quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Outras Waifus Obscuras dos Games


As pessoas ainda leem essa merda de blog?

Bom, melhor atualizá-lo então. E não tem assunto melhor do que falar de waifus dos games que você provavelmente deixou passar em todos os seus anos nessa indústria vital.

Porque falar de gostosas virtuais é algo que eu faço há mais de uma década, não há motivo pra mudar agora.


Annabelle - The Adventures of Bayou Billy

Toda vez que uma baleia terrestre de cabelo verde decide iniciar um solilóquio sobre como os games são machistas, ela recorre a títulos de 35 anos atrás que não são mais a regra da indústria, para apontar como mulheres nesta mídia existem apenas para servirem de donzelas indefesas. Princesa Peach, Zelda e Metroid são os exemplos básicos as quais estes esporos de Jabba costumam usar, e uma vez em cada lua azul, uma delas se lembra da Marion de Double Dragon, não por nome, claro. Nenhuma delas cita Annabelle, que faz nada exceto permanecer acorrentada na masmorra de um gordo imundo enquanto este desafia seu namorado, Bimmy, que precisará morrer mais vezes que herói de Dark Souls se quiser salvar a rapariga.

The Adventures of Bayou Billy se passa no estado da Louisiana, o termo “Bayou” sendo a palavra em francês-cajun usada para se referir a rios e grandes corpos de água corrente. Aposto que você não sabia disso e achava que o protagonista deste game tinha dois primeiros nomes, como “Roberto Carlos” ou “Rainbow Dash”. Mais importante, uma vez que a história do game ocorre no interior dos da Bidêlandia, as chances de Bimmy e Annabelle serem parentes é enorme. Doravante os tratarei como irmãos, porque excesso de Pornhub nos faz ver família de formas muito estranhas.

Annabelle é um caso raro no Nintendinho, pois enquanto conteúdo mais explícito encontrado em games japoneses era editado ou totalmente censurado para se adequar a ideia de entretenimento familiar que a Casa do Mario queria passar nos EUA, a moça foi envadiada ao ser levada para a América. Na versão nipônica, ela aparece trajando um vestido bem conservador, sem decote ou qualquer coisa que a faça causar ereções em jovens incautos, enquanto o cartucho gringo a vestiu como uma prostituta de ponto de caminhoneiro, provavelmente o motivo que fez Bimmy se apaixonar por ela.

A mudança de visual é uma clara referência a Daisy Duke, da série os Gatões, interpretada no original por Catherine Bach e por Jessica Simpson no remake de 2005. Considerando que os programadores deste game deviam ter na época idade pra lembrar dos milhões de filhos que despejaram nos azulejos do banheiro enquanto pensavam em Daisy Duke, não é estranho que ela tenha sido a referência usada para tornar Annabelle um lixo branco autêntico.

Falo “lixo branco” com todo carinho.


Primm - Secret of Mana

Primm... É um caso curioso, pois demoraram décadas até que eu a visse como waifu. Ok, quando joguei este game pela primeira vez, eu acreditava piamente que seus heróis eram crianças. Digo, as ilustrações que acompanhavam o manual de instruções do jogo os fazia parecer como se tivessem 13 anos, 14 no máximo, a história começa com o protagonista indo ao bosque para brincar com seus amigos, pelo amor de Deus.

Então veio o remake de Playstation 4, que nos apresentou a versão de Primm mostrada acima e MEU DEUS DO CÉU! MENINAS DE 14 ANOS NÃO TEM ESSE CORPO... Digo, algumas até parecem que tomaram mais hormônio que Stallone em set de filmagem de Rambo IV, mas elas não são a regra. Fui pesquisar e descobri que Primm na verdade tem 17 anos... O que ainda é menor de idade.

HUNF!!!

De qualquer forma, Primm é o arquetipo clássico da princesa rebelde. Ela se apaixonou por um dos soldados do reino, o que desagradou seu pai, que não gostava de ver a filha chegar em casa todas as noites com bafo de pica proletária. Assim sendo, o velho fez o que qualquer um faria em sua situação: Enviou o noivo da filha em uma missão suicida e arranjou o casamento dela com um velho incapaz de ter uma ereção sem que um necromante esteja presente.

Embora eu não tenha sentido qualquer tipo de atração sexual por Primm até descobrir que era velho demais para fazê-lo sem chamar a atenção do FBI, eu gostava muito dela. A menina era abrasiva, mau humorada e rude, muito antes disso se tornar o padrão Hollywoodiano de como se escrever uma personagem feminina. O que a diferencia de Rey, Capitã Marvel e Kathleen Kennedy no entanto, é que a menina tem um lado mais doce e que demonstra genuína preocupação pelos amigos sempre que necessário.

Mais importante que tudo isso, ela embarcou em uma jornada com dois estranhos, enfrentou inúmeros monstros e horrores, tudo isso pra salvar o namorado. Primm era gado, algo com o qual 90% dos usuários de internet podem se identificar.

Tão a frente de seu tempo...

Karla - Alien Storm

Alien Storm se passa em um futuro distópico onde Food Trucks ainda são parte da vida cotidiana. Você não conhece o verdadeiro ódio até pagar caro demais por um hambúrguer com gosto da sujeira detrás da orelha e batatas mais oleosas que palco de competição de fisiculturismo.

Aqui, o mundo é invadido por alienígenas que comem pessoas e as peidam depois. Como gente digerida não compra sanduíche, nossos três heróis tiram um sabático de seu trabalho no Food Truck e saem caçando alienígenas, provavelmente pra usar seus cadáveres no menu de verão do seu negócio.

Alien Storm nasceu nos fliperamas e como tal, não nos dá um enredo mais detalhado que a cutscene de abertura, pois tais games não tinham tempo a perder, exatamente como a sua mãe quando atende os clientes no puteiro. O jogo nem fez tanto sucesso quanto seus contemporâneos a fim de gerar uma sequência que expandisse o lore. Dito isso, acho que somos livres pra criar quantas fanfics quisermos sobre os eventos desta pérola.

**A-RRAM**

Karla era uma dançarina que sonhava em trabalhar no programa do Faustãotron, mas se desentendeu com Blaze Fielding XVIII, sua rival na escola de dança, que a desafiou para um torneio de lambada. Após horas de competição, Blaze usou um movimento proibido e destruiu o joelho da oponente, acabando com todos os seus planos para o futuro. Deprimida, desempregada, destituída e implodida, Karla preparava-se para engolir uma caixa de Mentos e beber Coca-Cola em cima, quando surgiu Wagnão, que prometeu a ela uma nova carreira que a faria esquecer das agruras do passado. Infelizmente, a “nova carreira” se resumia a ser chapeira em um food truck e aqui está ela até hoje... Arrasada... Vendo seus melhores anos passarem... Fedendo a fritura 24 horas por dias... Incapaz de atrair namorados que não sejam sommeliers de cerveja da Vila Madalena...

...

Uau, isso ficou depressivo, deixa terminar este parágrafo numa nota mais positiva: Esta personagem prova que toda Karla com “K” é gata.

Todas.

Sem exceção.

Se você é “Karla com K”, vá no espelho e se dê um beijo. Você merece.


Milan Flare - Golden Axe The Duel

Suponha que você é um executivo da produtora de games responsável por um dos games de ação mais amados de todos os tempos, um game que é uma carta de amor a Conan o Bárbaro, Kull e todos os demais personagens do gênero “Espadas e Sandálias” que... Você quer fazer piadinha com o nome “Kull”, não quer? Eu sei que quer... Vai em frente, faça isso até ficar satisfeito.

...

Pronto? Posso continuar? Obrigado... inculto.

Enfim, você tem em suas mãos uma obra cuja mera menção causa arrepios nas virilhas dos jovens impressionáveis e vê se aproximando a febre dos games de luta, desencadeada pelo sucesso minestrônico de Street Fighter II. O que você faz? Se sua resposta for “produzo um game de luta com gráficos incríveis, utilizando os personagens de minha série de guerreiros bárbaros e faço uma jogabilidade simples de aprender e difícil de dominar”, lamento! Você não serve pra trabalhar na Sega dos anos 1990.

Verdade seja dita, Golden Axe: The Duel tem gráficos incríveis, mas é só isso. A jogabilidade é mais dura do que dono de restaurante em pandemia de COVID, e os personagens em nada lembram os heróis da série. É o caso de Milan Flare, descendente de Tyris Flare e possivelmente única loira odonto da era Hiboriana.

Tudo no design de Milan é terrível. Quando penso em um produto baseado em Conan, imagino guerreiros rudes e fortes, lutando num mundo desolado e brutal. O Golden Axe original tinha essa vibe e mesmo Tyris, linda como era, ainda possuía um ar rústico notável. Milan parece ter passado a vida no mais puro conforto e decidiu enfrentar Death Adder apenas porque a balada sertaneja em que ela ia no sábado foi cancelada. Isso sem mencionar seu vestuário, que a faz parecer a dançarina do programa do Faustãotron que ficou com a vaga que era pra ser da Karla.

Mesmo assim, eu gosto dela, talvez porque seus colegas de jogo sejam totalmente esquecíveis. Mesmo, dos demais personagens só lembro de um cara vestido todo de preto que usava katana e de uma loli vestindo pele de lobo. Claro, também tem o Death Adder, pois Golden Axe sem ele é como micareta com boa música e pessoas interessantes: Não existe.


Morgan - Leisure Suit Larry: Magna Cum Laude

Já falei deste game no passado, porque eu era OBCECADO por ele durante a era do XBox clássico, não por sua jogabilidade incrível, história clássica ou gráficos que desafiavam as limitações da época, mas porque ele tinha teta.

Muita teta.

Oe, em 2004 a internet não era tão infestada de pornografia grátis quanto é hoje. Arranjavamos tetinhas e arbusto onde dava.

Enfim, esta é uma continuação da série Leisure Suit Larry, nascida no PC e que nos colocava no controle de um tiozão cabeçudo com barriga d’água, que se enfiava em todo tipo de aventura mirabilante pra tentar comer mulheres muito superiores a ele em todos os aspectos possíveis. A versão do Xbox clássico (que também saiu no Ps2) nos apresenta seu sobrinho, que segue seus passos e faz o possível pra enfiar o canoli em todas as colegas.

As meninas que cercam Larry seguem os arquetipos esperados em uma história como essa. Temos a menina inocente da fazenda, a italiana durona da cidade, a intelectual tímida, a espiã russa e a artista beatnik com uma giromba maior que a do Kid Bengala. O método pra transar com elas envolve deixá-las bêbadas o suficiente para verem o Henry Cavill sempre que olharem para Larry, então levá-las pro quarto.

Conseguem imaginar o problema que esse game causaria hoje? Meu Deus, teríamos cancelamentos até a internet cair.

Claro, Larry não come ninguém, exceto a menina bipolar (e possivelmente possuída pelo demônio) que só aceita transar caso ele se vista como a mascote da faculdade.

A etapa final do jogo consiste de um programa de encontros, onde Larry tenta conquistar uma de três meninas: Barbara Jo, a líder de torcida e menina mais desejada da escola, Suzi, uma roqueira com pegada BDSM e Morgan, a nerd residente da faculdade.

Veja bem, quando digo “nerd”, é “NERD” mesmo, da época que o termo significava algo. Morgan gosta de Dungeons N’ Dragons, Star Wars e todas as coisas que antigamente faziam alguém ser um rejeitado social. Não apenas isso, ela mestra uma partida com Larry, provando de forma definitiva que não é uma bazingueira.

Claro, a “garota linda que gosta das mesmas coisas que o público do game” é um clichê, mas o que torna Morgan especial é que ela é a única menina que parece gostar de fato de Larry. As demais o toleram, querem alguma coisa dele ou simplesmente não tem bom senso suficiente para se manterem longe. Morgan parece genuinamente interessada nele como pessoa. Tanto que no final em que ela é escolhida pelo jogador, Morgan confessa seu amor pelo herói, que retribui de forma igual.

Mais do que “a nerd idealizada”, Morgan é o arquetipo da relação ideal, pelo menos na minha concepção: A melhor amiga que se revela sua alma gêmea. Leisure Suit Larry: Magna Cum laude pode ser um game de putaria, mas se você souber procurar, é capaz de encontrar amor verdadeiro nele.

Deve ter uma lição aí em algum lugar.

Hmmmm, não. Então vou terminar este artigo com a seguinte mensagem: Baixe a versão europeia deste game, pois ela não tem censura.

Cheers!!!

15 comentários:

Marlon Botafogo disse...

Sim, amigo. As pessoas ainda leem essa maravilha de blog! Hahha
Desde a fundação do blog pra cá o perfil das pessoas da Internet mudou muito. Mesmo assim os fãs desse blog ainda o adoram!

Leandro"ODST Belmont Kingsglaive" Alves the devil summoner disse...

Sim Américo, tem gente que ainda lê o seu Blog. fique em Rejubilo por isso

Dessas citadas, nunca salvei a Annabelle no Billy Bayou e não me arrependo, essa Primm também não a conheço, mas está linda nessa arte.

Essa Milan Flare já zerei com ela no Sega Saturn e ela é a unica personagem interessante do elenco. E que bom que a Morgan faz um bom par para o Larry

Wild Wolf disse...

Eu sabia que se continuasse entrando aqui seria recompensado com atualização. Minhas preces foram ouvidas! Longa vida a este blog!

Diogo Khouri disse...

Benzadeus Amer ainda bem que vc voltou, longa vida ao rei.

Gabsy disse...

Sim, nós lemos. Eu sou mais pontual aqui que Chico, por favor não nos abandone assim

Hyper Emerson disse...

Vez ou outra eu venho ver se há posts novos. Desta vez eu lembrei porque descobri que alguém inventou de escrever uma página sobre o blog na Tv Tropes: https://tvtropes.org/pmwiki/pmwiki.php/WebOriginal/BlogDoAmer

André disse...

Quase que diariamente passo aqui pra ver se tem post novo. Esse ano quase li o blog todo de novo, porque sempre que venho leio algum (ou alguns) post antigo pra não perder a viagem. Quando vi o banner novo fiquei cheio de esperanças hehe. Vida longa ao Blog Aldebaran!!!

Deserttrunade disse...

Eu ainda leio e sempre releio algo afinal assim como você dizia no final dos seus lets plays "tem mais de dez anos de artigos e você com certeza vai encontrar algo que vai te fazer rir muito! "Viva o amer !!!

Ednelson__santos disse...

Contínua com o blogger man

Flavio_manga disse...

Que bom que voltou Amer

Leonardo Pinheiro disse...

feliz por ter voltado amer. gosto do seu conteudo
ps: a palavra conteúdo não teve uma conotação sexual.

Dark disse...

Amer seu beduíno dimensional que combate a armada femenazi vegana de Brie Larson do universo 235 , sim lemos isso

Rafael Fraga disse...

Depois de atualizar o site semanalmente desde janeiro, eis que surge um novo artigo!

Como sempre, ri pra caralho e sigo revirando os anos anteriores em que deixei passar algo.

Vida longa ao Amer!

Andrei 'Ashura' Melo disse...

"As pessoas ainda leem essa merda de blog?" YEP! Faço isso desde 200X, quando eu o conheci por meio de um grande amigo dos meus tempos de escola. Artigo foda, como sempre. E sim, a Milan Flare é uma dançarina do Faustão dos anos '90 com ombreira e espada.

Gabriel disse...

Benzadeus você voltou, Ameríndio!!!!

Ainda lemos essas linhas tortas que aprendemos a amar desde 2000 e bolinha. E vê se não some de novo.