quarta-feira, 23 de junho de 2010

Crítica do Amer: Quackshot


Semana passada, um movimento foi iniciado nos comentários. A Nanda exigiu um mês da Disney no meu blog original e muitos outros leitores concordaram, querem Disney, Disney e mais Disney.

Ok, vocês pediram e assim o farei: dedicarei um mês inteiro a Disney no blog. Que acham? Gostaram?

Não sei ainda quando o farei, mas prometo que virá antes do Mês das Bruxas. Assim terei tempo de organizar tópicos e decidir qual a melhor maneira de homenagear a empresa do nosso querido anti semita Walt.

Enquanto isso, pra matar a vontade de vocês, escreverei sobre os três melhores games com personagens da empresa lançados para o Mega Drive.

Comecei com o Mickey no artigo anterior, hora de dedicar a mesma atenção a seu segundo melhor amigo, o pato com sérios problemas de controle da raiva e que todos tanto amamos.

... agora fiquei confuso... Donald está abaixo do Pateta na cadeia hierárquica de amigos do Mickey... mas estaria acima do Pluto?

Perguntas e mais perguntas...


Nossa história começa na livraria particular do Tio Patinhas. Donald está passando a tarde lá, revirando os livros, pois o velho é pão duro demais para ter uma conexão de internet.

De repente, Donald encontra um mapa que supostamente leva ao grande tesouro do Rei Garuzia, aquele que um dia foi o regente do grande império dos patos e que deixou enormes riquezas para serem descobertas após sua morte.

Donald afana o mapa de seu tio (pois de outra forma teríamos Duck Tales 3 para o NES), descola um cosplay de Indiana Jones, recruta seus sobrinhos (que de alguma forma, tem licença de pilotos de avião) e começa a viajar pelo mundo, indo de Patópolis ao México, da Transilvânia à Índia e por muitos outros lugares, na tentativa de encontrar o tesouro, ficar podre de riso e poder curtir as coisas boas da vida junto da Margarida.

Sim, porque sabemos que ela não se contenta com qualquer coisa.

Claro, João Bafo de Onça descobre os planos do pato e resolve estragar o dia dele, lhe atrapalhando de todas as maneiras que pode para tomar o tesouro para si. E lá vai nosso herói, através de velhos castelos e belos duelos, enfrentar perigos inimagináveis para conseguir uma graninha extra.

E podemos ter certeza de uma coisa: mesmo uma aventura grandiosa dessas não é o suficiente para fazer Donald vestir um par de calças.


Os gráficos são maravilhosos, alguns dos mais bonitos já vistos no console da Sega.


Novamente, saturação é a chave. As cores são muito fortes e vivas, e passam aquele indelével ar de “desenho animado” que é tão necessário para definir a identidade do game.

Os cenários são bastante variados e seguem clichês clássicos: o México é representado por um deserto que leva a uma pirâmide Maia, a Transilvânia é uma floresta sombria que leva ao castelo de Drácula, a Índia nos permite conhecer um Marajá e por aí vai.

Que fique claro que mesmo usando clichês para representar tais locações, nada é ofensivo. Tudo foi criado com bastante inocência, como um desenho animado deve ser.

Os personagens são muito bem feitos, chefes como Drácula ou o próprio duelo final com o Bafo de Onça são impressionantes até hoje. Embora nem todos os vilões sejam muito expressivos, Donald mais do que compensa por isso, com caras bocas e chiliques diferentes para cada vez que é atacado, usa um equipamento ou olha feio para o jogador.

Sim, como se você pudesse escapar da raiva do Donald! Esse pato precisa de muita terapia, eu juro!
O som é igualmente excelente. As armas e equipamentos de Donald, assim como os inimigos, geram efeitos sonoros bastante diferentes e divertidos. Nada de cunho realista, o que é um alívio considerando a temática deste game.

O ponto onde o áudio se destaca mesmo é na trilha sonora, com temas gostosos que não apenas complementam a ação, como também alegram quem estiver jogando. Não é difícil se pegar cantarolando os diversos temas deste game após desligá-lo.

Eu sempre canto o tema da fase do México quando estou no banho, não duvido que vocês façam diferente.


A jogabilidade é Side Scroller clássica, mas que envolve uma pitada de exploração e revisitações para se prosseguir na história. Normalmente, você só pode avançar até a metade de uma fase, então é preciso jogar outra etapa para conseguir a arma ou item necessário para o progresso no estágio anterior.


Por exemplo, assim que terminar a primeira parte de Patópolis, encontrará uma parede intransponível, que só pode ser escalada com a arma que dispara desentupidores vermelhos. Para consegui-la, é preciso viajar ao México e encontrar o Pateta, mas ele está no interior de uma pirâmide, que só pode ser aberta com a chave adquirida ao se falar com outro personagem.

As fases são curtas e cada uma pode ser jogada do começo ao fim em dez minutos ou pouco mais. Desta forma, as idas e voltas por cenários não se tornam cansativas, especialmente porque ao voltar a uma fase não é preciso jogá-la inteira mais uma vez, graças a um conveniente Checkpoint que fica marcado nela quando cruzar uma determinada ponto.

Para se defender, Donald conta com um arsenal pequeno, mas bastante eficiente. Existe a já mencionada arma de desentupidores, que pode ser evoluída ao longo do game e ganha novas funções conforme isto acontece, a arma de pipoca, com um tiro que espalha ao estilo de uma espingarda e a arma de chiclete, que dispara bolhas lentas, mas bastante destrutivas.

Inimigos comuns podem ser paralisados com a arma de desentupidores, mas só podem ser efetivamente eliminados com os outros equipamentos. Embora haja bastante munição pelas fases, Donald não pode carregar muitos projéteis extras, então é sábio não desperdiçar tiros mundanamente e guardar seus tiros especiais para os chefes.

As fases possuem um design competente e divertido. A primeira etapa de cada uma normalmente é linear, tudo que o jogador precisa fazer é evitar os inimigos, recolher os itens pelo caminho, saltar abismos e tentar sobreviver até o fim dela. As demais etapas muitas vezes consistem de pequenos labirintos, fáceis de se navegar, mas mesmo assim intrigantes e cheios de obstáculos. Em alguns momentos, o caminho a ser seguido não está marcado de forma clara e é preciso prestar atenção ao cenário para descobrir qual o próximo passo a ser tomado. Não há momentos que o façam genuinamente empacar e alguns minutos de raciocínio são mais que o suficiente para resolver estes problemas.

Donald começa cada fase com cerca de 75% de sua energia, se quiser completá-la, é preciso encontrar sorvetes e frangos ao longo da fase, que podem ser adquiridos ao se alvejar os inimigos que carregam bolsas. Diga-se de passagem, nosso querido pato possui um dos maiores medidores de energia já vistos em um game, o que o torna um bocado duro de matar e combina bastante com sua personalidade cabeça dura que não desiste nunca, nem diante do Armageddon.

Os controles são bastante precisos e por mais improvável que seja, Donald é bastante ágil. Sempre que cair em um abismo, for atingido por um inimigo, ou de qualquer outra forma perder uma vida, pode ter certeza que a falha foi sua, não do game.

Um último detalhe interessante é que Donald possui um medidor de humor. Se comer a quantidade de pimentas necessárias, nosso herói emplumado tem um ataque neurastênico e sai correndo pelo cenário grasnando e matando tudo e todos que encontrar pelo seu caminho. É uma habilidade que dura pouco tempo, mas é extremamente útil para se limpar telas com muitos inimigos.

Quem diria que bipolaridade poderia ser tão útil?


Quackshot é um dos melhores Side Scrollers do Mega Drive... correção... um dos melhores Side Scrollers de todos os tempos.


Mesmo hoje, a simplicidade da ação e o desafio para se encontrar os itens necessários ao progresso são equilibrados com perfeição e fazem esta uma aventura muito difícil de se largar uma vez que for começada.

O carisma sociopata de Donald também ajuda muito, claro. Foi o que o deixou famoso nos últimos 80 anos... isso e suas táticas abusivas de se criar os sobrinhos apropriadamente.

Como aqueles meninos não se tornaram estupradores homicidas é algo que eu nunca vou entender.

Muito bem, falei das aventuras solo de Mickey e Donald. Está na hora de escrever sobre a vez que uniram seus poderes para enfrentar um mal soberano e chocolatante... mas isso fica para a semana que vem...

ALAKAZAM!!!

Cheers!!!

23 comentários:

Max disse...

nossa eh a primeira vez que sou o primeiro a comentar em algo do amer :O

esse jogo é super divertido e é facinho mesmo; o final dele é excelente também.. bem a cara da disney ^^

Bia Chun-li disse...

Nossa... Me fez lembrar dos meus tempos de criança. Ótimo game! xD

E eu pensava que era a única a cantarolar a musiquinha da fase do México... xD

Max disse...

a dona do blog da chun li :O
legal \o/

ahh amer vc nem vai falar de mickey mania neh..

aquele que tem várias historinhas da vida do mickey..

Johnny Von Arthoneceron disse...

Cara, e eu pensando que você iria falar sobre The Magical Quest Starring Mickey Mouse... os três títulos (inclusive o terceiro, que eu joguei pirata e em japonês na época) foram os mais legais que eu já joguei em toda a minha vida.

Thyago disse...

Wow, com certeza, é um dos melhores jogos que já tivemos a honra de jogar.
Sim, existem games que chega à esta categoria.

E foi só você falar na música do México que eu comecei a cantarolar ela, e agora não sai mais da minha cabeça. Vou procurá-la pra usar como toque de celular XD.

Aliás, quer saber? Vou procurar ele pra jogar no meu emulador e quando comprar meu wii, vou comprar ele pelo Virtual COnsole (que é uma das maiores vantagens do Wii, ter tudo quanto é game das antigas disponivel online).

E acho que já sei que game você irá falar semana que vem :P

Fabricio disse...

Cara, que nostalgia....muito bom esse jogo....

Tes-Hahn disse...

Muita nostalgia!!! Eu tinha ele, jogava direto! Deu até vontade, acho q vou jogar ele agora no emulador...

evil monkey disse...

jogos que definiram a minha infância, Crazy taxi, grim fandango e esse.

Agora se você fizer o review de grim fandango eu de dou os 5% da minha alma que ainda me restam (longa história).

E até que em fim um pedido de review meu foi atendido (sim, eu sei que você tecnicamente não "atendeu" o meu pedido, mas eu pedi e dez anos depois você faz um review).

Agora se me dão licença eu vou chorar de tanta nostalgia.

Nanda disse...

Alakazam!! \o/

Adorei Halley!! Lagrimas de emoção novamente!
Muito legal, muito mesmo!!
Como disse a Bia Chun-Li, voltei a ser criança! hehehe!

Beijao!!

Scariel disse...

Outro clássico que eu não joguei...
Mas vou consertar esse erro agora mesmo!

Lance Sonovavish disse...

Nunca passei da 9 fase, ou da India...

Lembro que tinha um tigre e fogueiras cuspindo bolas de fogo...

cara...ele também foi a primeira capa da minha primeira revista de video game...


Buaaaaa quer voltar ao passado.

Frodo disse...

Nossa, como eu adorava esse jogo! ele é meu segundo jogo favorito da disney (só perde para goof troop, que por sinal eu iria adorar ver um review =p )

abraços!

evil monkey disse...

FRODO, QUANTO TEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEMPO!!!!!!! Dá uma passana lá no meu blog um dia desses!(carente de comentários?! EU?! imagina...)

Pois é, um review de goof troop seria dez (apesar de eu ainda ficar com grim fandango).

Se bem que bastaria dizer: é idêntico a legend of zelda para snes, mas com o pateta e sem uma fada escrota pra te encher o saco.

Matuck disse...

Que venha World of Illusion, então. Joguei também a rom alpha desse jogo, antes da versão definitiva, que circulou nos becos sombrios das locadoras da década de 90.

Era interessante jogar fases exclusivas do Mickey com o Donald e vice versa, em modo debug. Outro grande jogo. Assim como foram Alladim e Fantasia, ficando somente no Mega Drive. O Alladim do SNes era meia boca.

Questão disse...

Um pato, que come frangos.

Donald traiu o movimento das aves, véio.

Eu joguei isso viciadamente quando era moleque... nossa, foi um dos primeiros games que eu tinha no Mega Drive. \o/

AH!

Eu sei que você já tá com os assuntos pros próximos posts engatilhados, mas tem como fazer uns sobre Zelda depois?

Rodrigo disse...

Este comentário foi removido pelo autor.

Rodrigo disse...

Oh My God! Amer me diga que você vai falar sobre o jogo que eu joguei incansavelmente no meu Super Nintendo! Caramba era um jogo que eu nunca soube o nome, mas que eu adorava! Jogava com meus irmãos, com meu tio, com a minha mãe! Eu lembro que o jogo tinha o Mickey e o Donald juntos e eles trocavam de roupas para ganhar poderes diferentes que podiam ajudar ou atrapalhar dependendo da parte do jogo... Eu jogava com o Donald só pra chegar na fase do deserto e pegar a roupa magica dele que transformava ele em um gênio com uma lampada Mágica!

PS: Reparem na hora, sim é insonia...

Felipe disse...

Cara esse jogo eu terminei semana passada!!!!
Muito bom mesmo ele!!!!!

Marcel disse...

Eu infelizmente não cheguei a jogar este game, mas tenho várias lembranças dele justamente por vê-lo naquele programa de games que o Gugu apresentava no inicio dos anos 90, o Play Game =DD

Henrique disse...

Um dos jogos que tinha do MEGA, além do Quackshot, era o Fantasia, jogo solo do mickey. Um dos mais legais e com a melhor trilha da época. Pena q SEGA nunca fez um remake dele, é um jogo que vale muito à pena.

Johnny Von Arthoneceron disse...

@Rodrigo

The Magical Quest 3 Starring Mickey and Donald.

Teve mais alguns, o The Magical Quest Starring Mickey Mouse (o primeirão) e The Magical Quest 2 Starring Mickey and Minnie.

Parece que o Amer vai se focar apenas nos games do Mega.

Blog do Pingua disse...

Sem dúvidas Amer esse era um baita jogo, lembro eu moleque jogando esse jogo bons tempos em que a Disney fazia bons jogos...

Castle of Illusion, Quackshot, World of Illusion, Timeless Adventures of Mickey Mouse, enfim

Espero que Epic Mickey faça o camundongo renascer

Franci23 disse...

Como comentei no outro jogo estou jogando bastante esse jogo pois a minha mulher viciou nele e eu só fico ajudando ela quando trava em alguma parte.