quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Crítica do Amer: Dragon Quest VIII - Journey of the Cursed King


Dragon Quest 8 é o mais recente (até o momento em que este artigo é escrito, pelo menos) título no mais tradicional JRPG que existe.


Talvez você já tenha ouvido falar de Dragon Quest, afinal, é a série que fez muitos gamers Japoneses vararem noites em frente a lojas de games esperando o lançamento dos jogos da franquia.

De fato, há uma lenda urbana que diz que o governo Japonês passou uma lei que impedia o lançamento de games da série Dragon Quest em dias de semana, pois o país parava sempre que isso acontecia.

Ok, isso é balela! Tal lei nunca foi de fato decretada.

...

Mas ainda acho que foi decretado luto nacional quando o Godzilla morreu após enfrentar Destoroyah em 1995.

...

Mas isso não vem ao caso!

Muito bem, do que se trata este game?


Dragon Quest VIII conta a história de um grupo de um reino que foi amaldiçoado por um feiticeiro. O sujeito roubou um cetro mágico do lugar e usou seu poder para estragar a vida de todos que lá viviam e que foram prontamente transformados em plantas.


Exceto pela princesa, que se tornou um cavalo (sei que o termo correto seria "égua", mas me recuso a dizer tal palavra quando me refiro a uma princesa), o rei, que se transformou em uma versão maltrapilha do mestre Yoda e por um guarda do castelo, que permaneceu inalterado.

Tal guarda aliás, é o personagem principal e você pode batizá-lo como quiser.

Ao longo do caminho, os três encontram mais pessoas que tiveram as vidas estragadas pelo feiticeiro canalha e todos se unem em uma jornada pela justiça.

O enredo de Dragon Quest VIII é inacreditavelmente tradicional. Sem reviravoltas dramáticas, sem vilões que caminham dramaticamente entre as chamas, nem sacrifícios notáveis por parte de um dos membros do elenco.

De fato, Dragon Quest VIII tem o espírito de um velho JRPG de 8 Bits, com um roteiro que nunca se distancia muito da fórmula "vá até a próxima cidade e resolva os problemas dos habitantes antes de seguir em frente."

E claro, com monstros no caminho.

Muitos e muitos monstros!


Tenha em mente que metade do tempo de jogo será passado em combate. Entre uma localização e outra, você enfrenta mais inimios aleatórios do que gostaria, o que pode ser um saco enorme.


De fato, já vou falar do maior defeito do game: os combates são difíceis pra burro!

Por exemplo, para enfrentar o primeiro chefe do game com certa tranquildade, é preciso estar pelo menos em Level 12, ou seja, quase dez níveis acima do que você começa o game.

Agora, não estou pedindo moleza, mas o primeiro chefe de um JRPG deve ser bastante simples, para que o derrotemos sem trabalho e tenhamos uma falsa sensação de confiança que vai perdurar até enfrentarmos o terceiro chefe e ele prontamente limpar o chão com nossa bunda.

Aqui não existe isso, TODOS os chefes do jogo dão trabalho, a menos que você os enfrente com um equipamento de primeira linha e com um Level bastante alto.

Claro que este problema pode ser resolvido com algumas horas enfrentando inimigos aleatórios, acúmulo de experiência e de dinheiro, exceto pelo fato de que os inimigos normais dão muito trabalho também. É praticamente impossível chegar a dez batalhas aleatórias sem precisar se voltar a uma cidade para descansar e recuperar as forças.

Ah sim, o tempo no jogo avança e há sias e noites dentro dele. Nem preciso dizer que os inimigos noturnos podem lhe espancar de forma muito mais eficiente que os diurnos.

Por fim, as armas e equipamentos neste game são super-faturados. Se você suar pra juntar dez mil em grana, vai se enrolar em uma bolinha e chorar profusamente quando chegar à próxima cidade e descobrir que uma mera espada custa 9800 reais.

O Real não é a moeda oficial do jogo, aliás.

Os heróis podem aprender habilidades específicas também, como ataques que parecem ter saído de Dragon Ball Z (mais semelhanças a seguir) ou magias poderosas o bastante para causarem um ataque epilético em quem está jogando.

O único problema é que estas magias custam pontos de habilidades que só são liberados quando se sobe de nível e você não recebe o suficiente para maximizar todos os "skills" dos personagens.

Por exemplo, o protagonista pode equipar lanças e espadas e em determinado ponto da história, é mais eficiente equipar a primeira ao invés da segunda. Logicamente, você começa a gastar todos os pontos de habilidade no uso de lanças, para aumentar o dano e poder usar novos ataques com as mesmas.

Então a história prossegue, começam a aparecer espadas muito mais poderosas que qualquer lança e você se sente imbecil pois agora não vai poder mais maximizar o atributo de uso de espadas.

Dragon Quest VIII é sem dúvida um dos games que implora para os jogadores usarem Gameshark, Pro Action Replay ou algum outro dispositivo de trapaça e eu seriamente recomendo tal coisa.

Mas após falar dos defeitos, falemos do que há de bom!


A história é muito simples, mas ao mesmo tempo, executada de forma brilhante.


Os personagens são muito carismáticos e a sensacional dublagem faz com que seja ainda mais fácil gostar deles.

De fato, foi recrutada uma trupe de atores com formação teatral Inglesa, o que deu sotaques Britânicos a todos os personagens. Uma vez que o mundo de Dragon Quest VIII remete aos contos de fantasia que originaram-se da terra que um dia foi governada por Arthur, nada mais adequado.

A trilha sonora é maravilhosa. Todas as músicas foram executadas pela Tokyo Metropolitan Symphony Orchestra e criadas pelo compositor tradicional da franquia, Koichi Sugiyama.

Vou te dizer, o sujeito sabe o que faz, pois você vai querer a trilha sonora assim que terminar o game.

Os personagens com traço de Akira Toriyama também ajudam muito. Qualquer pessoa que tenha um mínimo de simpatia por Dragon Ball Z (metade do mundo, se não me engano) vai sentir um afeto imediato pela trupe do game assim que os vir.

O herói parece um Gohan de bandana, Angelo parece o Trunks com rabo de cavalo e cabelo prateado e Jessica é uma versão ruiva e mais peituda da Bulma.

...

Após esta descrição, é meio estranho ver a cena em que Angelo flerta com Jessica, mas pelo menos, isso acontece só no momento em que eles se conhecem...

E falando em visual, Dragon Quest VIII é belíssimo!


Este é um daqueles games que mostra o real poder de fogo do Ps2 e que vai nos impressionar mesmo daqui a alguns anos, quando já estivermos de saco cheio da nova geração.


O visual em cel-shading é perfeito e detalhado ao extremo. Dragon Quest VIII tem a aparência de uma animação Japonesa que custou inacreditavelmente caro. Isso não vem a ser uma surpresa, uma vez que a produção do jogo ficou nas mãos da Level 5, responsável por alguns dos games mais belos do Ps2, como Dark Cloud 2 e Rogue Galaxy.

Rogue Galaxy é um saco, mas é bonito.. mas isso é assunto para outro dia.

E o mundo deste game é enorme! Seu grupo vai passar um bom tempo caminhando entre os vilarejos, que ficam a uma distância razoável um do outro, criando uma imersão bem profunda na história.

Dragon Quest VIII é um game bastante difícil e que vai causar acessos de fúria bíblica em algumas pessoas. Mas os mais teimosos que não liguem de precisar gastar muito mais tempo que o necessário subindo de nível (ou que resolvam usar um Pro Action Replay) encontrarão um dos mais incríveis JRPGS da geração passada.

E claro, saber que temos a opção de vestir Jessica como uma coelhinha da Playboy com certeza não estraga a diversão.

Cheers!!!

7 comentários:

Cajun explosion disse...

Excelente escolha de jogo, Amer
Esse jogo foi um dos que mais me deu vontade de comprar um PS2.
Como vc disse é um jogo muito bonito tanto visualmente (infinitamente mais impressionante que o FFX) quanto musicalmente, algo que aliás é típico da série.
À propósito, acho que uma princesa específica que reina sobre cogumelos seria muito propriamente chamada de "égua".
Continue com o blog, apesar de esse ter sido o único jogo que vc analisou que eu joguei de fato, sempre leio e gosto dos artigos.
Até a próxima.

Heverton disse...

Amrt pq ignoraste minha dica de filme no orkut?? fui com tanta boa vontade ;\

enfim, seria legal um artigo sobre a série phoenix wright que tal?

melhor série do DS

Amer H. disse...

Não entro no Orkut há semanas, meu caro... não tome como pessoal.

Mas boa sugestão, vou arquivar para um futuro próximo.

Quanto a Princesa "egüinha", ela vai ter lugar de destaque num artigo futuro do outro blo, aguarde.

Wolfang disse...

porra, meu ps2 ainda seria de serventia até hoje, caso estivesse funcionando.
eu ainda penso em juntar 500 reais só pra comprar um ps2 e jogar um monte de game que deixei passar.


penso nisso ano que vem.

Uris disse...

Este comentário foi removido pelo autor.

Uris disse...

Este comentário foi removido pelo autor.

Leandro" Leon Belmont" Alves the devil summoner disse...

pena que não curto muito Dragon Quest, senão eu toparia experimentar ele. e eu não tenho mais tempos para rpgs difíceis assim.