Crítica do Amer: Onechanbara: Bikini Samurai Squad

Existem games que se tornam únicos pelos mais diversos motivos.

Alguns são cinematográficos, como Metal Gear Solid.

Outros são tão entupidos de ação e testosterona, que você fica cheio de adrenalina e louco pra socar alguém assim que os desliga, como Gears of War.

Há também aqueles que são tão imersivos, que quando esliga o console, você percebe que passou uma semana desde que começou a jogar e sua mulher o deixou nesse meio tempo. É o caso de Fallout 3.

Mas também existem games que se destacam por serem retardados.

Não simplesmente retardados, mas tão ofensivamente retardados que é difícil acreditar que alguém achou uma boa idéia criá-los e uma produtora resolveu lançar os mesmos.

Onechanbara pertence à última opção.

Originalmente, este era um título da série Simple 2000, que visava lançar games de baixo orçamento que fossem produzidos por empresas pequenas ou programadores com pouca experiência no mercado. O resultado na maioria das vezes eram games fracos, mas que apresentavam um certo potencial.

Onechanbara se destacou nesta série, por mostrar uma japonesa gostosa de biquini e espada em mãos, andando por aí enquanto despedaça zumbis. A execução do game não era das melhores, mas sua pura originalidade gerou uma continuação e um filme.

Sim, um filme!

E graças a esta popularidade, o game chegou ao Xbox 360.

Pra melhor ou pra pior.

A história do jogo é idiota, mas divertida.

Um belo dia, Aya (a heroína principal) estava tomando banho e sua irmãzinha Saki estava vendo o noticiário. De repente, foi mostrado um ataque de zumbis no centro da cidade.

Saki avisou Aya, que saiu correndo pelada e molhada pela casa e viu na tevê que isso de fato tinha acontecido.

Interessante ver que ela não liga de ficar pelada em frente a uma janela enorme que pode ser vista facilmente dos outros prédios. Os vizinhos de Aya devem se divertir um bocado com as neurastenias nudistas da garota.

Enfim, Aya e sua irmã concordam que é hora de agir, se vestem (no caso de Aya, parcialmente) e vão a luta, preparadas para chacinar quantos zumbis forem necessários.

E tudo isso acontece logo na abertura do game, que diga-se de passagem, tem as cenas de nudez parcial mais gratuitas da história dos games.

Sim, mais gratuitas até mesmo que as de Dead or Alive 4.

Ao longo da história, as irmãs se aliam a atiradora Annna (com três "n") e descobrem que há uma grande corporação maléfica querendo dominar o mundo através do uso de zumbis. Somente o trio de gostosas podem detê-los.

Interessante ver que sempre que aparecem zumbis no Japão, é culpa de uma mega-corporação. Foi assim com a Umbrella também, o que me faz imaginar que tipo de matérias ensinam nas faculdades Nipônicas de química, biologia e farmaceutica.

Como eu disse, a história é idiota, mas ela funciona para o game. Me canso de dizer que jogos de ação não precisam ser escritos por Isaac Asimov para serem bons, basta que nos dêem um pretexto para matar tudo que aparece na tela.

Infelizmente, embora os vídeos que contem a história sejam bacanas e cheios daqueles exageros que fãs de anime adoram, eles são meio mal-feitos e tem um clipping muito chato que divide a tela ao meio em alguns instantes.

Na parte visual, o jogo é passável.

Os gráficos são bem mais bonitos que na época do Ps2, o que é bom, uma vez que este game provavelmente foi feito com o mesmo orçamento (um saco de jujubas e um boné do Pateta) que aqueles da época da Simple 2000.

Que fique claro que o visual de Onechanbara: BSS não chega nem perto de Mass Effect, Metal Gear Solid 4 ou algo da nova geração que tenha custado dinheiro real para ser produzido. O visual não é ruim mas é extremamente simplista, não há quase detalhes na tela.

Verdade seja dita, os melhores modelos são os dar garotas, que são curvilíneas o bastante para deixar qualquer tarado por mulheres virtuais feliz. Até a colegial Saki é mais desenvolvida que muitas garotas de outros games.

Mas considerando que este game se passa no Japão, eu não me espantaria se ela tivesse trinta e cinco anos e ainda vestisse uniforme colegial, simplesmente "porque sim."

O áudio é inexistente, as poucas músicas que tocam são repetitivas e não tem muita graça. Tampouco há vozes digitalizadas ao longo do jogo que não sejam gritos e gemidos das heroínas.

Nos vídeos entre as fases ouvimos as personagens falarem bastante, mas não é nada digno de nota. Parece aqueles animes hentai onde parece que um casal de atores dublou todo mundo, pois todos tem a voz parecida.

Sim, eu assisto hentai. Nunca fiz questão de esconder. Vá pro inferno, seu porco moralista!

E se você assiste hentai também, toca aqui, irmão!

A jogabilidade é simples.

Simples até demais.

Você anda pelo cenário, estraçalha zumbis, anda mais, estraçalha mais zumbis, anda mais um pouco e estraçalha mais zumbis. De repente, você encontra uma chave e a usa para abrir uma área nova e adivinhe o que é preciso fazer por lá?

Andar, estraçalhar zumbis, andar mais, estraçalhar mais zumbis, andar mais um pouco e estraçalhar mais zumbis até chegar ao chefe ou abrir uma nova área.

E é isso.

As personagens tem um arsenal bem curto de combos. Aya possui dois combos diferentes (que depende se ela está usando uma ou duas espadas), Saki tem um só e Annna nem combos tem, pois usa armas de fogo.

Mas não se preocupe, pois os jogo é bastante fácil. Apenas metralhe os botões que sairá um combo belíssimo que eliminará 75% de tudo que estiver à sua volta. Até Stephen Hakwing conseguiria jogar!

Vez ou outra, aparece um zumbi grandalhão que não sofre dano com os ataques normais e é preciso estar em estado "Rampage" para matá-los, o que acrescenta um pouco (muito pouco, só um tiquinho) de estratégia às batalhas.

Para entrar em tal modo, basta deixar sua heroína ficar imunda.

Cada vez que matar zumbis, Aya e suas companheiras ficarão sujas de sangue. Quando estiverem totalmente ensopadas de hemoglobinas, elas enlouquecerão, causarão uma explosão de energia e ficarão invencíveis, muito mais rápidas e fortes, capazes de destruir qualquer inimigo da tela com um ou dois golpes.

E devo admitir que elas ficam muito sensuais cobertas de sangue.

Que foi? Rob Zombie concorda que uma mulher fica mais bonita quando coberta de sangue! Eu não sou o único, ok?

O modo Rampage não tem tempo explícito de duração, mas suga sua energia enquanto durar. Assim sendo, ao invés de procurar uma estátua sagrada para "remover sua fúria" (uau, falei bonito), você pode simplesmente recuperar energias com os itens que os zumbis derrubam aos baldes quando são mortos e ficar com este poder supremo a fase toda.

Mas mesmo que não use o Rampage, você poderá terminar o game tranquilamente, pois é uma das coisas mais fáceis já criadas na história.

Sério, é mais difícil assistir um episódio de Ursinhos Carinhosos do que terminar Onechanbara: BSS.

Exceto pelas fases de moto, onde o controle é tão ridículo que tais estágios se tornam doses homeopáticas de frustração.

Aliás, se você achou a câmera de Afro Samurai ruim, é porque não viu a câmera de Onechanbara: BSS.

Após tudo isso, você me pergunta: "Mas afinal de contas, esse jogo é bom?"

Não posso em sã consciência dizer que sim.

Mas mesmo com este oceano de defeitos, Onechanbara: Bikini Samurai Squad tem um certo charme, que só filmes "B" possuem. A total e suprema falta de orçamento do jogo se reflete em uma produção muito aquém do que costumamos receber na atual geração, mas ainda é um título curioso que merece uma olhada, do mesmo jeito que  como O Vingador Tóxico, O Monstro do Armário e Leprechaun.

Não faça essa cara, eu estou falando sério.

Onde mais você pode ver uma japonesa gostosa e rebolante só de biquini esquartejando zumbis e espalhando tanto sangue pelo cenário que você precisa passar um paninho no seu televisor depois para remover as manchas?

Se for experimentar este game, tenha plena noção que ele só existe para que você e seus amigos dêem algumas risadas de todo o absurdo contido nele. Não o leve a sério, pois os seus criadores com certeza não levaram.

Cheers!!!