quarta-feira, 22 de abril de 2009

Crítica do Amer: Eat Lead: The Return of Matt Hazard


Uma coisa que não entendo é por que não existem mais games cômicos?


Hoje em dia temos muitos títulos cheios de drama, terror, suspense, mistério e por aí vai, mas ainda não temos muitos títulos que estejam dispostos a nos fazer rir.

Claro, podemos contar a clássica série Parodius neste meio e até mesmo Onechanbara (porque francamente, é muito difícil levar aquilo a sério), mas ainda existe uma certa relutância por parte das proutoras em lançar games que tenham por meta fazer seu público rir ao mesmo tempo que os entretem.

Eat Lead: The Return of Matt Hazard é um destes raros jogos voltados para o humor e que sem pudor algum, caçoa de todos os clichês existentes na indústria e ainda aproveita pra dar uma aloprada naqueles gamers mais radicais.

Como primeiro game razoavelmente sério da D3 Publisher (ou seja, um que não conta com mulheres semi nuas na capa pra ser vendido) havia uma certa expectativa sobre este game, mas será que ele cumpriu sua meta?

Vamos ver!


Aqui acompanhamos a história de Matt Hazard, um herói do passado que estrelou inúmeros games de sucesso nas gerações 8 e 16 bits e que se firmou como um ícone da ação na época.


Infelizmente, ele perdeu o rumo durante a geração 32-64 bits e licensiou péssimos games com seu nome (como Matt Hazard Kart Racing para Nintendo 64) e perdeu um bocado de sua credibilidade, o que fez sua estrela perder o brilho e seus jogos cairem na obscuridão. Mas, ao melhor estilo Mickey Rourke, Matt Hazard voltou em um novo game e promete refazer sua carreira e deixá-la no auge, como na década de 80.

Só que nem tudo na vida é fácil. O atual presidente da Marathon Megasoft (a empresa responsável pelo novo game de Matt Hazard) quer ver o herói morto e para isso, ele mexe na programação do novo game de Matt e o infesta de coisas que não deveriam estar lá, como zumbis, andróides assassinas e fuzileiros do futuro.

Cabe ao nosso herói sobreviver a tudo isso e ainda ficar com a garota no final! Oh, yeah!
Esclarecendo desde já pra quem ficou confuso e não lembra de ter jogado Matt Hazard na era 8 bits, a história do personagem é fictícia. Os produtores do jogo resolveram dar um ar de "Por trás da fama" no personagem e inventaram um histórico fictício pra ele.

Em um dos vídeos de divulgação do game, Hazard em pessoa diz "Sabem aquela arqueóloga Inglesa famosa? Eu comi! Por isso que ela descolou o trabalho naquela série de games!"

Lado negro das celebridades de games FTW!

De fato, a história dá a entender que os astros do videogame existem de verdade em nosso mundo, dão entrevistas e tudo mais. Isso é parte do humor do jogo, pois ao tratar personagens como pessoas reais, é possível caçoar facilmente de todos os clichês frequentemente vistos em games e é justamente o que Matt Hazard faz.

Só pra citar duas, a ajudante de Matt é uma garota holográfica chamada QA, uma óibvia sátira a Cortana da série Halo e há um chefe chamado Altos Tratus, saído diretamente de um JRPG e que parece um personagem desenhado por Tetsuya Nomura, ou seja, metrossexual, com uma espada enorme e que se comunica apenas por caixas de texto.

Pra quem é bem antenado no mundo dos games e conhece franquias atuais suficientemente bem, as sátiras são muito claras e muito divertidas, pois enfiam o dedo na ferida que os fãs mais abilolados odeiam que alguem aponte.


Na parte técnica, Eat Lead tem seus altos e baixos.


Os gráficos são bons. Não espetaculares, apenas bons.

Os personagens principais como Hazard, QA e os chefes possuem boas texturas e são bem construidos. Os cenários não são entupidos de detalhes e possuem texturas bastante simples também, mas que cumprem bem a tarefa e satisfazem jogadores que não sejam tão exigentes com o visual.

Já os capangas que enfrentamos de tonelada ao longo do game possuem um visual muito mais simples, com texturas bem menos detalhadas que as dos personagens principais.

Eat Lead está bem longe de ser um game feio, mas quem se acostumou ao exagero gráfico de certos gams atuais (como Gears of War ou Bioshock) pode achar que a aventura de Matt Hazard é um bocado simplória no departamento visual.

O audio por outro lado deixa um pouco a desejar.

A trilha sonora é composta praticamente pela música tema de Matt Hazard, que é tocada de uma maneira diferente dependendo da ambientação da fase. Há poucas outras músicas e a maioria delas simplesmente não tem gás pra se destacar mais do que a trilha principal.

As vozes foram bem escolhidas, especialmente no caso de Hazard, que fala com a truculência de um típico machão do cinema dos anos 80 e sempre que pode, profere seu ridículo bordão "It's Hazard Time", o que irrita QA além dos limites da razão.

O único problema das vozes é que o jogo foi programado para rodar em tevês com "Ultra-Megaton-Allspark-Dolby Surround" ou seja lá como se chamem os atuais super sistemas de som que as pessoas chiques usam, e dependendo do posicionamento dos personagens na tela, é simplesmente impossível escutar o que eles dizem.

Claro que todos os jogos hoje em dia são criados para rodar em sistemas de som poderosos, mas a maioria ainda tem a decência de permitir que aqueles de nós que jogam em uma tevê mono de 19 polegadas possam ligar legendas para poder ler os diálogos que o som pré histórico de nossos aparelhos não consegue reproduzir.

Pois infelizmente, Eat Lead não tem esta cortesia e aqueles que são pão duros demais para comprar uma HDTV (como eu) acabam perdendo metade das falas. Felizmente a história de Eat Lead não é Irmãos Karamazov e pode ser entendida facilmente por qualquer um.

Qualquer um com um mínimo de compreensão de Inglês e com dois neurônios ativos no cérebro, claro.


A jogabilidade é extremamente simples. Com visão em terceira pessoa, você anda pelo cenário e mete bala em tudo que puder.


Em alguns momentos será necessário pensar um pouco para superar obstáculos e alcançar áreas específicas, mas não maior parte do tempo, só é preciso se esconder atrás de paredes e objetos pelos cenários e mandar bala nos inimigos quando eles pararem de atirar.

Um efeito interessante é que diversos objetos desaparecem após levarem uma quantidade específica de dano, o que o força a tomar alguma providência contra os inimigois, uma vez que não é possível se esconder para sempre.

Os inimigos normais não são exatamente difíceis. A IA do computador não é das mais brilhantes e os oponentes nunca farão planos mirabolantes para lhe atacar, muitas vezes se limitando a se esconderem atrás de objetos e mandar bala quando possível.

Também não há perigo de você ficar sem munição, pois sempre haverão armas espalhadas pelo cenário. Como a quantidadee inimigos é elevada mesmo no Easy, sempre haverão toneladas de armas espalhadas pelo cenário após um tiroteio, é só fazer pilhagem.

Os duelos contra os chefes são um pouco mais complicados e requerem mais estratégia (especialmente o Kraken), mas não é nada que não possa ser descoberto ao se prestar atenção aos padrões de movimento do chefe. E há também lutas onde só é preciso apertar a sequência certa de botões para se derrotar o chefe, algo que dispensa explicações, creio eu.

Considerando tudo, Eat Lead é um game bastante fácil, que pode ser terminado sem problemas por veteranos ou novatos. Isso pode ser um fator contra a qualidade do jogo na opiniãi de algumas pessoas, mas é bom de vez em quando jogar um título que não lhe faça chorar lágrimas de sangue, como alguns momentos de Gears of War são capazes.

E para quem jogar a versão de Xbox 360, há muitos Achievements! Uma tonelada deles! De fato, após a última batalha do game você ganha mais de duzentos pontos de Achievements por fazer nada exceto assistir a última cena e não cortar os créditos antes de seu final.

Mel na chupeta.


Tecnicamente falando, Eat Lead: The Return of Matt Hazard é um jogo mediano.


Seu visual é anos luz atrás de outros games atuais, seu audio não tem nada de espetacular e sua jogabilidade é tão simples que uma criança de três anos conseguiria terminá-lo sem problemas.

O que faz este título valer a pena é seu bom humor e as impagáveis sátiras que infestam cada momento da história. Mantenho meu comentário inicial de que mais games deveriam se aventurar pelos lados da coméia e Eat Lead tem a coragem de fazer isso e a realiza de forma extremamente competente.

Eat Lead: The Return of Matt Hazard pode não ser o melhor game da atualidade, tampouco recomendado para todos, mas quem não leva os games tão a sério (ou quem leva a sério demais) deveria dar uma conferida neste título.

Tenho certeza que pelo menos a identidade real de QA vai lhe fazer dar uma risada nervosa e dizer "É... é assim mesmo..."

Cheers!!!

5 comentários:

Tes-Hahn disse...

huahauhaua, essa ultima screen é hilária!!! Coçou muito meu dedo de querer jogar esse título!!

Frodo disse...

Otimo artigo Amer!

Esse jogo me fez lembrar de Chili Con Carnage do psp, tiroteio, humor e diversão!

DukeGod disse...

ja viu aqueles jogos LEGO?
tem um monte,Lego Star Wars(um com a trilogia antiga e um com a nova,no ps3 tem uma versao conm todos os 6 juntos) Lego Indiana Jones(só os 3 antigos) e Lego Batman que segue uma história propria.Um reviw deles seria bem legal,e como são praticamente a mesma coisa(mude uma mecanica aqui e uma habilidade ali) pode se falar no geral deles

Thyago disse...

vale um aluguel, já que diferente dos LEGOS da vida, q além de tirar uma com os filmes eles têm um fator replay enorme pra pegar as coisas e assim liberar extras, falta nele algum replay.

então, vou alugar.

ChuckNoia disse...

Wow eu tava loco por esse jogo

mas Motorstorm meio q roubou o interesse

BTW amer, o PS3 tb tem um Sistema parecido com os Achivments (se escrevi errado nun liga, nun sei escrever mesmo), tanto q o nome de cada um é o mesmo q os do 360 (pelomenos no Prince of percia novo)

estou esperando esse jogo cair no espaço q muitas Reviws deixam, o vacuo do jogo ruim, dai o preço dele cai o suficiente para q eu possa compra-lo a um preço camarada (carai ele ainda ta 90 conto, Big little planet é mais barato!)

e como sempre Otimo artigo