Existem games bons e games ruins, mas também existem games cretinos e dentre eles, existem games cretinos que também são ruins e aqueles que são tão cretinos e tão ruins, que é quase uma piada de mal gosto que uma produtora de games tenha achado uma boa idéia lançá-los.
Toxic Crusaders pertence a última categoria.
Agora, todos sabem qual o consenso geral sobre games baseados em filmes: eles são produzidos as pressas e sem o cuidado necessário, pois devem estar a venda no momento que o filme chega aos cinemas.
Games baseados em séries animadas seguem um raciocínio similar, precisam chegar as prateleiras no momento que o desenho animado está no auge de sua popularidade, ou pelo menos, antes que a mesma acabe.
Ok, o que dizer então de um game, baseado em uma série animada, que por sua vez é baseada em um filme.
E não um filme qualquer, mas um cheio de violência explícita e referências sexuais, que precisou ser totalmente amenizado (e por que não dizer, “imbecilizado”?) para se tornar um desenho animado.
Pois é, as coisas não parecem boas, certo?
Acredite, vão piorar.
Toxic Crusaders foi inspirado no filme Toxic Avenger, sobre o qual já escrevi em meu blog original.
No filme, conhecemos Melvin, um fracote de 50 quilos que cai em um tonel de lixo tóxico e sofre uma mutação, transformando-se em um ser de mais de dois metros, super força e uma vontade incontrolável de combater o mal. Logo, ele sai mutilando e estraçalhando canalhas pela cidade, bem como fazendo Sundae com a cara de um deles.
Eu não conseguiria inventar isso nem que quisesse.
Pois bem, o filme era cheio de carnificina explícita e sexo. Peitos de fora brotavam a cada cena (era a década de 1980) e víamos o monstro titular transando com sua linda namorada cega em uma cena que fez muita gente dizer "credo".
Então, o filme virou desenho. Perdemos a violência, o sexo e tudo mais e acompanhamos Melvin e seus amigos mutantes (ou alienígenas, ou apenas feios, sei lá) enfrentando monstros do espaço que querem poluir a Terra em episódios semanais tão empolgantes quanto ver um bambu crescer.
Praticamente, um Capitão Planeta mais idiota.
E a história do game segue o desenho, mas consegue deixá-lo ainda mais estúpido.
Veja bem, Melvin convida seus amigos para jantarem em sua casa, mas todos se atrasam. De repente, a mãe de Melvin aparece e avisa que todos foram seqüestrados pelos vilões da série, cabe então ao nosso heróis pegar seu esfregão e “limpar” a cidade do crime.
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Me desculpem, eu sei que essa foi péssima... mas este game sem dúvida não tá ajudando. Sei que reclamei do enredo de Gears of War, mas Toxic Crusaders faz a jornada de Marcus Fenix parecer algo saído da mente de Shakespeare.
Enfim, este é mais um título do NES em que é preciso salvar os amigos que foram sequestrados exceto que aqui são um bando de criaturas imbecis que ninguém em sã consciência ia querer salvar. Marion de Double Dragon era uma broaca, mas pelo menos tinha um belo par de p... hã? Você quer saber se os gráficos e o som do jogo prestam?
Muito bem, vamos ver.
Os gráficos são ruins, e eu quero dizer... ruuuuuuuuuuuuuuuins. Todo o visual do game parece uma vitima de Chernobyl.
O único personagem representado mais ou menos bem é o protagonista, que nota-se, foi feito com um pouco mais de cuidado que o resto do jogo. Os demais personagens... bom, temos coisas quadradas que atacam com baldes e coisas quadradas que usam armas de fogo, e só começamos a distingui-las melhor após algum tempo de jogo.
Tudo bem que o jogo foi produzido para o NES, mas é o console que nos deu Castlevania III, pelo amor de Benji! Nos games dos Tartarugas Ninjas, sempre foi possível diferenciar um Foot Soldier de um Stone Warrior, e em Double Dragon podemos identificar claramente Abobo e Linda.
Por que diabos todos os inimigos aqui parecem caixas de sapatos com pernas, não faço a menor idéia.
A animação também não é boa, todos os personagens possuem uma movimentação porca e sinceramente, quanto menos falarmos disso, melhor.
Os cenários também são ruins, com poucos detalhes e mesmos prédios e fundos se repetindo infinitamente ao longo das fases, como em um velho desenho da Hannah Barbera. Exceto que os desenhos da Hannah Barbera eram fantásticos e esta forma de economizar grana com cenários é totalmente perdoável.
Aqui... nem tanto.
O áudio não deve nada aos gráficos e temos efeitos especiais inexpressivos para a ação da tela. As chances de sequer serem percebidos e você não se lembrar qual o barulho de um soco quando desligar o game são enormes.
A música não é ruim... também não é boa, mas não agride seus ouvidos como os gráficos agridem seus olhos. É mal composta, mas razoavelmente bem executada pelo NES, o que demonstra que um pouco de afinco foi dedicado pelo menos as canções do game.
Exceto que toda vez que você pausar o game, a canção da fase irá recomeçar. Então,s e jogar como eu, você irá ouvir o mesmo trecho de uma música muitas e muitas e muitas e muitas e muitas e muitas vezes.
Sabe quando você repete uma palavra muitas vezes e ela perde o sentido? Aqui é igual, só que com canções. E acredite quando eu digo que isso é muito pior quando acontece com música do que com palavras.
A jogabilidade é horrenda. Toxic Crusaders tenta ser um Beat’em Up, mas não tem nenhum dos elementos que tornam este gênero tão divertido.
Primeiro de tudo, o controle é duro, o que é um crime para games de pancadaria. É difícil mover Melvin pela tela e ainda pior encaixar seus ataques, um problema que os inimigos não tem.
Melvin também é muito mais lento que seus adversários e vai gastar metade de seu tempo tentando posicionar-se próximo o bastante para acertar os inimigos, o que é muito mais difícil do que parece, e mesmo quando consegue, ele sempre será golpeado primeiro.
O herói começa cada fase com um esfregão, arma que é a marca registrada de Melvin nos filmes (e na série animada, provavelmente) e que lhe dá um alcance um pouco maior. Infelizmente, no primeiro golpe que levar, nosso herói perde sua arma e sua vantagem.
Pensando bem, o esfregão não é vantagem nenhuma, é só um placebo! Com ele o jogador se sente mais confiante, vai pra cima do inimigo e fica com a guarda mais aberta que o normal, malditos sejam os que programaram este jogo lazarento.
Claro, Melvin começa cada fase com bastante energia. Mesmo assim, é fácil ser dizimado pela primeira onda de inimigos e perder vidas logo de cara... aliás, diferente dos Beat’em ups normais, Toxic Crusaders o manda de volta para o início da fase sempre que morrer.
Ou seja progresso estacionado na maior parte do game.
Este é um daqueles games que são difíceis pelos motivos errados: controles duros, inimigos muito mais fortes que seu personagem e Power Ups que não ajudam em absolutamente nada.
Eu falaria ainda mais a respeito... mas não quero dedicar a este game ainda mais tempo de minha vida.
Vocês devem estar se perguntando por que resolvi escrever um review sobre este game se ele consegue ser mais trágico que o descarrilamento de um trem cheio de órfãos sobre uma loja de cãezinhos. Bem, tive três motivos para isso.
Primeiro, eu queria escrever um artigo rápido hoje. Passei o dia trabalhando e estou um bocado cansado, mas não queria deixar este blog sem uma atualização semanal, mesmo que tardia.
Segundo, nem só de bons games é feito o mundo. E tenho a obrigação MORAL de dizer a vocês de vez em quando, o que não devem jogar.
Terceiro, me dei ao trabalho de jogar esta porcaria e se devo sofrer, levarei todos comigo
LEVAREI TODOS COMIGO!!!
É, eu sei, eu vou pro Inferno.
Cheers!!!
11 comentários:
Vixe. Esse eu não conheci.
O filme parece bacanitcha, e o game... Bem, não vou negar, jamais esperarei pérolas técnicas no NES.
Sou fã do Megaman (acredite ou não!:|) e me diverti jogando cada um deles no NES. Ainda assim, tenho consciência de (que acho) que é tudo praticamente igual (de novo, no que diz respeito à técnica). Também não vou comparar esse negócio com os melhores títulos do NES, afinal se eles são os melhores, existe uma razão para isso!
Achei até bonitinho o céu azul-avermelhado na 1ª screen e a lua na 2ª! ...Cara, vou parar por aqui senão vou até tentar jogar o troço...
Só pra completar. Que venham games ruins também, é claro! Os bons todo mundo já jogou e conhece, o legal é ver essas maluquices!
Texto muito engraçado, pra variar! Até mais a todos!
Parece ser legal, ótimo artigo, Amer!
HUAUHAUHAUHUHAHUAUHAHUAHUA
Comentário default só...
Amer...se não me engano esse jogo foi lançado para o Mega Drive ou o Snes...não tenho certeza por causa do meu leve problema atual....
Mas acredite o jogo é a mesma merda...inclusive é um cú chegar nos chefões e os acertar.
e lembra o jogo do The Tick, aode é o Beat Up, mas com hordas e hordas de interminaveis inimigos.
"Vocês devem estar se perguntando por que resolvi escrever um review sobre este game se ele consegue ser mais trágico que o descarrilamento de um trem cheio de órfãos sobre uma loja de cãezinhos. Bem, tive três motivos para isso.
Primeiro, eu queria escrever um artigo rápido hoje. Passei o dia trabalhando e estou um bocado cansado, mas não queria deixar este blog sem uma atualização semanal, mesmo que tardia.
Segundo, nem só de bons games é feito o mundo. E tenho a obrigação MORAL de dizer a vocês de vez em quando, o que não devem jogar.
Terceiro, me dei ao trabalho de jogar esta porcaria e se devo sofrer, levarei todos comigo"
Imagino que quando estavam fazendo o jogo disseram assim:
"Imagino que vocês estejam se perguntando porque a gente vai fazer um jogo mais horrendo que espancar a mãe com sapato inglês enquanto se come a própria irmã. Tenho três motivos para isso:
Primeiro, eu quero fazer um jogo, mesmo que um jogo feito as pressas, pois ainda tenho que ir no McDonald's trabalhar como caixa.
Segundo, porque não é só de bons jogos que é feito o mercado, e já tem muita gente tentando fazer um jogo bom, a gente fica com o outro lado da história.
Terceiro, me mandarem fazer o jogo com esse orçamento...
*Mostra um saco de farofa vazio e uma parafuso*
...E se eu tenho que sofrer fazendo um jogo com isso, levarei todos comigo!"
Aliás, pelamordedeus, NÃO IMAGINEM COMO SERIA GEARS OF WAR SE ESCRITO POR SHAKESPEARE!
...
Tarde demais.
Aliás... Ótimo post, péssimo jogo. ._.
Saiu uma versão desse horror pra Mega Drive também, Lance. Mas não sei se é a mesma coisa com gráficos melhores, ainda não tive coragem de experimentar.
Um dia... um dia...
sugestao de outra porcaria pra q vc teste tambem... apesar de ter certeza q vc ja deve ter jogado...
"Capitain America and Avenger's" do snes ou do mega sinceramente esse jogo é perfeito pra um artigo seu de analise... adoro quase todos seus artigos e leio sempre seus blog's... Pra mim vc é o Diogo Minard dos Nerd's... Porem de vc eu gosto um milhao de vezes mais.
Não sei quase nada sobre jogos, mas vc escreve tão bem e com uma veia cômica tão grande que eu não resisto a dar uma passadinha aqui sempre que posso.E vc já jogou um game para game boy advance chamado "Astro Boy Omega Factor"?Eu joguei esse no emulador e achei massa, mas como eu não sou nerd de jogos...*__* poderia fazer um review?
Amer, pq 2.0? O que salvou?
Aew amer esse jogo saiu pra mega sim e eu axo q foi um pokinho melhor que pra nes mesmo pq pior naum dava pra fikar neh? (ou sera q eu naum tenho imaginação suficiente), bom enfim, cara queria te falar te um jogo que eu sem querer querendo começei a jogar semana passada no emulador pra snes, axo que chama the hurricanes, da uma olhada no jogo e me diz se vc consegue abstrair alguma coisa da historia por favor!! eu começei a jogar pensando meu deus mais um jogo de futebol pra snes que eu naum conhecia e o nome eh legal, hurricanes, daria ate nome de carro gostei, vamos lah entaum, dai quando eu começo o jogo tem um rapaz parado na tela com uma bola de futebol ate ai sem problemas mas agora começa a loucura, ele usa a bola para acertar os desafiantes e leva=los para a cucuia ou seja a bola eh uma arma mortal, me explica por favor!!
valew amer! abraços!
Eu tenhu que assumir que tinha este jogo..e ja zerei ele...pensando que era tartarugas ninjas !!!
ahhahahahhaha...
fiko top o post..parabens kara
e realmente o jogo é tudo isto que vc diz.
NES é como uma academia de jogos, atualmente: Se você dominar os controles do NES, dominará qualquer controle.
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