sábado, 14 de fevereiro de 2009

Crítica do Amer: Tomb Raider Legend


Vou ser muito sincero agora e admitir que nunca fui fã de Tomb Raider.

Claro, joguei o game original quando saiu, morri dezenas de vezes até aprender a saltar direito e como todos os habitantes do planeta fizeram, encostei a Lara na parede e girei a câmera para obter um close de seus magumbos.

Mas a verdade é que o jogo não me conquistou.

Era bastante difícil saltar os abismos, os momentos de combate eram estressantes pois não importa o que fizessemos, Lara não tinha agilidade o suficiente para esquivar dos inimigos e sempre teria recebido um dano absurdo ao final dos conflitos e os puzzles dos cenários eram muito pouco criativos.

Reconheço que o Tomb Raider original foi um experimento de uma era em que a transição de 2D para 3D ainda estava acontecendo e por isso merece elogios pelo que conseguiu.

Suas continuações no entanto evoluiram muito pouco. Simplesmente melhoravam os gráficos e davam novas armas para a senhorita Croft, fazendo muito pouco pela jogabilidade, o que acabou estagnando a série.

Isso fez com que eu me afastasse da série e não guardasse nenhum tipo de afeto pela exploradora Britânica favorita do mundo dos games. De fato, nem assisti aos filmes e olha que eles estrelam Angelina Jolie, atriz pelo qual sou irremediavelmente apaixonado.

Enfim, me mantive longe da série por anos, até que Tomb Raider Legend foi lançado. Mesmo sabendo que ele havia sido melhorado em diversos aspectos, relutei um bocado até finalmente jogá-lo.

Mas quando o fiz, gostei muito do que ví.

Vamos por partes então.


Logicamente, a heroína do jogo é Lara Croft, que desta vez tem uma missão um pouco mais importante do que simplesmente viajar até um país, matar todos os nativos e roubar o tesouro milenar que encontrar por lá.


Aqui ficamos sabendo que quando era criança, Lara esteve em um acidente de avião no Himalaia com sua mãe, de onde as duas emergiram como as únicas sobreviventes.

Após buscar abrigo em um templo, nossa mini-Lara encontrou um artefato dentro do lugar e já demonstrando total despreocupação com seu bem estar e o dos outros, tocou no negócio, o que acabou fazendo sua mãe ser desintegrada para salvar sua vida.

Anos depois e já adulta (e sem nos explicar como raios ela voltou viva do Himalaia aos nove anos) Lara viaja para a Bolívia após receber informações de que poderia encontrar um artefato similar ao que matou sua mãe por lá.

Em busca de respostas para as dúvidas que a atormentavam desde antes da puberdade, Lara viaja o mundo e faz aquilo em que é melhor: dilapida um sítio arqueológico atrás do outro, reencontrando rostos de seu passado e descobrindo verdades por trás da lenda do Rei Arthur.

Sim! Arthur dos Bretões!

Como eu disse antes, nunca fui muito fã da série e outro fator para isso foi que os enredos nunca davam uma motivação maior do que "encontre os tesouros e mate tudoq ue se mexer" que parecia motivar nossa heroína.

Embora Tomb Raider Legend não tenha sido escrito por Stephen King ou Alan Moore, sua história se desenrola de forma bastante satisfatória e prende a atenção do jogador, que fica intrigado para saber qual será o próximo passo de Lara.

E diga-se de passagem, apesar de não serem um acréscimo exclusivo desta versão, a equipe de assistentes de Lara torna toda a aventura da garota um pouco mais plausível. É meio difícil engolir que uma pessoa sozinha consiga entrar em tumbas sagradas nunca antes desbravadas e saia ilesa sem assistência alguma.

Até Indiana Jones tinha assistentes e Indiana é O CARA!

Sem contar que as conversas entre Lara e sua equipe são bastante divertidas de acompanhar.


No campo visual, TRL mostra um avanço muito necessário no visual: Lara finalmente recebeu um modelo que se assemelha a um ser humano. Na era do PsOne, Lara tinha seios gigantescos, cintura de vespa e uma bunda que só podia ter sido imaginada por algum rapper americano safado.


Embora tenha tido apelo na época de seu lançamento (Tomb Raider I só foi um sucesso por causa do par de peitos enormes que estampavam a capa) ninguém tem catorze anos para sempre, e já estava mais do que na hora de reformularem o visual de Lara.

A personagem está mais atlética e muito mais bonita. Embora ainda seja curvilínea, ela não tem mais seios que valham por 70% de seu peso corporal, nem aquela cintura que parecia um graveto.

Não apenas isso, mas reformularam seu rosto também. Lara é agora realmente carismática, diferente de ants, onde todas as suas emoções eram transmitidas via uma levantaa de sobrancelha igual à de Dwayne "the Rock" Johnson. E finalmente ela não tem mais aquela testa enorme onde ra possível se projetar um filme.

Felizmente, não mudaram seus lábios carnudos, que são em minha humilde opinião, o fator mais sexy da personagem.

Os cenários são bastante bem construídos. Embora não sejam fotorealistas, são bastante competentes e passam com bastante precisão o ambiente onde a aventura se passa.

O melhor de tudo é que eles são bastante variados e não se limitam apenas a cavernas e locais inóspitos, há locações como um acampamento militar na Sibéria e arranha-céus em Tokyo, o que gera um grande frescor de uma fase para outra e impede que o jogo se torne cansativo.

O som é muito bem trabalhado, os efeitos sonoros correspondem bem a aquilo que querem representar, seja veículos, explosões, desmoronamentos ou tiroteios. A trilha sonora não é memorável, mas é boa, casando bem com a ação do jogo.

O melhor aspecto do áudio, disparado é sua dublagem.

Keeley Hawles está perfeita como Lara Croft, dando a ela uma personalidade forte, mas ao mesmo tempo simpática e bem humorada. O resto do elenco foi igualmente bem selecionado e faz brilhar diálogos que nas mãos de dubladores menos experientes, poderiam ter ficado incrivelmente insossos.

Mas a melhoria que faz o título brilhar é sem dúvida sua jogabilidade.


Pra começo de conversa, não existem mais saltos que desafiam as leis da física.


Uma das (infelizes) características da franquia na era PsOne eram os saltos quilométricos que necessitavam uma precisão cirúrgica para serem executados.

Você se lembra deles e do quanto lhe fizeram blasfemar, admita. Naqueles tempos, 85% da ação de Tomb Raider consistia de saltar por abismos.

Claro, Lara ainda dá seus pulinhos em TRL, mas não existe mais a necessidade de cálculos matemáticos para se decidir onde e quando é o momento de apertar o botão de pulo. Ao saltar de um lugar para o outro, há uma grande chance de Lara se agarrar às beiradas e evitar uma morte estúpida.

Mesmo que se erre o salto, Lara não cai imediatamente e se segura por uma das mãos, o jogador então deve ser rápido e apertar o botão para que ela se apoie com a outra, o que é um elemento que obriga o jogador a ficar atento, mas não o pune por erros mínimos.

Claro, a jogabilidade ainda se baseia em tentativa e erro, mas não é algo massivo como no passado. Na maior parte das vezes, isto se aplica na sua tentativa de descobrir qual a melhor maneira de avançar através dos obstáculos e uma vez feito isso, o avanço pela fase se torna bastante simples.

Os combates também foram bastante melhorados. Antigamente, bastava se encontrar com um tigre ou velociraptor (inimigos comuns, veja você) que Lara teria perdido um bocado de sua energia ao final do confronto, simplesmente por não ser ágil o bastante para evitar os ataques da fauna local.

Nossa exploradora não apenas tem uma mobilidade bem maior, mas também pode usar os cenários para obter vantagens. É possível se esconder atrás de pilares para evitar ataques dos inimigos, ou explodir tanques de gasolina para eliminar grupos inteiros deles.

E vez ou outra, você subir em uma caminhonete ou plataforma com uma metralhadora de grosso calibre e reproduzir aquela cena de Rambo IV onde o herói literalmente faz o exército da Birmânia em pedaços.

No quesito armamento, Lara pode usar suas boas e velhas pistolas com munição infinita (provavelmente compradas no mesmo lugar onde Dante descolou as dele) ou rifles automáticos, granadas ou a amada calibre 12.

Mas o melhor acréscimo ao equipamento de Lara foi sem dúvida seu gancho.

Embora não possa ser usado em combate, o gancho será seu apetrecho mais útil ao longo do jogo, lhe ajudando a puxar coisas que estão em locais perigosos, mexer com objetos eletrificados ou mesmo resolver puzzles.

E diga-se de passagem, os puzzles de Tomb Raider Legend são muito inteligentes. Ainda seguem o princípio de "arraste isso e encaixe naquilo", mas os meios para se alcançar o objeto que deve ser ativado variam a cada vez, o que exige raciocínio por parte do jogador.

E quando se cansar de passear por tumbas e matar a vida selvagem local, sempre existem as etapas motorizadas, onde Lara corre de moto e atira em tudo e todos que aparecem em seu caminho.

Este game vai lhe fazer acreditar que uma socialite Inglesa pode explodir furgões com meia dúzia de tiros, eu garanto!


Muito bem, pare de olhar pro decote da moça e preste atenção em mim por um instante. Isso, assim mesmo.


Tomb Raider Legend conseguiu aquilo que muitas pessoas, eu incluso, julgavam impossivel: revitalizar a bastante desgastada saga de Lara Croft.

Com uma boa história, jogabilidade muito refinada e visuais bastante melhorados, TRL se tornou o primeiro game de Lara Croft em anos que merece fazer parte de qualquer coleção.

Quem sabe agora eu não assisto os filmes? Angelina Jolie nunca é demais!

Cheers!!!

10 comentários:

Bruno disse...

Cara eu amo Tomb Raider.

Só joguei um título da serie (TR: Anniversary, joguei até zerar) mas mesmo assim, eu sou mó fã da garota.

Me lembro que no começo desse TR você tem que fazer uma especie de gangorra, você coloca uma caixa num lado da gangorra, aí depois você pula no outro lado.

Esses puzlles são demais.

Thyago disse...

Joguei o Anniversary e o Legends tb, e gostei mais do Legends. Agora parece que o Underwold, que é o mais novo, nao está muito bom :T

Tony Maclaod disse...

Parabens, Amer. acertou de novo!
Amo tomb raider desde o ps1, mas tenho que admitir que consegui zerar apenas o segundo titulo pois o primeiro era dificil demais.
hoje sou fanatico por tombraider legend e o remake de tomb raider 1.
ambos são jogos fantasticos

Frodo Dylon disse...

Esse foi o único jogo da série que eu consegui jogar sem ter a incrível vontade de tacar o controle na parede! E o único que eu fiz final.

Esse jogo realmente vale dar uma olhada!

Fernando disse...

eu tinha um tomb raider do psone, era muito foda, muito foda mesmo xD
­
otimo artigo
­
e só um detalhe, esse gancho nao seria um hookshot ?
hookshot sempre faz sucesso nos games xD

Marcelo disse...

Cara, eu também nunca consegui me interessar por Tomb Raider... minha última tentativa foi o Underworld do 360... mas parece que vai ser frutrada também... porque joguei um pouco e não consigo gostar... nem revitalizada me ajudou...

Avalanche(Lance) disse...

Amer...se vc gosta da Anjolie não assista os filmes.

David disse...

Eu nunca gostei de Tomb Rider.
Nunca me chamou atenção, talvez esse eu jogaria pois deu a impressão q melhorou muita coisa q não me agradava.
O filme é um lixo, pelo menos o 1º.
Nem a Angelina conseguiu melhorar o filme.
abraços

Gabryella Oliveira disse...

Este comentário foi removido pelo autor.

Gabryella Oliveira disse...

Este comentário foi removido pelo autor.