sábado, 10 de outubro de 2009

Crítica do Amer: Majyuuou


Continuando com o mês dedicado aos games de terror, que tal um título que praticamente ninguém conhece?

Pra quem é muito novo pra se lembrar ou simplesmente não era nascido, o Super Nintendo foi o Playstation 2 de sua época. Todo mundo tinha o console em casa, os amigos se reuniam pra jogar Super Soccer Champ ou Street Fighter II, as mães observavam maravilhadas quando seus filhotes jogavam Super Mario World, e os psicólogos desocupados de plantão diziam que Mortal Kombat II era a causa de toda a violência do mundo.

Como o aparelho era um sucesso, TODO MUNDO queria lançar jogos para ele, o que resultou em uma cacetada de títulos que absolutamente ninguém seria capaz de jogar por completo.

Este é um deles.

Majyuuou foi lançado em 1995, perto do fim da vida do console e ficou apenas no Japão, dois fatores que contribuíram para sua obscuridade.

Uma pena, pois este é um excelente game de ação e também uma prova que bons títulos de terror poderiam ser lançados para 16 bits e impressionarem, mesmo não se chamando Castlevania.

E sobre o que é este game?

Vem comigo que eu te conto.


Aqui, acompanhamos a história de Abel, um cara muito legal e gente boa que tinha esposa e filha loiras e de olhos azuis. A perfeita família Norte Americana, do jeito que o Senhor quer que seja.


Aleluia!

Enfim, Abel tinha um amigo chamado Bayer, que deve ter ganho este apelido na escola, após um incidente em que colocou inseticida em seu sanduíche ou coisa do gênero. Bayer não é um gente boa como Abel e deu uma tremenda mancada com seu camarada.

Digo, a maior mancada de todos os tempos.

Ele sacrificou a esposa e filha de Abel para trazer Lúcifer de volta a vida e receber como recompensa o poder de um demônio.

Uau! E eu pensei que sabia tudo sobre ter amigos cretinos!

Enfim, Abel confronta Bayer, toma um cacete daqueles e é salvo pelo espírito de sua esposa, que surge para ele como uma fada (ou como coisa pior, lembremos que ela foi pro Inferno) e não tem escolha exceto sacrificar sua humanidade, se tornar um demônio ainda pior que Bayer e descer até as profundezas para resgatar sua pimpolha.

Hardcore!

Bacana ver que enredos pesados independem da potência de um aparelho e sua capacidade de gerar CG’s foto realistas. Tudo que é preciso é um roteirista com boas idéias e culhões para usá-las.


Visualmente, Majyuuou é impressionante.


Os cenários são extremamente bem feitos e muito criativos. A direção de arte do game é muito bem trabalhada e a visão dos criadores sobre como é o Inferno é bastante interessante.

Uma das fases começa com o céu nublado e chuva de granizo, mas aos poucos as nuvens se dissipam e tudo fica belo e ensolarado, uma visão bastante diferente do que esperamos das profundezas das trevas.

Outra etapa é um trem que aparentemente carrega os condenados até as profundezas mais sombrias. Nesta etapa há um momento em que dois demônios parecidos com cavalos golpeiam uma garota presa a uma cruz até que ela morra e independente do que você faça, nada pode impedir tal fato.

Toda a atmosfera passada pelo gráficos, seja nos cenários, inimigos ou detalhes que acontecem pela fase ajudam a passar uma atmosfera extremamente sombria, o que sem dúvida é um ponto a favor do game.

Uma coisa especialmente notável é que o herói e muitos dos inimigos são bastante pequenos, praticamente do tamanho dos sprites de personagens de jogos do NES.

Embora seja estranho um game de Super Nintendo (ainda mais um lançado em 1995) ter personagens tão ínfimos, acredito que aqui também foi uma decisão de design. Os chefes são colossais, em alguns casos ocupando a tela inteira, o que ajuda a passar a percepção de que dentro do Inferno, Abel não passa de um inseto, enfrentando desafios grandes demais para um ser humano.

De fato, é mera questão de se acostumar.

O áudio já não é tão bom. Embora não sejam desagradáveis, as músicas não são cativantes o suficiente para que nos peguemos cantarolando-as depois, como acontece com Castlevania. Tenho certeza que muitos de vocês sabem cantarolar a música tema de Simon Belmont sem errarem uma nota sequer.

Os efeitos sonoros também são bons, mas nada espetaculares. Pelo visto, a equipe se dedicou mais ao gráficos que ao som, mas considerando tudo, é um game muito competente na parte técnica.


A jogabilidade é simples e bem típica de um side scroller. Você avança pela fase, mete bala em tudo, salta abismos, recolhe itens de energia e permanece neste ritmo até finalmente confrontar o chefe de fase.


No entanto, algumas escolhas de design ajudam a fazer de Majyuuou um título bastante único.

Na primeira fase Abel ainda está na forma humana e tem como arma apenas um revolver. Sua munição é infinita e ele não dispara um projétil visível, mas contanto que o inimigo esteja na sua linha de fogo quando disparar, ele será atingido.

Por outro lado, é possível disparar uma bolota de energia enorme, simplesmente segurando o botão de tiro, ao melhor estilo Mega Buster.

Como eu disse inicialmente, Abel precisa sacrificar sua humanidade para salvar a filha e sempre que derrotar um chefe, um cristal que muda de cor irá aparecer. Se o pegar enquanto ele estiver vermelho, Abel se transformará em uma espécie de harpia, verde, se transforma em um monstro insectóide e azul o transformará em um dragão.

Cada forma tem suas próprias vantagens, os disparos da harpia por exemplo são bumerangues que rodopiam pela tela conforme avançam e que tem um campo de ação bem grande, o insectóide dispara lasers que seguem em uma linha reta e causam vários “hits” nos inimigos que atingem e o dragão é capaz de disparar bolas de fogo bastante rápido e possui um ataque carregado extremamente poderoso.

É possível mudar de forma ao final de cada fase, mas mesmo aí entra um pouco de estratégia. Se escolher a mesma forma três vezes seguidas, conseguirá uma versão super poderosa dela, mas se jogar com cada forma pelo menos uma vez antes da última fase, poderá jogar com a forma de demônio definitiva.

Não há muitos Power ups no jogo. Existe uma jóia vermelha que elimina os inimigos da tela e uma jóia azul que recupera sua energia. Uma outra forma de recuperar energia é esperar próximo a coisas que parecem plantas e dispensam demônios em forma de fadinhas, para então abatê-las e devorá-las.

Minha nossa Senhora!

Mas o Power up mais importante é o espírito de sua esposa, que como eu já disse, se transformou em uma fada. Ela o acompanha ao longo da fase, o ajuda a causar dano nos inimigos e o ressuscita caso sua energia acabe.

Enfim, embora a jogabilidade seja bastante comum, as decisões criativas de design mais do que compensam por isso.


Na época de seu lançamento, as locadoras estavam mais interessadas em nos fazer comprar Playstations e Saturns, o que sem dúvida ajudou no fato de que este game tenha permanecido tão obscuro.


Mas nos dias atuais, onde jogar games de Super Nintendo difíceis de encontrar está a um clique de distância (literalmente) este não deixa de ser um bom game para se tentar.

De fato, até que Dante’s Inferno seja lançado para o X360 e Ps3, acho que nenhum outro game possui uma descrição tão gráfica e bem trabalhada de como as profundezas do Inferno devem ser.

E ser capaz de disparar Hadoukens na cara do capeta também não deixa de ser um bom atrativo.

Cheers!!!

23 comentários:

Avalanche(Lance) disse...

Ta ai..vou procurar depois do Churras.

The Sandman disse...

Nossa Amer... belo review.
Mas ainda prefiro Nocturne. .-.
Mesmo assim... quem sabe eu não jogo num emulador ae?

evil monkey disse...

acho que um amigo me mostrou esse jogo no emulador dele.

foi a muuuuuuuuuuuuuuuuuitas décadas e eu não tenho certeza,mas acho que eu me lembro de uma faze de trem muito legal!

na hora eu achei que fosse contra por causa dos personagens pequenos mas depois ele me explicou o jogo e eu...olhei pra uma mosca na parede...

maldito déficit de atenção!
...

Thyago disse...

mas olha soh, roteiro interessante para um game, muito mais profundo do q a gente tem visto por aih ultimamente.

seria bom as softhouses apostarem numa coisa que seja mais do que "vc eh um cara fodão num mundo fudido e precisa matar esses fudidos com sua arma fodona"

E.D.I disse...

Nessa onda de remakes de filmes e games bem que poderiam dar uma olhada para este jogo, se no super nes ele surpreende imagina em um Xbox 360

Sergio disse...

rapaz, que maneiro, vou procurar agora antes de sair.

Scariel disse...

Vou ter que conferir!
Amer, e sua vasta sabedoria sobre jogos...xD

Scariel disse...

Lembrei de outro do SNES também,Nosferatu. Apesar da história ser do jeito Castlevania,o jogo passa um clima bem sombrio durante as fases.

Avalanche(Lance) disse...

cara aluguei duas vezes esse nosferatu e nunca passei da primeira fase...

The Sandman disse...

Zerei esse jogo ae em dois dias no emulador. '-' Tá certo que usei o negócio de salvar onde quiser, mas...
Enfim, é muito dahora! :D
O único ruim foi que me fez assistir todo os créditos! Em japonês!!

Scariel disse...

Infelizmente eu tbm só joguei o Nosferatu pelo emulador.Avalanche, é só vc pegar as manhas dos combos do carinha principal,que vc passa batido o jogo.
Nesse Majyuuou ae,tomei uma coça logo da aranha,ae depois q decobri como rolar,eu matei ela sem perder nada de life(como se fosse dificil) xD

Avalanche(Lance) disse...

Mas eu não morria, eu ficava preso numa parede logo após sair do primeiro corredor.

AhhhAmer qual sua opniã sobre o Bayoneta e a questão de fazer toda a campanha apenas na questão da heróina ser gostosa e nua.

(e a imbecilidade do "Jogo de um botão")

Amer H. disse...

Minha opinião é: se o produto final for divertido, tou nem aí se ela fica pelada ou se a jogabilidade usa só um botão.

Scariel disse...

Foi malz,Lance.Eu acabei iventando coisa q vc não falou.Acho q vc deve ta falando da parte que tem uma parede e só um pequeno espaço pra passar,eu agarrei ai também a primeira vez,ateh descobri que o kra tem um silde. xD

Avalanche(Lance) disse...

e como é esse bendito Slide?

(e reclamam que os jogos de hj tem tutorial na primeira fase)

Scariel disse...

Enquanto vc estiver correndo vc aperta,baixo e soco junto.

Avalanche(Lance) disse...

....sério desde quando Slide é baixo e soco?

Sempre foi baixo e pulo...odeio quando os produtores de jogos nunca jogaram nada..


Ahh pessoal disponibilizei o jogo de luta do Hokuto no Ken la no blog.

The Sandman disse...

Vai ser outro jogo da série Dynasty Warriors? Tipo Dynasty Warriors: Gundam?

I have a bad feeling about this...

Avalanche(Lance) disse...

Ahh boa indicação Amer.

To jogando esse jogo do demônio ai, ele éfacil e dificil ao mesmo tempo, normalmente tem que acertar a transformação por fase.

os gáficos e a enorme variação deinimigos é ótimo.

Scariel disse...

Jogo bem viciante também.Terminei ele pegando a forma suprema.Mas fui começar ele de novo, e vi que da pra avançar sem virar um demônio,será que tem 2 finais o jogo?

Hunter disse...

Scariel, tem sim 2 finais, o verdadeiro, quando se termina o jogo com o Dark Angel (a forma suprema) e outro final quando vc termina o jogo com qualquer outra forma, e aliás, a forma suprema do dragão é a melhor, depois logicamente do Dark Angel, viciei nesse jogo, relativamente curto, e eu acabei adorando a música tema dos chefes. E Nosferatu a manha dos combos é baseado em quantos cristais vermelhos vc tem, que são no máximo 9, com 9 cristais o protagonista dá uma sequencia de socos, e termina com um RhK estilo Mr. Norris, e isso influi na força dos seus golpes, uns 6-7 combos com 9 cristais bem dados destroi o último chefe fácil, fácil, ah e eu cheguei na 4ª fase,que é chata pra caralho.

Cpt.Guapo disse...

Cara, fiquei tentado em experimentar esse jogo! Esse lance de influência cristã sempre caga tudo aqui no ocidente...Olha que jogo maneiro!

Devo ter no meu recém-baixado fullset de SNES de trocentos giga, num é possíver!

Ah, e pra variar, beleza de resenha, Amer, e valeu pelas dicas ae nos comentários, pessoal!

Marcel disse...

Não vou mentir não, o esquema gráfico e as transformações me lembram horrores o Altered Beast de Mega Drive... Pode ser birra minha, mas o troço beira o suspeito. :P

Liberdade para os robôs!!!