quarta-feira, 27 de maio de 2009

Crítica do Amer: Resident Evil 2


Talvez você não saiba, mas George Romero quase foi o diretor do filme de Resident Evil.

Para quem não conhece, George Romero foi o diretor do clássico "A Noite dos Mortos Vivos", lançado em 1968. Em outras palavras, ele é o criador do gênero zumbi e sem seus filmes para servirem de base, jamais teríamos tido a série Resident Evil.

Agora, imagine que o criador do gênero iria dirigir o filme do game que elevou o patamar de respeitabilidade (uau, como estamos falando difícil hoje) dos títulos do estilo Survival Horror.

De fato, em 1998 este era um assunto bem quente no meio os games. A EGM Norte Americana fez uma entrevista enorme com George Romero a respeito do filme e os jornalistas que tiveram a oportunidade de ler o roteiro que ele havia escrito chegaram a dizer que "era bom demais pra ser verdade."

Palavras proféticas.

A Capcom tinha tanta certeza que o filme daria certo que colocou um cupom em todas as suas cópias de Resident Evil 2 (cupom este que tenho guardado até hoje) e com ele, era possível participar de um sorteio que colocaria o grande vencedor como um extra no filme que seria lançado.

Romero chegou a dirigir o comercial Japonês de Resident Evil 2 (procure no Youtube que você acha) mas infelizmente, sua versão cinematográfica da história nunca chegou a ser filmada.

Reza a lenda que o diretor se desentendeu com a Capcom, pois ele e a empresa não conseguiam chegar a um acordo sobre como a história do jogo deveria ser transposta para as telonas e assim perdemos a chance de ter um filme baseado em games que seria realmente bom e poderia ser reconhecido pelos críticos de cinema como uma pérola do gênero.

Ao invés disso, recebemos os filmes de Paul W.S Anderson, diretor que se preocupa mais em colocar Milla Jovovich pelada em todas as cenas que pode, ao invés de respeitar a mitologia da série.

Se bem que Milla Jovovich pelada sempre é um bom negócio.

Pois bem, por mais incrível que possa parecer, o público que esperava o filme de George Romero não ficou totalmente órfão. Claro, perdemos a oportunidade de ver um dos filmes de terror mais grandiosos da história, mas recebemos um dos melhores games de todos os tempos para compensar.

Mesmo sem Milla pelada.


A história acontece pouco tempo depois do primeiro Resident Evil e se foca em Leon Kennedy, um novato da polícia de Racoon City chegando para seu primeiro dia no trabalho e Claire Redfield, motociclista irmã de Chris que foi visitar o rapaz.


Infelizmente, a estadia dos dois na cidade acaba não sendo das melhores pois Racoon City foi infestada por zumbis. Os dois precisam dar um jeito de sobreviver ao caos que se instaurou no lugar ao mesmo tempo que desvendam o mistério de o que raios aconteceu na cidade.

Enquanto matam zumbis e tentam nãoi virar ração, nossos heróis se deparam com outros sobreviventes, aqui representados pela pequena Sherry Birkin, que de certa forma está ligada ao incidente e a misteriosa Ada Wong, que faz as vezes de fêmea fatal e par romântico de Leon, enquanto se torna objeto de desejo para toda uma geração de jogadores.

Claro que hoje sabemos que foi um dos laboratórios subterrâneos da Umbrella onde uma infecção massiva de um virus acabou se espalhando, mas naquela época ainda era possível levar o enredo de Resident Evil a sério e imaginar saídas na história que não envolvessem instalações embaixo da terra e cientistas com mãos trêmulas que derrubam frascos com vírus perigosíssimos sempre que podem.

Mesmo com o roteiro cheio de clichês (que se tornariam ainda mais gritantes no jogo seguinte) e uma dublagem que tinha seus altos e baixos, as cenas em cg de Resident Evil 2 se tornaram algumas das mais icônicas da história dos games.

No início do jogo, Leon e Claire se encontram em meio a infestação de zumbis e devido a um acidente de tráfego, acabam se separando. Claro que os modelos dos personagens estão ultrapassados e a animação envelheceu, mas a direção e tais cenas continua impecável e elas ainda tem o mesmo poder hipnótico de mais de uma década atrás.

O que prova que uma boa produção mantém a qualidade de um game mesmo muito depois que sua época já passou.

Ouviu isso Miyamoto? Cuspo em você e em suas "inovações"!!!


Os gráficos mostram uma grande melhora desde o primeiro game. Resident Evil 2 possui modelos bem mais detalhados em todos os personagens, que se mostram bem menos quadrados que o elenco do game anterior.


E uma vez que Resident Evil 2 ocorre em uma cidade, não era muito plausível fazer com que os personagens passassem pelo mesmo local a cada dez minutos como acontecia no jogo original. A locação é muito mais vasta e variada e os cenários são mais bem construídos, passando bem a impressão de que Racoon City era até poucas horas antes, um lugar pacato.

O som mostra melhora também, embora não seja tão notável quanto os gráficos. Os efeitos sonoros funcionam muito bem, desde o barulho das armas até o gemidos dos zumbis e rosnados dos diversos monstros que aparecem na história.

A dublagem é bastante superior a do game anterior também, mas não chega a ser nenhuma obra de arte. Alguns personagens exageram um bocado no tom e suas falas, enquanto outros falam de forma extremamente casual quase que o tempo todo, como se os personagens não estivessem passando por um Inferno na Terra.

Mas verdade seja dita, tal dublagem razoavelmente mal feita é um dos pilares da série e acrescenta um charme indelével de filme B a toda a produção.


A jogabilidade é onde o game trouxe muitas novidades, algumas que não foram repetidas até hoje.


Os controles continuam iguais ao do primeiro game, onde você segura o direcional para cima para andar e o move para os laos para virar o personagem para a direção que quer. Algo extremamente ultrapassado para os dias de hoje, mas que de certa forma é uma das marcas da série em seu início.

Há inimigos novos, como os Lickers e há bem mais lutas com chefes aqui do que no título anterior. Embora haja bem mais munição a sua disposição, ainda não é o bastante para se sair atirando a esmo e é preciso saber quando e como atirar, para não chegar em uma grande batalha armado apenas com uma Beretta.

Existem muitos puzzles aqui também e embora alguns desafiem todas as noções do bom senso (passagens secretas entro de uma delegacia de polícia?), elas mantém o espírito do game anterior e se mostram desafiadoras sem serem insolúveis.

Como eu disse anteriormente, Leon e Claire se separam no início do jogo e precisam se virar sozinhos. Isso é refletido com o "Game A" e o "Game B", que mostram cada personagem tentando sobreviver o lado da cidade onde ficou preso.

Diga-se de passagem, o jogo vem em dois CD's e cada disco pertence a um personagem.

Ou seja, se escolher jogar o disco de Claire primeiro, fará o "Game A" com ela e enfrentará a primeira metade da cidade com a garota. Se preferir, pode jogar o disco de Leon primeiro e encarar o Game A com ele.

Quanto ao Game B, ele fica disponível assim que o Game A for terminado, basta colocar o outro disco e você jogará do outro lado da cidade com o personagem que restou. Apesar de se trombarem eventualmente, Leon e Claire nunca se reencontram até os momentos finais do jogo, assim você nunca passará por um mesmo trecho durante o Game A e o Game B.

Sem mencionar que Claire e Leon encontram armas diferentes ao longo do game. Leon pode usar uma Shotgun e uma Desert Eagle, que podem ser modificadas para se tornarem muito mais letais, enquanto Claire encontra uma Besta e um Grenade Launcher. As armas de Leon são muito mais fortes que as de Claire, o que o torna o personagem ideal para se jogar o Game B, que possui inimigos mais perigosos, embora um jogador habilidoso ainda possa terminá-lo com Claire sem grandes problemas.

As possibilidades criadas por este mecanismo de troca de CD's são maior trunfo de resident Evil 2 e o mantém como um game bastante divertido até os dias de hoje.

Não apenas isso, mas há segredos o suficiente para manter o jogador sentado na frente do console por muito tempo. Como se tornou tradição na série, terminando o game em um tempo determinado, é possível se liberar roupas novas e armamentos poderosíssimos e com munição infinita para os personagens.

E tem mais, preenchendo condições específicas, é possível liberar o modo "The 4th Survivor", onde é preciso escapar com vida da cidade com um soldado da Umbrella (Hunk) que possui munição bastante limitada e que precisa encarar uma tonelada de inimigos fortes em seu percurso.

E jogando especialmente bem, se libera o modo "The Tofu Survivor", que é exatamente igual ao modo anterior, mas onde se guia um pedaço de queijo enorme e armado apenas com uma faca através das hordas de zumbis, lickers e demais monstros.

Por que o Tofu não virou um personagem de Marvel vs Capcom 2, eu jamais saberei.


Mesmo após a tonelada de continuações que recebeu, Resident Evil 2 permanece como um dos títulos mais sólidos do PsOne. Sua mistura de inovação com a jogabilidade clássica da série oferece uma combinação que raramente tem sucesso nos games e que ainda hoje consegue ser um bocado divertida.


Para quem só conheceu Resident Evil depois do banho de loja que a série recebeu no quarto game, não deixa de ser uma boa desenterrar o PsOne do armário e ver como as coisas eram feitas nos velhos tempos.

Ficar tenso e suando em bicas porque um monstro pode atravessar a parede a qualquer momento e você só tem uma bala na sua Shotgun (e sem a opção de usá-la em sí mesmo) é uma sensação que poucas coisas hoje em dia podem oferecer.

Cheers!!!

25 comentários:

Hunter disse...

Ahh,Resident Evil 2! Um ótimo título do PsOne,Amer,seus reviews continuam ótimos como sempre,é sempre bom ver reviews de jogos cult como RE2. Continue assim! Cheers!

Marcelo Maciel disse...

OOOOOOOOOOOOOOOHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH



O melhor da série!!!

Tá loco, clássico dos clássicos!

Marcelo Maciel disse...

E uma observação, Elmer: a delegacia tem passagens secretas porque o prédio foi reaproveitado para ser usado como delegacia muitos anos depois de ser construído, não era uma delegacia antes, só não lembro em qual RE eu li isso (joguei quase todos).

Essa foi a desculpa que eles deram, e eu acho perfeitamente plausível, pois cidades antigas (Pelotas-RS, por exemplo) tem muitíssimos prédios que são reaproveitados por terem virado patrimonio histórico e a estrutura não pode ser alterada, pode somente sofrer reformas a nível de reforço na estrutura.

Caio C. Kapps disse...

Ahhhhh, oprimeiro jogo de ps1 q eu tive..ahhh, vc me trouxe ótimas lembranças hammer,muito obrigado por esta sensaçaõ...

vou até jogar de novo, ótimo post hammler, gostei muitoooo!!!

abraço...

Thyago disse...

clássico dos clássicos.
e ele terá uma versão on-rail no Wii

Rafael Holanda disse...

Caramba, joguei demais esse jogo, lembro que ficava horas tentando finalizar sem dar um save, e ao final, morria no último chefe!

E depois quando surgiu a versão dual Shock, dava um cagaço doido, eu tomava um susto quando os zumbi apareciam na janela, o controle tremia e eu jogava o controle longe, hehehe bons tempos!

Scariel disse...

Clássico RE2!!Para mim ainda é o melhor da série, joguei mto mesmo esse game!!xD

Guidcs disse...

Disparado o melhor resident.Eu e um amigo jogavamos sempre de noite com tudo apagado , tomamos muitos mas muitos sustos mesmo.Maldito licker que pulava pelo vidro quase infartando os jogadores.Bons tempos

Leandro disse...

Concordo com o Sr. Marcelo (eu não joguei o 5 ainda) mas o 2 foi o melhor da série, e com certeza ainda me lembro dos inúmeros sustos, tinha que ter colhões para jogar isso, ótimo jogo!

Hunter disse...

RE2 é o melhor dos RE de PsOne,mas,tá pra aparecer um momento que supere a "morte" de Wesker no RE1,no quesito "dublagem horrível",sério,PQP,dublagem tosca,consegui me mijar de tanto rir naquela hora.

OBS:No Director's Cut termino o jogo com Chris com o melhor final,com Jill não consigo. :[

Hunter disse...

OBS2: Amer se esqueceu do 4th Survivor,por sinal.

Scariel disse...

O cara falando que se assustava com o licker susto eu tomava quando o Sr.X(não sei se tá certo mais é assim que chamo ele) quebrava a parede do nada e me pegava na falta de sangue ou munição...Depois disso nunca mais guardei a shotgun ou o lança granadas no baú mágico(bons tempo so PSone,isso claro sem contar o code veronica).
Uma pergunta fora do tópico mais...
Amer você curtiu Dino Crisis de PS1?Planeja fazer um review um dia?

Sergio disse...

esse jogo é muito foda.

eu morria de medo dos monstros quando eu era novo.

Amer H disse...

Não esqueci do 4th Survivor. Procure num dos parágrafos antes da última foto do texto.

Hunter disse...

Perdão,Amer,não era o 4th Survivor,era o modo EX Battle,falha minha.

VitorSensei disse...

Cara, hoje sou viciado em Resident, amo toda série de paixão. Até mesmo a versão pra GBC. Mas confesso que tive muito medo da série quando era menor, justamente por causa daquela cena onde o dono da Kendo's Gunshop é devorado pelos zumbis que atravessam a vitrine. Fiquei sem dormir uma semana. ^_^"

Thyago disse...

dino crisis tá até com ameaça de voltar nessa E3

Amer H. disse...

Não tinha motivo pra falar do modo EX Battle, sendo que este é Resident Evil 2, e não a edição especial (seja lá qual for o nome) que saiu depois.

Scariel disse...

Dino Crisis eu gostei muito dos dois primeiros.Teve um que eu joguei pra Xbox que era futurista,se eu me lembro bem se passava no espaço, eu não gostei desse.Eu espero que não apareça na E3, Dino Crisis já deu o que tinha que dar.

Edmilson disse...

Esse foi provavelmente o jogo que mais joguei, depois de Winning Eleven 4.

Ótimo review, Amer.

André disse...

Meu jogo favorito de Resident Evil e possivelmente meu jogo favorito de play1
O que realmente me deixou puto da vida foi quando meu cd da Claire parou de funcionar daí eu zerava uma vez com o Leon por dia, isso por quase um mês, até conseguir o outro.
Daí zerei dos dois jeitos e ver o Leon falando Game Over pro Mrs X foi um dos momentos mais memoráveis da minha vida. Com a Claire foi bom, mas com o Leon foi memorável. Lembro que quando era novo, todos achavam o jogo dificil demais então eu distrubuí o save de antes de matar o Mrs X para galera ver o Leon dizendo game over.
Ah, bons tempos.

sirilo disse...

belo review amer. me deu uma vontade incrivel de jogá-lo. a caminho o review do RE3 ? 4 ? 5 ? 0 ?


nao conhecia o tofu survivor procurei no youtibiu é muito comico !

Leandro" Leon Belmont" Alves the devil summoner disse...

esse foi o primeiro RE que zerei, para bancar o diferente, fui com a Claire ao invés do Leon...pelo menos posso ver a sua derriér enquanto corre e vejo como é perfeita...mas voltando, foi muito bacana jogar com ela, interagir com a Sherry e entre outras coisas. é um RE que praticamente todo fã tem que jogar.

e eu já não gostava da Ada Wong desde a primeira vez que pus os meus olhos nela, sei-la porque. e o Leon é um cara azarado, pois no novo RE 6, ela é a vilã. e provavelmente Leon terá de mata-la...o que não me faz nenhuma falta ao meu ver.

Gabriel // zGABRIELz disse...

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Rodrigo Panda disse...

Cara, estava lendo o Review do RE2 Remake e vi o Link que me trouxe para esse POST. Incrivel que acompanho seu BLOG faz mais de 10 anos! Parabéns pelo trabalho!