domingo, 5 de abril de 2009

Crítica do Amer: The Adventures of Bayou Billy


Na década de 1980, um filme chamado "Crocodilo Dundee" fez um sucesso inexplicável pelo mundo afora.

Contava a história de um Australiano durão e gente boa que ia parar em Nova York e que nos divertia com o choque cultural que só um caipira espancador de jacarés no meio de uma das maiores metrópoles do mundo pode causar.

A Konami achou que este era um tema interessante para se fazer um game e ao invés de desembolsar algum para conseguir a licensa do personagem e fazer um título com seu nome, decidiram criar um caipira espancador de jacarés próprio e mudá-lo o suficiente para não sofrer um processo por isso.

E assim nasceu Bayou Billy, o primeiro beat'em up da Konami e um dos games mais irritantemente difíceis de todos os tempos.

De fato, o personagem Bayou Billy apareceu no clássico desenho Nintendista "Capitão N - O Senhor do Jogo" e os personagens se referiram a "The Adventures of Bayou Billy" como o único game que nem mesmo Capitão N era capaz de terminar.

Quando personagens de um desenho oitentista falam que um game é difícil, é melhor escutá-los.

Pois muito bem, vamos descobrir mais a respeito deste game.


Bayou Billy vivia feliz com sua namorada Annabelle no meio do pântano. Ele espancava um crocodilo aqui, pescava alí, andava de jipe acolá e tudo era perfeito.


Um dia, um malfeitor chamado Godfather Gordon seqüestrou a namorada de Billy... porque sim, e desafiou nosso herói a ir resgatá-la.

Como nos anos 80 um homem não recusava um desafio desses, lá foi o Billy surrar todos os capangas de Gordon a fim de reaver sua amada e poder volotar a sua glamourosa vida de espancar jacarés no pântano.

Pois é, naquela época, não era preciso muita motivação para nos fazer sentar e experimentar um game novo.

É curioso notar que há algumas pequenas diferenças visuais entre as versões Japonesa e Americana de Bayou Billy. Na Japonesa, o herói se parece um bocado com Paul Hogan, o ator que interpretou Crocodilo Dundee, algo que foi mudado na versão Americana para evitar o já mencionado processo por uso não autorizado de imagem.

A forma que as duas versões retratam Anabelle também é diferenciada. Na Japonesa ela é mostrada como uma moça comum usando um vestidinho bem discreto, enquanto na Americana, ela tem seios enormes, usa um micro shortinho jeans e uma mini blusa com um decote imenso.

A sexualização da personagem na versão Norte-Americana pode ter sido por influência da personagem Daisy Duke do seriado Os Gatões, mas hoje em dia, só podemos especular.


Tecnicamente, o game não é nenhum primor.


Os gráficos não são ruins, mas não chegam ao nível de um Castlevania III. Os personagens são razoavelmente grandes para um game da época, mas os cenários são simplórios e muito pouco variados.

Os inimigos também possuem pouca variação e você acaba enfrentando hordas e mais hordas dos mesmos vilões ao longo do game. Claro que não se pode esperar uma variedade imensa de personagens em um game do NES, mas Bayou Billy chega a ser meio redundante nesse aspecto.

Todos os inimigos em River City Ransom eram iguais, mas o game é frenético e nos compensa de muitas formas em sua jogabilidade, algo que Bayou Billy não faz e sobre o qual falarei mais daqui a pouco.

Quanto ao som, este é o aspecto que redime boa parte dos defeitos de do game. Eu já mencionei que a Konami sempre fez grandes trilhas sonoras para seus games da geraçãoo 8Bits e este aqui não é uma excessão.

A trilha sonora é muito bem composta e executada e acaba dando a empolgação necessária para se levar o game adiante. De fato, é uma pena que este game não tenha uma opção de Sound Test, pois seria muito apreciada aqui.

The Adventures of Bayou Billy tem até voz digitalizada. Um narrador diz o nome do jogo assim que você apertar Start na tela de apresentação e Godfather Gordon vai desafiá-lo com uma gargalhada vilanesca entre as fases.

Por mais simplórias que estas vozes digitalizadas pareçam hoje em dia, na época era muito legal quando um game nos cumprimentava.

Alguns de nós eram crianças muito solitárias...


Infelizmente, a jogabilidade é onde o game peca.


The Adventures of Bayou Billy é dividido em etapas de beat'em up, tiro e corrida, e infelizmente não faz direito nenhuma das três.

Nas fases de pancadaria, os inimigos são tremendamente fortes e aguentam MUITO castigo antes de morrerem. O pior é que eles não ficam imobilizados enquanto apanham (como é regra em beat'em ups) e continuam avançando em sua direção nestes momentos, podendo facilmente quebrar sua seqüência de ataques e lhe causar um bom dano.

Itens de recarga de energia são um bocado escassos e muitas vezes não dá tempo de chegar até eles e evitar a perda de uma vida. Existem armas que facilitam um pouco sua jornada, mas também são um bocado difíceis de encontrar.

Diga-se de passagem os controles são um bocado duros e nem sempre Billy fará aquilo que você quer, o que o torna um alvo ainda mais fácil para os vilões

E sem mencionar que ele possui a voadora mais fraca e ineficaz da história dos games de luta. Quando um personagem não consegue dar sequer uma voadora, ele nem deveria ter seu próprio game de luta.

É por isso que a Cooking Mama cozinha.

As fases de tiro podem ser jogadas com a Light Gun do NES ou com o joystick. No caso do segundo, é preciso guiar uma mira pela tela e você tem direito a auto-fire, recurso não disponível com a pistola.

Mas o que parece uma mão na roda acaba sendo uma faca de dois gumes. Não há itens de recarga de munição durante estas etapas e se você ficar sem balas é Game Over.

Veja bem, você não perde uma vida, mas recebe um GAME OVER bem na testa.

Então fazer uso do Rapid Fire e metralhar inimigos como se não houvesse amanhã acaba sendo algo extremamente inútil, o que prova que esta opção não foi bem planejada pelo povo que fez o game.

Por fim, as fases de corrida são insuportavelmente difíceis, basta UM tiro, batida ou qualquer outro tipo de impacto contra seu jipe para que ele exploda. Eu não sei onde Bayou Billy comprou este veículo, mas com certeza ele foi ludibriado.

O problema principal esta fase é que há obstáculos para todos os lados, como pedras no caminho, outros veículos que partem atirando pra cima de você e helicópteros que querem acabar com seu dia. Na hora que evitar um perigo, com certeza vai acabar trombando com outro e perderá uma preciosa vida. Arrisco dizer que as fases de corrida deste game são quase tão lazarentas quanto as fases do jet ski em Battletoads e acho que isso deixa tudo bem claro.

Imagino que alguns de vocês devem ter se enrolado em posição fetal agora, o que prova que certos traumas nunca vão embora.

Curiosamente, a versão Japonesa possui uma dificuldade bem mais amena. Os inimigos não precisam receber uma quantidade burlesca de dano para morrerem durante a etapa de beat'em up, há mais munição disponível para o jogador nas fases de tiro e o jipe tem uma barra de energia nas fases de corrida, o que sem dúvida passa um pano legal na hora de tentar concluí-las.

Por que a versão Americana foi deixada tão mais difícil? Não sei, talvez a Konami da América tenha achado que crianças Estadunidenses eram mais duronas que as Japonesas e apreciariam um game que faria crescer barba nelas caso o terminassem.

Mas assim como no caso do súbito desenvolvimento dos peitos de Anabelle, aqui também só poderemos especular.


The Adventures of Bayou Billy é uma experiência singular.


Não é o pior game já feito, mas está muito longe de ser um bom título. Infelizmente, ele foi amaldiçoado com péssimas decisões de design que o tornaram um dos mais frustrantes títulos de toda a história do NES e o simples fato da versão Japonesa ser bem mais "jogável" é a prova disso.

Mesmo assim, este game se tornou inesquecível para todos que o jogaram.

Pelos motivos errados, claro, mas ainda estou falando dele vinte anos após seu lançamento, não?

Cheers!!!

36 comentários:

DukeGod disse...

uma vez que o cara eh parente do comissario gordon e chefão da mafia italiana é obvio que seria muito dificil de derrotar o mané...

e mafiosos sempre tem alguma razão para capturar alguem,provavelmente eles fizeram isso para desviar a atençao da policia para outros locais e então roubar e matar o maximo possivel enquanto estavam distraidos!fizeram isso em Die Hard 3 e o resultado foi MUITO ouro na mão do bandido!

Bruno disse...

Pô Amer, faça review de games dessa geração ou da passada.

Pra que cavar o passado?

Amer H disse...

Mas no fim, o bandido acabou com cara de bobo dentro de um helicóptero em queda.

O que prova que gênios do crime nãosão páreo para brucutus musculosos e ultra violentos.

E eu gosto do passado.

Se tivesse estado lá, você também gostaria.

Avalanche(Lance) disse...

É Bruno...vc que é do presente pode fazer os Reviews[:P]

hehe ma stb não reclamaria do Review do Warriors...mas simplesmente dizer que o jogo é bem afude não ia dar um review grande e engraçado...

Então que tal Alex Kidd in Miracle Word?

Tes-Hahn disse...

Bah, revies dessa geração ou da passada? Pra que revies disso aqui? Para essas, eu vou nos 500 blogs e sites de jogos que encontro fácil! Acho muito legal essas reviews de jogos antigos e novos, tudo bem variado, e com esse teu texto muito bem escrito, cômico e principalmente cheio de referências.

Marcelo Maciel disse...

Bruno tá querendo economizar dinheiro de revista.... =P

Amer H. disse...

Prefiro o passado.

Em vinte anos, você vai lembrar com saudosismo das tralhas que joga hoje.

Você vai ver.

Bruno disse...

Veremos.

20 anos depois:

PQP, vc tinha razão.

Avalanche(Lance) disse...

20 anos depois: Caralho ocmo to gordo...

*Segurando e sacudindo a barriga*

Bruno disse...

Ou talvez eu possa dizer;

Caraca, que iate lindo que eu comprei.

E lance, só por que aconteceu isso com voc~e, não significa que vá acontecer com os outros.

Além do mais se eu ficar assim, eu posso ir num negocio chamado academia.

Paulo_HT disse...

nunca joguei esse.
Amer, tambem ja sugeri o review de The Warriors mas se você for fazer de mais jogos antigos que tal SunsetRiders?

mudando de assunto: qual jogo de pro-wrestling p/ ps2 vc mais recomenda? eu sei que vc ja fez um review de Smackdown vs RAW 2009 mas esse é mesmo o melhor na sua opiniao?

Lhama Films disse...

hamer, mais uma matéria escrita perfeitamente :D

você ja jogou grandia 3?

Amer H disse...

Bom, Warriors eu pretendo fazer assim que conseguir imagens decentes pra ilustrar a matéria. Por enquanto não achei.

Sunset Riders... boa sugestão.

Smackdown vs Raw 2009 no Ps2 é ótimo, mas acho que o auge da série foi Smackdown: Here Comes the Pain. Foi o que eu mais joguei de toda a série.

Pode testar TNA Impact também. É totalmente diferente da série Smackdown e talvez você não curta, mas é uma coisa nova pra experimentar.

Tenho Grandia 3 mas nunca joguei, como vários outros jogos de Ps2. Tou guardando tudo pra minha aposentadoria, que quano eu acho que vou poder jogar meus acumulos.

Lhama Films disse...

grandia 3 é uma maravilha na parte de usar os combos contra os inimigos.
Que tal aquele primeiro digimon lançado para play 1, onde voce cai num mundo dos digimons e tem que treinar um e trazer outros para cidade? Acho que daria um bo review


Amer, eu tenho 18 a maioria dos jogos antigos que você fala eu joguei em fliperamas antigos na praia ou na casa de primos mais velhos. Eu acho muito bom fazer reviews sobre esses jogos, e a maioria dos jogos que voce comenta são do apogeu das empresas fabricantes que perderam muito depois de algumas décadas.

Paulo_HT disse...

certo, vou rpocurar uns videos desses três jogos no youtube e vejo qual me agrada mais.

vlw

Thyago disse...

malditos pivetes da geração PS2, não sabem o que perderam

Marcelo Guardsman Green disse...

Pow tu diva fazer um Review de Vice do Nes q e praticamente igaul a esse jogo q tbm e Beat'up corrida e tiro so q com monstros fica ai a dica

ChuckNoia disse...

lol mai um jogo para meu emulador de nes^^


falando em jogos dificeis ja jogaste prinny pra psp ?
esse joguinho fdp ja esta prestes de bater o recorde de dias q fico no psp (serio so burnout fico tanto tempo !! )

DukeGod disse...

Prinny?to com uma certa impressão que essa joça tem algo a ver com Disgaea!

ei tai um bom jogo pra voce revisar...Disgaea Hour of Darkness eh um rpg quase tão melhor quanto FF Tatics

Bruno disse...

Hey Amer.

Venho até aqui pedir ajuda.

Comprei o game Shadow of the Colossus hoje, mas o maldito demora meio século para entrar.

E quando carrega, eu chego no colosso mas aí o personagem trava, ele e o cavalo, enquanto o restou continua absolutamente normal.

É normal mesmo desse game, esse tipo de bug? E a demora pra carregar? Ou é porque ele é pirata, de midia roxa, e não pega mesmo?

Me ajude a[i cara, que eu prometo que eu te dou um iate daqui a vinte anos.

Paulo_HT disse...

Bruno: esse jogo é meio problemático mesmo, não é normal oq está acontecendo com o seu mas eu me lembro que baixei ele três vezes, de sites diferentes e nenhuma vez funcionou, até que resolvi comprar (pirata mesmo), aí funcionou.
acho que depende do ps2 ou do chip de destravamento, pq os que eu baixei funcionaram com outras pessoas.
se tiver garantia, volta no lugar q tu comprou e tenta trocar por outro dvd com o mesmo jogo, pq esse vale MUITO a pena.

Amer H. disse...

Seu jogo tá zuado.

Espanque o cara que o vendeu.

Bruno disse...

Que droga, já estava no décimo colosso, só faltava mais seis, tava mó empolgado com o joguinho.

snif.

Amer H. disse...

E aliás, Shadow of the Colossus será meu próximo review.

Paulo_HT disse...

e Bruno, você pode trocar o jogo, mas a gravação continua de onde você parou.

Bruno disse...

Pois é Paulo, você tem razão.

Mas o game começou a pegar normal agora, naum sei porque.

Bom, agora falta 6 colossos, se o game travar, aí eu vou lá trocar.

E Amer, vai sair quando o review do Shadow of the Colossus?

Sergio disse...

eu sei que shadow of the colossus é magnifico, tenho em casa mas nunca joguei.

quem sabe um dia.

Bruno disse...

Amanhã vou matar o 12º colosso, e quem sabe zerar o game :D.

Aí depois eu vou começar a jogar "Ico", aí depois que eu terminar, vou zerar "Made Man" e depois eu compro um jogo novo.

Amer H disse...

Devido a uma avalanche colossal de trabalho, só vou ter como atualizar o Blog de Games no próximo fim de semana.

Mas vai valer a pena, prometo.

Thyago disse...

amer, é bom q a atualização seja tão boa q faça minhas calças explodirem!
jah tou de saco cheio de vir para k e ver a merda do bayou billy XD

Amer H. disse...

Você tá cansado do Bayou Billy?

E eu que fui obrigado a jogar essa bomba só pra vocês não precisarem fazê-lo?

Bruno disse...

Bem, já é fim de semana (graças a Kratos).

Álias, eu zerei Shadow of the Colossus terça-feira, naum curti muito o final.

Bruno disse...

Eu só achei meio sacanagem o cara se esforça as pacas pra mata 16 colossos pra depois vira um bebe.

Bruno disse...

Mas o que eu achei comédia foi o cavalo manco, no final, chorei de rir.

Amer H. disse...

Você ainda tem muito o que aprender, Bruno...

Leandro" Leon Belmont" Alves the devil summoner disse...

Bruno, seu menino regado a pêra,leite com ovomaltine. os clássicos são foda. apenas isso

jogos de hoje em dia, qualquer um zera, mas naqueles tempos. tinha que ter culhões enormes e de titânio para terminar castlevania e ghost in ghouls por exemplo..

Amer dei uma testada nesse game....rapaz. os inimigos só podem ser filhos do superman ou clones dele. pombas, dou uma saraivada de porrada e eles não tombam.

machos dos anos 80 eram duros na queda, mas assim é exagero. só não continuei porque não tenho o Zapper para as fazes de tiro.