Crítica do Amer: Captain Novolin

Desde que criei este blog, quero escrever sobre Captain Novolin e tenho dois motivos pra isso.

Primeiro, ninguém conhece este game e me sinto na obrigação de divulgá-lo, pois eu não posso sofrer sozinho.

Segundo, mesmo aqueles que já ouviram falar deste game, não acreditam que ele existe. Me sinto na obrigação de provar que todos estão errados então... pois não posso sofrer sozinho.

Mas então, de que se trata Captain Novolin? Um tipo inédito de super herói, que combate males nunca dantes vistos pela humanidade?

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Mais ou menos...

Captain Novolin é um super herói diabético que combate comidas alienígenas DO MAL enquanto tenta controlar o nível de açúcar no sangue.

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Mas eu não conseguiria inventar uma coisa dessas nem que tivesse fumado o Charlie Sheen!

E sobre o que é esta atrocidade? Bem, um dia, Captain Novolin estava fazendo esteira, quando recebeu o chamado de emergência de...um cara, que lhe avisou que O PREFEITO HAVIA SIDO SEQUESTRADO POR COMIDAS ALIENÍGENAS DO MAAAAAAAAAL!!! Pior ainda, o prefeito tem suprimentos para diabetes que durarão apenas mais 48 horas! Ele precisa ser resgatado antes que fique sem insulina ou... o pior acontecerá!!!

PAN-PAN-PAAAAAAAAAN!!!

Captain Novolin então para a esteira... o que devia ter feito na hora em que recebeu o chamado de emergência, administra uma injeção de insulina (OH, você pensa que eu estou brincando), recebe conselho médico de dois doutores que mais parecem pesadelos em forma de gente e parte em luta contra as comidas DO MAL enquanto devora as comidas DO BEM!!!

Veja só, existem dois tipos de comida, a boa, representadas por torradinhas, frutas e tigelinhas de cereal, que são todas pequeninas, com perninhas e bonitinhas, e as comidas DO MAL que são rosquinhas, refrigerantes, cookies e outras do tipo, que são enormes e tem caronas perversas e retardadas. E você tem que comer a comida bonitinha, que está alí, simplesmente cuidando de sua vida e tentando não ser morta pela comida DO MAL.

O que me faz pensar, fora o prefeito, Captain Novolin e o sujeito que fez a chamada de emergência, não existem outros humanos na cidade. Os demais habitantes seriam as comidas boazinhas? Isso torna Novolin e os demais, devoradores imundos da população que deveriam proteger? E Novolin e o prefeito, que comprimem dois terços dos humanos aqui presentes, são diabéticos? Quais as chances disso acontecer?

Mais ainda, descobrimos que Captain Novolin é um mendigo cosplayer, pois mora em uma caverna... mas se for verdade, como ele pode ter um super computador e uma esteira? Isso me leva a uma conclusão ainda mais sombria... tlavez ele seja um mendigo que se infiltrou na caverna, matou o verdadeiro Captain Novolin, comeu seu corpo, roubou seu uniforme e agora se passa por ele.

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POR QUE EU ESTOU ME PUNINDO DESSE JEITO???

Os gráficos. Como fazer jus ao que realmente são?

Ok, lembra quando você estava no Jardim da Infância e a professora dizia “hora do desenho livre”? Você corria, pegava seus lapis de cor e decidia desenhar o Superman lutando contra o Maguila. Todos fizemos isso ao menos uma vez.

No meio da pintura, você percebia que não tinha o azul adequado para pintar o uniforme do Super. Então usava azul bebê para o serviço e de repente, Kal El tinha uma roupa fosforescente, muito útil para cegar os vilões ou pedir carona em uma estrada deserta a noite. Já o Maguila, você pintava de laranja, pois não tinha lápis com a cor necessária pra fazer o tom de pele do sujeito.

No final, você tinha um Superman fosforescente lutando contra um pugilista radioativo e se amaldiçoava por ter insistido pra sua mãe que um estojo de lápis com sete variações de cor era o bastante.

É basicamente isso que os gráficos de Captain Novolin são: um desenho ruim feito por uma criança besta que não tinha lápis de cor o suficiente.

A animação dos personagens não é muito melhor. Os inimigos parecem ter um frame de animação só, enquanto Captain Novolin aparenta ter O DOBRO disso.

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Pois é.

E os médicos... oooohhhh, os médicos...

Entre as fases, médicos dão conselhos sobre como Novolin pode controlar sua diabétes e Jesus amado, QUEM os desenhou tinha muita raiva destes profissionais. Digo, olha só pro médico da imagem acima! Parece o Carlton Banks após ter comido o tio Phil e tomado seu lugar como patriarca da família.

Canibalismo é um tema recorrente neste review, eu percebi também.

E agora, descreverei o audio. Imagine a Luciana Gimenez, falando sobre os problemas da Terra e como ela planeja resolvê-los comprando Dolce & Gabanna. Então ela soluça e reinicia o monólogo ad infinitum, e você tem um MP3 eternamente preso aos seus ouvidos, escutando isso para sempre.

É uma opção menos ruim que a música presente no jogo.

Ah bem, vamos encerrar esta bomba de uma vez e falar da jogabilidade.

Pois é simples, você avança pela tela, recolhe as comidas boazinhas e bonitinhas por nenhum motivo aparente, pois ela snão restauram sua energia ou lhe dão poderes, e tem de evitar os avanços das comidas alienígenas DO MAL.

Como todos os jogos da época que tentaram imitar Mario fizeram, sua única defesa contra os inimigos e saltar sobre suas cabeças. Diferente de Mario no entanto (porque aquele era um bom game), o efeito não é automático e o jogador precisa apertar o direcional para baixo para concretizar o ataque.

Antes que pergunte, Novolin não tem outras formas de defesa, pois alguém achou que um herói diabético não é bom o bastante para merecer uma pistola laser ou algo que o valha.

Os controles são atrozes, mais duros que uma pedra pomes e controlar Novolin é uma tarefa ingrata. Pra piorar as coisas, os inimigos possuem um padrão de movimentos bastante errático e é difícil prever como alguns deles irão agir. Você pode ter os melhores reflexos do mundo e eles não serão o suficiente para mantê-lo vivo aqui.

Mas talvez o maior problema de Captain Novolin seja o quanto tudo é vago. Agora, eu jogo vídeo games há bons 20 anos e neste tempo adquiri uma compreensão natural sobre como eles funcionam. Assim que pego um título novo, após alguns minutos de partida, já tenho uma boa idéia de como funciona e qual a melhor forma de jogá-lo.

Em Captain Novolin, perdi uns dez minutos só pra entender como o mini game de injetar insulina funciona. Se eu tive esse problema, imagine uma criança, pra quem este jogo foi feito? Claro, pode ser que o manual de instruções explique como tudo funciona, mas boa sorte em encontrar esta bomba com mais de uma década de idade completa com caixa e tudo mais, como na época em que foi lançada!

A jogabilidade ruim e falta de informações tornam Captain Novolin um jogo desnecessariamente difícil. Mas acho que esperei demais de um game educativo sobre diabetes.

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Não, não. Eu não esperava nada e mesmo assim Captain Novolin me decepcionou. Mas que derrota.

E qual o meu veredicto final sobre este game?

*ARGH*

É esse.

Entendo que Captain Novolin foi criado com o orçamento de meia bisnaguinha, com a intenção de ajudar crianças diabéticas a entenderem melhor sua condição e a aprenderem a lidar com ela. Mas acredito que pimpolhos com este problema já sabem o bastante sobre ele (de outra forma, MORREM) e acredito que não precisam ser lembrados também por seus vídeo games sobre o quanto não podem comer porcarias como todo mundo.

Captain Novolin não ofende minha inteligência, como outros jogos (tipo Taboo: The Sixth Sense), mas eu não o recomendaria pro meu pior inimigo... ou pro Justin Bieber.

“Mas se é tão ruim assim, por que você não deu nota zero de uma vez?”

Porque o Carlton está neste game. E lembrar da sua dancinha sempre me faz sorrir.

“WHAT’S NEW PUSSYCAT? WOWOWOWOWOOOOO!!!”

Cheers!!!