Alguém comentou que devido a falta de bons emuladores do Saturn, meu artigo sobre os melhores games do consoles era provavelmente a lista com games mais obscuros que eu já fiz.
Acho que tenho de provar que este desconhecido estava errado.
Caso é, a Nintendo salvou os games apenas nos Estados Unidos. Na Europa as coisas iam muito bem, obrigado, graças a um muito bem estabelecido mercado de computadores domésticos, como
o Commodore 64 e Amiga, que mantiveram a garotada inglesa entretida enquanto os súditos de Reagan descobriam que E.T não era a propriedade intelectual mais adequada para se transformar em game.
De qualquer forma, o Commodore 64 ainda é um ilustre desconhecido por aqui, com Tec Toy licenciando todos os produtos da Sega e milhares de Famiclones disponíveis no mercado, não tínhamos
necessidade de explorar o potencial de computadores do velho continente. Hoje porém, com o advento da emulação, este computador torna-se uma curiosidade histórica bem interessante de ser explorada.
Assim, sem mais melongas, vejamos quais games do Commodore 64 merecem sua atenção.
Barbarian
Lembra quando você tinha 12 anos, estava entediado na aula de desenho gemétrico, arrancava uma folha de seu caderno e começava a desenhar um duelo entre um bárbaro e um monstro,
com uma gostosa (ou o mais próximo disso que suas limitadas habilidades de desenho permitiam) observando o embate? Barbarian é o mais próximo que você vai chegar de jogar este desenho.
No game você controla um daqueles bárbaros impossivelmente musculosos que víamos em filmes do gênero nos anos 1980, e o controla em uma série de duelos com outros guerreiros
genéricos, enquanto um clone de Ming o impiedoso e Maria Whittaker assistem. Sobrevivendo a todos os combates, nosso herói sem nome ganha o direito de enfrentar o feiticeiro e se vencer, fatura a gostosa,
que tem o mais magnífico arbusto de pentelhos já criados em um videogame.
E é isso. Barbarian pode ser terminado em dez minutos. É superficial, é barato, apela para sexo e violência com a mesma falta de vergonha que um filme do Charles Bronson faria e
é GLORIOSO!!! Verdade seja dita, um game como esses jamais seria produzido hoje, no momento em que a indústria de games tenta tão desesperadamente parecer artística, madura e “progressiva”.
Digo, se Mortal Kombat, o outrora mais polêmico game da história tornou-se tão comportado quanto um cachorrinho de madame, um jogo onde o prêmio final é uma mulher pelada não surgiria
nem como uma ideia na mente de um produtor moderno.
Assim, Barbarian é um pedacinho curioso da história, representante de um tempo em que um game podia ser tão profundo quanto a personalidade de um competidor do BBB e ainda chamar atenção.
Aliás, decapitações.
Turrican II - The Final Fight
Turrican II é a história de um homem blindado que chega em um planeta e decide matar tudo que encontra pela frente, pois violência é a única coisa capaz de vencer sua disfunção
eretil, e sua companheira o aguarda em casa, de lingerie e ficando mais impaciente a cada minuto.
Nah, estou brincando. Não faço ideia de qual é o enredo de Turrican II, mas não seria fantástico se existisse um game de ação onde genocídio fosse a
única coisa capaz de curar a paumolência do herói? Outro game que jamais teremos com a maldita indústria progressiva que existe hoje, diabo do inferno.
Mas bem, Turrican II é um sidescroller de ação, o que por si só já é um evento em um computador que tornou-se conhecido por seus games com imagens estáticas
e cheios de texto. Nosso herói tem acesso a um arsenal de armas como um canhão laser que faz parecer que a Estrela da Morte foi acoplada ao braço do herói, além de um Spread que faria surgirem
lágrimas de orgulho nos olhos de Bill Rizer. Fora isso, podemos nos transformar em uma bolota ao melhor estilo Samus Aran, e percorrer o cenário nesta forma enquanto despejamos bombas nucleares na moringa dos
oponentes.
Normalmente eu diria que este game é fruto de uma noite de sexo envolvendo todos os personagens mencionados no parágrafo acima, mas não consegui pensar em uma forma inteligente de formular
essa piada. Apenas imaginem Samus, Bill Rizer e a Estrela da Morte sentados em uma cama de motel, com uma garrafa de lubrificante lacrada, e olhando uns para os outros sem fazerem ideia de como uma estação
espacial pode tomar parte em uma orgia.
Turrican II tem jogabilidade fluida e ágil e é mais difícil que convencer seu avô a não ir na lotérica durante o surto de Coronavírus. Além de usar “The
Final Fight” como subtítulo de um jogo que nem de perto foi o último da franquia e eu acho isso lindo.
The Last Ninja 2
Outro game que traz “Last” ou “Final” no título sem ser o único de sua série e eu ainda acho isso lindo.
Aqui controlamos Armakuni, grande guerreiro, que após enfrentar o exército de um shogun do mal no game anterior, é transportado para o presente de 1988 e precisa encarar uma nova série
de desafios, como entender por que picas as pessoas desta década pagam pra assistir a série Loucademia de Polícia.
The Last Ninja 2 é jogado de um ponto de vista isométrico, onde o herói pode mover-se em oito direções, o que significa que você vai brigar muito com os controles
até aprender a jogar. Armakuni, que deve ser o pior nome de ninja desde “Khameleon”, tem de resolver puzzles e lutar contra oponentes que cruzem seu caminho, usando artes marciais e todas as armas ninjas
que puder encontrar, como shurikens e nunchakus.
Não parece grande coisa hoje, mas naqueles tempos pré-Naruto, qualquer coisa envolvendo ninjas parecia mágica. Por que vocês acham que minha geração ficou tão
obcecada por quatro tartarugas que falavam como se fossem figurantes do Armação Ilimitada?
O que mais posso dizer sobre este game? Bem, ele força os limites do Commodore 64 como poucos títulos fizeram, e é um dos games mais ambiciosos da plataforma embora tenha envelhecido tão bem quanto um copo de leite esquecido dentro de um armário. Além disso, eu adoro essa carinha do Armakuni brotando no canto da tela, como se o ninja estivesse dizendo: “Hey, hey você! Você deveria estar jogando meu
jogo, ao invés disso pausou, pegou a Playboy da Vanusa Spindler e agora está com a mão dentro das calças. Me diga, isso é coisa que um ninja faria?”
Ah sim, games que reprimiam nossa sexualidade exatamente como nossos pais faziam. Bons tempos, bons tempos!
Wasteland
Wasteland é um game pós-apocalíptico, que se passa no futurista ano de 1998, quando a civilização humana foi destruida por um conflito nuclear.
Falando do ano de 2020, não é adorável como os escritores de ficção até o ano passado imaginavam o fim do mundo como um evento bíblico envolvendo chamas nucleares,
mutantes, devastação da fábrica da sociedade, zumbis, estupros e canibalismo em massa e outros horrores acontecendo, e no fim o coronavírus nos mostrou que o apocalipse real será basicamente
todo com todo mundo preso em casa jogando videogame e a pior coisa dele será aguentar os sadbois reclamando de tudo nas redes sociais?
Pois é.
Seja como for, Wasteland nos coloca no controle de um pelotão dos Desert Rangers, que são basicamente o que sobrou do exército americano. Nossos personagens são incumbidos de investigar
problemas na região, e acabam envolvendo-se em muitas aventuras que normalmente terminam com o cérebro de alguma pessoa decorando o cenário.
O que torna Wasteland um marco, é o fato de que ele foi um dos primeiros games a possuir um “mundo persistente”, ou seja, quaisquer mudança que ocorresse ao mundo era mantida junto
com o progresso do jogo. Considerando que discos rígidos eram um luxo maior que sexo seguro naqueles tempos, algo assim era inimaginável em um game.
Eu sei o que você está pensando, que Wasteland é muito parecido com Fallout. Bom, você vai adorar saber que a Interplay, empresa responsável por esta obra, eventualmente
criou a série Fallout... Que depois foi passada para a Bethesda, que de acordo com os fãs dos jogos clássicos da franquia, enfiou ela na bunda antes de disponibilizá-la para o público.
Então, se você é uma das viúvas de Fallout 2, que projeta vômito sempre que alguém menciona Fallout 3, Wasteland é o jogo para você.
Ou não, nunca vi povo mais chato que os fãs do Fallout clássico.
Bom, talvez os fãs de The Last of Us.
Karateka
O que você estava fazendo no tempo da faculdade? Não diga, deixe-me adivinhar, estava pedindo ao seu colega CDF para assinar seu nome na lista de chamada, enquanto matava a manhã inteira
no diretório acadêmico, fumando um baseado e tocando Chico Buarque no violão, criticando a propriedade privada, tudo pra tentar impressionar aquela riponga que estava um semestre a sua frente e que nunca
usava sutiã.
Pois sabe o que Jordan Mechner fazia durante este mesmo período em sua vida? Criava um game!
Sim. Você é um desperdício de espaço e órgãos.
Mas bem, Karateka. Aqui controlamos um protagonista sem nome que decide resgatar a princesa Mariko do impiedoso vilão Akuma, nomes que provam que o conhecimento de cultura japonesa de Mechner se limitava
a aquilo que ela tinha de mais manjado. Enfim, guiamos nosso herói em uma longa caminhada pelo forte do vilão, enfrentando seus asseclas lanfranhudos, águias lanfranhudas e cães lanfranhudos, até
estarmos diante do vilão, quando poderemos colocar um fim a suas lanfranhudices. Feito isso, é só correr em direção a princesa Mariko, que obviamente, era a recompensa do jogo.
Considerando quantas vezes os games dos anos 1980 colocavam uma mulher como prêmio, começo a pensar que talvez todas as feministas tivessem razão.
...
NAAAAAAAAAH!
Aliás, o jogo tinha uma pegadinha safada em sua cena final. O protagonista tinha duas posturas, a regular e a de combate. Se ao encontrar Mariko, ele estivesse em postura de combate, a princesa o mataria
com um único golpe, o que nos faz questionar como raios ela acabou aprisionada e por que precisa ser resgatada se é capaz de eliminar um homem adulto com um mero toque.
Exijo explicações, Jordan Mechner. Me espere em sua casa esta tarde.
Karateka fez muitos queixos baterem no chão, graças a sua animação criada com o uso de rotoscopia... e Lá vou eu explicar o que é isso, pois a maioria de vocês
sabe NADA de animação. Argh, maldita geração que só conhece desenhos em Flash.
Rotoscopia é o processo de se desenhar os frames de animação por cima de fotos representando movimento, garantindo a eles uma movimentação extremamente fluida e realista.
Heavy Metal fez isso. Não, não me refiro a merda do Heavy Metal 2000, falo do Heavy Metal de 1981, a merda original.
Então imagine um mundo onde as pessoas estavam acostumadas com Pac-Man e Space Invaders, e subitamente elas eram bombardeadas por um artista marcial se movendo de forma tão realista quanto o rebolado da
Taarna. Laboratórios de informática escolares tinham este título instalado em seus computadores, apenas pra mostrar para os alunos o que era possível fazer com tecnologia.
Pois é!
E Jordan Mechner não parou por aí, pois ele também foi responsável por...
Prince of Persia
Você conhece esse! Conhece que eu sei, é um dos games mais famosos do mundo, apareceu até no Globo Repórter, naquela época em que os mais velhos enxergavam videogames como um brinquedo
curioso e não como a causa de toda a violência do planeta.
O Magnum Opus de Jordan Mechner, Prince of Persia conta a história de um vizir canalhóide que deu um golpe de estado e tornou-se o líder supremo da Pérsia (hoje Irã, pra quem não
estuda história) enquanto o sultão estava fora do país lutando na guerra. O único obstáculo em seu caminho para o poder total, é a filha peteca do sultão, a quem o vizir lança
um ultimato: Ou ela se casa com ele, ou morre. E a menina tem uma hora para tomar sua decisão.
O jogador assume o controle de um bonitão amado pela princesa, que o vizir se adiantou e tascou na masmorra. Sujeito foge, descola uma espada e tem de correr pra salvar sua loli das garras pederastantes
do vilão. Aliás, quando eu digo “correr”, é correr MESMO, pois o jogo se passa em tempo real e nos dá meros 60 minutos para cumprir esta missão.
Prince of Persia era como um Chris Evans capaz de citar Hamlet, ou seja, um deleite para nossas habilidades manuais e intelecto. Para cumprirmos nossa missão, precisávamos viajar por um labirinto
bastante desorientador, evitando armadilhas, combatendo guardas e nosso próprio clone maligno, o que nos mantinha tão hiper focados quanto um... Hãããã... Merda, não consegui
pensar em nada.
Pois bem, Prince of Persia foi um sucesso absoluto, recebeu conversões para todos os consoles do mundo e gerou uma trilogia espetacular no Playstation 2, que eventualmente foi abandonada pela Ubisoft
e reformatada como Assassins Creed, o que deve ser a maior injustiça já cometida na história.
Aliás, o nome do vilão do jogo é Jafar, o que me faz pensar que os idealizadores do Alladin da disney jogaram muito esse game na época de produção do fil... JÁ
SEI, TÃO HIPER FOCADOS QUANTO AQUELE APRESENTADOR MEXICANO QUE DERRUBOU SUA COCAÍNA NUM PROGRAMA DE TV AO VIVO!!!
Isso.
The Great Giana Sisters
Esse aqui é fantástico, veja bem. The Great Giana Sisters é Super Mario Bros com uma loira no lugar de um encanador italiano. Mesmo. Digo, olha pra imagem, não é inspirado
ou parecido com Super Mario Bros, É SUPER MARIO BROS!
O game surgiu quando Armin Gessert, um programador alemão, jogou o game da Nintendo e decidiu que o Commodore 64 precisava de um jogo de plataforma no mesmo estilo. Ao invés de criar seus próprios
personagens e apenas se basear na jogabilidade em Super Mario Bros, Armin decidiu copiá-lo na cara dura, confiante de que ninguém perceberia que ele havia plagiado O GAME MAIS FAMOSO DO MUNDO.
Curiosamente, a Nintendo nunca processou a produtora do jogo. A gigante japonesa sabia que uma cópia tão safada não seria bem aceita pelo público e esperou Giana Sisters naufragar por conta
própria. Quando isso aconteceu, Miyamoto e seus asseclas foram até Armin e sugeriram que ele recolhesse seu game do mercado, porque ele era uma clara violação de copyright, e também era um
vexame. O produtor alemão, querendo poupar o fiapo de dignidade que lhe restava, obedeceu.
Quanto ao game, não é ruim. É uma cópia meio bosta de Super Mario Bros, mas na época isso bastava para ser melhor que a maioria dos títulos disponíveis no
mercado. Também é um pedacinho interessante de história, representante de uma época onde este tipo de absurdo podia acontecer.
Finalmente, a história nos coloca no controle de Giana, que sofre de pesadelos e precisa atravessar 32 estágios cheios de monstros em seus sonhos, a fim de resgatar sua irmã Maria (HA!)
e poder finalmente acordar. Aliás, a imagem que abre este artigo é a capa do jogo. Armin Gessert achou que uma cracuda com estalactites como mamilos era o desenho mais apropriado para ilustrar a caixa de seu game
para toda a família.
Ora, esses alemães! Ho ho ho!
Buck Rogers - Countdown to Doomsday
Buck Rogers é o herói de uma Space Opera criada por Philip Frances Nowlan em 1928, o que significa que os únicos que ainda se lembram do personagem são quarentões inseguros
com o progresso da humanidade e que se recusam a deixar o passado morrer.
Aqui, assumimos o controle de um pelotão de recrutas novatos da NEO, que é basicamente o governo globalizado da Terra do século 25, em seu primeiro dia de trabalho. Minutos após
chegarem à base de seu novo empregador, nossos heróis testemunham um ataque da RAM, a Russo-American Mercantile, que consiste de comunistas-capitalistas espaciais ou algo do tipo. Como nossos personagens são
os protagonistas da história, eles conseguem repelir os invasores apesar de sua nenhuma experiência, e imediatamente passam a ser considerados figurinhas importantes no conflito espacial travado por estas duas
forças.
Reparem que eu disse “protagonistas”. O jogo não possui um herói pré-determinado, ao invés disso, temos a oportunidade de criar um grupo inteiro de recrutas, definir
suas profissões e habilidade, então controlá-los em uma aventura muito mais vasta do que este game tinha o direito de ser.
Mesmo, é possível viajar pelo sistema solar inteiro, enfrentar naves piratas em conflitos mirabolantes, atracar em estações espaciais estacionadas nos diferentes planetas e arrumar
brigas nos bares das ditas estações. Este game era Mass Effect antes das aventuras da comandante Shepard (porque É CLARO que você jogou com a FemShep, não é?) sequer surgirem na mente
dos donos da Bioware.
De fato, este game recebeu uma versão muito aperfeiçoada para o Mega Drive, que capturou com sucesso o espírito do original, mas seriosamente, se vai jogar Buck Rogers - Countdown to
Doomsday, por que não experimentar a versão do Commodore 64, em toda sua glória obsoleta, com ritmo mais lento que filme do Ingmar Bergman?
Aliás, o desenho do Duck Dodgers é uma paródia de Buck Rogers. É por isso que esse nome te soava familiar.
Maniac Mansion
Eu já falei desse game alguma vez? Sinceramente eu não me lembro. Diacho, precisei de quase treze anos pra finalmente mencionar um dos games mais importantes da minha juventude. Bom, já
que estamos aqui, vou admitir que a Razor é o provável motivo da minha paixão por garotas do rock.
Ela e o fato de que quando você menciona Rammstein para uma roqueira, ela normalmente não responde com “saúde”.
Maniac Mansion era o game mais popular da LucasArts até o lançamento de The Secret of Monkey Island. Ah sim, LucasArts, lembra dela? Nos brindando com Adventures que misturavam aventura e humor
de forma quase impecável e que nos deram Loom também. Quando criança eu era fascinado por estes games, a ideia de recolher itens e usá-los em locais específicos para resolver puzzles me era
muito mais atraente do que tentar aquele salto impossível de Ninja Gaiden II pela 397609875906873406 vez, e o fato de que os heróis destes games tinham uma personalidade que não se resumia a “vou
matar o Dr. Wily” me era muito atraente.
Aqui temos a mistura perfeita de Scooby-Doo com filme de ficção científica dos anos 1950. Um cientista maluco chamado Dr. Fred sequestrou Sandy, que com esse nome só pode ser uma
piranha que hoje venderia pack de pezinho se tivesse a oportunidade e que merece ter o cérebro extraido por um canudo se o Dr. Fred assim desejar fazê-lo.
Claro, Sandy tem um namorado que não pretende deixar sua garota virar milk-shake de homem louco e que parte em seu resgate. O rapaz (chamado Dave, nome de simp) não vai sozinho, ele leva todos
os seus colegas de escola junto, o que inclui Syd e Razor, um casal de músicos, Bernard, um nerd, Wendy, uma fanfiqueira, Jeff, um surfista imprestável, e Michael, um negão fotógrafo que Dave mantém
por perto para não ser acusado de racismo.
Cada personagem possui uma habilidade específica e útil para se avançar no jogo. Você joga com Dave e escolhe mais dois amigos para o acompanharem na aventura, cada combinação
de personagens oferece um caminho diferente para se chegar ao final da história, a menos que você jogue com Jeff, que é inútil, não faz nada direito e devia ser executado, como todo surfista.
Enfim, excelente game e considerando a pegada “jovens sozinhos em uma mansão sinistra”, me espanta que não exista mais pornografia baseada em Maniac Mansion.
Sid Meier’s Pirates
O Commodore 64 foi o palco onde muitos programadores ganharam notoriedade. Até onde sabíamos, Castlevania havia sido trazido do reino das fofalhas encantadas, criado por gnomos com uma obsessão
muito pouco saudável pelos filmes de Drácula da Hammer, pois não fazíamos ideia de quem os havia programado. Nos computadores a coisa era diferente, pois os criadores faziam questão de estampar
seus nomes na história. Pessoas como Jordan Mechner, Roberta Williams, Tim Schaeffer, Will Wright e obviamente Sid Meier, que ganha o prêmio de maior ególatra dentre essa galera, ao estampar seu nome no
título de seu game.
Sid Meier’s Pirates o coloca no controle de um bucaneiro iniciante, que cansado de levar uma vida honesta trabalhando feito peão debaixo do sol a pino, decide dar uma chance a pirataria, quando
esta era praticada por mais pessoas além dos somalianos e de jovens que ripam filmes e os colocam de graça na internet.
O jogo foge a visão romântica dos piratas, normalmente retratados como rebeldes absolutos, leais a ninguém e tendo como única nação a terra na sola de suas botas.
Na realidade, piratas eram contratados por governos específicos para saquearem navios de governos rivais, e não usavam bandeiras porque caso fossem pegos, seus chefes poderiam negar qualquer envolvimento. É
o caso aqui, onde o jogador escolhe uma nação a quem se torna leal, e sai ferrando a vida de marinheiros de outros países, acumulando riquezas, poder e os peitos de muitas socialites no processo.
Sid Meier’s Pirates é um daqueles games que desperta nossa ambição latente: Quanto mais conquistamos, mais queremos conquistar, afundar um navio inimigo e tomar suas riquezas não
é suficiente, logo queremos afundar dois, três, comprar uma frota inteira de navios e armá-los com os melhores canhões, juntar mais grana que uma Kardashian, é possível se perder em
uma espiral de loucura gananciosa que faria Donald Trump ficar chocado e nos mandar pegar leve.
Seria bom poder canalizar um pouco deste espírito indomável na vida real. Quem sabe eu não poderia arrumar um emprego que me pagasse o suficiente para eu não ter de comer comida
de cachorro todos os dias?
Este game recebeu uma versão atualizada no Playstation 2 e Xbox original. São muito boas, mas nada supera a versão original com suas cores limitadas que só podiam ser devidamente
apreciadas em um daqueles monitores CRT enormes que deixavam manchas de calor na parede.
Saudades...
Ultima IV - Quest of the Avatar
Oh sim, ria dos gráficos primitivos deste game! Sabemos que seu amado Final Fantasy VII não envelheceu de forma tão graciosa quanto Michael Caine. O mesmo acontecerá com o remake
e seu elenco de K-Popeiros coloridos, você verá.
Quanto a Ultima IV, sim, ele parece o teatro de pauzinhos que você desenhava no seu caderno durante a aula de biologia, quando se cansava de fazer bárbaros e peitudas inspiradas na Mariana. Independente
de seu visual tosco, este é provavelmente um dos mais complexos RPG’s já criados.
Na história, o herói precisa dominar oito virtudes, para então se tornar a encarnação de tudo que há de bom e puro no mundo, para então ser considerado digno
de descer até o abismo da treta absurda para recolher o Códice da Sabedoria Infinita e tornar-se então o AVATAR.
OH!!!
Como não queremos que nosso herói seja uma mula feito a Korra, precisamos viajar o mundo para ganhar experiência e sabedoria e assim adquirir todas as virtudes. Diferente de outros games,
que o colocariam para lutar com inimigos genéricos que lhe garantiriam as virtudes tão logo as tripas deles atingissem o chão, aqui precisamos trabalhar duro para que o jogo nos considere dignos da alcunha
de herói.
Por exemplo, a virtude do sacrifício pode ser dominada através de doação de sangue. Você vai lá, deixa o médico te ordenhar, e ganhará pontos neste atributo.
Se quiser aumentar sua honra, não poe atacar inimigos que decidam fugir durante a batalha, e se quiser explorar suas generosidade, tem de doar seus suados dinheiros pro cara que se formado em Estudos de Gênero
e que hoje mora debaixo da ponte.
O que temos aqui é um mundo incrivelmente vasto, cheio de informação, que força o jogador a manter um caderninho de anotações com tudo o que aprendeu ao seu lado.
É aquele game Old School que nos fazia passar a madrugada inteira acordados, nos deliciando com cada centímetro de progresso que fazíamos... Pelo menos até nossas mães aparecerem na porta
do quarto com um chinelo, ordenando que desligássemos o computador.
Mães... Os único seres mais poderosos que o Sephiroth.
Enfim, estes são meus games favoritos do Commodore 64.
Sei que vocês jogarão nenhum deles. Se um jogo não tem uma bunda construída com mais de 100 mil polígonos, vocês não se interessam, não é verdade?
Pois é.
Cheers!!!
13 comentários:
Primeiro um podcast de 4 horas de Wrestlermania e agora um novo artigo? Vamos ficar mal acostumados, Hammer.
Embora nunca tenha encostado a mão num Commodore, essa lista feita aqui foi interessante. E alguns desses tem versões para NES ou Mega Drive como Karateka ou Pirates e lhe que O game dos Bucaneiros Do Sid Meyer foi o melhor game do gênero que já joguei, me diverti mais com ele ao contrário do Assassins Creed Black Flag, onde também é um bom jogo.
Aguardo o próximo artigo.
É obrigado pelos Links da Maria Whitaker e a Taarna do Heavy Metal. Terei algo a fazer nas minhas madrugadas de quarenta.
É aquele apresentador mexicano... dava para ver que ele está totalmente noiado, A cocaína cair do bolso dele foi a prova definitiva de seus atos.
Tem jogo nessa lista que nunca tinha ouvido falar sobre, exceto os famosos como o Prince of Persia e o Maniac Mansion, cujo o vilão (que é um tentáculo de um polvo maligno Lovecraftiano ou algo parecido) foi mencionado no seu artigo dos melhores vilões dos jogos...
"pagam para assistir Loucademia de Polícia."
Hunf!
Uau, quem esperaria uma lista dessa feita pelo Amer?
Interessante como os jogos do C64 eram bem diferentes dos jogos de mega e Snes.
Eu te amo tanto nesse momento!!
(Ps: faltou spiderbot)
E considerando que no commodore 64 NADA era intuitivo ou fazia sentido, não me surpreende que ele seja obscuro por aqui.
Seria muito bom se existissem outras opções de sites de vendas como o mercado livre, digo no aspecto de segurança na hora de comprar. Eu to cansado do mercado livre porque tem produtos muito caros e ja aconteceu algumas vezes que na hora em que recebi o que comprei o objeto estava em pessimo estado ( sendo que o vendedor falou que estava em otimo estado ) como um game boy advance que comprei. Já aconteceu algumas vezes do vendedor mentir e o produto não ser do jeito que ele anunciou, ou ele falar que tem tem o produto mas na verdade ele não tem mais. Outras vezes já aconteceu do produto quando chegou, não ser igual a foto do anuncio, principalmente em roupas. Sempre que possivel evito comprar pelo mercado livre por essas e outras coisas
Chequei vídeos de Barbarian no YouTube, e em nenhum deles a mulher está pelada. Como pode?
Versões diferentes, o mais provável.
Qual a chance de um artigo sobre Heavy Metal e Heavy Metal 2000?
Nossa, como eu sentia falta do BLOG DO AMER, da mesma forma que sinto falta do CANAL DO AMER, nunca joguei Commodore 64,mas eu xeguei a conhecer o The Last Ninja em um vídeo aleatório de jogos de Dos, infelizmente não lembro que vídeo é esse no YouTube ;-;
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