Crítica do Amer: King of Fighters 2002 - Unlimited Match

Sejamos muito francos agora, King of Fighters é uma série que não brilha mais como antigamente.

Claro, em 1994 era "UAU, O JOGO QUE ME DEIXA COLOCAR OS PERSONAGENS DE FATAL FURY PRA BRIGAR COM OS DE ART OF FIGHTING" e que até 1998, a série conseguiu se manter bastante nova e divertida.

Mas de 1999 em diante, King of Fighters sofreu uma queda de qualidade desesperadora.

Jogabilidade envelhecida, character design que parecia feito por artista de quadrinhos Brasileiro, trilha sonora capaz de causar ataques epiléticos e personagens novos cada vez mais cheios de fru fru e menos interessantes.

Apesar de tudo, a SNK tentou renovar seu titulo e manter o interesse do público cativo com versões melhoradas de seus "Dream Matches."

Pra quem não sabe (seus burros e ignorantes) "Deam Matches" são aqueles títulos da série que não fazem parte da cronologia ou da história oficial. De fato, estes games nem tem história, são só um amontoado de personagens colocados juntos para que o público possa "tirar contras" com a equipe que quiser montar.

Pois bem, a SNK pegou KoF 98 e o 2002 e os melhorou para um relançamento posterior, ambos no PS2, em sua série de coletâneas que visavam arrancar um pouquinho mais de grana dos fãs.

A empresa já havia feito um excelente trabalho ao recriar KoF 98, mas teria o mesmo sucesso com o 2002, que é considerado por muitos como o fundo do poço da série?

É o que vamos descobrir!

Como eu disse acima, este game e um "Dream Match" e assim sendo, tem tanta história quanto um capítulo de Rebelde.

Mas pelo menos aqui, o fato de não haver enredo é uma vantagem, pois permite que toneladas de personagens que de outra forma não poderiam estar juntos contracenem no mesmo game.

Por exemplo, Vice e Mature, que foram prontamente exterminadas em KoF 96, podem lutar com Yashiro, Shermie e Chris, que foram defenestrados em KoF 97.

E todos eles podem lutar com Angel, Ramon e May Lee, personagens para quem ninguém dá absolutamente a mínima.

Não, sério, ninguém dá a mínima pra May Lee. Até hoje só ví um hentai com ela e todo mundo sabe que aparições em Hentai são uma forma bastante segura de se verificar a popularidade de personagens femininas de games.

...

Onde eu estava? Ah sim, o elenco!

Curiosamente, o único personagem que recebeu uma nova aparência foi K9999, que se tornou

"Nameless."

A quem interessar possa, a SNK odiava o design do personagem K9999, que tentava ser uma "homenagem" dos criadores do jogo ao Tetsuo do filme Akira (se nunca assistiu, você é um sacripanta) mas que acabou sendo uma das cópias mais descaradas da história do videogame.

Sim, K9999 é uma cópia maior que todo elenco de World Heroes.

Pois é.

Mas fora isso, temos todos os chefes da fases NESTS da série, que envolve KoF 99 até 2001 e mais alguns personagens bônus, como Geese Howard e Goenitz, além de todas as versões dos clones de Kyo.

Minha única reclamação do elenco é que faltam Wolfgang Krauser, Mr. Big, Rugal e Orochi, pois quando um título já tem mais de 50 personagens, colocar mais quatro não é um peso tão grande.

Mas fora isso, tudo ok, a seleção de personagens é bem variada e conseguirá agradar até o mais chato dos fãs, que poderão montar praticamente qualquer time que dê na telha. Não que isso importe para certas pessoas, um amigo meu sempre joga com a mesma equipe: "Goro Daimon e mais dois!"

Papo sério.

Visualmente falando, o jogo é novo e velho ao mesmo tempo. Os sprites de personagens são exatamente os mesmos (ou versões muito parecidas) daquilo que nos acostumamos a ver nos últimos dez anos.

Claro, esteticamente isso pode ser considerado bastante ruim, pois o visual de King of Fighters envelheceu um bocado com o passar dos anos, mas pelo menos é algo ao qual já estamos acostumados invés de alguma inovação maluca que alguém achou que daria certo.

Os cenários são outra história. Não sei bem como descrever as telas da versão original de KoF 2002, mas bem... eram uma tragédia e acho que qualquer um que tenha jogado pode confimar minhas palavras.

Aqui tudo foi refeito e agora os locais aonde se passam as lutas tem alguma relação com o time que representam. Por exemplo, o cenário da equipe de Art of Fighting é a academia de karate da familia Sakazaki, com direito a aparições de vários personagens da série de onde vieram.

Não parece, mas a atenção aos detalhes faz muita diferença. Um cenário bem trabalhado desses passa uma impressão muito melhor sdo que ruínas genéricas ou um templo genérico ou uma rua genérica.

E falando em coisas genéricas, a trilha sonora deu um salto da água pro vinho.

A parte musical da série sempre foi um de seus pontos altos, com batidas de Jazz, Rock, Punk, música classica... diabos, até o J-Pop de KoF sempre foi bom... mas como tudo na franquia, sua qualidade deteriorou muito com o passar dos anos.

Não quero me lembrar da trilha sonora do KoF 2002 original, foram anos de terapia pra esquecer disso.

Aqui a SNK paece ter retomado a velha forma e contratado uma boa equipe de musicos para refazer completamene a trilha sonora do título. As músicas que recheiam as fases são remixagens de temas clássicos dos personagens como a famosa música de Terry Bogard ou o sempre bem vindo tema da equipe de Kyo.

Nem todas as músicas são remixagens, alguns são temas totalmente novos que também fazem bonito e acompanham muito bem a pancadaria que rola na tela.

As vozes são exatamente as mesmas de sempre, então todos vocês que decoraram cada uma das falas do Yagami não precisam entrar em pânico achando que precisam apender frases novas.

Isso só aconteceria no próximo game da série...

A jogabilidade é excelente. Pode parecer uma coisa óbvia, mas este aspecto de KoF sempe foi inconstante com o passar dos anos.

Claro, nos fliperamas os controles sempre respondem muito bem (dependendo do quanto foram dilapidados pelos usuários, claro) mas as versões domésticas nem sempre tinham este aspecto bem feito. KoF 2001 não tinha os controles tão macios quanto deveria e quanto menos falarmos de KoF Neowave, melhor.

Uma vez que não é uma conversão de arcade e sim um título originalmente desenvolvido para a plataforma, os controles respondem com perfeição e um jogador habilidoso será capaz de gerar combos inacreditavelment apelões que façam seus amigos arremessarem o joystick longe e sairem pisando duro de sua casa.

Mesmo não havendo história, o game lhe dá um incentivo extra para terminar o modo principal com todas as equipes, liberando ilustações exclusivas dos personagens após isso. A qualidade das imagens varia do "Fantabuloso" até o "Quem desenhou isso, Ray Charles?," mas este acréscimo mantém o jogo solitário interessante por mais tempo.

Há também os clássicos modos Survival e Training, que eu tenho certeza de que você sabe pra que servem e eu não preciso ficar descrevendo feito o palhaço Bozo.

Claro que sendo um game de luta, KoF 2002 não tem conteúdo que mantenha sua longevidade tão grande quanto um Fallout 3 ou Persona 4, mas mesmo assim ele irá mantê-lo preso ao controle por bastante tempo.

KoF 2002 Unlimited Match não é o game mais original nem o mais inovador já lançado para o Ps2, mas é uma excelente adição a coleção de qualquer dono do console.

Eu sei que falo muito isso, mas uma vez que o console está no crepúsculo de sua vida, é bom apoveitarmos qualquer game que nos seja dado e não seja uma completa e total desgraça.

E falando sinceramente, este é o melhor game da série King of Fighters que temos disponível no mercado no momento, mesmo que tenha um visual que deixou de ser atual quando passamos para o século 21.

Sei o que você está pensando e sim, este game é MUITO superior a King of Fighters XII.

Se duvida, leia minha próxima crítica.

Cheers!!!