sábado, 13 de março de 2010

Crítica do Amer: Aliens vs Predator (Xbox 360/Ps3)


Eu não sou um grande fã de FPS, nunca fui.

Não tenho nada contra o gênero, simplesmente nunca fui cativado por ele como outras pessoas. De fato, devo ser um dos três indivíduos vivos no planeta que nunca terminaram Doom.

Yep.

Isso não quer dizer que eu não possa aproveitar um bom game de tiroteio quando a oportunidade aparece, e se devo ficar controlando uma mira na tela pra balear quem chegar perto, posso aproveitar a oportunidade para utilizar dois dos meus montros favoritos da ficção científica, não?

Aproveitando a deixa do review anterior, decidi me enfiar na briga desses dois bichos feios para ver se esta geração teria um game a altura deles. Fiquei satisfeito com o que vi, ou teria sido melhor esperar por um novo filme com os alienígenas?

É o que vamos descobrir!

GET TO THA CHOPPAH!!!


Nossa história acontece em um planeta florestal, onde a corporação Weyland Yutani criou várias instalações de pesquisa. Aqui, eles capturam e estudam os Xenomórfos (o nome científico dos Aliens, para quem ainda não sabe), com a intenção de... bom, provavelmente com a mesma intenção que leva todas os laboratórios DO MAL nos games a fazer alguma coisa.


Um belo dia, um Xenomorfo especialmente inteligente escapa, ao mesmo tempo que um grupo de fuzileiros são obrigados a fazer um pouso forçado, enquanto simultaneamente, uma tribo de Predadores chega ao planeta e não fica muito feliz de ver uma terra sagrada para seu povo ser desonrada com a presença dos humanos.

O enredo não é o mais detalhado do mundo, mas é bem interessante, pois o acompanhamos de três pontos de vista bastante diferentes: o Predador quer purificar o solo sagrado de seu povo, o Marine quer encontrar seus amigos sobreviventes e escapar deste caos e o Alien simplesmente segue o chamado de sua rainha.

É bastante legal ver como um mesmo acontecimento influencia diferentemente os três personagens. O Marine pode causar uma explosão em um determinado trecho de sua campanha, o Predador chega ao local da destruição bem depois e precisa fugir antes que o local desmorone e o Alien está bem longe da devastação quando ela ocorre, mas mesmo assim é afetado por ela.

Mesmo com uma história rasa, vale a pena jogar todas as campanhas para ver os momentos em que as ações dos personagens se entrelaçam.

E Lance Henriksen empresta sua voz ao jogo, como o corrupto presidente da Wayland Yutani, o que traz uma ligação oficial com as franquias do cinema e torna este game muito mais genuíno e apetitoso para os fãs.

Lance Henriksen detona! Ele é todo feito de couro!


A apresentação do jogo é muito boa. Não cria um novo paradigma para as mecânicas gráficas atuais, mas cumpre bem seu serviço.


Os cenários são muito bem feitos, com boas texturas e iluminação competente. Cenários fechados passam uma sensação claustrofóbica e locais ao ar livre dão a impressão de que alguma coisa o está vigiando.

Logicamente, os ambientes fechados tentam recriar a sensação de sufocamento sentida pela Tenente Ripley na série Alien, e os cenários em locais abertos reproduzem a insegurança sentida pelo Arnold e por Danny Glover nos filmes do Predador, onde eles não sabiam de onde o perigo viria.

Se bem que o Arnold sentir insegurança é meio difícil, sejamos francos. O Arnold espanca a insegurança todas as manhãs e depois a come, isso antes mesmo de derrubar uma árvore e levá-la pra casa no lombo, como o vimos fazer em Comando para Matar.

Você achou que aquilo era um filme? Era um documentário sobre a vida do Arnold, isso sim.

Logicamente, os criadores do game tentaram criar uma experiência familiar para os fãs e não pararam na ambientação. Tanto o Alien quanto o Predador parecem e se movem como devem.

O Alien tem aquela pele queratinosa e brilhante e se move com a agilidade assombrosa que tantos calafrios nos causaram ao longo dos anos. Já o Predador é enorme e forte e carrega todo aquele monte de tralhas usadas para a caça.

Esse detalhismo na criação dos alienígenas tem o efeito colateral de tornar os humanos bem pouco interessantes. Eles não são mal construídos, de forma alguma, só chamam pouco a atenção, pois não possuem nenhuma característica que os destaque das centenas de fuzileiros com os quais nos acostumamos nos games do gênero.

Diga-se de passagem, o Alien e o Predador possuem ataques em que matam os inimigos instantaneamente e tais finalizações são extremamente brutais e gráficas. Desde o famoso ataque com a segunda mandíbula com o qual o Alien perfura o crânio de seus alvos, até o Predador arrancando a cabeça de seus inimigos com coluna vertebral e tudo.

O som também faz muito bonito e acrescenta ainda mais a ambientação do game.

Todos os sons característicos das duas criaturas estão presentes aqui, desde os silvos dos Aliens, até o clássico som de ativação da visão infra vermelha do Predador. Qualquer nerd que se preze dará piruetas e espumará com o áudio deste game.

Infelizmente a dublagem não é tão grandiosa, os humanos do jogo possuem vozes muito genéricas, que embora não atrapalhem a aventura, também não dão uma identidade única a ela. Exceto por Lance Henriksen, que dubla Karl Bishop Weyland e dá a ele o tom de canalhice necessária para um vilão de tão rica tradição.

Como eu já disse, Lance Henriksen detona!


Na parte da jogabilidade, temos três formas distintas de aproveitar o game. Vejamos uma de cada vez.

O Marine funciona como em um FPS tradicional. Há uma boa gama de armas para serem usadas, como Metralhadoras, Shotguns e lança chamas. Também há um detector de movimento que indica para onde se deve ir e faz barulho quando houverem inimigos por perto.

Algumas armas são extremamente satisfatórias nesta campanha. É muito divertido (e até poético, por que não?) colocar fogo em um Xenomorfo com o lança chamas e ver o bicho se debater no chão até finalmente explodir.

Apesar de não ser diferente dos milhares de games de tiro em primeira pessoa lançados todos os anos, é interessante jogar com o Marine para ver como o jogo funciona do ponto de vista do mais fraco. Cercado de Aliens e Predadores, a campanha do Marine é muito tensa, pois sempre existe a possibilidade de alguma coisa brotar do escuro e comer sua cara.

A campanha do Predador naturalmente funciona mais como uma caçada. É possível acessar todas as tralhas que ele usa no cinema, como sua camuflagem, a projeção de voz para distrair os alvos e as armas clássicas como o canhão de plasma, a lança e o disco de arremesso.

O Predador enfrenta muito mais inimigos simultaneamente do que o Alien ou o Marine, mas possui todo o equipamento para sobreviver a eles. O jogador pode bolar a estratégia que achar melhor em combate, como tentar decepar a perna de um inimigo com o disco de arremesso (sim, é possível) e então avançar para cima do outro e matá-lo no combate corpo a corpo, ou simplesmente ficar camuflado e de uma distância segura, destruir os alvos com seu canhão de plasma.

O Yautja (O nome da raça do Predador... hoje estou te ensinando um bocado, heim?) é durão, mas não invencível. A camuflagem não funciona quando ele está muito perto dos inimigos ou se faz barulho ao se aproximar deles, e ele pode ser facilmente subjugado por um grupo de Marines se não avaliar pacientemente uma situação antes de agir.

Caso se aproxime por trás de um inimigo sem ser notado, ou consiga quebrar a defesa de um oponente, o grandalhão pode utilizar seu “Instant Kill”, o que é muito satisfatório, mas deixa sua guarda aberta para os demais inimigos do cenário.

Também é necessário usar a grande mobilidade do Predador para se alcançar plataformas e locais de difícil acesso. Jogando com o Predador,você terá de explorar o cenário bem mais do que com os outros personagens.

Finalmente, a campanha do Alien se baseia em sua habilidade de ser sorrateiro, ele pode escalar paredes, se ocultar em dutos de ar ou utilizar a escuridão para melhor surpreender seus inimigos. Logicamente, é muito mais fácil executar as finalizações instantâneas com ele do que com o Predador.

Diferente dos outros dois personagens, não há itens de cura espalhados pelo cenário para serem recolhidos pelo Alien, mas sua energia retorna aos poucos. Sua habilidade de escalar as paredes também pode ser um pouco desorientadora, embora bastante eficiente e uma tremenda mão na roda em determinados trechos do game.

As três campanhas são bem legais e merecem ser jogadas (pessoalmente, achei a partida com o Alien surpreendentemente divertida), mas o modo Single Player é extremamente curto e terminar com os três personagens pode levar menos de dez horas. Há colecionáveis espalhados pelas fases, mas não muito além disso para estimular um replay.

Para quem gosta de jogar com os amigos, existe o modo Multiplayer... que eu não testei, porque odeio jogar Online.

Mas tenho certeza que não deve ser diferente de Gears of War, onde um jogador experiente mata todos os seus amigos o tempo todo e depois faz “Teabagging” neles.

Eu não vou explicar o que é “Teabagging”. Se você não sabe, faça uma busca no Google uma vez na vida, sujeito folgado.


No fim das contas, Aliens vs Predator não é um clássico, mas é um ótimo game criado sobre a licença de duas famosas franquias de cinema, algo mais difícil de se achar do que um bom filme estrelando os dois monstros.


Não, sério!

O Predador fica com os olhinhos brilhando no fim do primeiro filme enquanto olha para a garota humana que o ajudou em sua caçada, e no segundo filme somos forçados a acreditar que toda a raça de caçadores é retardada ao ponto de ter uma nave sua derrubada por um único Xenomorfo que se soltou dentro dela!

Pelo amor de Benji! Qual é o problema de Hollywood? Daqui a pouco vão passar a série para o Uwe Boll dirigir!

Mas bem, antes ele que o cara que dirigiu Street Fighter: A Lenda de Chun Li. Mas esse é o pior filme que eu já vi em toda a minha vida!

Sim, pior até que BloodRayne e Onechanbara.

Pois é!

Cheers!!!

16 comentários:

Rodrigo disse...

Otima materia! mais um jogo pra minha lista de "O que comprar quando tiver meu Xbox"(O que seria uma boa materia pro seu blog, na minha humilde opinião...)
Li o Review inteiro mas só teve uma coisa que me surpreendeu... A lenda de Chun-li é pior que Bloody Rayne? Que bomq ue eu não aluguei...

Avalanche(Lance) disse...

Legal o jogo, lembro que era legal o AvP do PC...mas a porra das fases eram enormes e não se tinha a mínima idéia para onde ir.

Ahh Amer^

O dia que eu traduzir a "Muties" eu coloco uma homenagem para vc.

Paradiddle disse...

Cacildz, eu não sabia que FPS's eram TÃO famosos assim. Pra ser sincero, acho que nenhum dos meus colegas do colégio conheciam Doom ou derivados.

Sempre fico com uma péssima sensação de velhice quando vejo esses games de última geração. Eu passaria dias falando só sobre a perfeição daquele cenário da 1ª imagem, com as árvores. Lindo!!

E o pior é que muitos gamers novos não devem dar a mínima, vendo só "mais um cenário 3D"... Porque nós nos acostumamos a tudo, hein??

evil monkey disse...

A coisa do fps é saber aproveitar a imersão que ele acarreta.

Por exemplo, Bioshock é em primeira pessoa só porque isso traz uma tremenda imersão, já call of duty só é em primeira pessoa pois é mais fácil de mirar.

E por falar em Bioshock, rola um review do dois?

Amer H. disse...

Rola sim. Me deixa arranjar tempo pra jogar que eu escrevo um.

Scariel disse...

Bom saber que essa diferença de cada raça funciona bem.Eu tava meio inseguro em comprar isso.
Obrigado por tirar minhas dúvidas,nesse ótimo review.
Você ja jogou o Predador para PS2?
Não consegui nem passar da segunda fase...

Scariel disse...

Mais uma coisinha que esqueci,o controle funciona bem pra todas as raças?

matheus_schroeder disse...

Realmente o filme aliens VS predador é uma merda.



Amer,poderia fazer um review sobre kingdom hearts?Na minha opinião é um dos RPG's com a história mais complexa.

Questão disse...

Também não sou fã de FPS, mas o jogo me apeteceu. Arrancar cabeças no estilo Mortal Kombat de ser sempre é uma coisa legal.

E muito obrigado por não explicar o que é Teabagging. Nerds podem ser muito sujos às vezes em FPS's.

E o terceiro blog? Morreu? Achei bem legal a proposta, mesmo tendo um pessoal aí dizendo ser desnecessário e tal... eu apóio. Papo sério sobre coisas mais polêmicas cai bem; e alguém precisa falar dessas coisas que você cita lá.

Mesmo sendo meio fora de lugar e um bocado atrasado, te congratulo e admiro pela iniciativa. \o/

Godiles disse...

peguei o jogo no lançamento e ainda não instalei ele no pc Oo

acho que depois dessa review vou começar a pensar em subir ele na minha lista de "wanna play" :x

João disse...

Amer. Vc sabe se esse jogo tem pro pc??

Ah, sabe pq vc acha sf legenda de chun li o pior filme q vc viu??? pq vc nao viu spirit. Esse sim é ruim de dar gosto. è o mais próximo que um filme cehga de causar o msm efeito da fita da samara sem o uso do sobrenatural.


Abraços

João

João disse...

Alias, exelente matéria. parabéns

Sasoriman disse...

Não era o Amer que tinha esperanças com A Lenda de Chun-Li?

Doofie disse...

"Mas bem, antes ele que o cara que dirigiu Street Fighter: A Lenda de Chun Li. Mas esse é o pior filme que eu já vi em toda a minha vida!

Sim, pior até que BloodRayne e Onechanbara."


Amer, chegou a ver Dragonball Evolution?


Puta que pariu, aquele é o pior filme que eu já vi na vida.

Jonathan Ribeiro disse...

Já que Alien Colonial Marines é uma piada de mal gosto,vou ficar com esse jogo "antigo" mesmo.

Shadow Geisel disse...

A campanha que eu gostei mais foi a do Predador. A do Alien eu gostei do começo, mas ele foi um pouco escanteado. Bom jogo, muito embora que passe longe de ser incrível. Ammer, pro caso de você estar lendo, você jogou o Alien Isolation? De longe o melhor da franquia.