Crítica do Amer: Forza Motorsport 3

Vou confessar algo para vocês: eu nunca aprendi a ler nem escrever!!!

...

Tá bom, isso é mentira. A verdade é que eu sou um tremendo bração para jogos de corrida.

De fato, os únicos games de corrida que sei jogar são F-Zero, Super Mario Kart (que são tão simples que crianças e apresentadoras da Rede TV podem jogar), Top Gear (porque um amigo me ensinou) e Gran Turismo (porque outro amigo me ensinou).

Em tudo mais, causo tantos acidentes que faço o Rubinho parecer um bom piloto.

Desta forma, minha experiência com a série Forza Motorsport sempre foi trágica. Tanto no primeiro quanto no segundo, não consigo completar sequer a primeira corrida do jogo. Aquela desenvolvida com a meta de separar as pessoas com coordenação motora dos orangotangos com luvas de boxe.

Eu me encaixo na segunda categoria.

Ou melhor, me encaixava.

Finalmente, a série Forza Motorsport se tornou simples o bastante para os ineptos como eu, que entram em pânico assim que são colocados diante de um volante.

E antes que alguém pergunte, não, eu não tenho carteira de motorista.

Hãããããã, bem... quem lê meus reviews sabe que costumo dedicar esta etapa do texto a explicar a história do game avaliado.

Obviamente, Forza Motorsport 3 não tem história, enredo nem nada parecido. Claro, você pode inventar um roteiro caso isso faça falta.

Por exemplo, seu personagem se chama “Speedy McLovin” (todos adoram Superbad, nem adianta fingir que não) e é um piloto de corridas, astronauta e ator pornô profissional. Durante as filmagens de 69 quilômetros por hora no Espaço Sideral, ele descobriu um complô interplanetário entre Klingons e a Xuxa para dominar o mundo e somente derrotando os invasores em corridas, ele pode impedi-los de acarretar os fundos necessários para seu plano nefasto.

E... é... pois é...

Que foi? Gears of War tinha uma história muito menos detalhada que essa e todo mundo paga um pau! Não sabem reconhecer talento quando vêem?

Bando de parasitas!!!

Na parte técnica, Forza Motorsport 3 é um assombro.

Os gráficos são fantásticos, com efeitos de luz e sombra extremamente impressionantes. O cenário é refletido em tempo real na lataria dos carros, há diversos tipos de pinturas, desde tintas foscas e metálicas até tintas especiais.

Os modelos de carros são perfeitamente reproduzidos em seus mínimos detalhes, desde carros caríssimos com os quais apenas podemos sonhar, até aquelas velharias que ganhamos de nossos pais como primeiro carro. De fato, um conhecedor e admirador de carros pode passar horas apenas no modo de visualização dos veículos, admirando os modelos e todo o cuidado que foi aplicado neles, por dentro e por fora.

Sim, os carros possuem um painel interno agora, com volante, console e tudo que se tem direito. Quando escolher a “visão em primeira pessoa” (por falta de um termo melhor), não existe mais apenas a opção de enxergar a pista como se fosse o carro.

Para quem não gosta de fingir que está correndo como um Transformer, é uma ótima notícia.

Os cenários são extremamente bem feitos também e tudo roda em um excelente frame rate de 60 FPS, sem lentidão ou quebra de quadros. É bastante impressionante ver o apuro técnico do game.

O som é muito bem trabalhado também. Cada carro possui um ronco único do motor, que serve como um bom indicador de sua potência e velocidade total. Alguém que jogue com um Home Theater pode enlouquecer com a barulhada de todos os carros que participam da corrida.

A música, como acontece em games do gênero simulação, é inexpressiva na maior parte do tempo. Não prejudica, mas em momento algum consegue chamar a atenção.

Mas até aí, você pode sempre ouvir algum CD que tenha gravado no HD do seu X360. Eu fiquei ouvindo a trilha sonora de Transformers: O Filme.

O de 1986.

E provavelmente farei mais uma referência a Transformers antes do fim do texto.

A jogabilidade deu um avanço ainda maior do que o esperado.

Normalmente, games de corrida no estilo simulação são bastante impiedosos com jogadores novatos. Sua jogabilidade é desenhada tendo em mente aqueles que já possuem experiência com o gênero e que facilmente se acostumarão as sutis mudanças que acompanham as continuações.

Diga-se de passagem, isto não é um comportamento exclusivo de games de corrida, mas de qualquer gênero esportivo. Qualquer game da série FIFA ou Smackdown VS Raw é praticamente injogável por pessoas que não tenham experiência anterior com eles.

Forza Motorsport 3 mostra clemência e logo que se inicia o game pela primeira vez, ele pergunta qual a sua experiência com games de corrida e ajusta sua dificuldade de acordo. Ao oferecer várias ajudas como uma linha que mostra o percurso da corrida e desaceleração automática em curvas, o game auxilia novatos a se acostumarem com ele.

Cada um destes auxílios pode ser desligado separadamente nas opções. Aos poucos o game se torna mais acessível e as ajudas opcionais, assim como as rodinhas de uma bicicleta, são dispensadas.

Outra tremenda mão na roda que este game providencia é a possibilidade de "rebobinar" qualquer trecho da corrida. Se perder o controle do veículo, bater em algum obstáculo ou simplesmente acreditar que pode refazer um trecho da corrida com mais habilidade, ao toque de um botão, a corrida volta até um pouco antes do trecho atual, o que lhe dá inúmeras segundas chances conforme a necessidade aparecer.

Claro, tal mamata não funciona no Multiplayer.

O modo Season é bastante longo e interessante. É necessário participar de séries de corridas preliminares antes de ganhar o direito de correr nos eventos classificatórios e subir de classe no mundo do automobilismo. Estas corridas não apenas servem como uma maneira de ganhar dinheiro para comprar mais carangas, mas também para se aprender as forças e fraquezas de cada veículo.

Diga-se de passagem, os carros são divididos em classes que os classificam como veículos de passeio ou de competição. Você pode ir seco comprar um Lamborghini Diablo, mas isso não significa que poderá usá-lo em todas as corridas, uma vez que elas também são divididas em classes.

Aliás, carros este game tem, em todas as cores, formatos e sabores.

Forza Motorsport 3 vem em dois discos. Um deles possui uma instalação opcional com todos os carros (e pistas) que não couberam no disco com o game.

Há carros para todos os tipos de gostos e até alguns que servem para satisfazer seus desejos automotivos mais idiotas. Eu por exemplo comprei um Pontiac Solstice e dois Camaros, pois foram veículos que apareceram nos filmes de Transformers.

Eu avisei sobre a referência.

Como aconteceu antes, é possível aplicar diversas pinturas diferentes em seus veículos e jogadores mais habilidosos (e com tempo livre de sobra) podem criar designs totalmente originais, como um carro com Eric Cartman desenhado no capô, ou a carranca do Dr. House no teto.

Claro, muita gente vai tentar desenhar mulheres peladas em seus veículos... quem somos nós para julgar?

Também é possível customizar seu carro à vontade, mexendo em características específicas de modo a deixá-lo totalmente optimizado para seu gosto, ou utilizar uma opção que automaticamente aplica as melhorias mais indicadas para o veículo. Uma opção excelente para quem não entende muito de carros ou é preguiçoso demais para se dar a este trabalho.

Finalmente, após cada corrida ganha-se experiência tanto para o corredor quanto para o carro. Sempre que o corredor avançar um Level, receberá como presente um carro de uma montadora, enquanto os carros ganham descontos em seus upgrades cada vez que evoluem. Um sistema simples, mas muito recompensador e que aumenta em muito a longevidade deste game.

Trocando em miúdos, Forza Motorsport 3 traz tudo que se pode esperar em um game de corrida e muito mais, além de tornar estas coisas bastante acessíveis para aqueles que gostam do gênero, mas sempre foram maltratados demais por ele para se apegarem a ele.

Eu não poderia querer mais nada.

Forza Motorsport 3 é o game de corrida mais completo da atualidade.

Sua jogabilidade perfeita, visual estupendo, acessibilidade a todos os públicos e opções o bastante para manter o maior dos viciados entretido por semanas, ele atinge um patamar tão alto que outros games do gênero terão de suar muito para atingir.

Ouviu isso, Sony? Esperamos nada menos que perfeição divina de Gran Turismo 5, ou pelo menos uma participação especial do Kratos.

Virtua Racing tinha um cavalo, porque não podem colocar o Kratos correndo com uma biga em Gran Turismo 5? Já está em desenvolvimento há tanto tempo, o que são mais alguns meses para se acrescentar o deus da guerra?

Sonhar é de graça mesmo...

Cheers!!!