domingo, 4 de outubro de 2009

Crítica do Amer: Splatterhouse


Estamos no mês de Outubro, vocês sabem o que isso significa? Isso mesmo, Mês das Bruxas!!!

Assim sendo, por que não dedicar meu tempo para games nestes 31 dias, unicamente para títulos de terror? Não sei se vai virar uma tradição anual, mas quem sabe?

E por que não começar com um clássico?

Hoje em dia, games de terror são coisa comum. Todo mundo jogou Resident Evil, Silent Hill e Alone in the Dark e os proprietários de Xbox 360 estão aguardando ansiosamente por Alan Wake, uma vez que é um game exclusivo e eles poderão usá-lo em sua eterna guerra contra o Ps3.

Mas há duas décadas atrás, games de terror eram bastante raros. Vamos lembrar que vídeo games era considerados pouco mais que um brinquedo de luxo na década de 1980 e como tal, eram vistos como coisa de criança.

Não que isso tenha mudado muito, mas na época era bem pior.

Games de terror eram uma impossibilidade, supostamente iriam aterrorizar a pimpolhada e lhes causar grande trauma. Alguém tinha que pensar nas criancinhas.

Até que chegou a Namco, empresa que hoje é conhecida por fazer jogos de luta entre espadas e peitões e lançou um game tão grotesco que supostamente foi banido dos fliperamas Estadunidenses.

E é sobre ele que falaremos hoje.


A premissa de Splatterhouse é bastante simples: salve sua namorada.


Era o passatempo de dez entre nove personagens de games daquela época. Mas acho que posso elaborar um pouco mais.

Pois muito bem, Rick Taylor e sua namorada Jennifer Wills eram para-psicólogos da universidade local, que uma bela noite (de tempestade) resolveram investigar a mansão abandonada do Dr. West.

Alguns fãs especulam que é o mesmo Dr. West dos contos escritos por H.P Lovecraft, mas mesmo que não seja, provavelmente foi inspirado nele.

Enfim, o casal vai feliz e pululante até a mansão abandonada para investigar qualquer tipo de ação ectoplásmica ou movimentos de fluídos errantes, mas as coisas acabam mal pois durante a visita as luzes da mansão se apagam, Jennifer é seqüestrada e Rick é levado a nocaute com uma porrada na nuca.

E os dois aprenderam uma valiosa lição: nunca investigue um lugar mal assombrado sem levar uma mochila protônica.

Mas nosso herói não permanece inconsciente por muito tempo e quando desperta... ESTÁ COM UMA MÁSCARA PRESA EM SEU ROSTO!!!! SANTA SANTA SANTÍSSIMA!!!

Mas não uma máscara qualquer e sim a Máscara do Terror, um objeto milenar e consciente, que o transforma em um gigante bombado, careca e com sérios problemas de controle da raiva.

Como a cavalo dado não se olha os dentes, Rick aproveita seus novos músculos e resolve sair porrando todos os monstros, aberrações e aparições que encontra na mansão e em seus arredores para então reaver sua namorada, mostrar seus novos peitorais e deixá-la maluquinha no banco de trás de um carro no mirante.

Local que eles deveriam ter ido em primeiro lugar, ao invés de para a mansão.

Com exceção do herói ser possuído por uma entidade profana, Splatterhouse mostra um enredo bastante batido mesmo para os padrões da época, mas que surpreendentemente ainda servia como pretexto para nos fazer passar horas e mais horas em frente a um monitor.

A gente se virava com o que tinha.


Embora hoje não pareçam grande coisa, os gráficos eram o supra sumo da arte na época de seu lançamento.


Os cenários são bem desenhados e detalhados. Tem bastante coisa acontecendo ao fundo da ação como monstros semi decompostos que se contorcem enquanto algemados, restos mortais de vítimas do passado ou mesmo alguns espíritos lamuriantes que aparecem só para não te deixar esquecer que está pisando em território profano.

Os personagens são de bom tamanho e embora não possuam uma animação muito detalhada, são bastante eficientes e funcionam bem com o resto dos gráficos.

É possível notar que não há muita cor nos cenários, a maior parte do tempo você estará em fases que utilizam muitos tons de cinza e marrom ou demais cores mais sombrias. Considerando que este é um game de terror, tal escolha é impecável, pois ajuda a passar com perfeição o clima de horror.
Aliás, o game é bastante gráfico.

Diferente de diversos títulos de ação da época, os inimigos não somem simplesmente ou ficam piscando no chão antes de desaparecerem após derrotados. Os inimigos de Rick normalmente são quebrados no meio, decapitados, tem partes do corpo arrancadas, são explodidos com tiros de espingarda ou espatifados em uma parede próxima, só para citar algumas das diversas mortes violentas que eles podem sofrer no decorrer do jogo.

Para os padrões atuais, as mortes são mais divertidas do que grotescas. Mesmo assim, são um atrativo a mais para se jogar.

O som por outro lado, não chama muito a atenção. A trilha sonora não tem muita expressão e nenhuma das músicas ficará em sua cabeça quando você terminar de jogar.

Impressionantemente, ela é adequada, pois seu estilo discreto também combina com o clima que o game tenta passar. Uma batida pop com certeza não faria muito sentido em um título cujo ponto de venda é colocar um gigante com a máscara do Jason massacrando monstros.

E uma vez que eu mencionei, o visual de Rick claramente foi inspirado no senhor Vorhees, mas é interessante perceber que a máscara sempre sofria uma alteração visual nas versões lançadas nos Estados Unidos, provavelmente para evitar um processo.

Na versão doméstica que foi lançada para Turbografix 16 por exemplo, a máscara é vermelha.

Ficou uma coisa ridícula, diga-se de passagem.


Splatterhouse é um side scroller bastante simples, como diversos outros títulos da época.


Você guia Rick em uma linha lateral de movimento e tem de socar tudo que aparecer pela sua frente, sejam zumbis, demônios ou fetos decompostos que brotam de alçapões do teto.

Pois é.

Rick não tem uma grande gama de movimentos, mas é capaz de socar, dar chutes baixos e voadoras, o que na maioria das vezes acaba sendo um arsenal bastante eficiente.

Apesar de seu tamanho, Rick ataca com boa velocidade, o que permite que ele se livre rapidamente dos inimigos e não acabe cercado. A maioria dos adversários morre com um único golpe, mas alguns mais perseverantes precisam ser atingidos duas ou três vezes para finalmente sucumbirem.

Existem também diversas armas espalhadas pelo cenário, desde cutelos de açougueiro e pedações de pau até espingardas... com munição limitada, claro.

Mamar na vaca você não quer, né?

As armas podem ser facilmente encontradas pela maioria das fases, algumas bem no início, o que lhe dá uma boa vantagem desde o começo dos estágios. Infelizmente, assim que muda de tela (como quando se encontra um chefe) Rick perde qualquer arma que tenha em seu poder.

Apesar de ser um título de fliperama, Splatterhouse não é terminalmente difícil como certos jogos da época, que só serviam para fazer com que gastássemos tudo que tínhamos em fichas e passássemos a fazer programa para sustentar o vício.

Aconteceu com todo mundo, até com o Overman.

Claro, Splatterhouse não é um título fácil, mas a maior parte dos desafios pode ser vencida com bom posicionamento. Colocando Rick no lugar certo da tela, seus ataques funcionam como um escudo (os socos de Rick tem um ótimo alcance) e evitam que os inimigos se aproximem.

O oposto também é válido, pois se estiver em um lugar ruim, seus ataques não atingirão os adversários e você será um alvo muito fácil.

Na maior parte do tempo, o game funciona por tentativa e erro. É bastante comum perder uma vida até descobrir qual ponto da tela deixará Rick mais seguro, o que facilita bastante o progresso pelas fases.

Boa memória vai salvar sua bunda muitas e muitas vezes por aqui.


Splatterhouse não é nenhuma obra de arte, mas é bastante interessante como título de ação e pérola histórica.


A versão em fliperama nunca foi lançada nos Estados Unidos e a versão doméstica para o Turbografix 16 foi altamente modificada para ser menos ofensiva. Por exemplo, removeram o chefe que é uma cruz invertida com cabeças voando ao seu redor e colocaram mais uma cabeça voadora no centro das outras.

Sendo que nos dias atuais não temos esse tipo de censura besta, é importante valorizarmos o fato de que nos últimos vinte anos os games passaram a ser considerados menos um brinquedo e mais uma ferramenta de comunicação que atinge várias faixas etárias.

Mais quarenta anos e talvez os gamers comecem a ser respeitados como indivíduos pensantes e não nerds obesos, virgens e super frustrados com a vida.

Sim, quarenta anos é minha estimativa.

Fazer o que? Sou realista.

Cheers!!!

16 comentários:

evil monkey disse...

já comentei,saiam fora!

UnderHell86 disse...

Droga, pensei que seria o primeiro hoje XD!

Splatterhouse eu só pude conferir por emulador, e realmente é muito divertido! Claro, é um beat'em'up, então não dá pra esperar a pérola da sociedade ocidental - mas dá pro gasto e tem ótimas mutilações =D

evil monkey disse...

lamento a decepção underhell,eu trapaciei.

agora vamos aos negócios(não esses negócios seus tarados!)eu gostei deste post(mesmo sendo meio curto)e agora eu acho que eu vou até baixar pelo emulador.

e no post passado eu continuei com a minha tradição de fazer um comentário no último dia assim ele não será lido.então(pela segunda vez)eu vou repetir o comentário anterior pois esse é muito importante(pelomenos pra mim):

"amer,eu resolvi criar um blog!
não vou passar nenhum link nem nada pois ele ainda não está pronto,longe disso.
e por isso eu preciso de uns conselhos e que você me responda umas dúvidas.

duvida um:como eu consigo boas fotos,eu não sei bem o que eu faço,se eu procuro por algo específico,tem algum bom cite pra me receitar?

dúvida dois:quanto tempo leva para eu começar a ter leitores,quando eu devo começar a me preocupar em não ter leitores suficientes?

dúvida três(e última por enquanto)qual seria o Layout ideal?

também uns conselhos não seriam mal.

eu não estou querendo me aproveitar do seu blog pra ganhar audiência(ainda)pois meu blog é um projeto em andamento e eu preciso de tempo até ele ficar como eu quero(aí eu peço pra me aproveitar da sua audiência)

ps a fonte que eu escolhi para o título não tem til então por enquanto não ficará assim mesmo.
estamos trabalhando para resolver isso.

pps não entrem no meu blog,ele ainda esta precisando de muitos ajustes."

é,eu tenho que parar de fazer esses comentários de post nas últimas,já é a segunda vez.

Tiago R. Lima "Mad Max" Andrade disse...

Mais um texto sensacional, que me relembrou os velhos tempos do Mega Drive e me inspirou a baixar a versão arcade pra relembrar. As longas tardes jogando com "esse carinha que parece o Jason" voltaram!

Gustavo Ballin disse...

Novamente ótimo texto Amer!
Mas, como você escreverá apenas sobre jogos de terror, eu queria perguntar se você fará o review de algum Clock Tower?

Cosmo Kramer disse...

Belo texto Amer, gostei da maioria dos reviews aqui, tem um ótimo humor, coisa que busco (mesmo que às vezes falhando) com meu blog de games também.
Splatterhouse, infelizmente, só fui conhecer na segunda versão pro Mega Drive, mas prefiro a terceira e definitiva versão.
A propósito, vou colocar seu blog nos meus links e gostaria que visitasse o meu e desse seu parecer: www.shugames.blogspot.com !
Abraços.

The Sandman disse...

Ivo Monqui, eu tinha lido esse comentário. Tudo bem que leu os comentários todos os dias pra ver coisa nova, e, até vejo os do posts anteriores também. Sou estranho. Mas quem que lê esse blog não é?

Amer H. disse...

Ninguém que lê o blog é estranho.

Somos diferentes, mas não estranhos.

Macaco, ando numa correria só nos últimos dias. Quando a coisa sossegar, dou um pulo no seu blog e dou uma olhada, ok?

evil monkey disse...

falou mestre amer!

sem pressa,o blog ainda está recém nascido.eu também ainda não tenho uma grande idéia para o post inicial.

só daqui a algumas semanas eu acho que eu vou lançar

Slave disse...

Sinceramente, eu gostava mais dos chefes das fases do que as execuções... Principalmente em Splatterhouse 3, onde era mais fácil achar a cura pra AIDS do que uma arma com uma execução legal.

Aliás, você viu que vão lançar SplatterHouse pra XBOX? Não me informei pra ver se era um remake ou um título com uma história nova, mas pelo que vi parece ser bem legal.

...

Exceto pelo abuso de asteróides pela parte do Rick.

The Sandman disse...

/\*esteróides

Rá! =D
Sou muito chato mesmo. :D

Avalanche(Lance) disse...

ia falar obre o jogo,mas uma discussão on-line é mais engraçada:

        Avalanche:          voltei vivo diz:
*Até que chegou a Namco, empresa que hoje é conhecida por fazer jogos de luta entre espadas e peitões
*auhahuahua
mauro diz:
*hhahahah
* peitoes q desafiam a lei da gravidade
        Avalanche:          voltei vivo diz:
*peitões com mente própria
mauro diz:
*e nunca estao em harmonia vao pro lado que quiserem
*um vai pra cima o outro pro ladp
*lado
        Avalanche:          voltei vivo diz:
*são basicamente os peitos da discórdia...
mauro diz:
*e verdade

Amer H. disse...

Na verdade, em Soulcalibur os peitos concordam cobre as leis da física e são bons amigos. Em Dead or Alive que temos peitos da discórdia.

evil monkey disse...

mas nada supera os peitos com vida própria de ninja gaiden.esses são sinistros!

Avalanche(Lance) disse...

Sério...sou tão punheteiro e machista quanto o próximo, mas trazer 20 personagens novas pro Soul Calibur, e diminuir a roupa de todo mundo(feito impressionante se levarmos em conta a roupa original da Evy) é fuder com o cu do palhaço.

Pior que a única personagem interessante nova é uma mina que usa uma armadura completa.

Amer H disse...

De fato.

O ue mostr que no fundo, homens de bom gosto preferem mulheres com mais classe e mais reseradas.