quinta-feira, 21 de abril de 2011

Crítica do Amer: Mortal Kombat


Se você é um fã de games entre 25 e 30 anos de idade, deve ter percebido que nos últimos dias há um clima no ar que lembra muito o meio da década de 1990.

Por outro lado, se você não curte games... tenho certeza que entrou no blog errado. Devia estar lendo um sobre como fazer brioches ou que debata a saúde vaginal da Hannah Montana.

Voltando aos velhos de 30 anos, o motivo para essa similaridade temporal é simples: um novo game da série Mortal Kombat foi lançado e todos estamos serelepes e pululantes feito os moleques chatos e impressionáveis que éramos na década de 1990.

Ahhh, aqueles grandes tempos em que aguardávamos ansiosamente o lançamento de um novo MK, comprávamos revistas com as listas de Fatalities e as carregávamos pro fliperama conosco até decorarmos os comandos dos golpes ou até as publicações se desfazerem, o que viesse primeiro.

Pois bem, o review do novo Mortal Kombat virá assim que eu tiver minha cópia em mãos. Por hora, que tal revisitarmos o clássico que deu origem a série?

Como diria o poeta: “relembrar é viver.”


Em Mortal Kombat, o imperador de uma dimensão devastada conhecida como Outworld, está de olho em nosso mundo (referido dentro do jogo como Earthrealm). Felizmente, ele só poderá clamar nossa dimensão e fundi-la a sua se vencer dez torneios Mortal Kombat seguidos, uma estipulação criada pelos deuses ancestrais responsáveis pela existência dos diferentes mundos.

Até o momento, Shang Tsung, feiticeiro e servo do imperador de Outworld, juntamente de seu guarda costas, o meio dragão Goro, já venceu nove torneios para seu mestre.

Para dar uma chance de sobrevivência a Earthrealm, Raiden, o deus do trovão, reuniu alguns dentre os mais capazes guerreiros da Terra e os levou até o torneio. Dentre eles estão Kano, líder da organização criminosa Black Dragon, Johnny Cage, astro de Hollywood com um estoque infinito de óculos escuros, Sonya Blade, agente especial do exército Americano, Sub-Zero, membro do clã de assassinos Chineses Lin Kuei, Scorpion, guerreiro vindo diretamente do inferno e Liu Kang, monge Shaolin e talvez a última esperança do mundo.

A história não está muito acima daquilo que encontramos em filmes como Gladiador Imortal II ou A Vingança de um Kickboxer IV, o que verdade seja dita, é extremamente apropriado considerando que Mortal Kombat é uma grande homenagem aos filmes “B” de artes marciais.

Você sabe, aqueles exibidos na Record na Quarta-Feira a noite e que normalmente tem Gary Daniels, Lorenzo Lamas e Eric Roberts em seu elenco.

Eventualmente a história se tornaria mais detalhada e extensa (ao ponto de se tornar incompreensível), e haveriam menos contradições em seu roteiro. Por enquanto basta saber que Scorpion pretende matar Sub-Zero, Sonya quer prender Kano, Liu Kang quer salvar o mundo e que Rayden vai reunir os demais deuses em um torneio de peteca cósmica que destruirá o mundo, se vencer o torneio.

Tenha um bom dia!


Mortal Kombat utilizava gráficos digitalizados, a mesma tecnologia do bom e velho Pit Fighter. Artistas marciais reais foram filmados exaustivamente e todos os seus golpes foram reproduzidos no game.

Este é possivelmente o game que fez melhor uso de gráficos digitalizados em sua época. Os personagens são grandes, possuem um visual limpo e uma animação detalhada, com um bom número de frames por segundo, fatores onde a maioria dos títulos do gênero fracassava miseravelmente.

Os cenários são bons, mas um pouco caricatos em alguns momentos, ainda mais se houver alguém presente neles, acompanhando a luta. Todos os espectadores presentes são desproporcionais, especialmente quando comparados aos lutadores que estavam em primeiro plano.

Os efeitos dos golpes especiais também variam em sua qualidade. Alguns são impressionantes (como o torpedo de Raiden e o chute de sombras de Johnny Cage), outros são competentes (o arpão de Scorpion e o raio de gelo de Sub-Zero) e muitos são totalmente sem graça (a “bolinha” de Kano e a tesoura de Sonya). Isso pode ser atribuído a dificuldade de se programar games com gráficos digitalizados ou ao baixo orçamento do primeiro Mortal Kombat, seja como for, tais efeitos tornam o jogo mais caricato hoje do que na época de seu lançamento.

O mesmo pode ser dito dos Fatalities, após praticamente duas décadas decapitando, carbonizando, arrancando o coração de nossos oponentes e os jogando em abismos... ficamos um pouco dessensibilizados para toda esta violência e as finalizações que já eram cartunescas, tornaram-se ainda mais cômicas para os padrões atuais. Mesmo assim, estes golpes reforçam a personalidade de cada lutador e os torna mais únicos, algo que faz muita diferença como veremos mais a frente.

As músicas seguem uma temática oriental, o que não é uma surpresa considerando a ambientação do game e em que foi inspirado. A maioria das canções são discretas e ficarão escondidas debaixo dos urros dos lutadores e dos sons de seus ataques especiais e bordoadas, desferidas e recebidas.

Há uma quantidade bastante baixa de vozes presentes neste game. Algo esperado quando lembramos que os produtores Americanos não têm a mania dos Japoneses de fazerem seus personagens berrarem o nome de cada um de seus ataques na hora de usá-los. Desta forma, tudo que ouvimos ao longo das batalhas são gritos genéricos proferidos pelo elenco, a única exceção clara sendo Scorpion e seu “COME HERE” usado cada vez que ele dispara seu arpão.

Há também o lendário “FINISH HIM”, que ouvimos ao final de cada batalha. Juntos, eles estão hoje entre os clipes de áudio mais conhecidos de todos os tempos.

DE TODOS OS TEMPOOOOOOOS!!!


A jogabilidade é extremamente simples. Existem dois botões de soco e dois botões de chute (em variações de alto e baixo), usando estes ataques em combinação com o direcional, é possível executar uma rasteira, um roundhouse kick e um uppercut, disparado, o ataque mais devastador do game.

Todos os personagens utilizam os mesmos ataques, com variações discretas de alcance e força, normalmente baseadas em suas animações. Somente os golpes especiais e Fatalities diferenciavam os lutadores.

Este tipo de jogabilidade é mal vista por muitos que acreditam que a não variação de golpes torna Mortal Kombat inferior a games como Street Fighter II. Por outro lado, ele é muito mais acessível a novatos e pessoas com pouca experiência do que outros títulos do gênero. Uma batalha entre um veterano e um novato ainda será desequilibrada, mas dificilmente será o esculacho que títulos como King of Fighters costumam ser nestes casos.

Mortal Kombat quebrou a tradição do “meia lua pra frente e soco” nascida com Street Fighter e duplicada por praticamente todos os títulos do meio. Os movimentos especiais eram bastante simples e aumentam um bocado a fluidez e ferocidade das lutas.

Graças à simplicidade dos controles, é possível improvisar inúmeros combos. A jogabilidade de Mortal Kombat é bastante aberta e permite que jogadores criativos criem inúmeras sequências de ataque, desde emendar movimentos simples com ataques especiais, a manter um oponente no ar com uma intrincada série de golpes.

E claro, existem os Fatalities. Ahhhhhhh, sim!

Sempre que derrotar um oponente, o jogador escutará o cavernoso “FINISH HIM” e o adversário ficará cambaleante a sua frente. Se inserir um comando específico antes que o adversário capote, seu lutador então o executará, para alegria da platéia e desespero dos falsos moralistas.

Os comandos são relativamente simples e a distância certa para aplicá-los se torna óbvia assim que descobrimos o que cada Fatality faz. Mas naqueles tempos era diferente.

Primeiro, não havia internet para nos informar todos os segredos de um game no dia de seu lançamento (nem tinha Amer pra escrever reviews, ohhhh, que época triste para todos). Segundo, nem sempre tínhamos a mão a já mencionada revista com todos os golpes registrados (e mesmo quando tínhamos, muitos vinham impressos errado). Finalmente, os controles dos fliperamas eram em sua maioria uma desgraça! Quantas vezes você viu um guri que pendurava um isopor de uma tonelada cheio de juju em uma das alavancas?

É! Nem todas as lembranças do passado são boas!

Se conseguisse superar todos estes males e conseguisse aplicar os fatalities sem falha, você se tornaria nada menos que um deus local! Seria esquecido no momento que pisasse fora do fliperama, mas divindade de uma hora e meia também tem seu valor.

E vamos lembrar que como todo jogo de fliperama, Mortal Kombat foi criado para ser como um valentão da escola, ou seja, para espancá-lo e tomar sua grana.

O modo single player é dividido em três etapas. Na primeira, é preciso enfrentar os outros seis lutadores (e uma cópia sua), em seguida, seu personagem deve derrotar os seis oponentes iniciais mais uma vez, exceto que agora atacarão em dupla. Finalmente, é a vez de enfrentar Goro e Shang Tsung, que o ensinarão a ser humilde, eu garanto.

A dificuldade começa justa, mas rapidamente escala para um nível quase insuportável, onde seus oponentes conseguem limpar o chão com sua bunda, quatro em cada cinco vezes.

Se você for bom o suficiente para encontrar Reptile, merece um harém cheio de ruivas peitudas o esperando em casa. Se conseguir derrotá-lo então... merece uma surra, porque eu mesmo nunca realizei tal proeza.

Mardição!!!


Mesmo após todos esses anos, Mortal Kombat continua incrivelmente divertido e intenso. E uma vez que recebeu versões para todos os consoles criados pelo homem (o que inclui sua presença em coletâneas da Midway para aparelhos modernos), não existe desculpa para não jogá-lo.

Mortal Kombat é um exemplo vivo de como as coisas mudam com o tempo. Em sua época ele foi usado como um exemplo de que vídeo games podiam ser “nocivos” e “pervertidos”. Hoje, ele não parece mais que um Chiuaua tentando latir de forma tão ameaçadora quanto um Rotweiller, especialmente quando comparado a série como God of War.

E hoje, estas duas séries tem muito mais em comum do que podemos imaginar... mas isso fica para o próximo review.

Cheers!!!

16 comentários:

Kyo disse...

Sou um daqueles que nunca jogou a versão Arcade de Mortal Kombat, apenas as caseiras, que apesar de darem um caldo, tem suas falhas maiores que a portentosa versão de Arcade.

Caio Catarino disse...

Sempre fui péssimo em MK, mas é impossível não gostar da série. E muito disso se dá graças a esse primeiro jogo tão foda.

Ótimo review como sempre, Amiba!

Bia Chun-li disse...

Vou ser sincera. MK foi o primeiro jogo de luta que aprendi a jogar de maneira decente (depois fui para o SF). Eita bons tempos que minha mãezinha tinha fliper... xD

Tenho um carinho bem grande pelo primeiro game, e estou ansiosa para jogar a versão final do último!!!^^ Ah e eu já derrotei o Reptile, hehehehe!!! xD

DENDEROTTO disse...

Não tive a oportunidade de jogar o 1° MK, só o Armageddon e o Deception, e atualmente eu consegui o 'Ultimate MK 3', mas não derroto o Shao Kahn nem a pau! Ou melhor, nem a Fatality!

Bia Chun-li disse...

O Shao Kahn fica menos difícil quando você joga com o Sub-Zero ou o Noob Saibot (dependendo da versão do Ultimate).

Avalanche(Lance) disse...

Shao Khan é barbada...a Sheeva derrota ele fácil...

Aliás o Shao é só esperar ele tentar te humilhar que tu pode revidar o tempo que quiser...

Mortal é o primeiro jogo de Luta que eu aprendi a jogar(visto que no Street eu era limpado do chão pelo meu primo...

Ahhh a regra de saber dar Fatality não se aplicava ao Scorpion...já que TODOS sabiam o fatality dele.

victor2347 disse...

Mano... Eu tow ligado q o Rebirth vai ter Kratos e, tipo, os fatalities tão literalmente matadores. Infelizmente, por questões financeiras, não tenho o Xbox360 ou o PS3. Porém, o jogo já chegou a uma Lan-House aqui perto de casa! Posso experimentar essa bagaça. Midway... Digo, anyway, o primeiro é realmente um ótimo jogo apesar da simplicidade. Envelheceu um pouco mal, mas ainda é um ótimo jogo. Só uma observação final: 2º da série é praticamente impossível.
Finished

Black Barth disse...

ei Amer eu sei que tá na cara que o próximo artigo vai ser sobre o novo MK mas tem como você fazer um artigo sobre o nobo WWE All Stars? Eu adorei o jogo e queria saber a sua opinião :D

juninho-ad disse...

Grande postagem Amer, MK I é realmente um clássico, primeiro jogo que joguei no fliperama, e o primeiro de console foi o MK II, estranho não ? e poxa, eu me lembro de ter derrotado a Jade no MK II mas acho que sequer enfrentei Reptile no primeiro da série, até por que eu era viciado em um tempo remoto e distante...

Enfim, ótima postagem, mas outra coisa legal da série são os Fatalities em determinados estágios, eu sempre adorava jogar o cara no poço de ácido no MK II ou no teto de fincos, era realmente algo glorioso, e assim como a Bia, MK foi o primeiro jogo que fui bom MESMO, eu era conhecido por ser novo (com cerca de 8,9 anos) espancando geral com 15, 16 no UMK III... bons tempos de glória infantil, e meu forte era justamente Shang Tsung... pelo simples fato de se transformar em todos xD Eu acho que o que me desanima a jogar hoje em dia é a falta de amigos que joguem com a mesma frequencia de antigamente, hoje em dia jogamos SF, eu sei que é melhor, mas como você mesmo disse, MK não é ruim por causa disso ! Fato !

Logan disse...

Mortal Kombat sempre será o percursor em jogos sangrentos, assim com Street Fighter foi para os de luta, mas na minha opinião a qualidade acabou depois do Trylogi que a meu ver é a melhor versão de todas, depois só acrescentaram gráficos 3D e personagens sem carisma, quanto ao primeiro,eu costumava dar os Fatalites com os personagens no chão, tinha um efeito bem legal.
Abraço!

Vicentinho disse...

Ahhh... Saudosos tempos de fliper...
Lembro bem dos isopores pendurados nas alvancadas dos arcades, ou das sacolas de pão, feira, mochila de escola... Em todo caso, São tempos q não voltam mais, a mulecada de hoje deveria passar por esse tipo de experiência pra dar mais valor pra o que tem!
Belo post, como de costume!!!!

Wings disse...

Zerei mk9 ontem. VOcê vai gostar Amer.
É bom pacas, até o modo story. Ver o Cage tomando surras é impagavel.

nenhum disse...

A série começou a desingrolar em MK3. A Midway brigou feio com a trupe original dos atores(Que era liderada pelo Daniel Pesina,o Johny Cage demitido por fazer propaganda de outro jogo) e os personagens tradicionais foram substituídos por personagens espatafúrdios que nunca emplacaram(Stryker, Nightwolf, os ninjas robôs) ou por versões fracas dos personagens originais(Liu Kang). Nenhum outro jogo da série foi tão popular quanto os dois primeiros, e acho dificil que MK9 chegue perto.

De qualquer forma, são tempos que não voltam mais. A graça da série original eram os gráficos digitalizados, e seria impossível fazer o jogo com atores digitalizados em alta definição. A baixa definição dos gráficos permitia simplesmente usar uma máscara com pregos nos dentes no Baraka. Kintaro, Motaro, Sheeva e Goro nem se falam.

marcelovitor29 disse...

Tenho 25 anos e vivi tempos gloriosos dos fliperamas nos anos 90, e mortal kombat era a coisa mais hardcore que jogávamos, ver o sangue minando do nariz do oponente era algo surreal e ao mesmo tempo viciante! muito bom e oportuno artigo em tempos de expectativa pelo novo (velho) Mortal Kombat.

Kzduardo Oliveira RJ disse...

Muito Bom O Review, Amer!

MK I sem dúvidas é meu favorito da franquia , jogo-o desde os idos de 94 nos fliperamas e regularmente no emulador de arcades e em partidas online! E sim, um jogador hardcore pode esculachar alguem tranquilamente, mesmo sendo um veterano como eu( embora tambem duvidasse xD ). Algumas partidas online me fizeram ver o quanto eu tinha a aprender, mesmo jogando esse clássico a séculos!

Acho que o que diferenciava muito MK de seus 'clones' como Way of Warrior e Survival Arts era a detecçao de colisão! No MK, vc realmente tinha noçao que seu ataque atingiu o oponente e vice-versa!

MK I é mestre tambem nos famosos Glitches e Bugs, como arrancar duas cabeças , explodir a cabeça com o oponente caido no chão, arrancar a cabeça com o oponente congelado...Rapaz , MK I tem tantos bugs que eu nem considero como erros de programaçao, e sim como novas descobertas!

No mais , acho que mereço uma surra , porque ja consegui enfrentar Reptile e vence-lo! E mais , consegui faze-lo quando estava no endurance ( nao me pergunte como consegui Double Flawless na dupla pois, as vezes, nem eu mesmo sei como :p )

Tambem no Aguardo do meu MK 2011 e de seu Review! Abraço aos fãs de MK.

Gustavo Petronilo disse...

Realmente muito bom o post, o que acabou com esses jogos foi a idéia de que o 3D ia substituir o 2D isso no já perto do final dos anos 90, ainda bem que as empresas perceberam que tanto o 2D como o 3D são estilos de artes diferentes

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