FELIZ NATAL ATRASADO E FELIZ ANO-NOVO ADIANTADO!!!
Mais um fim de ano se aproxima e todos estão soltando rojões com a perspectiva da partida de 2020... Ou porque são cuzeiros mesmo. Eu odeio fogos de artifício, então todos que o soltam entram imediatamente para a minha lista negra.
ESCUTOU ISSO, REPÚBLICA DA CHINA???
Pois bem, o que eu normalmente faço nessa época do ano é escolher um ou dois filmes ou especiais natalinos que me foram queridos, ou que eu odiei mais do que odeio Stephanie Meyer, e destrinchá-lo cena por cena, caçoando do elenco, produção e todos envolvidos em sua criação.
Ou isso ou fico falando de brinquedos velhos, o que eu estiver mais disposto a escrever no momento.
Este ano decidi variar um pouco. Ao invés de escrever uma resenha cheia de cinismo e acidez, quero compartilhar com vocês algumas de minhas lembranças mais preciosas da infância. E como bom filhinho da mamãe que passava a vida enfurnado dentro de casa, todas essas memórias vem da televisão, e o que estava passando nela.
Agora, quando eu era criança, o mês de Dezembro consistia de uma espera interminável pelo dia do Natal, por motivos óbvios. A forma como eu contabilizava o tempo, era através dos especiais de Natal que as emissoras veiculavam com o passar do mês. Claro, eu podia simplesmente olhar o calendário, mas ser prático nunca foi o meu lema.
Assim, eis aqui alguns dos filmes e desenhos que me fizeram companhia durante a infância e que tornaram o período de festas algo muito mais mágico.
É Natal, Charlie Brown!!!
Começando pelo clássico óbvio que todo mundo já assistiu mil vezes, e se não assistiu, deveria. Já resenhei este especial muitos anos atrás, e vocês podem ler tal artigo bem aqui.
A Turma do Minduim foi uma constante companhia durante minha infância, primeiro no SBT (com dublagem da MAGA) onde Charlie Brown tinha a voz do Chaves, depois na Globo, onde ele era dublado por Danton Mello, o que eu não sei dizer se foi realmente um progresso na vida do careca.
Os desenhos do Charlie Brown eram exibidos diariamente na emissora do Silvio Santos, acredito que apenas no programa do Bozo, embora eventualmente a série possa ter migrado para o programa da Mara Maravilha, sinceramente não me lembro e não sou solitário a ponto de fazer essa pesquisa agora. O que realmente importa aqui é que o especial de Natal do Charlie Brown eventualmente substituía um dos episódios normais na grade de programação durante o mês de dezembro. Nunca havia um momento certo, tampouco a data era anunciada. Um dia estávamos assistindo o Bozo praticar assédio moral no Papai Papudo e quando menos esperávamos, Charlie Brown aparecia em nossos televisores, comprando a pior árvore de natal que pudera achar.
Apesar de não ter um dia fixo para ir ao ar, o especial de natal do Charlie Brown normalmente era exibido na semana do dia 24, ou bem próximo a ele. Isso no SBT, quando a animação foi pra Globo, ela era anunciada com muita fanfarra, e ganhava um lugar de honra na programação de fim de ano da emissora... Contanto que tal lugar de honra fosse no domingo... De manhã... Num horário onde apenas crianças pequenas, velhos e insônes depressivos estivessem acordados.
Ma bene, qual a essência do episódio? Charlie Brown se revoltando contra o comercialismo exagerado do Natal, e demonstrando seu espírito de Johnny Rotten com a compra de um graveto semi-morto para ser usado como pinheiro de Natal. Admito que assisti este desenho mais vezes do que posso contar e admito também que nunca peguei o real sentido dele quando era criança. Minha retenção de informação era uma merda na época, diabos ainda é, mas hoje consigo entender melhor o que os idealizadores deste especial queriam, que era criticar o materialismo absurdo que estava tomando o mundo, em especial durante as festas de fim de ano.
Irônico quando olhamos para a quantidade absurda de produtos licenciados que levam a cara do Minduim e seu cachorro, mas ignoremos isso por hora.
Minha mãe uma vez comentou sobre como os desenhos da Turma do Minduim não envelheciam, você pode pegar um episódio lançado nos anos 1970 e a mensagem nele contida ainda fará sentido nos dias de hoje. Considerando a forma como o consumismo está cada vez mais desenfreado na sociedade, a ideia deste especial de valorizarmos menos aquilo que é material, especialmente nesta época do ano, ainda faz muito sentido para aqueles que se derem ao trabalho de ouví-la.
Aliás, sabiam que Charlie Brown não é careca? Ele é só um moleque loiro que corta o cabelo bem rente. Por isso temos a impressão de que ela é mais lisa do que político brasileiro escapando da PF. Se quiserem um exemplo de pessoa com o mesmo penteado que Charles, procurem fotos recentes do Triple H.
Agora eu acredito que o Charlie Brown cresceu, ficou parrudo, superou a garotinha ruiva e tornou-se o chefe de operações da WWE. Este é meu headcanon e ninguém poderá mudá-lo.
O Especial de Natal de He-Man e She-Ra
Outro especial sobre o qual já escrevi no passado. Não precisam se preocupar, nem todos os itens dessa lista serão sobre desenhos ou filmes que adornaram o blog em eras onde eu era mais bem disposto, menos deprimido e ainda conseguia obter uma ereção por meios naturais.
Diferente do que acontecia com os demais cartoons, o especial de He-Man e She-Ra não substituiu um episódio normal de forma sorrateira no programa da Xuxa. Ele foi exibido durante o maldito horário nobre da programação da noite de natal da Globo. Isso mesmo! Aquela grade de programação normalmente reservada a Xuxa, Didi e outros titãs da história da emissora, um dia foi agraciada com a presença do moreno vascaíno e da Cida Marques do espaço.
Isso não aconteceu à toa. He-Man e She-Ra eram GIGANTES nos anos 1980, e garantia de audiência em qualquer horário que fossem exibidos. Vocês não tem ideia de como as crianças da época eram fanáticas pelas aventuras de Adam e Adora... Ou talvez tenham, considerando como os adultos que elas se tornaram ficaram furiosos com o remake fofalha da She-Ra.
Bom, vocês conhecem a história: Os heróis de Eternia e Etheria reunem-se para celebrar o aniversário de Adam e Adora, que cai no mesmo dia do nascimento de nosso senhor Optimus Pri... Jesus Cristo. Subitamente, duas crianças humanas burras são transportadas da Terra para Eternia. Os vilões as sequestram, porque sim, e os gêmeos super poderosos precisam resgatá-las. Ao longo da história, as crianças enchem o saco de TODO MUNDO falando sobre o Natal e como o feriado é maravilhoso, bla-blas-di-bli-bla-bli-blas, presentes.
No fim, a aporrinhação constante das crianças sobre o Natal amolece até o coração do Esqueleto, que as salva de Horde Prime, equivalente deste universo do Imperador Palpatine, e convence Adam e Adora a celebrarem o feriado terrestre ao invés de seus próprios aniversários.
Considerando que Jesus não existiu em Eternia, nosso Natal pode ser considerado um feriado pagão no planeta, não? Só estou perguntando.
Enfim, este episódio não tem nada de muito especial quando comparado ao resto da série. Mesmo o crossover entre He-Man e She-Ra não era algo exatamente único, pois Adam vez ou outra ia parar no planeta de sua irmã e envolvia-se em alguma aventura com ela. O grande barato deste especial, ao menos para mim, é como ele foi um evento durante a minha infância. Não só ele foi exibido no já mencionado horário nobre, como também foi massivamente divulgado pela Globo. O mês de dezembro inteiro do ano em que foi exibido (que sequer me lembro qual era), as propagandas da emissora bombardeavam nossos cérebros com a promessa de que na noite de natal, teríamos uma aventura inédita de He-Man para assistir. Pode não significar muito hoje, quando temos canais de TV a cabo, serviços de streaming e internet capaz de nos providenciar animação a qualquer hora que quisermos, mas uma animação ser exibida À NOITE, naqueles tempos era algo imenso. Era um dia em que tínhamos uma desculpa para ficarmos acordados até mais tarde, e aproveitávamos cada segundo ao máximo.
Mesmo após escrever uma resenha sobre, não me lembro de muita coisa sobre este episódio. Como eu disse, não era diferente o bastante dos episódios diários da série para deixar uma impressão marcante. O que me lembro é da atmosfera que permeava minha casa naquela noite. Era o horário da ceia de natal, e minha mãe me deixou fazer meu prato e ir comer na sala, para que não perdesse o especial do He-Man. A única iluminação presente era a das luzes da árvore de natal. Em meio a essa penumbra festiva e cercado pelos presentes que recebi naquela noite (que consistiam inteiramente de tralhas dos Mestres do Universo), desfrutei de cada minuto do especial. Foi um daqueles momentos indescritíveis da infância, onde tudo parece estar no lugar certo e o qual nunca queremos que acabe.
E para todos que ficam desconfortáveis com os fanarts de incesto dos gêmeos de Gravity Falls, vocês nunca precisaram conviver com as brincadeirinhas de casal de Adam e Adora que os próprios animadores enfiavam sorrateiramente no desenho.
Sim, isso acontecia. E minha geração não cresceu traumatizada.
Incesto gera caráter.
O Natal do Mickey
Ok, é o último. Os próximos itens da lista serão produções sobre as quais nunca escrevi. Prometo.
Vou admitir que nunca fui muito fã dos desenhos Disney. Eu gostava das animações do Patetaatleta, Senhor Volante e outras, e sempre me diverti com a fúria de Bruce Banner do Pato Donald, mas sempre preferi Pica Pau, Tom & Jerry e Looney Toones a turma da Disney. Não tenho uma explicação, acho que era só uma questão de afinidade mesmo.
Uma coisa que sempre tive de admitir, é que a Disney do passado conseguia ser terrivelmente sombria quando queria. Assistam a um dos desenhos clássicos lançados pela empresa na primeira metade do século 20. Garanto que vocês vão se horrorizar com todas as piadas de suicídio, depressão, violência parental, pobreza e fome presentes nas histórias. Walt Disney era hardcore, o que é ainda mais chocante quando vemos o tipo de entretenimento super higienizado que sua empresa lança nos dias atuais.
O Especial de Natal do Mickey não é diferente. Lembro de tê-lo assistido apenas uma vez na infância, não na televisão, mas em VHS. Minha mãe o trouxe após uma de suas tradicionais viagens até a locadora do bairro (Roma Vídeo, grande loja, localizada no coração de Guarulhos) e mesmo não sendo fã número 1 do rato, eu nunca recusaria uma boa animação.
Apesar do nome, a história não focava no Mickey, mas no Tio Patinhas, que aqui assumia a posição do velho Ebenezer Scrooge em mais uma versão de Um Conto de Natal, de Charles Dickens. Vocês conhecem a história: Um velho lazarento que odeia o Natal sofre bullying de três fantasmas até mudar de ideia. A animação da Disney muda absolutamente nada do velho clássico, o que rende um momento extremamente perturbador.
Mickey “interpreta” Bob Cratchit, assistente incrivelmente mal pago e judiado de Scrooge e pai de cinquenta filhos, porque se você é pobre e sem perspectiva, engravidar sua esposa seguidas vezes com certeza irá facilitar sua vida. Seja como for, um dos filhos de Bob é defeituoso... DEFICIENTE... Foi isso que eu quis dizer... Deficiente... E além de manco, sofre de algum mal não especificado. Em todas as versões da história, quando Scrooge viaja ao lado do Espírito do Natal do Futuro, ele vê seu assistente chorando a perda do filho. Bom, a versão da Disney vai ainda mais longe e coloca Mickey visitando o túmulo do garoto, e depositando sua muleta contra a lápide, com um olhar de puro coração partido no rosto.
Mesmo já tendo visto a história de Scrooge em 46209350972350896745 versões diferentes, esta foi a primeira e única a me deixar com um nó na garganta. Mesmo quando criança, eu sabia o quanto esta cena era pesada, especialmente por estar sendo estrelada por personagens normalmente associados a alegria e bom humor. Claro que tudo acaba bem, o pequeno Tim é curado graças a mágica do dinheiro de Scrooge e todos devoraram o Donald no Natal seguinte, mas sempre que penso neste especial, a imagem que me vem a mente é a do Mickey despedindo-se de seu filho no cemitério.
Honestamente, esta animação me faz sentir saudade do tempo em que produções infantis não tratavam crianças como seres feitos de açúcar. Disney não segurava nenhum soco, pois sabia que a garotada era resistente o suficiente para aguentar e isso é algo que falta no entretenimento moderno.
Se bem que desenhos hoje não são feitos pra agradar crianças, mas sim as mães delas. E se as Karens se ofenderem com qualquer conteúdo presente em uma animação, já não irá comprar os brinquedos da mesma para seu pimpolho. Ao invés disso, lhes darão um tablet e deixarão que derretam seus cérebros acompanhando YouTubers que derretem seus cérebros todos os dias.
Eu fico triste pelas opções de diversão limitadas da garotada de hoje.
Os Fantasmas Contra-Atacam
Vou dizer pra vocês, não consigo citar o nome de nenhum filme do Bill Murray lançado depois de Feitiço do Tempo. O ator tem todo meu respeito por ter buscado produções que o desafiassem ao invés de ficar eternamente em sua zona de conforto, mas não pretendo desperdiçar espaço de meu cérebro com filmes que são o equivalente cinematográfico de ruído branco.
Dito isso, Os Fantasmas Contra-Atacam é a 238062307629350698ZUMBA02062036820376 adaptação de Um Conto de Natal, com Murray fazendo as vezes de velho Scrooge, aqui um executivo de televisão cínico e misantropo, qualidades que acredito que Murray não precisou se esforçar muito para transmitir. Sua lazarência o coloca em rota de colisão com os Espíritos do Natal, que devem ficar muito felizes em encontrar mais de um avarento por século pra atormentar. Pois bem, viagem pelo tempo e o espaço, o canalha aprende sua lição e fica do bem, todos vocês sabem como acaba essa história.
Assisti este filme pela primeira vez em VHS, e o título me fez pensar que era uma “continuação espiritual” (piada de tiozão não intencional) de Caça-Fantasmas. Na verdade, os filmes não possuíam ligação alguma fora a presença de Murray, o título brasileiro foi feito apenas para capitalizar no papel mais famoso do ator. Eu condenaria os tradutores nacionais por tal canalhice, mas os produtores gringos também usaram a ligação de Murray com fantasmas para fazer o marketing deste filme. Então, é.
Embora tenha conhecido este longa durante a infância, levaram alguns anos para que ele se tornasse uma presença frequente em meus fins de ano. Lá pelo início dos anos 1990, Os Fantasmas Contra-Atacam tornou-se um dos filmes que a Globo costumava exibir na noite de natal após veicular todos os seus especiais. Quando Xuxa, Didi, Faustão e Astro Boy já haviam se recolhido em seus celeiros, Bill Murray entrava em cena, naquele momento entre o fim da noite e o início da madrugada, onde quase todo já foram dormir.
O que tornava este filme especial é que ele sempre ia ao ar nos momentos finais do dia 24 de dezembro. Sejamos francos, a celebração maior ocorre na véspera de Natal, enquanto o dia é gasto com a recuperação de ressacas e roeção dos ossos do peru do dia anterior. Quer queira quer não, a data vai perdendo seu significado especial conforme as horas avançam e adentramos na madrugada do dia 25. Os Fantasmas Contra-Atacam representavam os últimos momentos da magia do natal, que insistia em não ir embora. Quando o filme finalmente se encerrava, era como se a etapa especial do feriado acabasse junto.
Finalmente, a exibição deste filme era um dos poucos eventos do ano em que minha mãe me deixava ficar acordado até depois da uma da manhã. Claro que virar a noite feito um Batman desempregado já se tornou um hábito, mas quando você tem 12 anos, dormir depois da meia noite o faz sentir mais adulto que Peter North no auge da carreira.
Parabéns a todos que entenderam essa referência. Vocês são pessoas horríveis.
Santa Claus - A Verdadeira História de Papai Noel
Ok, eu tenho alguns fatos interessantes sobre este filme antes de narrar minha experiência com ele. Primeiro de tudo, ele foi produzido pela mesma equipe responsável por Superman - O Filme.Agora que você sabe deste fato, assista a ambos, um depois do outro. Com certeza encontrará muitas semelhanças no visual dos dois.
Segundo, o longa foi um fracasso absoluto de bilheteria, pois foi lançado no exato mesmo dia que A PORRA DE ROCKY IV!!! Vamos admirar a coragem dos executivos que acharam que Papai Noel conseguiria bater de frente com um Sylvester Stallone no ponto mais alto de sua carreira. Ademais, acho que isso prova que o Garanhão Italiano é uma entidade muito mais poderosa que o velho Nicolau.
Ma bene, eu nunca assisti esse filme.
Mesmo.
Sério.
De verdade.
O motivo é que ele sempre me passou a ideia de ser um filme ” de crianças”. Vocês conhecem o tipo, aquele onde tudo é apresentado de forma simplória e inofensiva, onde as piadas são incrivelmente insípidas, os vilões patéticos e onde o conflito nunca parece ter um peso real. Enfim, entretenimento higienizado e inofensivo... Como quase todo entretenimento infantil moderno.
Urgh...
Meu Deus, eu cresci com Conan - O Bárbaro. Claro, filmes infantis não precisam ter um Arnold arrancando a orelha do outro cara a dentadas, mas crianças podem lidar com temas um pouquinho mais pesados do que organizar o baile da escola. A História sem Fim mais do que provou isso.
Bom... Tem outro motivo... De que eu odeio o Dudley Moore. Oh Deus, como eu o odeio! Desde Arthur - O Milionário, eu o odeio com todas as forças. E não um ódio como o que eu sentia pela Margot Kidder, que era baseado apenas no fato dela ser incrivelmente mediana e não servir como namorada do Superman, opinião que mudou quando vi o ensaio dela para a Playboy e percebi que ela era bem bonita, exceto quando próxima a Christopher Reeve, que era tão lindo que fazia todo mundo parecer feio em comparação, exatamente como acontece com Henry Cavill hoje em dia.
Maldito Superman popozudo...
Seja como for, Santa Claus - A Verdadeira História de Papai Noel me marcou, porque ele era o grande evento que o SBT lançava toda noite de Natal. E o filme começava a ser divulgado logo no primeiro dia de dezembro. Quanto mais propagandas dele eram veiculadas, mais próximos estávamos de abrir nossos presentes. Além disso, quem pode esquecer da voz do narrador do SBT sempre que ele repetia o título do longa em suas propagandas?
Pessoas de minha geração tiveram uma memória muito específica despertada agora...
Dragon Maid - O Episódio de Ano Novo
Agora estou trapaceando um pouco, pois Dragon Maid não fez parte da minha infância. De fato, esta série não eera parte de minha existência até duas semanas atrás, mas tenho bons motivos para colocá-la neste artigo e o principal deles é que queria encerrá-lo com algo que não fosse nostalgia.
Nostalgia é um sentimento positivo que temos com relação ao passado. Uma saudade das coisas boas que ficaram para trás, e a compreensão de que os dias que se foram são muito melhores que os dias atuais. Porém isso não é necessariamente verdade. O passado, a infância principalmente, normalmente é muito mais simples que a vida adulta, mas nem sempre é uma época melhor. Além disso, nostalgia em excesso pode fazer com que nos foquemos demais no passado e não o suficiente no futuro.
Aqui entra Dragon Maid, sobre o qual pretendo falar em maiores detalhes muito em breve. Em um dos episódios, todos os personagens, principais e coadjuvantes, reunem-se e passam o último dia do ano juntos, celebrando, comendo e simplesmente curtindo a companhia uns dos outros, cada um a seu jeito. Após as festividades, eles acordam cedo no dia 1 de janeiro para verem o primeiro nascer do sol do ano. Não sei se isso é uma tradição japonesa, mas teve um significado especial para mim.
A essa altura, dizer que 2020 foi um ano horrível é praticamente um clichê. Eu perdi, vocês perderam, todos perdemos algo, seja liberdade, dinheiro, emprego, relacionamentos, o que for. Nossas vidas mudaram e não necessariamente para melhor. É muito fácil se deixar vencer pela depressão e a desesperança neste período, especialmente quando passamos muito tempo na internet, que é a maior fábrica de negatividade de que se tem notícia. Passe meia hora no Facebook e terá convivido com mais jovens niilistas do que Nietzche o fez em toda a vida.
Por isso que acredito que encarar o futuro com otimismo é não apenas necessário, mas mandatório. Se você espera apenas o pior e encara a tragédiaa da vida como imutável, qual o ponto em se existir? A vida não pode ser apenas dor e sofrimento, algo de bom deve haver nela, de outra forma, por que não simplesmente encerrar tudo?
É o que digo a mim mesmo em meus momentos mais depressivos. Existe algo bom, uma luz no fim do túnel, e preciso continuar em frente para ver isso.
Onde entra Dragon Maid nessa história? Bem, o otimismo com a qual as personagens curtem seu fim de ano é contagiante, e me deu muito mais energia para encarar o encerramento deste ano. Mais ainda, a série me fez reavaliar muitos aspectos da minha vida e o que quero dela. Não apenas isso, mas me fez pensar em quais serão meus métodos para alcançar meus objetivos. Porque um objetivo sem um plano não passa de um sonho, e sonhos são coisas que ficam apenas na imaginação.
Então sim, um desenho fofinho de menininhas dragão que vivem num bairro mundano no Japão me fez repensar os rumos da minha vida, e em como pretendo escrever minha história a partir do primeiro dia de 2021.
Recomendo a vocês que façam o mesmo. Não assistir Dragon Maid... Se bem que podem assistir se quiserem, mas a traçarem um plano. Pensem no que querem da vida de forma clara, depois tracem um plano, pensando em todos os passos que precisarão dar para chegar a este objetivo. Tudo bem se não conseguirem bolar um plano perfeito, um esboco basta no começo, contanto que vocês o elaborem com o passar do tempo.
Mais importante: Não desanimem. É difícil realizar qualquer objetivo, mas a vida é feita de persistência. Insistam, briguem. Ninguém tem sucesso de primeira e cada tombo que vocês levarem só tornará o momento que cruzarem a linha de chegada ainda mais saboroso.
Sei lá se fiz sentido, mas é como me sinto neste momento.
Obrigado por terem me acompanhado por mais um ano, mesmo com meus imensos hiatos. Vocês são incríveis.
Os vejo em 2021.
Smurfbot-Dog.
Cheers!!!
17 comentários:
Esperar meses pelos seus artigos sempre valem a pena.
Ótimo post, parabéns
Saiu hoje a 2° temporada da serie Transformers: War for Cybertron Trilogy. Claro que tem alguns defeitos, mas eu gostei do visual dos personagens. Eu gostei da serie, achei boa
Feliz natal atrasado e feliz ano novo Amer e a todos que ainda esperam por mais materias aqui no site. Alguns das animacoes e filnes eu ja assisti esses na minha infancia e outros depois se velho. E sim, Dragon Maid, toda vez que assisto algum epiosdio desse anime, meu coracao fica aquecido e me da esperanca de um dia melhor pelo clima leve e descontraido da serie. Gosto do episodio de como a Kobayashi (que levei anos para perceber que o personagem era mulher) conhece a Tooru, a Dragon Maid. Serio Amer, faca essa materia sobre a serie, .
Enfim, Smurf-bot dog a todos
Feliz ano novo Amer e sinceramente obrigado por esse artigo.
Eu estava extremamente desanimado e com nenhuma vontade de comemorar ano novo, pois como todos nós, eu perdi coisas em 2020, porém o seu texto me ajudou á imaginar um futuro melhor, parece piegas mas é a verdade.
Olá Amer!!! Muitas saudades de vc!
Artigo muito bacana e sim... Roma Vídeo era demais... e aqui “ Por isso que acredito que encarar o futuro com otimismo é não apenas necessário, mas mandatório” foi poesia . Abraços e sucesso
Feliz ano novo, Amer, muito obrigado pelo conteúdo, por fazer da minha vida um pouco mais alegre.
O Bill Murray fez uma ponta em Space Jam. Acho que você deve ter esquecido por não gostar do Pernalonga 😂😂😂
Feliz Natal e Ano Novo atrasados.
Apesar de me manifestar pouco no blog, confesso que tenho grande respeito e admiração pelo vosso trabalho, de modo que espero saúde, paz e um excelente ano de 2021 a você.
Seu blog e canal de YouTube me ajudaram a passar pela fase mais difícil de minha vida e estou em débito com você por isso, sinceramente.
Sempre curti essa boa energia do natal principalmente esses especiais de filmes e desenhos, mesmo a maioria sendo bem meh são bem divertidos e passam uma boa energia.
De qualquer forma, passando aqui pra desejar um feliz ano novo atrasado, espero tudo de bom pra você e a todos os outros leitores aqui do blog e pro pessoal do Twitch.
"Um Conto de Natal do Mickey" e "Aconteceu no Natal do Mickey" provavelmente foram os desenhos de natal que eu mais assisti na infância.
Pera, o especial de natal de Gokaiger foi legal, merecia uma menção. E o episódio de natal do Jiban, porque nada anima mais o natal do que um robocop japonês metralhando um monstro de maneira gratuita.
AEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE! Artigão do Amer! Bora ler e curtir!
É como um peru... suculento e gostoso na sua boca...
Mmmm... delícia de artigo, Amer!
O que foi? O que vocês estão olhando?
eou ficando velha....
Ual. O esqueleto recebendo um abraço das crianças é bem fora do comum.
Vou procurar este episódio para poder conferir seu conteúdo na íntegra.
Gostei do seu artigo.
Vou dar uma olhada nos outros artigos do seu blog.
Um abraço.
arquitetoversatil.com
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