejam acostumados a mobilidade dos dois nos games anteriores terão um pouco de trabalho no começo, mas não é nada que não possamos nos acostumar após a primeira meia hora de jogo.

Ambos atacam com capas de mágica que disparam estrelas nos inimigos. É preciso atingir os oponentes com o movimento da capa para derrotá-los, uma vez que as estrelas apenas os imobilizam. É um pouco difícil se acostumar a isso no começo, mas nada a qual o jogador não possa se acostumar.

Nossos heróis também podem correr pela tela. Não é uma habilidade que deva ser usada a todo momento para acelerar os movimentos da dupla (mesmo porque, não os torna muito mais rápidos), mas sim em momentos específicos, para escapar de perigos como cavernas desmoronando.

Há trechos aéreos e submarinos, onde Mickey e Donald usam mágica para poderem voar ou respirar em baixo d’água e precisam atravessar um longo trecho sem a possibilidade de atacar os inimigos. Estas etapas dependem dos reflexos do jogador e de sua capacidade de orientação, para que os inimigos possam ser evitados e a saída da fase encontrada facilmente.

Agora, lembram que eu disse que este game é melhor aproveitado quando jogado com um amigo? Pois bem, Mickey e Donald possuem habilidades iguais, mas o progresso de fases para cada um é diferente.

Por exemplo, Mickey pode passar abaixado por espaços apertados, Donald entala (graças a seu bundão de pato) e precisa encontrar uma rota alternativa para poder encerrar a fase. Caminhos diferentes seguidos pelos dois levam a lugares diferentes e cada um dos personagens possui sua própria leva de fases.

Avançando em dupla, Mickey e Donald precisam ajudar um ao outro para poderem prosseguir através do estágio. Se fizerem tudo direitinho como bons amigos e compatriotas, descobrirão caminhos impossíveis de serem acessados em partidas solo e acessarão fases exclusivas para o modo de dois jogadores, além de um final especial.

Somente os Estúdios Disney conseguiriam gerar um game onde os jogadores teriam prazer em ajudar um ao outro, ao invés de ficarem tentando se matar a cada segundo.

Você sabe do que eu estou falando. Lembra todas as vezes que jogou seu amigo no abismo em Double Dragon? Ou quando pegou a energia antes dele em Final Fight, sendo que ele precisava mais? Aqui não tem dessa! Ou você trabalha em equipe ou não termina o game!!!

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Claro, é possível bater no personagem de seu amigo/irmão com sua capa e deixá-lo todo torcido, mas isso não prejudica a partida em momento algum, é apenas uma piada visual divertida.

E sejamos francos, deixar de ser canalha EM UM JOGO não vai matá-lo.

World of Illusion é uma das mais agradáveis experiências que uma pessoa pode ter com um Mega Drive até hoje. Os múltiplos caminhos e fases diferentes do jogo são um excelente estímulo para muitas e muitas partidas.

Na época de seu lançamento, este game não se tornou tão badalado quanto Castle of Illusion e Quackshot, mas podem ter certeza, vale cada segundo de tempo investido nele.

Depois deste, demoraria algum tempo para que Mickey e Donald voltassem a contracenar em um game. Isto aconteceu na trilogia do camundongo lançada pela a Capcom, para o Super Nintendo, cujo ultimo título (justamente aquele em que os dois unem forças mais uma vez) nunca chegou ao Ocidente.

Bravo Capcom! Vinte e sete mil continuações de Street Fighter e vocês falham em trazer UM game de Mickey e Donald do Japão.

Mas não temam, em seu devido tempo falarei desta saga.

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Semana que vem não. Tenho outro game em mente para o próximo review.

Cheers!!!