Prometi este artigo um milhão de vezes ano passado, os padrinhos sabem.
Bom, aqui está ele. O que querem de mim?
Mas bem, falemos do Sega Saturn. Ele era o console de 32 Bits da Sega e ninguém o comprou porque a empresa cagou seu lançamento.
...
É isso. Vejamos quais jogos eram bons nele.
Die Hard Arcade
Em 1997, o gênero Beat’em Up estava tão próximo da morte quanto Joffrey Baratheon em sua festa de casamento. Idos eram os áureos tempos em que Final Fight e Tartarugas Ninjas
dominavam os fliperamas, substituídos pela febre dos jogos de luta, que nos rendeu sucessos como Tattoo Assassins e Martial Champion.
Foi neste clima de seleção voltando pra casa após a derrota na Copa do Mundo que a Sega decidiu dar um último sopro de vida ao estilo que lhes permitiu arrancar tantas fichas da
molecada japonesa e lançou a série Dynamite Deka, focada em dois super tiras incumbidos de resgatar a filha do presidente, sequestrada por terroristas tremendões. Por algum motivo, a Sega achou que o jogo
venderia mais no ocidente se tivesse a cara do Bruce Willis estampada nele, e foi assim que Dynamite Deka se tornou parte da franquia Duro de Matar no nosso hemisfério.
A jogabilidade é simples: Espanque todo mundo que encontrar com um arsenal de golpes complexo suficiente para permitir que Willis se tornasse parte do elenco de Virtua Fighter 2 se quisesse. Se não
for suficiente, saque sua arma e atire na cara dos meliantes. Se isso não bastar, pegue um cabo de vassoura e enfie no cu dos terroristas. Você pode!
Bom, você não pode LITERALMENTE perpetuar violência anal em seus inimigos, mas qualquer item do cenário pode e deve ser usado para causar concussões.
Die Hard Arcade também é um pioneiro na arte dos Quick Time Events, que intercalam as diferentes etapas do jogo e permitem ao jogador virar oponentes do avesso com um só soco, esquivar
de caminhões de bombeiros e muitas outras ações burlescas de filmes de ação dos anos 1980, desde que pressionemos o botão certo na hora certa.
SIM! GLORIOSO!
Mas o melhor de tudo é que se estiver jogando com um amigo, após vencer o jogo final, Willis e a policial controlada pelo jogador 2 (Kris Thompsom) precisam sair na porrada, o vitorioso recebendo
todos os louros pelo resgate da loli presidencial. Porque Bruce Willis não divide crédito com ninguém.
Este game mostrou ao mundo que Bruce Willis era cuzão duas décadas antes de Kevin Smith, um marco por si só.
Finalmente, quero chamar atenção para o fato de que deram uma foto do Didi pra servir de referência pro artista que desenhou a capa americana do jogo.
Steam Heart’s
Sim estou fazendo de novo. Estou pegando um jogo conhecido quase que unicamente pelo seu excesso de tetas e rabas e o colocando em uma lista de melhores games de todos os tempos. Mas assim como aconteceu
com Rumble Roses, Steam Heart’s merece estar aqui.
O caso é que este título nasceu como um game Hentai para o PC-98, um aparelho obscuro do qual a maioria de vocês jamais ouviu falar e que a mera menção aqui é irrelevante,
então prossigamos. A história se passa em uma galáxia que vivia em harmonia, governada por mulheres que eram parte animal e parte deliciosidade, até que um vírus lanfranhudo se espalhou pelo
cosmo e transformou cada uma as gentis moçoilas em uma déspota sanguinária fã do Felipe Neto.
Um casal de irmãos cientistas trabalha incansavelmente para encontrar uma vacina para o vírus, até que descobrem que o único elemento capaz de neutralizá-lo é o sêmen
do protagonista. Assim, ele e sua irmã sobem nos caças de combate que por algum motivo eles tinham, e saem dizimando as frotas de cada uma das governantes infectadas. Uma vez que chegam até elas, o heroico casal as come até elas ficarem curadas.
Ah sim, a irmã do herói tem pinto... Porque Japão.
Sendo totalmente honesto, Steam Heart’s não se compara a títulos como Radiant Silvergun e Galactic Attack, considerados alguns dos melhores Shooters do Saturn, quiçá de todos
os tempos. Mas é um game impressionante para um título que nasceu unicamente para causar ereções em japonesões obesos que não saiam de seus quartos. Os gráficos são bonitos,
o áudio é competente e traz uma excelente dublagem, e a jogabilidade é fluida e eficaz, desafiadora o suficiente para satisfazer um tarado por jogos de navinha, sem ser frustrante o suficiente para afastar
quem gosta deste gênero mas é completamente inepto nele.
Mas mais importante que tudo isso, Steam Heart’s tem personalidade. Seus aspectos mais picantes ficaram no Pc-98 e a versão de Saturn pode ser considerada uma comédia safada, o que já
o torna mais memorável que a quase totalidade dos games de seu gênero.
Eventualmente a Cave mudaria isso com Shooters entupidos de lolis, mas em sua época, Steam Heart’s era rei.
Fighters Megamix
Todo calango que faz uma lista contendo os melhores jogos do Saturn sempre faz questão de colocar Virtua Fighter 2 entre seus escolhidos e se desmancha em elogios sobre ele, sobre como é lindo,
como é uma adaptação quase perfeita que todos achavam que o Saturn não seria capaz de fazer, como ele diz “eu te amo” todas as manhãs diferente do seu pai e por isso será
capaz de preencher o vazio que ficou em seu peito após crescer em um lar abusivo até os dezoito anos, enfim, essas coisas.
E sim, Virtua Fighter 2 é muito bom, mas se tivesse de escolher apenas um game de luta 3D do console (o que eu não fiz, como poderão ver no próximo item da lista) eu definitivamente
ficaria com Fighters Megamix, que é basicamente a resposta da Sega para King of Fighters.
Aqui temos uma competição envolvendo TUDO de 3D produzido pela Sega até então. E quando eu digo TUDO, é TUDO mesmo. Temos o elenco das séries Virtua Fighter e Fighting
Vipers, além de personagens de Sonic The Fighters, a policial de Virtua Cop, o protagonista de Rent-A-Hero (jogo obscuro do Mega Drive que não era 3D, mas que se dane), comidas e palmeiras lutadoras, e até
Hornet, o carro de Daytona USA.
O CARRO DE DAYTONA USA É UM PERSONAGEM JOGÁVEL NESSA DESGRAÇA!!!
Além de que Fighters Megamix é a única maneira de se jogar com Siba, arabezão com uma cimitarra do tamanho de Guarulhos que era o chefe final das versões protótipo
de Virtua Fighter, até a Sega perceber que colocar uma mulher pelada de ferro neste posto era muito mais negócio.
Aliás, sabe como The King of Fighters tem uma jogabilidade própria, feita pra acomodar personagens vindos de franquias extremamente diferentes como Fatal Fury e Art of Fighting, e manter o game
equilibrado? Pois é, a Sega tocou o foda-se pra isso e cada personagem de Fighters Megamix funciona como em seu jogo original, o que torna este título um delicioso caos.
Você não viveu enquanto não bater na Sarah Bryant com um pedaço de carne gigante.
E não, isso não foi um eufemismo para sexo.
Last Bronx
Last Bronx é um game que absolutamente ninguém escolhe quando está escrevendo sua lista de melhores games para o Saturn. Uma vez que eu o escolhi, já estou apto a cegar ciclopes
de forma impune.
A história se passa no Japão após a bolha financeira dos anos 1980, que é um período fascinante da história recente do país, e que é descrito em apenas
um parágrafo na versão em português da Wikipedia. Agora, a versão em inglês traz páginas e mais páginas de informação, dados, e tenho certeza que se apertarmos os
olhos, poderemos ver as palavras do arquivo formando imagem do Takeshi Kitano mostrando o dedo do meio.
Sério, que acontece com o Wikipedia em português? Se não vai postar informação detalhada sobre o assunto, escreva nada! Monta um Instagram que não precisa de texto
elaborado, seu biltre mefistofélico! Aliás, eu sei que Wikipedia não é a fonte de pesquisa mais confiável do mundo, mas é um bom ponto de partida pra pesquisarmos sobre qualquer assunto,
então bote esse pinto dentro das calças quando for falar do site!
VOLTANDO, Last Bronx é o que acontece quando um bando de programadores decide criar um game de luta após assistir Akira vinte e sete vezes seguidas. Sério, a abertura do game transpira
a obra de Katsuhiro Otomo, na sua tentativa de mimicar a atmosfera da Neo-Tokyo onde se passa a história de Kaneda e Tetsuo, até as batidas do tema musical, que parecem ter se inspirado um pouco demais na música
de Akira.
A história mostra gangues de jovens safados, todos armados com equipamento de JRPG, travando lutas violentas em busca da supremacia na cidade... Ou pelo menos essa era a ideia dos criadores do jogo.
O que temos aqui é quase que uma versão em Anime de Warriors - Os Selvagens da Noite, com delinquentes tão coloridos e temáticos que não intimidariam nem Atchim e Espirro.
Quanto a jogabilidade, ela é veloz e simples. Boa pra jogadores técnicos ou orangotangos que jogam com os pés esmagando botões a esmo e que são peritos no uso do Eddy Gordo.
Ademais, como um dos últimos games do Saturn, é um dos títulos que melhor usa a capacidade do aparelho e apresenta gráficos e animações excelentes.
Mas se não tiver interesse em jogar Last Bronx, ao menos assista ao filme. Sim, alguém fez um filme deste game, que foi direto pro mercado de vídeo japonês e é tão
bom quanto você está pensando.
Glorioso!
O Saturn tinha 2MB de RAM, que é a exata mesma quantidade de memória que o Playstation trazia.
Aprendi que o console da Sony tinha a metade desta capacidade e acreditei em tal informação até recentemente, quando ela foi corrigida por este milagre que chamamos de internet. Graças
a isso, aprendi que revistas de games dos anos 1990 formadas por garotões de 17 anos que não entendiam inglês tampouco português, eram fontes de informação muito pouco acuradas.
Quem diria?
De qualquer forma, o Saturn tinha algo que o PsOne não possuia: Um cartucho de expansão de memória! Sim, era possível aumentar a RAM do console para 3MB e até 6MB. Graças
a isso, o Saturn tornou-se o console de 32 bits ideal para receber ports de games de luta de fliperama.
E sabem qual empresa fez excelente uso de tal possibilidade?
Sim, a SNK.
Mas sabe qual OUTRA empresa fez excelente uso do cartucho de expansão de memória do Saturn? A Capcom, que virou a louca da conversão e lançou adaptações perfeitas
de seus jogos de fliperama para o aparelho da Sega.
Com exceção de Marvel Super Heroes, que saiu uma bosta.
Agora, o que torna Darkstalkers 3 um game tão bom, que ele merece estrelar uma lista de melhores títulos de um console específico? Bem... nada. De fato, Darkstalkers 3 não é
muito melhor que seu antecessor, Night Warriors: Darkstalkers Revenge e pra ser muito sincero, em alguns aspectos é até mesmo inferior.
Alguém na Capcom deve ter sentido a mesma coisa ao olhar para o terceiro game da franquia de Simulador de Luta de Monstros de Filmes da Universal com Personagens Distintos Suficientes para Evitar um Processo, e pensou que suas conversões para consoles mereciam uma azeitada extra antes de chegarem ao mercado. E assim foi feito.
Se olhar bem para a imagem, verá três lutadores que não se encontravam na versão Arcade de Darkstalkers 3: Pyron, Phobos e Donovan, pelo menos inicialmente. A Capcom lançou
não uma mas DUAS revisões de Darkstalkers 3 nos fliperamas japoneses, ambas com Pyron, Phobos e Donovan, mas sem outros personagens, no caso Jedah, B.B.Hood e Q.Bee em uma versão, e Jon Talbain, Rikuo
e Sasquatch na outra. Por que eles fizeram isso? Sei lá, pra trolar o público provavelmente. Eu não me espantaria em descobrir que a Capcom contratou gente pra ficar parada ao lado das máquinas
de Darkstalkers 3 dando tapas em quem se atrevesse a jogar.
Assim, a versão de Saturn é a ÚNICA que tem o elenco completo da série, além de ter os personagens secretos Shadow e Marionette, que eram tão interessantes quanto
opinião política de super modelo, mas hey, era conteúdo extra gratuito. Considerando as atuais práticas da Capcom, acho que não celebramos sua generosidade do passado o suficiente.
Sim, eu sei, a versão pra Playstation também tinha todos os personagens, mas sejamos francos, Darkstalkers 3 precisou ter suas animações mais canibalizadas que loira na mão
do Leatherface pra poder caber no console da Sony. A versão do Saturn conservou todos os frames do fliperama e ainda roda a 60fps.
E acabo de perceber que me tornei um daqueles seres repugnantes que agregam valor a um jogo de acordo com o número de frames por segundo dos mesmos.
Sinto-me tão imundo...
Street Fighter Collection
Seriosamente falando, odeio quando algum calango lanfranhudo faz uma lista de melhores games e entope ela de coletâneas.
COLETÂNEAS NÃO SÃO GAMES! SÃO COLEÇÕES DE GAMES!!! COLOCAR UMA COLETÂNEA EM UMA LISTA NADA MAIS É QUE COLOCAR CINCO GAMES NA MESMA COLOCAÇÃO
E ISSO NÃO PASSA DE UMA TRAPAÇA IMUNDA!!!
Mas como as viúvas de meu canal de Let’s Plays podem atestar, não sou averso a trapaças, então cederei desta vez.
Muito bem, o que essa coletânea tem de tão especial? Oras, ela traz Super Street Fighter II, Super Street Fighter II Turbo e Street Fighter Alpha 2 Gold, em uma conveniente e fofolete embalagem.
Os games são ports perfeitos do arcade, sem nenhuma perda de qualidade gráfica mas mais importante de tudo: Balanceados para serem jogados em casa.
Fliperamas, como todo mundo sabem, eram projetados para arrancar o máximo de grana possível de seu público, como se fossem Yakuzas retangulares de dois metros de altura que nunca falavam
e comunicavam-se unicamente por animações pixeladas projetadas em suas tetas. Não era incomum que um jogo de Arcade tivesse uma subida absurda em sua dificuldade após alguns minutos de jogo, ou
que os personagens controlados pela máquina simplesmente trapaceassem para separar o jogador de seus suados dinheiros.
Quem nunca enfrentou um Guile que podia usar Flash Kick sem carregar o golpe? Ou um Dhalsim que removia quase toda a sua energia com uma única sequência de croquinhos? Esse tipo de coisa era
aceitável em um fliperama, pois íamos já sabendo que eventualmente perderíamos nossas fichas e ficávamos satisfeitos em apenas jogar algo que não tínhamos disponível
em casa.
Isso mudava quando estávamos em nossos lares, longe do fliperama e daquele tiozão suspeito que ficava no canto do lugar, e que lambia os beiços enquanto nos assistia jogar. Um game para
console doméstico tinha de oferecer um desafio justo, pois nada é mais frustrante do que passar seu fim de semana apanhando de um game que não teve sua dificuldade devidamente balanceada. Milhões
de vídeos do Youtube criados por quarentões nerds que não conseguem esquecer suas fúrias de infância provam isso.
Dito isso, Street Fighter Collection é uma das melhores, talvez a MELHOR forma de se desfrutar de Super Street Fighter II (Turbo) e Street Fighter Alpha 2 (Gold). Relançamentos destes games
para consoles modernos são meras emulações do fliperama, com a dificuldade xexelenta devidamente transposta enquanto no Saturn, tudo foi ajustado para oferecer uma experiência mais prazerosa para
o jogador, e reconheço que esta última frase ficou parecendo propaganda de camisinha.
Sim, eu sei que esta coleção foi relançada mais vezes do que a Miley Cyrus acordou em um lugar estranho com gosto de cabo de guarda-chuva na boca, mas me deixa celebrar a existência
dela, sim? Eu adorava a caixinha dupla em que ela vinha.
Por muito tempo, considerei X-Men vs. Street Fighter como o jogo superior dentre os dois crossovers que a Capcom lançou para o Saturn. Não que eu achasse MvsSF ruim, eu só o achava visualmente
poluído e preferia a apresentação mais enxuta de seu antecessor.
Então eu cresci, amadureci, perdi um testículo em um acidente com um descascador de batatas e reavaliei minha opinião. Os efeitos visuais excessivos, o caos nos cenários de fundo,
toda essa bagunça é parte da personalidade deste game. Marvel vs. Street Fighter é como o resultado de se usar um prato de espaguete para tapar uma caixa de fogos de artifício prestes a explodir
e sinceramente, não tinha como ser diferente. A Capcom basicamente olhou para o absurdo que era misturar seus heróis que pareciam saídos de um Anime, com os personagens nascidos da mente patifenta de Stan
Lee, e percebeu que um jogo nascido da fusão dessas duas franquias tinha de ser mais espalhafatoso que Lady Gaga caindo em um tonel de glitter.
Então sim, Marvel vs. Street Fighter é barulhento, brilha mais que episódio de Pokémon criado pra dar estremilique em criança, tem um comediante japonês com físico
de crosta de torta peitando o Hulk, e graças ao cartucho de expansão de memória, a versão de Saturn é o CHADÃO dos ports domésticos deste game... Diferente do virjão de PsOne.
**Dança com volumão na calça**
Guardian Heroes
A coisa que eu mais gosto em Guardian Heroes é que o jogador nem sequer é o herói da história.
Nossa história começa com um grupo de aventureiros em uma taverna, como adolescentes sem higiene jogando D&D numa tarde de sábado, lá eles celebram que encontraram uma espada
lendária ou algo do tipo e planejam encher o bucho e, comemoração. O jantar é interrompido pelo ataque de soldados que trabalham pro vilão da história, os aventureiros buscam refúgio
em um cemitério, é quando a espada desperta um guerreiro esqueleto gigante, que é ninguém menos que o Lendário Herói que morreu defendendo o reino no passado. Agora que despertou,
o guerreiro parte em uma trilha de violência com a finalidade de trazer a paz de volta ao reino mais uma vez.
Você vai junto só porque sim.
Isso é a coisa mais brilhante do mundo.
Guardian Heroes mistura Beat’em Up com elementos de JRPG e oferece quatro personagens extremamente distintos, que podem evoluir e aprenderem técnicas diferentes ao longo da aventura, o que nos
dá motivo para jogar este game inúmeras vezes. Fora isso, a história oferece vários caminhos diferentes, com seus próprios obstáculos e que podem levar a inúmeros finais. Finalmente,
quatro pessoas podem jogar ao mesmo tempo, o que resulta em um caos delicioso na tela, como é de praxe nos games da Treasure.
Mas a quem estamos enganando? Você não tem amigos com quem jogar Guardian Heroes. Se tivesse, não estaria lendo este artigo... Sozinho... No escuro.
Gooble-Goble, um de mim, um de mim...
Nights Into Dreams
Shigeru Miyamoto disse uma vez que este era um game que ele gostaria de ter criado. Digo, foi o que eu li em uma revista antiga de games e como aprendemos hoje, não se pode confiar nos devaneios de
jovens dos anos 1990 que se alimentavam unicamente de Fanta Laranja.
Seja como for, eu queria que Miyamoto tivesse sido o responsável por este game. Se fosse, podem ter certeza que a Nintendo teria transformado Nights em uma franquia e o teria ordenhado até a
última gota de leite se desprender dos mamilos palhaçais de seu protagonista. Como estamos na timeline onde a responsável por este jogo foi a Sega, Nights limitou-se a um título em um console com
o qual apenas otakus tetudos se importam.
É.
Agora, a jogabilidade de Nights Into Dreams é incrivelmente maçante. Você voa por aí, coleta bolas, então deixa as bolas em uma bola maior pra depois voas mais e pegar em
mais bolas, pra despejá-las de novo na bola maior e então sair em busca de mais bola. É como noite de esposa infiel em casa de swing.
O que torna Nights Into Dreams especial é seu controle fluido, que permite ao protagonista voar pelo cenário de forma até então nunca vista. Em alguns momentos é mais divertido
simplesmente disparar pelas fases até o tempo acabar do que ficar engolindo bolas. De facto, a Sega lançou um joystick especial com direcional analógico apenas para ser usado neste game e apenas nele,
o que demonstra o talento de seus executivos em jogar dinheiro fora.
Bom, considerando que estamos falando da empresa que enfiou 100 milhões de Dólares em um simulador de bairro com Quick Time Event, nenhuma decisão de negócios ruim é surpresa
de verdade.
Eu queria poder dizer mais sobre este game, mas a verdade é que eu já disse tudo. Nights Into Dreams é bonito e com excelente jogabilidade... Como eu imagino que a Vanusa Spindler é
na vida real.
Você achou que eu ia passar este artigo inteiro sem mencionar a waifu da minha vida? HA!
Panzer Dragoon Saga
O PsOne era o rei dos JRPG’s, mas a verdade é que o Saturn não ficava muito atrás. Claro, o branquinho da Sony tinha Final Fantasy VII, Final Fantasy VIII, Final Fantasy IX, Final
Fantasy Tactics, Chrono Cross, Parasite Eve, Xenogears, Legend of Dragoon, Legend of Mana, Valkyrie Profile, Tales of Destiny, Suikoden, Suikoden II, Star Ocean: The Second Story, Lunar: The Silver Star, Lunar Eternal Blue,
Koudelka, Wild Arms, Wild Arms 2, Breath of Fire III, Breath of Fire IV e milhaaaaaaaaaaaaaaaaares de outros, mas o Saturn tinha Panzer Dragoon Saga.
É.
Mas permitam-me falar sério por um minuto: Sério por um minuto.
Esta foi a tentativa da Sega de criar uma franquia de fantasia em seu 32 bits. Saga é o terceiro da série, precedido por Panzer Dragoon e Panzer Dragoon Zwei, ambos On-Rails Shooters,
vocês sabem, aqueles jogos de tiro em 3D que seguem um caminho pré-determinado pelo cenário, como House of the Dead ou aquele jogo do Jurassic Park que seu sobrinho te obriga a jogar com ele toda vez que vocês
passam pela Playland.
O mundo de Panzer Dragoon é habitado por pequenas tribos de humanos que adoram seres conhecidos como “Ancients”, membros de uma civilização extremamente avançada que
os precedeu e que acabou extinta em um evento apocalíptico não claramente descrito no jogo. Artefatos criados pelos Ancients são disputados a tapa por diversos grupos, incluindo o Império, porque
é claro que um jogo de fantasia tem um Império do mal como antagonista.
Aqui controlamos Edge, que após nove anos se recuperando de uma lesão no pescoço, guardava uma escavação arqueológica para o Império. Lá ele encontra
uma menina enterrada em uma parede, a resgata, é atacado por piratas que a levam e que o obrigam a chacoalhar o punho para o céu com raiva enquanto jura vingança.
Edge também tem um dragão, pois o jogo se chama Dragoon.
Panzer Dragoon Saga é brilhante pois arremessa o jogador de cabeça em um mundo que é totalmente desconhecido para ele, e lhe permite descobrir de forma orgânica como o mesmo funciona
e onde o protagonista se encaixa no grande esquema das coisas. Ao fazer isso, o game torna-se uma refeição a ser degustada com cuidado, que deixa enorme satisfação e uma pequena tristeza
quando finalmente se encerrar. A obra que torna-se uma lembrança deliciosa da juventude, quando jogada na idade certa.
Claro que você, um velho impotente de 47 anos não tem mais como permitir que Panzer Dragoon Saga marque sua adolescência, mas quem sabe ele não torna suas sessões de hemodiálise
um pouco menos dolorosas?
Burning Rangers
Não é estranho que tenhamos tão poucos jogos protagonizados por bombeiros? Digo, eles são o mais próximo que a vida real tem de super-heróis. Caras que entram em
incêndios carregando 40 quilos de equipamento pra salvar a vida de algum cuzão que dormiu com um charuto aceso.
Você não salvaria a vida de um cuzão! Você no máximo torceria os mamilos de um cuzão por esporte.
As gêmeas Olsen tem um bilhão de games, e você acha que elas entrariam em um incêndio pra salvar alguém? Elas são feitas praticamente de palha! Se olharem pra fogo por
tempo demais elas entram em combustão. Elas não podem nem usar o fogão de casa, precisam cozinhar usando o calor de seus hálitos.
Dito isso, Burning Rangers é uma pérola. Um grupo de bombeiros super treinados e futuristas, equipados com mochilas a jato, que entram em incêndios para resgatar gente imbecil e que apagam
fogo com canhões que cristalizam as chamas... Ou algo assim, e cujo produto pode ser usado para abastecer os jetpacks de nossos heróis. Digo, é algo tão auto-sustentável que faria a Greta
Thunberg ficar muito feliz sem nenhuma conotação sexual, pois ela ainda é menor de idade.
Mas aguarde as piadas que farei quando completardes 18 anos, senhorita Thunberg.
Burning Rangers não é perfeito. A detecção de colisão é meio cagada e o fato de que a orientação pelas fases é feita quase que exclusivamente
por voz, pode ser pouco atraente para aqueles que não entendem fluentemente inglês. Mesmo com estes percalços, Burning Rangers vale a pena por ser um dos games mais bonitos do Saturn, com uma trilha sonora
bem “Sega dos anos 1990” (paquitas da empresa sabem a que me refiro) e personagens carismáticos envolvidos em uma história bobinha e meio cheia de clichês, mas satisfatória pra qualquer
fã de Animes da época.
Além disso, Burning Rangers ousou ser diferente. Em uma indústria que adora copiar sucessos até a coisa perder o sentido, o pessoal do Sonic Team tentou oferecer algo único ao
seu público. Podem não ter entregue a Vanusa Spindler a beira da piscina (porque uma só menção não basta), mas nos permitiram vê-la tomando sol no terraço de seu prédio com uma luneta, o que também é bom.
Aliás, até onde eu sei, a Sega perdeu os códigos deste game. Em outras palavras, ele nunca poderá ser relançado, a menos que a casa do Sonic decida refazê-lo do zero,
o que tem tantas chances de acontecer quanto a Vanusa Spindler (HA! TRÊS!) aparecer na porta da minha casa e declarar amor eterno por mim.
Só no Saturn, baby! Só no Saturn!
Por hoje é só. Vou fazer o jantar.
Cheers!!!
10 comentários:
Olá Amer. O ruim dos jogos de Saturno hoje é que não há um único emulador decente e a Sega não vende esses jogos em lugar nenhum. Acho que essa é a lista mais underground que você já fez. Abraços.
Me diverti muito com esse artigo Amer!
É sempre bom ver suas listas, principalmente essa sobre o Sega Saturn, que mesmo hoje, tantos anos depois ainda é o meu console favorito.
E nesse artigo existe algo nunca imaginaria que estaria num mesmo contexto numa frase, principalmente associando com um artigo do blog:
A sua paixão pela Vanusa Spindler é tão grande quanto a minha pelo Nights into Dreams. E não, não é a mesma forma de paixão, mas é um jogo que significa tanto para mim quanto você ao falar da Vanusa Spindler.
O Nights into Dreams marcou um ponto impactante na minha vida: meu irmão comprou o jogo em 2004 e sempre evitei jogar, pois não entendi como funcionava, mas tinha um amigo meu,o Douglas, que era como um irmão mesmo que sempre dizia que eu deveria jogar e que ao final dele eu me sentiria diferente. Algum tempo depois, em 23 de abril de 2005,minha avó materna, de quem eu era muito apegado faleceu, fiquei arrasado, mas fui à escola na segunda feira após o enterro, só para descobrir que esse amigo tinha falecido no dia 22. Fiquei sem chão, mergulhei na depressão, fiquei quase 3 meses sem sair de casa para nada. Mas um dia, ao olhar as coisas da sala, achei o Nights into Dreams, do mesmo jeito que havia deixado na última vez. Joguei até zerar, ao começar o tema de encerramento Dreams Dreams, eu desabei, chorei até pegar no sono, então, foi quando entendi o que ele disse sobre o jogo.
Não sou o cara que gosta de remoer o passado, pregar ideologias e nem mesmo planejar o futuro, já que a última conversa que eu e o Douglas tivemos, antes do feriado de Tiradentes, foi justamente sobre o futuro, algo que me causa sensações estranhas até hoje. Mas, é esse jogo, essa experiência de vida e até mesmo tudo o que o personagem principal representa pra mim é algo que não consigo mensurar. Digo, desde então venho lutado contra a depressão, embora devo admitir que sinto que ela nunca me abandonou, só está a espreita, esperando o momento certo pra atacar, mas outras coisas piores, só ao lembrar do jogo, meu amigo que sempre me falou para jogar, a lembrança dos meus avós e de todos os que passaram pela minha vida, me fazem afastar esses pensamentos ruins. Algo que o blog também trouxe em outro momento, quando fui atrás de uma dúvida aleatória em um ponto incômodo da minha vida e caí aqui.
Muito Obrigado pelo artigo Amer.
Sei que não é o momento correto do ano mas, #SmurfBotDog !
Nunca pensei em ver uma lista de games do Saturn por aqui.
Eu devo ser o unico fã do Saturn que não acha Guardian Heroes essa cocada toda como dizem. Vai ver porque numa tarde, de uma sentada, fiz todos os finais do game e nunca mais encostei nele desde então, nem para matar saudades.
Panzer Dragoon Saga é um RPG magnífico, Eu o terminei em Novembro de 2017 e p0foi um dos raríssimos games onde fiz 100 por cento de tudo. É pensar que o game se passa 100 anos antes do primeiro Panzer Dragoon.
Mas tinha jogos a se incluir nessa lista como Devil Summoner e Souls Hackers, o bizarro Baroque, Grandia ( Teve conversão para PS1gg
Nossa cara, deve ter sido muito difícil, mesmo. Pelo menos fica a lembrança boa do teu amigo neste game e que ela possa te guiar quando as coisas estiverem difíceis.
Força aí, bro.
Como um mentecapto decide fazer um artigo sobre os melhores do Saturn e deixa de fora Symphony of the night, croc e earthworm jim? So ha pecadores nessa terra... Ninguém merece ser arrebatado.
Ja tentei jogar o Panzer e falhei mizeravelmente, minha proxima investida ao um jogo de Saturn, vai ser o Magic Knight Rayearth.
Ah, é do Saturn que vem estes SMTs da Atlus!
Estes têm versão para 3DS, mas nunca joguei.
Tem sim, um pra Android: Yaba Sanshiro
N é o melhor, mas serve pra algo
Um adendo só: NiGTHS teve uma sequência xoxa no Wii.
Ademais, bela lista. Muito interessante.
Sei que estou meio atrasado em postar algo aqui, mas quando postei eu estava mais com um sono de dois dias sem dormir, resolvi continuar daqui mesmo somente para deixar registrado aqui.
Eu devo ser o unico fã do Saturn que não acha Guardian Heroes essa cocada toda como dizem. Vai ver porque numa tarde, de uma sentada, fiz todos os finais do game e nunca mais encostei nele desde então, nem para matar saudades.
Panzer Dragoon Saga é um RPG magnífico, Eu o terminei em Novembro de 2017 e foi um dos raríssimos games onde fiz 100 por cento de tudo.
Nunca joguei Burning Rangers
Jamais encostei num Fighters Megamix e sequer sinto alguma simpatia pela série Virtua Fighter, onde sequer a franquia tem um enredo e seus personagens são no minimo um pouco menos genéricos que o elenco de Art of Fighting ou Agressors of Dark Combat E ainda se gabam por serem os "rivais" de Tekken onde a franquia de Heihachi e Kazuya daqui a pouco vão ter seu oitavo jogo e enquanto Virtua...os seus personagens fazem ponta em Dead or Alive ou vão receber um Remake do seu quinto jogo, mas ainda sim, meh. E muito menos Last Bronx, mas agradeço o Link para o filme.
Gosto muito de Marvel vs Street Fighter apesar do seu Lets Play dizer que é um game bem morno em relação a X-men vs Street Fighter, pois ainda é raro jogar um game de luta onde se pode fazer o Hulk se unir ao James Howllet para descer o cacete no Shuma Gorath e Omega Red, por exemplo e sobre Vampire Savior, prefiro a segunda versão do jogo, pois ao menos vencer o Pyron não é um parto quanto vencer Jedah aqui
Mas tinha jogos a se incluir nessa lista como Devil Summoner e Souls Hackers, o bizarro Baroque, Grandia( admito que esse game tem muito mais consideração do lhe é devido), Magic Knight Rayearth, Langrisser 3, Dragon Force 1 e 2 entre outros. mas valeu a lista Amer
Postar um comentário