domingo, 4 de dezembro de 2011

Crítica do Amer: X-Men Destiny


Não sou o maior fã de X-Men do mundo. Adoro algumas das sagas dos quadrinhos (“Dias de um Futuro Esquecido” me vem à mente), gosto muito da ridícula série animada da década de 1990 e amo X-Men Evolution, mas a verdade é que nunca liguei muito para eles nos quadrinhos. O motivo é simples: sempre faltou um mínimo de estabilidade nas histórias dos personagens.

Os X-Men estavam continuamente envolvidos em mega sagas gigantescas, cheias de personagens que nunca tinhamos visto e que só seriam relevantes para fãs ultra abilolados da Marvel. A formação da equipe mudava semanalmente, personagens morriam, ressuscitavam, morriam enquanto ressuscitavam, Wolverine perde o Adamantium, o recupera, Jean Grey volta dos mortos, é um clone, é a verdadeira, morre de novo, manipula Scott para que ele comece a ficar com a Rainha Branca, ele a trai semanas depois por nenhum motivo aparente, personagens saem do grupo, montam suas próprias equipes, voltam, Magneto é mau, fica bom, vira mau de novo, passa a trabalhar pro Ciclope... MEU DEUS DO CÉU!!!!! A vida da Lindsay Lohan tem mais lógica!

As adaptações dos personagens para outras mídias são mais organizadas, o que me dava maior gosto em acompanhá-las. Mas nos quadrinhos temos amontoados de bobagens que parecem ter sido criadas por roteiristas com egos inflados, que pareciam apenas querer superar aqueles que escreveram o titulo antes deles.

E é bem isso que X-Men Destiny parece, um monte de bobagens jogadas de qualquer forma, que tentam parecer grandiosas e que falham miseravelmente nesta missão.


A história começa em uma passeata organizada em homenagem ao Professor Xavier, falecido recentemente (mas não por muito tempo, tenho certeza). Tudo corre bem até que as pessoas presentes são atacadas por um grupo desconhecido. A culpa do atentado recai sobre Magneto e os membros dos “Purifiers”, uma milícia local, aproveitam a situação para prenderem todos os mutantes presentes. É quando os X-Men e a Irmandade se manifestam.

O jogador escolhe um dentre três personagens originais criados especificamente para o jogo. Grant, um universitário imprestável, Adrian, um sujeito ironicamente criado pelos Purifiers para odiar e caçar mutantes e Aimi, uma japonesinha que foi contrabandeada para os Estados Unidos por seus pais, para que não fosse aprisionada em um campo de concentração mutante em sua terra natal.

Após selecionar seu personagem e quais poderes ele terá (falo mais disso daqui a pouco), é preciso atravessar São Francisco, detonando Purifiers, resgatando inocentes e realizando sua própria investigação para descobrir quem é o verdadeiro culpado pelo ataque a passeata. No caminho seu personagem irá se deparar com membros dos X-Men e da Irmandade e terá de escolher a quem irá apoiar. Os discípulos de Xavier querem ajudar a todos que tiverem chance e os de Magneto querem chutar a bunda do planeta para acabar com o preconceito, o que faz todo o sentido do mundo.

Ok, vamos colocar assim, os três personagens principais são tão profundos quanto um pires e a história é mais magra que uma adolescente (paradoxalmente peituda) desenhada por Jim Lee. Não importa quem você escolha como protagonista, o enredo será sempre o mesmo e as decisões tomadas ao longo da partida não farão a menor diferença. A única mudança notável é a qual grupo você estará filiado durante a batalha final, o que muda apenas a última cena do jogo.

Se quisesse ser enrolado com uma saga grandiosa que vai do nada a lugar algum, eu leria “Guerra Civil” ou “Planeta Hulk”. Não preciso desse tipo de coisa nos meus games também.


A apresentação do jogo é pééééééééééssima, os produtores deram-se ao trabalho de fazer deste game o mais feio e ruim de escutar que puderam.

As texturas são feias e mal acabadas, os personagens parecem todos feitos de papel machê, sem carisma algum e recriados com o mínimo possível de detalhes para que o público pudesse apenas reconhecer quem é quem dentre os mutantes.

Digo, é preciso um esforço muito especial por parte do artista para se conseguir deixar a Emma Frost feia.

Os cenários são uma mesmice. Absolutamente todas as fases são locais pós-apocalípticos com prédios demolidos, construções abandonadas e que criam uma sensação constante de que estamos atravessando locais ultra barra pesada. Que eu me lembre, X-Men não se passa em um futuro pós guerra nuclear, o que torna esta escolha de ambientação totalmente equivocada em minha opinião.

Por outro lado, não leio os gibis dos personagens há anos, se neles o mundo decaiu a este nível, eu retiro o que disse a respeito da ambientação. Mas a falta de criatividade em detalhar estes cenários permanece. Existem inúmeros games que se passam em mundos devastados por uma calamidade qualquer e que mesmo assim, conseguem colocar alguma individualidade nas fases, algo em que X-Men Destiny fracassa miseravelmente.

A animação dos personagens não traz absolutamente nada de especial, é genérica na melhor da hipóteses. Os efeitos especiais dos poderes mutantes também são fraquíssimos e mesmo em seus níveis mais avançados, não se tornam vistosos o bastante para demonstrar a evolução de seu personagem.

O audio é lastimável. Os efeitos dos impactos são fracos, os sons que representam os poderes são genéricos e a trilha sonora é insipida e dispensável. A dublagem traz bons atores em alguns papéis, mas na maior parte do tempo, também não se salva.

X-Men Destiny é um daqueles games que aproveitamos melhor se tirarmos o som da televisão e plugarmos um aparelho de MP3 no cérebro. Ou, se conversarmos ao telefone com alguem, pra ajudar a passar o tempo da partida.

Amigo é pra essas coisas.


X-Men Destiny é um Hack N’ Slash, mesmo gênero das consagradas séries Baldur’s Gate e Diablo, ou mesmo da franquia X-Men Legends, lançada para a geração passada de consoles. O problema é não termos aqui absolutamente nada daquilo que tornou estes outros títulos tão memoráveis.

A jogabilidade resume-se a espancar um grupo de inimigos, mover-se para o próximo ponto marcado no mapa, massacrar mais gente e continuar neste ritmo até chegarmos ao chefe da fase. Mesmo o jogo sendo extremamente linear, o progresso pelas fases as vezes é difícil, devido ao horrendo design de cenários que não deixa claro para onde é preciso avançar em seguida.

O combate resume-se a metralhar botões. Sim, existem combos e é possível dar upgrade em seus poderes, mas tudo é tão pouco relevante que sequências de ataques comuns mostram-se igualmente eficazes na maior parte do tempo.

Falando em poderes, é possível escolher entre três tipos de mutação diferentes para seu personagem no começo do jogo. Infelizmente, a diferença entre eles é quase que unicamente visual e no fim não vale a pena jogar três vezes para testar qual deles se adequa mais a seu estilo. Escolha o que achar mais bonito e pronto, é tudo que você precisa.

Não há muita exploração também. Embora seja possível vagar um pouco pelo cenário atrás de itens, os mesmos não possuem grande relevância e logo você se cansará disso, dando preferência a prosseguir pela história de uma vez.

Como dito antes, os X-Men e a Irmandade o abordarão em diversos pontos do game e lhe pedirão por ajuda. Os heróis normalmente querem resgatar inocentes ou acabar com algum perigo que ameaça os mutantes locais, enquanto a Irmandade planeja principalmente causar atentados terroristas. Conforme ajuda uma das facções, você ganha pontos com a mesma, que definem qual será sua filiação ao final da aventura.

O sistema não é muito claro e a menos que ajude um grupo em período integral durante a história, não é muito fácil saber com qual dos dois você estará em melhores termos. A diferença entre as alianças é outra puramente estética, onde a única real mudança são os uniformes que ficam a sua disposição.

Uma única partida do começo ao fim é mais que o suficiente para se ver tudo que este game tem a oferecer. Se tiver saco de terminá-lo, você será um herói maior que o Wolverine.


X-Men Destiny é um título medíocre, que utiliza uma franquia conhecida como forma de vender algumas cópias aos fãs desavisados. O mais triste é que havia um potencial enorme aqui, mas seus produtores não se deram ao trabalho de lapidar este diamante e assim perderam uma oportunidade única.

Caso ainda esteja com o dedo coçando para jogar com Wolverine e os demais Mutantes, baixe o jogo de Arcade pela PSN ou Xbox Live. Vale MUITO MAIS a pena.

Cheers!!!

15 comentários:

Leandro" Leon Belmont" Alves the devil summoner disse...

se eu fosse jogar esse game, ia do lado do Magneto. pelo menos do lado da irmandade não tem as frescuras que o time de Xavier tem.

Toca Skyrim ae Amer!!

Rubens Leite disse...

Ei Amer, sei que você já jogou Red Dead Redemption, mas e a versão zumbi? Undead Nightmare já viu? um amigo me emprestou, e agora tou jogando sem ter jogado o jogo original e cara, É MUITO BOM!!! já joguei todos os resident evil, e apesar de não serem ruins(muito pelo contrario) posso dizer que esse é o MELHOR JOGO DE ZUMBI QUE JÁ JOGUEI!!!

vic666 disse...

Boa saber que o jogo é uma merda, assim a gente pode manter distância.
Ainda bem que você está pronto para nos avisar.

Mas, cara, o Baldur's Gate que tu fala é a versão de console né? Pq a de PC...

Rubens Leite disse...

Amer, tenho pedido muito um review de Chrono Cross, mas é só pra sentir nostalgia mesmo, então falando sério que tal um review de Uncharted (1, 2 ou 3)? se não der para fazer continuo pedindo o Chrono Cross mesmo.

Makoto Bakura disse...

Também tô curioso sobre a opinião a respeito do Sonic Generations...

Pretende fazer uma análise dele?

Thyago disse...

Erm, Amer, acho que você cometeu um equívoco.

Hack 'N Slash é um gênero de ação de jogos estilo Devil May Cry e Bayonetta. Baldur's Gate e Diablo é o estilo Dungeon Crawler.

Emmanuel disse...

AMER!!
Parabéns, pelos seus trabalhos. São ótimos.
Acompanho sempre seus 2 blogs (3 com o finado O Outro) e seu Twitter (apesar de não ter um. curioso, não?).
Enfim... Queria fazer um pedido de review.
Dá pra fazer um de Joe & Mac 2 - Lost in the Tropics?
E como você diria... Thanks, brothaman.

PS: Boas festas. HOORAY!! \o/

Luh França disse...

Amer, cara. O KOF 13 já saiu pra consoles. Quando pretende fazer um reviwew deste?

Já teve algum contato (como vídeos, reviews alheios, jogar partidas, etc)?

Matheus.Teixeira disse...

esse game é uma bomba.. vi muitos reviewse nem cheguei perto desse game.

agora um game que seria épico o review é Skyrim

Rubens Leite disse...

Amer, tenho um vídeo interessante para você, ele mostra como talvez será a reprodução da física nos jogos da próxima geração de consoles. Já que você é um dos poucos que leva jogos a sério que eu conheço, resolvi ti falar. Aqui vai o link.

http://www.youtube.com/watch?v=FIPu9_OGFgc&feature=player_embedded

Rubens Leite disse...

Esqueci de dizer, o vídeo é sem som, mas isso é bom porque dar para saber o quanto a física influencia, basta prestar atenção quando o parafuso se choca com os vidros, você "escuta" cada cada um deles caindo no chão.

Isabela Mendonça disse...

Ei, Amer! Por que você não faz um review sobre the legend of zelda?

Matheus C. Medvedeff disse...

Olá Amer.

Boa resenha. Já sei que devo manter distância desse jogo e jogar o X-Men Destiny.

Gostaria de pedir um review do clássico dos arcades "D&D: Shadow Over Mystara"

Bom 2012!

Igor disse...

Cade voce ameruka? To ficando com abstinencia de posts.

Gabriel // zGABRIELz disse...

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