quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Crítica do Amer: Yo! Noid


Se você é um Gamer da minha geração, deve guardar lembranças muito carinhosas de vários games de NES.

Teenage Mutant Ninja Turtles II é um beat’em up de primeira, Ninja Gaiden é um dos mais eletrizantes Side Scrollers lançados para o console e Mike Tyson's Punch Out é um dos maiores desafiadores de reflexos de todos os tempos.

Por outro lado, existem títulos que não merecem um lugar em nossa memória, como Yo! Noid.

Devo dizer, me sinto sozinho no mundo sempre que faço deste game, pois aparentemente sou o único cara do planeta que odeia esta projeto de jogo! Todos com quem converso abrem um enorme sorriso ao se lembrarem de Yo! Noid e falam dele como uma pérola muito valiosa de suas juventudes.

Mas há outra possibilidade: talvez eu tenha sido o único indivíduo do planeta que jogou esta abominação nos últimos 25 anos e assim sendo, pude ver todos os horrores contidos neste cartucho sem me deixar nublar pelas nuvens cor de rosa das lembranças infantis!

O quê? Você acha que eu não estou fazendo nenhum sentido? Meu querido, quando eu mato uma fada é porque tou apenas começando!

Ok, agora eu só fiz sentido pra quem assistia Frango Robô.

Que se dane...


Noid nasceu como uma mascote da rede Domino’s Pizza, dos Estados Unidos. Ele aparecia em comerciais que usavam animação Stop Motion, a boa e velha “animação com massinha” e tentava sempre destruir as pizzas dos fregueses da Domino’s.


Não sou publicitário, mas fazer propagandas mostrando que um maluco vestido de coelho estava sempre tentando estragar a comida dos clientes não me parece uma boa idéia para se divulgar seu produto.

No game, um sujeito DO MAL se fantasia como Noid e sai pela cidade difamando seu bom nome. Resta ao mascote de pizzaria de 45 anos ir em busca de justiça e desmascarar o malfeitor, antes que ele jogue sua pouca credibilidade na lama.

O fato do impostor se vestir de verde passou despercebido por toda cidade, ou vai ver eles já odiavam o Noid e só aproveitaram a presença do vilão para descarregarem seu ódio contra ele.

Vale ressaltar que o Noid resolve combater o mal armado com um io-iô. Isso mesmo, um brinquedo que não representa perigo para ninguém além do Chaves e o Quico é a arma de escolha do Noid.

E aqui vai um pouco de trivia, Yo! Noid é a localização de um game Japonês chamado Kamen no Ninja Hanamaru. A Capcom simplesmente modificou os visuais e a história antes de lançar o título no Ocidente.

Alguém na empresa achou que a molecada da época ia preferir jogar com uma mascote de pizzaria ao invés de um ninja.

Pense nisso por um minuto.


A apresentação do game é muito competente, afinal de contas, estamos falando da Capcom.


Os gráficos são bonitos e coloridos. Não temos a riqueza de detalhes presente em um Ninja Gaiden ou Castlevania por exemplo, mas tudo bem, pois a intenção de Yo! Noid é ser cartunesco e isso o game faz muito bem.

Os personagens não são exatamente criativos, mas são bem desenhados e animados, o Noid tem um ar abobado bastante divertido, os capangas são narigudos e caricatos e os diversos obstáculos pelo caminho parecem saídos de uma animação ruim típica da década de 1980.

Pra um cara da minha geração, até os desenhos boçais daquela época tem seu mérito.

Os cenários são bem legais e variados, o game possui 14 fases e é interessante ver que os programadores se dedicaram a dar uma identidade diferente para cada um deles. Há um rinque de patinação, um circo, uma pista de skate e até o alto dos prédios, local pouco apropriado para se usar um pula-pula... algo que o Noid faz despreocupadamente.

A trilha sonora também é bastante competente, com músicas bem compostas do tipo que grudam na cabeça para sempre. Não são tão boas quanto as músicas de outros games da empresa, como Duck Tales ou Chip n’ Dale: Rescue Rangers, mas são bastante empolgantes e cumprem bem sua tarefa.

Os efeitos sonoros são bem clássicos de NES. Nada realistas, mas considerando a ambientação do jogo, encaixam como uma luva.

E... isso era basicamente tudo que eu tinha de bom pra dizer sobre este game. Depois dessa, já devo ter uma cadeira reservada no Céu.

Mas de acordo com Nate Griffin, no Céu tem pouca cadeira.


E agora falemos da maldita jogabilidade, ahhh sim, a jogabilidade. Pra começo de conversa, Yo! Noid é desnecessariamente difícil.


Como pode isso? Bem, o Noid morre com apenas um hit, ele não tem barra de energia, apenas um tiro ou esbarrar em um inimigo é o suficiente para mandar o abobado vestido de coelho para os quintos dos Infernos.

Tudo bem, outros games como Contra também usam este sistema, mas em Contra você tem uma metralhadora e dezenas de Power Ups, desviar dos disparos inimigos e matar os oponentes antes que se aproximem demais de você é uma questão de reflexos e velocidade. Aqui, só temos o maldito io-iô como arma e é preciso se aproximar dos inimigos para matá-los.

E muitas vezes, isso acaba mal... bastante mal. Especialmente contra inimigos que agüentam mais de um golpe antes de morrer.

Noid tem alguns poderes especiais como causar um terremoto ou evocar um relâmpago, o que elimina todos os inimigos da tela, basta recolher pergaminhos para ganhar essas habilidades e acumular energia para usá-las. Infelizmente, estes poderes são pouco úteis, pois gastam quase toda a energia disponível de uma tacada só e é preciso guardá-los para momentos de emergência.

O problema é que o game inteiro é uma emergência.

Tomemos a fase do gelo como exemplo. Games da geração 8 Bits sempre tinham um estágio onde o cenário escorregava e era preciso tomar cuidado para não se cair em um abismo.

Pois é, em Yo! Noid os cenários escorregam muito mais que o normal. Mesmo que o jogador saiba bem o que está fazendo, é muito difícil retomar o controle sobre o Noid quando ele começa a derrapar e isso causa muitas mortes bestas devido ao excesso de abismo das fases.

Há uma fase com skate, onde só é possível eliminar inimigos saltando EXATAMENTE sobre suas cabeças, caso esteja posicionado um milímetro para o lado errado, será seu fim. Sem mencionar que a única maneira de se sobreviver a estas fases é avançando devagar, para não esbarra em nenhum inimigo, o que tira todo o sentido de se estar em um skate.

Já que eu falei em posicionamento, isso é algo muito importante neste game.

Em alguns momentos, é preciso saltar sobre uma plataforma ou trampolim e é necessário pousar exatamente SOBRE o objeto, encostar nas laterais dele por alguma razão inexplicável, mata o Noid.

É compreensível (embora meio inaceitável) que o personagem perca uma vida se esbarrar nos inimigos, mas não há nenhum motivo racional para que isso aconteça ao se esbarrar em uma plataforma. Infelizmente, este é um exemplo de má programação.

E o insulto final são as batalhas com os chefes. Ao invés de combates normais onde é preciso se aprender o padrão de movimentos do inimigo para atacá-lo nas brechas de sua guarda, é preciso participar de um duelo de comer mais pizzas.

Pois é, faz tanto sentido quanto parece.

O jogador e seu oponente recebem cartas, cada uma com um número. Cada um escolhe uma delas e o valor da menor carta é subtraído da maior, que então se converte em pizzas para serem comidas pelo vitorioso do round.

Por exemplo, se você escolher uma carta com o número 6 e seu oponente uma com o número 2, você vence o round e come 4 pizzas ao fim dele. Aquele que comer a quantidade de pizzas requeridas vence a partida.

Parece mera questão de matemática (uma grande idéia, pois crianças jogam games para aprender aritmética e não se divertir), mas conforme o game avança, o computador passa a receber cartas MUITO melhores que as suas e a vitória se torna uma questão de sorte.

Pra colocar sal na ferida, há um tempo determinado para a jogada ser feita e se ele acabar, Noid perde o duelo e precisa refazer a fase inteira.

Há alguns itens que podem ser recolhidos ao longo da fase e que auxiliam no duelo de pizzas como duplicadores e coisas do tipo, mas mesmo com eles os duelos continuam tão difíceis quanto vestir um pijama em um tigre.

Já tentei isso, não recomendo.


Mesmo com essa lista de defeitos óbvios, Yo! Noid continua como um dos games mais queridos do NES e constantemente encabeça listas de melhores títulos, muito perto de Super Mario Bros 3 e Legend of Zelda.


A explicação mais plausível que encontrei para isso é que toda a humanidade enlouqueceu e aos poucos se transformará em um exército de zumbis canibais e apenas eu permanecerei imutado e terei de lutar contra 5 bilhões de seres irracionais e selvagens para sobreviver.

Portanto, se um dia eu cravar uma picareta em seu cérebro, lembre-se de que não é nada pessoal.

Cheers!!!

16 comentários:

Question Your Truths disse...

Amer duas perguntas pra vc:

ja vi vc citando algumas vezes GTA e seus personagens mas o unico Review que vc fez da série foi do jogo Vice City

sera que veremos algum outro game da serie resenhado por aqui?

A uns tempos atras vc tinha o Fotolog onde vc postava imagens variadas sobre games, Gurias de Desenho e entre outras coisa interessantes

era mto legal e foi de la que conheci o seu trampo e os Blogs mas o Fotolog acabou e o q rola? nao pensa em criar outro tipo de espaço onde vc possa colocar ideias e notas rapidas sobre assuntos variados?

pq ao que parece com o Blog de Games e o outro vc meio que fica amarrado a estes dois e tem que sempre criar imnensos artigos

Nao pensa em voltar a criar coisa mais dinamicas e que sejam fora dos dois segmentos?

Amer H. disse...

NUNCA resenhei nenhum game de GTA. Pretendo fazê-lo esse ano.

O fotolog desativou minha conta, sei lá porque. Tentei lançar um terceiro blog pra escrever as mesmas coisas que postava no Fotolog mas me desencantei muito rápido, quem sabe um dia?

Quanto aos artigos imensos, considerando que só atualizo poucas vezes por semana, não acho que um texto curto deixaria os leitores satisfeitos.

E quem não gosta de texto longo não é obrigado a ler, é o que eu sempre digo.

Jack, The Ripper disse...

WOW, que jogo... Estranho.
Hey Amer, queria saber se você pretende fazer uma resenha sobre algum jogo da série Metal Gear, em especial de Metal Gear Solid 4. Que na minha sincera opinião, é o melhor jogo da série (o original em segundo lugar).

E uma pergunta para Question Your Truths. Ser querer sem groço, mas você não acha melhor revisar os erros de portugues de seu comentário antes de posta-lo. Ou você estava com pressa e usou a línguagem de MSN propositalmente?

Bom Ammer, não se esqueça de responder minha pergunta quanto a série Metal Gear!

Jack, The Ripper disse...

Observação em relação ao meu comentário anterior: Quando falei original, quis dizer o Metal Gear Solid 1. Não o Metal Gear 1, que também e muito bom.

Paulo_HT disse...

nossa, basear um game infantil num sequestrador com problemas mentais..
quem diria, a versao japonesa é mais normal que a lançada no ocidente..

onde esse mundo vai parar?

Godiles disse...

foi voce que escreveu o texto sobre ele na Old Gamer???

assim que terminei de ler peguei o jogo e não achei tão ruim não ;xxx

Cosmão disse...

Já havia lido o especial seu sobre Yo Noid na Old!Gamer e achei muito bacana.
Também não me simpatizo muito com esse game não, é difícil demais.

Frodo disse...

...detesto...ese...jogo!
Tem pelo menos uns 35 jogos melhores no NES para jogar, e e incrivel como todo mundo tenta jogar so essa desgraca! Ja passei tanta raiva com esse jogo que simplesmente nem passo mais perto dele =P

Gledson disse...

Pensei que eu era o único que não gostava desse jogo, até que em fim encontrei outra pessoa. Cara quando abri o blog hoje e vi que era esse jogo me bateu uma tristeza, quebrou a belíssima sequencia que vinha sendo realizada (ME, ME2). Maldade, mas a análise, como sempre, muito bem feita!

Anki disse...

Devo ter tido sorte, pois nunca joguei esse jogo.

Rodrigo disse...

Amer, confessoq eu ainda não li o Artigo, mas tive que postar um link.
Antes de te passar o link gostaria de pedir, O Que você acha de fazer uma Review sobre um jogo antigo de SNES chamado:Zombies Ate My Neighbors.

Eu gostei muito desse jogo, ele acopuo grande aprte da minha infancia e eu seiq ue quem conhece jogou muito ele!

Agora vamos ao link, Eu babei muito quando eu vi, é outro jogo do qual gostaria de ver o Review!

http://www.youtube.com/watch?v=9kw4rafims4&feature=player_embedded

João disse...

ou fã de seu blog. Rio muito com seus comentários.

será que há possobiliade de sair um review de algum dos jogos da serie Strike? Em especial do Nuclear Strike de PS1.

Obrigado.

João

Lezard valeth disse...

Que jogo de merda esse.



Nada mais pra declarar






tchau




ps DE MERDAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

pepa games disse...

cara toda vez q eu leio seus artigos eu me lembro da minha infancia hoje ja estou velho e acabado com meus 28 anos de idade
mas vc esta certo sobre este game
cara quando eu era moleque eu fazia final neste game brincando
obs:eu so tinha dois cartuchos o maldito brush roller q acompanhava o turbo game
e este yonoide q o cara da locadodora me vendeu falando q era um jogo muitolega
sei la so sei q hoje quando me atrevo a jogar ele no pc ate com os infaliveis save games nao consigo faser final
q estranho oq tera acontecido comigo depois de 15 anos?

pepa games disse...

cara este game e estranho
eu o tinha quando tinha meus 12 anos de idade e fasia final nele facil
agora nen me atrevo a joga lo mais
nen com os inafaliveis save games dos emuladores eu nao consigo mais termina lo

Leandro" Leon Belmont" Alves the devil summoner disse...

"A explicação mais plausível que encontrei para isso é que toda a humanidade enlouqueceu e aos poucos se transformará em um exército de zumbis canibais e apenas eu permanecerei imutado e terei de lutar contra 5 bilhões de seres irracionais e selvagens para sobreviver.

Portanto, se um dia eu cravar uma picareta em seu cérebro, lembre-se de que não é nada pessoal".



penso igualmente quando me falam que FFVII é divino e FFXIII é a desgraça da série...

só que ao contrário de você, caro Amer, vou de escopeta e uma mini ogiva nuclear para eliminar esse 5 bilhões de zumbis, pagadores de pau do Sephi-biba-roth....

sinceramente, só falta uma ogiva nuclear portátil em algum Game do Resident Evil. ou uma cerebral bore...mas zumbis não tem cerebro. ou não deveria ter, né Capcom??

Tchun-Clunch(som de escopeta armada)