sábado, 23 de outubro de 2010

Crítica do Amer: Super Castlevania IV


E o tempo passou, a década de 1980 acabou e os dez anos seguintes nos trouxeram diversas maravilhas, como a paz mundial, robôs domésticos e carros voadores.


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Hmmm, na verdade, a coisa mais memorável dos anos 90 foi Vanilla Ice ter aparecido no segundo filme das Tartarugas Ninjas... foi uma década muito estranha.

Mas tínhamos o Super Nintendo! Qualquer guri com um console desses em casa poderia enfrentar qualquer coisa, de uma era glacial até uma guerra nuclear, de uma crise econômica até as horas infinitas de programação chata da MTV que precisávamos aturar pra poder assistir Garoto Enxaqueca.

Bons tempos, bons tempos...

Enfim, o Super Nintendo nasceu no começo da década de 1990 e todas as grandes franquias do NES migraram para ele. Super Mario, Contra, Legend of Zelda e logicamente, Castlevania não ficaria de fora.

Mas não seria apenas um Castlevania, seria um SUPER Castlevania! Somente com um adjetivo destes, os produtores poderiam definir toda a grandiosidade presente no game, eu...

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... eu estou bem ciente que colocavam “Super” em pelo menos metade dos games do Super Nintendo. Ok, não tenho nada, eu estava blefando! Estão felizes agora?

Vamos pro review de uma vez.


Super Castlevania IV não é uma continuação da série propriamente dita, mas sim um remake do primeiro game. Tanto que no Japão, ele foi lançado com o mesmo nome do original: Akumajō Dracula.


Desta forma, a história é exatamente a mesma: Drácula despertou de seu sono secular e ele começou a transformar os aldeães mais próximos em almoço, jantar e acompanhamento pra salada, apenas Simon Belmont, último descendente de seu clã, tem a hombridade para encher o conde de porrada e bani-lo para o Inferno, Purgatório, o Programa da Xuxa, o que vier primeiro.

Então não, nada de enredo inédito. A vida é cheia de decepções garoto, acostume-se a isso.


Mesmo com mais de 15 anos nas costas, Super Castlevania IV permanece como um dos games mais bem feitos já lançados.


Os gráficos são espetaculares, com personagens grandes e muito bem animados, os cenários são tremendamente bem construídos e variados, e passam com perfeição a ambientação da série. Até a metade do game, temos de fato a impressão de atravessar um país infestado de criaturas das trevas para então chegar a mansão de Drácula.

Isso para não mencionar os pequenos detalhes presentes pelo cenário ao longo do game. Quando atravessar o estábulo assombrado da primeira fase, preste atenção às janelas do fundo e poderá ver cavalos fantasmagóricos soltos no pasto. Este é apenas um exemplo, se for atento e jogar em um televisor com boa definição, perceberá muitos mais.

Super Castlevania IV também faz uso da extensivo tecnologia de Mode 7 presente no super Nintendo. Cenários giram sobre seu próprio eixo, candelabros gigantescos balançam sobre abismos e mesmo um chefe se torna maior a cada golpe que o atinge. A aventura de Simon Belmont chega a abusar deste efeito em alguns momentos, mas o faz de forma tão bem executada que não há como reclamar.

O som se tornou mais espetacular ainda, graças ao audio bombado do Super Nintendo.

Os compositores da série usaram e abusaram das capacidades sonoras do console e fizeram novas composições dos já clássicos temas da série, além de criarem novas músicas que também se tornariam icônicas.

Se havia algum gato polar que ainda não tinha as canções da franquia gravadas a ferro em sua mente, após Super Castlevania IV ele passou a cantarolar Bloody Tears pelo resto de sua vida, como todo o resto do planeta.


A jogabilidade mudou da água pro vinho. De fato, arrisco dizer que este é o game que todos os fãs sonhavam em jogar desde que experimentaram o primeiro game da série no NES.


Pra começar, Simon pode atacar em oito direções diferentes. É bem mais fácil golpear inimigos antes que eles tenham a chance de atingi-lo e chefes com o péssimo habito de flutuar acima do herói não estão mais imunes as suas chicotadas.

Também é possível “amolecer” o chicote, segurando o botão de ataque. Desta forma, ele serve como um escudo para projéteis inimigos e pode ser usado para se acertar oponentes que estejam diretamente abaixo de Simon.

Fora o chicote, Simon ainda conta com as clássicas armas secundárias: o machado, a adaga, a água benta, a cruz e o relógio. A maior diferença é que agora o joystick tem um botão apenas para seu uso, dispensando a velha combinação de direcional pra cima + ataque, que nos fazia desperdiçar preciosa munição sempre que subíamos em uma escada e tentávamos atacar um inimigo ao mesmo tempo.

Falando em escadas, não é mais preciso segurar o direcional na direção das mesmas para subir ou descer, basta seguir em sua direção que Simon prosseguirá sozinho por ela. Isso evita muitas mortes bestas, como as que aconteciam no NES, sempre que era necessário descer por uma escada que levava ao um abismo.

Outra mudança notável é a possibilidade de guiar Simon durante o salto. É possível corrigir a trajetória de seu pulo para esquivar de um inimigo ou simplesmente cair de forma mais adequada em uma plataforma. Novamente, isso ajuda a evitar muitas mortes gratuitas e é uma benção durante o confronto com certos chefes.

Para fechar com chave de ouro, Simon pode prender seu chicote a ganchos espalhados pela fase e utilizá-los para atravessar abismos e alcançar plataformas de outra forma inacessíveis. É possível controlar o impulso do personagem e o comprimento do chicote que está servindo de corda, o que facilita a precisão dos seus saltos.

Os controles são tão bons que a dificuldade caiu brutalmente em relação aos títulos anteriores. Super Castlevania IV não é um game fácil, mas seu desafio é bastante justo, sem inimigos traiçoeiros ou cenários de difícil navegação.

Sempre que perder uma vida, tenha certeza de que a culpa foi sua.

Seu bundão!!!


O que mais posso falar sobre este game? Absolutamente nada! Se nunca o jogou, corra e conserte este erro antes que eu vá até aí e te dê uma surra pra transformá-lo em um homem!


Antes de ir, um pouco de trivia: a equipe de produção deste game eventualmente se separou da Konami e fundou sua própria empresa, que se chamaria Treasure e que seria responsável pelo lançamento de alguns dos melhores games de ação 2D de todos os tempos, como Gunstar Heroes e Yuyu Hakusho: Sunset Fighters.

Quem nasce pra rei nunca perde a majestade.

Cheers!!!

11 comentários:

Uris disse...

Poxa amer, esta era uma postagem que eu esperava a muito tempo!

Eu perdi a conta das vezes que zerei este game no meu velho Super Nintendo, e falando serio, é indiscutivelmente um dos melhores títulos para o console...

De qualquer forma você sempre nos trás boas postagens, não poderia deixar de ser diferente hoje!

Valeu Amer!

Uris disse...

Depois desse, o único Castlevania que finalizei tantas vezes foi Dracula X!

Otávio disse...

No artigo passado achei que você não gostasse de mode 7 e "concordei", agora entendi.

Mas reconheço que nesse jogo foi muito bem usado (e em vários outros, como Mario Kart).

Em muitos outros, no entanto, nao acho que o uso do mode 7 envelheceu bem.

Muito bom o artigo!

Hikaruon Dekabase disse...

Grande post Hammer!
Por curiosidade, como extra, pretende fazer resenha do "Master Of Darkness" do Master System?

Oráculo disse...

Um excelente jogo com excelentes músicas. Um dos melhores jogos da série, mesmo que não tenha uma história nova.

E o melhor é que em uma fase é tocada a música Até Quando Esperar da Plebe Rude. Ok, não é a mesma música, mas é muito parecida.

Avalanche(Lance) disse...

esqueceu de dizer que da pra dançar moonwaking com o Simon.

Maycon Cruz disse...

AHHH!!! Muito obrigado Amer,por fazer despertar em mim um dos maiores ódios da minha vida: ódio por aquelas malditas cabeças de medusa, e pelos anões saltitantes!!!
Cara castlevania é muito bom, comecei no SoTN, e agora to jogando esse, muito bom!!

Excelente post.

Lucas Sena disse...

Ótimo como sempre Amer e sobre Blood Tears...é simplesmente épico. Aqueles que nunca ouviram essa música merecem uma surra de pau!

Animal House disse...

Legal, bom review!

então Amer, ja olho os seus blogs ja tem um tempo, e sigo os 2 também, acho bem legal a maneira sarcástica como vc escreve, bem parecido comigo pra falar a verdade!

Então, ontem eu inaugurei um blog sobre games, algo queja queria fazer há um tempinho, e vim te convidar pra dar uma passada lá cara.

bom... acho que seria isso, não vou ficar de enrolação ou puxa-saquismo! fico na aguardo. falow cara. abraço!

Fabricio disse...

Olha não sei se digo isso...mas ...eu nunca joguei este castlevania.................Porra Amer como vc chegou aqui tão rápido?!...perai cara não precisa me bater...Ouch...

Guilherme disse...

Você nunca falou sobre Metal Gear, Amer, acho que seria legal uma postagem sobre algum jogo da série.
Eu gosto bastante to MGS 3 Snake Eater.

Eva *-*