sexta-feira, 19 de abril de 2019

Crítica do Amer: Spider-Man


Ok, baixei uma alternativa gratuita ao Office, porque estava de saco cheio da Microsoft querer me cobrar para eu ter o direito de escrever.

DE ESCREVER, SEUS MALDITOS COMUNIS...

Enfim, tou usando o Free Office.

Que é igual ao Office... Mas é “Free”.

Não, não dá pra fumar ele.

Agora, o que escrever em minha desvirginação deste novo programa?

Um resumo das experiências sexuais que tive nas noites paulistanas... Ou falo sobre meus tempos convivendo em meio a nata do jornalismo de cinema? Jogarei uma moeda, se der cara, falo sobre o primeiro, coroa, o segundo.

Yub!!!

...

...

...

Caiu em pé, farei uma crítica do jogo do Homem-Aranha então.

Que foi?


Nossa história começa numa manhã tranquila de Nova York, onde a polícia troca tiros com os homens de Wilson Fisk bem no meio da avenida. Antes que qualquer fatalidade ocorra, O ESPETABULOSO HOMEM-ARANHA surge para salvar o dia, e ajudar os meninos de azul a prenderem o esférico chefão do crime da cidade.

Infelizmente, o que nosso herói não previa... Por que para um gênio científico, ele é bem tonto...É que a ausência de Fisk causaria um vácuo de poder na cidade, e que outros criminosos logo surgiriam para tomar o lugar de Vincent D’Onofrio.

Logo, uma gangue que utiliza máscaras de demônios chineses surge na cidade. Eles se chamam “Os Demônios” e dominam uma forma estranha de energia sombria, para compensar que não dominam a arte da criatividade ao se batizar uma organização criminosa.

Pedro então parte em uma investigação para descobrir quem são os Demônios, o que querem, de onde vieram e como enxergam usando máscaras de madeira sem buracos para os olhos. Isso enquanto tenta reconciliar seu relacionamento com Maria Joana, seu trabalho com o Doutor Otto Octavius e suas obrigações filhais com a tia May.

Porque não é uma história do Homem-Aranha se não tiver dramas pessoais suficientes para cansarem a Thalía.

Ah sim, tem um Miles Morales perdido nessa bagunça também.


Falando seriosamente, esta é a melhor história do Homem-Aranha já lançada fora dos quadrinhos... Ou pelo menos era, até o lançamento de Homem-Aranha no Aranhaverso. O game faz excelente uso de monólogos internos (um recurso comum a jogos e quadrinhos) para nos mostrar o turbilhão que é a mente de Parker e como o dia simplesmente não tem horas suficientes para acomodar sua vida de combatente do crime e suas obrigações como civil. Podemos sentir a urgência do rapaz em querer estar em todos os lugares ao mesmo tempo e como ele se culpa quando sente que falhou com alguém.

O herói conta com um excelente elenco de apoio, recheado de figurinhas fáceis de sua mitologia de alguns personagens novos. A durona capitã de polícia Watanabe, que é tão tensa que poderia cortar diamante com sua respiração, a querida tia May, eterno porto seguro do nosso herói, cuja mera presença parece ser suficiente para rejuvenescer a disposição de nosso herói, o velho Otto Octavius, apresentado aqui como uma figura paterna para Peter, e que se torna uma figura trágica graças a seu destino inescapável.

O grande destaque neste elenco é sem sombra de dúvida Miles Morales, que aqui é mostrado como um gênio científico, mas bem mais ajustado socialmente e menos ingênuo que Parker, mas igualmente corajoso e determinado, mesmo antes de ganhar seus poderes, o que torna-se um prenúncio do herói que ele um dia viria a ser. A relação mentor-aprendiz que ele desenvolve com Parker também é muito adorável e aquecerá o coração até do maior misantropo do mundo.

E tem o J.Jonah Jameson, que não faz uma aparição física, mas que mantém-se onipresente no game através de seu podcast, que vai ao ar em momentos aleatórios do jogo. Os segmentos com o velho Jameson são hilários, pois referenciam a era de hiper informação e paranoia em que vivemos, com um fluxo constante de notícias na internet, muitas vezes sendo divulgadas por jornalistas mais preocupados em levar adiante uma agenda política do que informar corretamente seu público.

Em um ponto do jogo, Jameson reclama que graças a uma luta do aracnídeo com um super vilão no meio da cidade, ele ficou preso no trânsito e perdeu sua consulta com o dentista. Sua conclusão: HOMEM ARANHA CAUSA CÁRIES!

O que me fez pensar em meia dúzia de YouTubers que diariamente anunciam o fim do mundo.

Esqueci de alguém?

Oh sim... A Maria Joana...

Essa merece um parágrafo inteiro só dela, porque crianças... Que desastre...



Muito bem, aqui a MJ é uma repórter do Clarim Diário. Jovem e idealista, ela sempre está atrás de algum furo jornalístico que possa ajudar a colocar criminosos atrás das grades. Uma vez que a Nova York da Marvel é mais infestada de criminosos que o Palácio do Planalto, oportunidades para ela não faltam, mas isso também significa que nossa ruiva está SEMPRE se enfiando em situações perigosíssimas, das quais escapa por um triz, ou pelo excelente timing do Homem-Aranha... O que foi o motivo deles terminarem o namoro.

Basicamente, tentaram transformar MJ na Lois Lane, com a diferença de que emburreceram a personagem na tentativa de torná-la “forte e independente”. Lois constantemente se enfia em situações de alta periculosidade, porque confia no Superman e sabe que ele SEMPRE irá salvá-la. MJ se enfia em covis de supervilões indestrutíveis e violentos, e se ressente quando o Aranha aparece para salvá-la:

“Peter, eu vou invadir a cobertura de Norman Osborn, que está sendo vigiada por um comando mercenário altamente treinado e equipado com armas que atordoariam o Hulk, mas NÃO QUERO SUA AJUDA!”

#Mimdexamachoixcroto

Ok, eu entendi o arco que queriam dar a MJ neste jogo. Os produtores desejavam retratá-la como alguém que sentia um enorme complexo de inferioridade com relação a seu namorado super-herói, e que passou a assumir riscos desnecessários apenas para provar que era tão capaz quanto ele de salvar a cidade. O problema é que esse tipo de história deveria ser concluído com a ruiva percebendo que não pode fazer o mesmo que Peter, pois não tem seus poderes, e que existem outras maneiras de ajudar a cidade, que não envolvem colocar a própria vida em risco diariamente.

Infelizmente, ela nunca chega a esta conclusão. Pior ainda, o game tenta nos convencer que Peter está errado em não querer que ela se envolva em situações de risco com super-vilões. MJ não parece uma repórter destemida e sim, uma menina mimada e desconectada da realidade.

Aliás, já que estou criticando certos aspectos do game, a própria caracterização do Aranha tem seus percalços. O roteirista do game cometeu a falha clássica de associar gentileza a fraqueza e em inúmeras interações com outros personagens (MJ principalmente), Peter soa extremamente patético e submisso.

Sim, o Homem-Aranha é um dos heróis mais gentis que existem. Sim, ele prefere estender a mão a um inimigo do que lutar com ele. Sim, ele é o amigão da vizinhança. Mas ele não é fraco.

Gentileza não é fraqueza, é exatamente o oposto.


Ok, e como é a apresentação do game? É tão magnífica quanto descobrir um Wilem Dafoe debaixo da sua cama.

Lembram de todos os paquitas do Xbox, que passaram meses detonando os gráficos desse game online, putinhos por ele ser exclusivo do console que eles não tinham? Bem, para surpresa de ninguém eles estavam ERRAAAAAAAADOS!!!

Spider-Man tem um dos melhores visuais de sua geração. Os personagens são praticamente foto realistas, e quem quer que tenha sido responsável pela criação de seus modelos, teve a brilhante decisão de fazer com que se parecessem com pessoas comuns, longe do glamour que Hollywood normalmente atribui a estes personagens. Parker é um “feio-bonito”, MJ parece a vizinha ruivinha por quem todos tivemos um crush, Miles se assemelha a milhares de guris que já vimos em lojas de games, e por aí vai.

Mais impressionante é ver gráficos deste nível em ação. A cidade de NY está fielmente representada (ou tão fielmente quanto um fariseu que nuca a viu de perto pode afirmar), cheia de gente, carros, eventos e NENHUMA QUEDA DE FRAME!!!

Sério, passei horas me balançando pela cidade, fazendo piruletas, combatendo o crime e sendo lindo, e mesmo em um ambiente tão abarrotado de tudo, a 1080p, não houve uma queda sequer de frames.

CHUPA PC MASTER RACE!!!

Claro, o jogo ser desenvolvido exclusivamente para o Playstation 4 é a possível razão disso. Poder focar toda produção, orçamento e hombridade em fazer com que o jogo funcionasse DA MELHOR FORMA POSSÍVEL em um único console, deve ter facilitado muito a vida dos estafados e mal-pagos programadores da Sony.

Além disso, o áudio está fantástico eu...

Ah sim, joguei em inglês.

Me recuso a jogar games dublados em português.

Explico.

A dublagem original normalmente transmite a ideia original que os criadores da obra queriam. Cada fala carrega a entonação correta para a cena em questão, seja raiva, tristeza, medo ou o que for. O diretor de gravação do áudio original sabe exatamente o que o autor da história espera de cada cena, e faz com que os atores deem seu melhor para trazer a vida as ideias que estão no papel.

Dublagem é uma adaptação, e como tal, tende a perder muito do sentido que o criador da história planejou. Claro, ela pode trazer um sentido novo e de igual qualidade, mas em muitos casos, não é o que acontece.

Dito isso, as atuações (em inglês) de Spider-Man são excelentes. Yuri Lowenthal (que fez o protagonista em Ben 10) faz um excelente trabalho como o herói, dando-lhe a vulnerabilidade que faz com que seja um personagem de tão fácil identificação com o público, Laura Bailey (Chun li em todos os jogos recentes de SF) é uma excelente Mary Jane, mesmo em seus momentos mais broaca, e Nadji Jeter é o Miles Morales perfeito, e podemos perceber em sua atuação o amadurecimento forçado pelo qual o personagem é obrigado a passar.

A trilha sonora é discreta e eficiente, complementando a ação, sem jamais se sobrepor a ela. Quando estiver se balançando pela cidade, por exemplo, um tema musical acompanhará o herói, pare em algum lugar, e o mesmo subitamente irá se encerrar. Detalhes como este ajudam muito na imersão do game.

Ok, acho que já elogiei Spider-Man o suficiente.

Hora de reclamar de alguns aspectos do jogo.

E por alguns, eu quero dizer MUITOS.


Então, a jogabilidade é boa?

Sim... E não.

Uma resposta mais precisa seria dizer que parte da jogabilidade é boa, enquanto o resto mais parece filler de Naruto.

Explico mais uma vez.

Spider-Man funciona como um GTA da Justiça. Você passeia por Nova York, indo do ponto A até o ponto B, para realizar missões que avançam a história e vez ou outra, desviando-se de seu caminho para impedir um crime aleatório ou realizar missões opcionais como capturar todos os pombos de um mendigo, para que ele tenha um bom jantar.

O problema é que os produtores do jogo acreditaram que seria uma ótima ideia criar sessões stealth onde se controla a Mary Jane ou o Miles Morales pré-super poderes, vocês sabem, pra dar “variedade” ao jogo. Digo, quando se gasta o equivalente ao PIB de uma nação do leste europeu ao se fazer um game, é melhor que ele atraia ao maior número de jogadores possíveis, não?

Exceto que estes momentos são SUPER CHATÍSSIMOS. Imagine que você está comendo um sorvete de chocolate com menta, se deleitando a cada colherada, imaginando o que fez pra merecer tanta alegria QUANDO SUBITAMENTE COME UM PEDAÇO DE COCÔ MUITO BEM DISFARÇADO EM MEIO A SOBREMESA! É mais ou menos essa a sensação que temos quando o jogo para subitamente e temos de tolerar uma destas etapas em stealth.

Como elas funcionam, você pergunta? Anda, se esconde, joga objeto pra fazer barulho e distrair o guarda, e se te pegarem, você morre imediatamente, porque MJ e Miles tem a capacidade de combate de uma espinha.

Existem também minigames completamente desnecessários que parecem ter saído de um daqueles jogos de camelô que ganhávamos da madrinha no natal e que tem função nenhuma dentro do game, exceto nos fazer perder minutos que seriam muito melhor aproveitados balançando pela cidade.

Bem, e quanto ao combate? Ele é bom... Mas irritante.

Vejam, o combate é de fácil aprendizado, com boa variedade de movimentos e muito instintivo, mas pode ser extremamente desleal em alguns momentos. Os bandidos que encontramos possuem grande variedade: Comum, gordão, com escudo, com porrete, com metralhadora, carregando um Pedro de Lara nuclear, e por aí vai. Cada tipo de inimigo precisa ser derrotado com uma estratégia diferente, e até aí tudo bem... O problema é quando o jogo o coloca contra cinco variedades diferentes de oponentes ao mesmo tempo, e enquanto você se concentra em atacar um deles com uma técnica específica, todos os outros o devastam simultaneamente. Não ajuda o fato de que qualquer capanga chamado “Zé” é mais do que capaz de dinamitar sua energia com dois petelecos e meio.

E a coisa piora nos DLC’s, onde os inimigos ficam ainda mais fortes e desleais. Mesmo jogando no Easy, é um parto sobreviver a certas lutas.

Curiosamente, isso não acontece com os chefes, cujas batalhas tendem a ser mais cinematográficas e muito mais fáceis. Em outras palavras, o “Zé” finalmente conseguiu ser um vilão mais eficiente que o Sexteto Sinistro inteiro junto.
O game também tem momentos de Stealth com o Aranha, porque ser sorrateiro com dois Nova Yorkinos que não seriam ameaça nem pro Trump aparentemente não era suficiente. Sempre que invadir uma base inimiga, nosso herói tem a oportunidade de neutralizar os capangas dentro dela ao melhor estilo Batman, das alturas, distraindo e prendendo com teias cada um deles... O que serve de nada, pois no momento que se livrar da primeira leva de bandidos do lugar, a seguinte já vem disposta a cair na porrada, dando escolha nenhuma ao jogador.

A impressão que tenho com estas sequências é que elas são uma tentativa desesperada de tornar o game mais parecido com a série Arkham. Claro, os produtores esquecem que Homem-Aranha e Batman são personagens diametralmente diferentes e o que funciona pra um não irá necessariamente funcionar pro outro.

É o que dá contratar Normie pra fazer trabalho de Nerd.


Então, Spider-Man é um jogo ruim?

Não. Ele é uma lagosta.

Explico novamente de novo.

Imagine que você foi em um restaurante chique e pediu uma lagosta.

Ela chega, toda bonita e cheirosa, em uma bandeja adornada com alface, laranjas, manjericão e muitas outras verduras e frutas frescas, que você prontamente ignora enquanto devora o crustáceo a sua frente feito um animal.

A história, as mecânicas de se balançar pela cidade, a oportunidade de patrulhar Nova York e deter crimes aleatórios, todas essas coisas são a experiência que esperamos de um game do Homem-Aranha. Estes elementos são a lagosta no prato.

As sessões em stealth, os puzzles e as bases inimigas onde inimigos normais o cercam e o transformam em sarapatel, são os adornos da travessa. Podem ser comidos e te trarão nutrição, mas não são o prato principal e fariam falta nenhuma se não estivessem ali.

Spider-Man é um bom game mas mostra que muito pode ser melhorado em sua inevitável sequência.

É isso.

Cheers!!!

8 comentários:

Cassiotkg disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Cassiotkg disse...

Ótima análise Amer.
Ja estava com saudades delas.
Agora fiquei ainda mais interessado nesse game, ainda mais que deu uma baixada no preço.
Ansioso por mais análises.
Valews

Random Dude disse...

Você pode usar o Libre Office Amer, alternativa gratuita ao Office e uma das suítes mais completas; sempre bom usar sofware livre.

Boa análise Amer, até me interessaria em comprar o Spidorumanu, porém fica aquela indecisão de ter vários jogos bons e mesmo assim não querer apoiar uma empresa mercenária como a sony

Wagner schiffler disse...

Terminei game e dlcs semana passada, coincidentemente. Achei o jogo muito bom, muito bom mesmo. Concordo com boa parte da sua análise, discordando apenas das partes de stealth.

Te sigo há pouco tempo e não sabia que tu analisava jogos. Bom saber, vou acompanhar mais aqui.

Leandro"ODST Belmont Kingsglaive" Alves the devil summoner disse...

Bela análise Amberlância!

Pegarei a versão da Steam, onde se eu ser sorte, terão as DLCs inclusas.

Crono disse...

COMO PODE RECLAMAR DESSE JOGO LINDO E SEM NENHUM DEFEITO (nunca joguei ele)
quando voce escreve sobre algum artista brasileiro já esquecidos, sempre dou risada, e mais uma vez voce deixando um analise linda e cheirosa e com muita bosta escrita (que adoro parar pra ler)

Quatro D disse...

"Peter soa extremamente patético e submisso."

Sendo "justo", já faz mais de 10 anos que essa se tornou uma característica recorrente do Peter nos quadrinhos. Seja em qualquer das identidades, o cara não apenas se ferra, ele sequer consegue se impor. É triste.

Ah, mas o jogo é bom.

rukunya35 disse...

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