Crítica do Amer: Golden Axe

A Sega é uma das empresas que mais erra na atualidade.

A empresa fez o Sonic ter um nojento romance com uma garota humana, depois os transformou em um "lobis-ouriço" e agora pretende jogá-lo nos tempos do Rei Arthur, onde ele lutará de espada com outros cavaleiros. Fora o fato da Sega fazer todo o possível para não lançar Yakuza (diga-se de passagem, sua única série atual que vale algo) no Ocidente.

E tem também a barbaridade que fizeram com Altered Beast no Playstation 2, mas falo sobre isso um outro dia.

Sei que é difícil de acreditar, mas houve uma época em que os executivos da Sega não estavam senis e sabiam o que faziam. Tanto que a empresa lançou alguns de seus mais memoráveis sucessos nesta época e os converteu para o Mega Drive, que acredito eu, dispensa apresentações.

Uma destas conversões acabou sendo um beat'em up totalmente copiad... digo... inspirado nas aventuras de Conan o Bárbaro, game este que é nada mais nada menos que Golden Axe!

Mas claro que você já sabia disso, afinal, viu o título do review e a imagem que o abre.

Golden Axe foi um dos primeiros títulos lançados no Mega Drive e qualquer um que tenha tido o console em suas mãos durante algum momento de sua vida o jogou.

Digo, quem teve um Mega Drive em casa mas nunca jogou Golden Axe merece uma surra de pau.

Vamos ao review então!

A história se passa no reino de Yuria, que vivia em paz e prosperidade até que O MAAAAAL se instalou no lugar.

O MAAAAAL no caso é Death Adder, um sujeito tão macho que sua armadura consiste e uma cueca, ombreiras e um capacete. Ele seqüestra o rei e a princesa e também o Machado de Ouro que era um símbolo de prosperidade no lugar e exige que todos no reino o aceitem como seu senhor e soberano ou ele vai comer os líderes da nação com ovos e molho rosê.

É então que três herois resolvem se opor a toda esbórnia criada por Adder, são eles:

Gillius Thunderhead, um anão barbudo e mal humorado que teve o irmão morto por Death Adder e busca vingança. Ele luta com um machadão e é o mais forte do trio, mas possui menos magia.

Tyris Flare, a amazona ultra-gostosa que teve os pais mortos por Death Adder e resolveu ferrar o vilão por causa disso. Ela é supostamente a mais fraca, mas tem a mais forte magia.

E finalmente, Ax-Battler, que apesar o nome usa uma espada. Ele é o mais equilibrado dos três personagens e a única coisa que o distingue é o seu ótimo corte de cabelo.

Juntos, os três heróis atravessam a nação inteira, salvando aldeões, espancando inimigos, surando gigantes e montando bichos bizarros, tudo para terem sua doce vingança contra o lazarento Death Adder.

...

Ah sim, e para salvarem o reino, claro.

A história é simples, mas na época de seu lançamento, bastava ao jogo nos dar motivo o suficiente para sair esmilinguindo gente que já ficavamos satisfeitos.

Como já mencionei no início do texto, Golden Axe nasceu nos fliperamas e foi eventualmente convertido para o Mega Drive.

Considerando os limites do console, foi uma conversão muito bem feita.

Os cenários e personagens estão menores que na versão arcade e menos cores foram usadas, devido a limitação de cores presente no Mega Drive. Fora isso, tudo está virtualmente idêntico.

Os personagens são bem animados e bastante distintos uns dos outros. Claro, há um bocado de vilões exatamente iguais, apenas com cores diferentes, mas já era assim na versão de arcade também.

Os efeitos das magias são tremendamente impressionantes. Ax Battler pode causar uma explosão nuclear no meio da tela e Tyris pode evocar um dragão para torrar todos os inimigos, entre outras coisas. Ver poderes tão grandes e visualmente impressionantes no Mega Drive é um achado.

As fases são menores que na versão original, mas isso é compensado com o acréscimo de uma fase exclusiva do console e um chefe extra: Death Bringer, que é igual a Death Adder mas tem a pele verde e a armadura roxa.

E um sujeito tem de ser muito macho pra usar uma armadura roxa em público.

A trilha sonora não chega a ser tão de macho quanto em Conan o Bárbaro, mas faz bem seu serviço, com músicas bastante memoráveis e que ecoarão em sua cabeça pelo resto de sua vida.

Sem brincadeira. Todo mundo que jogou Golden Axe em algum momento da vida já se pegou cantarolando o tema da primeira fase nos momentos mais burlescos.

Infelizmente, a versão do Mega Drive tem menos vozes digitalizadas que a do fliperama, o que é uma pena, pois no jogo original, todos os gritos de morte foram retirados de filmes do Stallone e do Arnold.

O famoso "Aw Gaaaawd" que alguns inimigos gritavam ao morrer na versão original (e que veio da cena onde David Caruso tem as pernas atingidas por uma armadilha em Rambo - Programado para Matar) não está presente na versão do Mega Drive. O grito de morte de Thorngrin quando ele é empalado em Conan o Bárbaro permanece no jogo e virou o gemido final de todos os inimigos do jogo.

Embora pareça não fazer muita diferença (e sinceramente, não faz) é uma pena que o cartucho não pode ter todas as vozes do título original.

A jogabilidade flui muito bem aqui.

Cada personagem tem seus próprios combos e um bom número de ataques. Diferente e games como Final Fight no entanto, não basta ficar apertando o botão de ataque e esperar o adversário ir até você para ser golpeado.

Não senhor, os oponentes em Golden Axe podem quebrar seus combos com extrema facilidade e portanto é preciso saber se aproximar deles e ter o timing exato para atacá-los e não ficar vulnerável.

Uma coisa interessante no sistema de combo é que Tyris e Ax-Battler possuem ataques iguais e portanto, a garota causa exatamente o mesmo dano que o bárbaro. Uma vez que ela possui a magia mais forte, se torna uma escolha superior em relação a ele.

Este é um dos motivos pelos quais quase ninguém joga com Ax Battler. O outro motivo é que ele é um saco de personagem.

Como já mencionado, os oponentes não são completos imbecis e sabiam penetrar suas defesas, o que tornava o jogo um bocado difícil. Nao basta metralhar o botão e ataque e esperar que tudo desse certo, é preciso saber bolar estratégias de ataque também.

Os cenários possuiem muitas elevações e é possível usar as mesmas para ter vantagens durante a luta. Colocando os oponentes um nível acima de seu personagem, eles não possuem defesa contra seus ataques, isso sem mencionar os inúmeros abismos ao longo do jogo onde é possível derrubar os inimigos, mas também de onde é muito fácil cair caso não se tome cuidado.

Tudo isso dá ao jogo um elemento estratégico pouco presente em beat'em ups, uma vez que é praticamente impossível terminá-lo caso não se faça uso de tais vantagens.

As magias mostram-se como outro elemento estratégico na história.

O jogador pode acumulá-la atingindo gnomos que aparecem pelo cenário e recolhendo os vidros e poções que eles deixam cair. Se vai usá-la logo que a recolher, se vai guardá-la para momentos de sufoco ou deixar para usar apenas quando enfrentar os chefes também se torna uma ecisão importante.

Jogando com um amigo, o jogo se torna bem mais divertido, mas um bocado mais difícil. O jogo não dá continues individuais e os jogadores são obrigados a dividir os parcos continues que o jogo lhes dá.

Se jogar com alguém muito pior que você, pode acabar sem nenhum continue e não chegará a última fase, portanto o ideal pe jogar com um camarada que entenda e não com aquele seu primo pato que acaba caindo no abismo toda vez que usa um ataque de corrida.

Golden Axe é um dos maiores clássicos do Mega Drive.

Não só é um game bastante impressionante para a época que foi lançado, como também é extremamente divertido até os dias de hoje.

Caso não tenha um Mega Drive e um cartucho o jogo em casa dando sopa, não tema, pois ele está presente em quase todas as coletâneas que a Sega lançou nos últimos anos. Procure por uma delas no Ps2, Xbox, X360 ou Ps3 e mate a saudade.

Não é todo dia que você pode usar uma gostosa pra evocar um dragão e massacrar inimigos que parecem ter saído de um clube de Bondage.

E sim, eu sei o quanto esta última frase soou estranha.

Cheers!!!