sábado, 6 de junho de 2009

Crítica do Amer: Terminator Salvation


Este fim de semana, o filme "O Exterminador do Futuro: A Salvação" estreou nos cinemas Brasileiros.

A opinião sobre este filme está razoavelmente dividia. Há aqueles que o consideram um bom filme de ação e nada mais, aqueles que o consideram uma bobagem sem tamanho e uma continuação indigna da série e há dúzias de pessoas que sequer assistiram mas estão malhando sem fim porque... bem, é um filme com explosões ao invés de Woody Allen falando.

Ainda não assisti o filme e não posso falar nada, mas acredito que as pessoas estão cada vez mais chatas no tocante a cinema e esperam a segunda vinda de Jesus de absolutamente todo filme de alto orçamento que é lançado.

Mas não estou aqui pra debater o filme e sim falar sobre o game.

Todos sabemos que games produzidos para acompanhar o lançamento de filmes acabam sendo uma tragédia. O produto final é corrido e nunca fica satisfatório, mas mesmo assim, milhares de pessoas compram o dito game simplesmente por hype ou porque não leram nenhuma crítica a respeito.

Terminator Salvation parecia quebrar esse estigma, pois todos os trailers mostraram um game que seguia a fórmula de ação de Gears of War: ande, ande, ande, atire, atire, atire, se esconda, se esconda, se esconda e então jogue granadas.

Funcionou muito bem pra Marcus Fenix, mas será que funcionaria para John Connor?

É o que vamos descobrir.


A história se passa após o Julgamento Final (você sabe o que é isso, não? Senão, assista Exterminador do Futuro 2, seu sacripanta!) e a guerra entre humanos e máquinas já acontece há algum tempo.


Aqui, um grupo de soldados da resistência humana acaba ficando presa atrás das linhas inimigas e John Connor é o único humano com culhões para voltar e salvar os colegas. Nosso herói precisa andar um longo caminho infestado de máquinas assassinas para encontrar e salvar os soldados perdidos.

Aos poucos, ele conhece outras pessoas que também estão lutando contra as máquinas e dá seus primeiros passos para se tornar o grande líder que estava predestinado a ser.

Ou seja, a história deste game se passa antes da do filme. Aqui, John Connor não é o comandante da resistência, mas sim um mero soldado e acompanhamos seu amadurecimento e a esperança que ele passou a dar para a humanidade durante a guerra.

É interessante ver que os produtores resolveram trilhar este caminho ao invés de copiar e colar a história do filme no game. Não chega a ser um Persona 4, mas já tem um pouco mais de enredo que Gears of War, o que sempre acaba sendo um ponto positivo.

E também não tem o excesso de testosterona que beira ao ridículo de Gears of War, mas se isso é um ponto positivo ou não, depende do quanto você gosta de ver machos de queixo quadrado na tela falando como se estivessem arrotando constantemente.


Tecnicamente falando, o jogo não é nenhum primor.


Os gráficos são competentes, mas tremendamente simples. Os personagens não possuem texturas muito detalhadas e acabam com um visual que poderia ter sido feito pelo Xbox original.

A animação dos personagens é boa, mas quando os Terminators aparecem, a coisa muda. Os esquletões de metal tem uma movimentação meio dura e parecem bonecões andando pela tela. Claro, talvez os animadores tenham tentado criar a animação deles de modo que parecesse a movimentação do Terminator o primeiro filme. Mas isso é só pensamento positivo da minha parte, duvido muito seja a verdadeira razão.

Os cenários também não trazem muitos atrativos. São bons, mas é difícil fazer um bom julgamento quando absolutamente tudo está devastado e parece igual.

O som faz um bom serviço. O áudio é bastante competente no que diz respeito a efeitos sonoros e todas as explosões, tiros e veículos rodando fazem o exato som que deveriam.

As vozes dos personagens foram bem escolhidas. Não temos uma atuação estelar da parte dos dubladores e nenhum deles consegue passar emoção como Edward Furlong o fez em Exterminador do Futuro 2, mas os personagens conseguem carregar o roteiro de forma satisfatória.

Aliás, nenhum ator do filme dá as caras para dublar sua contraparte aqui e de fato, nenhum dos personagens parece com o ator que o representa no filme. John Connor só não é mais diferente de Christian Bale porque o jogo não é maior. Ele parece um ator genérico de sitcom do canal Warner, daqueles cuja série é cancelada após meia temporada.

Ainda não é desta vez que poderemos jogar com o Batman pra meter bala em Terminators.


Mas o que importa mesmo é a ação! E o que podemos dizer sobre ela?


Bom, é repetitiva.

Ao extremo.

Tudo que se faz é correr de um lugar para o outro e mandar bala nas máquinas que aparecem. Vez ou outra é possível atirar da garupa de um veículo, mas esta é a única variação existente. O problema é que apesar da jogabilidade ser inspirada em Gears of War, Terminator: Salvation não consegue ter nem um terço da adrenalina do jogo de Marcus Fenix.

A ação se desenrola lentamente, o jogador caminha um pedação de cenário sem enfrentar nenhum inimigo, de repente chega em um local onde é preciso derrubar uma dúzia de máquinas para poder prosseguir. Então, se avança por mais um trecho sem absolutamente nada até chegar em um outro local em que é preciso encarar uma tropa de máquinas para se avançar.

Não é frenético, você não fica olhando para todos os lados para ver de onde brotam inimigos e o jogo não injeta adrenalina alguma no jogador. De fato, comecei a cair no sono com o controle na mão em alguns momentos.

Sem brincadeira, isso acontece as vezes. A última foi com Avatar: The Burning Earth, com esse eu dormi gostoso.

Mas então você pensa: "pelo menos os combates com os Terminators compensam estes longos trechos sem nada na tela, certo?"

Errado!

Os produtores tiveram a idéia de gerico de fazer os Terminators terrivelmente resistentes, é preciso gastar mais da metade da sua munição com cada um para derrubá-los.

"Ora, mas nos filmes eles são duros de matar também! Pelo menos isso deixa o game realista!"

Pode ser, mas o problema não é a resistência e sim o fato que é preciso alvejar um ponto específico deles para causar dano.

Por exemplo, ao enfrentar os robôs aranha, é preciso atingir nas costas deles. Para isso, você tem de se esconder pelo cenário e esperar que o bicho comece a atirar em seus amigos, para então se aproximar dele por trás e mandar bala.

O problema é que as vezes seus companheiros simplesmente não atiram no maldito e você passa sete minutos escondido e tomando bala do robô esperando por uma abertura para atacar.

Quando se enfrenta os Terminators propriamente ditos, a coisa fica ainda pior. O único ponto vulnerável dos bichos é o peito e para atingi-los, é preciso ficar bem em frente a eles.

Nunca é uma boa coisa a se fazer quando seu inimigo tem uma metralhadora giratória.

E o saco é, somente as partes mencionadas são vulneráveis. A menos que você use um lança granadas ou lança mísseis, atirar em qualquer lugar que não seja o ponto fraco simplesmente o faz desperdiçar munição.

Por fim, Terminator: Salvation é ridiculamente curto. É possível terminá-lo em três ou quatro horas.

Ou seja, diversão garantida por uma tarde. Depois você vai ter de sair de casa e brincar como as outras crianças saudáveis.


Talvez eu esteja sendo meio duro com o game, pois ele existe apenas para ser vendido pelo hype gerado por causa do filme, mas Terminator: Salvation poderia ter sido muito mais.


Não é o pior game baseado em um filme que já foi feito, mas é triste ver que as produtoras ainda usam mal licensas poderosas como a do Exterminador do futuro e que bons games baseados na franquia se tornam uma possibilidade cada vez mais distante.

Pelo menos, temos Terminator para o Sega CD e Terminator 3: The Redemption para os consoles da geração passada.

Um dia falo deles aqui.

Um dia.

...

I'll be back!

...

É.

Cheers!!!

8 comentários:

ChuckNoia disse...

LOL first post

Bem, eu ja tinha as minhas duvidas a esse jogo

alendomas, por não ter um 360 pra comprar genericos (ou um PC decente) nunca iria pagar 120-250 reais nesse jogo

Guilherme disse...

Todos sabemos que FILMES produzidos para acompanhar o lançamento de filmes acabam sendo uma tragédia.

Tem um probleminha de coerencia ai,corrige ai hammer =D

Allan Arauto disse...

"Depende do quanto você gosta de ver machos de queixo quadrado na tela falando como se estivessem arrotando constantemente."


Bem, até que isso seria assaz em um jogo estrela pelo "Dark Knight" Bale! Isto é, se fosse realmente o ator...

Scariel disse...

Tá ai um jogo que não vai pra minha lista PS3/Xbox360.
4 horas de jogo é muito pouco.Mas já que o Amer disse que dá pra dormir jogando isso talvez seja até muito.
Jogando Persona 3 eu fiz mais 130 horas, e achei que poderia ter um pouco mais de jogo.
Ótimo review Amer!

Bruno disse...

Ai Amer, você já pensou em fazer previews também?

UnderHell86 disse...

Muito bom ler esse review logo depois do especial Terminator do AVGN, hehe!

Como você disse, sempre teremos temos Terminator e Terminator 3: The Redemption =]!

Thyago disse...

Amer, você conseguiu terminar este post?
ENTÃO VOCÊ É DA RESISTÊNCIA!
Quem assistiu o filme entendeu XD

Zé Abrão disse...

hey Amer, queria que você postasse mais sobre o xbox 360 aqui, os jogos antigos são legais, só que você empolga e fica muito tempo sem falar da geração atual, você podia pelo menos revezar, um antigo e um novo, coisas assim. Falando nisso, queri saber o que você achou de Halo 3 - como fazer uma postagem de Gears of War e não fazer uma de Halo? - além de todos os outros que você achar que merecem uma postagem.